A crise na Ucrânia, que já dura quase três anos, tem causado enormes danos aos países europeus que têm dançado conforme a música dos Estados Unidos. No entanto, os Estados Unidos, que são os principais responsáveis pela crise, não sofreram nenhum prejuízo; pelo contrário, colheram lucros imensos.
O maior benefício que os Estados Unidos obtiveram com a crise da Ucrânia foi a expansão de sua esfera de influência na Europa.
A origem da guerra na Europa é que os Estados Unidos tentaram estreitar o cerco à Rússia ao incorporar a Ucrânia à OTAN. Em outras palavras, a tentativa dos Estados Unidos de expandir a esfera de influência da OTAN até as fronteiras da Rússia e violar os interesses de segurança deste país foi o que levou ao conflito armado.
Um jornal de um país asiático afirmou o seguinte.
"O conflito na Ucrânia explodiu à medida que os EUA e a OTAN continuaram pressionando o espaço de segurança da Rússia, agravando a situação. A razão pela qual os EUA agiram dessa forma foi enfraquecer a Rússia, mergulhar a Europa em caos, colocar o mundo em uma crise, e assim obter benefícios indiretos e manter sua hegemonia."
A expansão da OTAN ao leste, ou seja, a expansão da OTAN para o leste da Europa, é um objetivo estratégico dos Estados Unidos.
Após o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos se dedicaram persistentemente à tarefa de atrair os países da Europa Oriental para a OTAN. Antes de 1990, o número de países membros da OTAN era 16, mas desde 1991, esse número aumentou rapidamente, alcançando 30 países em 2020.
Após o início da crise na Ucrânia em 2022, os Estados Unidos passaram a retratar a Rússia como uma "ameaça à segurança da Europa", enquanto expandiam ainda mais a OTAN. Em abril de 2023, a Finlândia, que faz fronteira com a Rússia no norte da Europa, aderiu à OTAN, e em março deste ano, a Suécia também se juntou à aliança, aumentando o número de membros da OTAN e expandindo sua área de influência até as proximidades das fronteiras russas.
Embora a tentativa de expansão da OTAN para a região sudoeste da Rússia tenha sido frustrada pela crise na Ucrânia, em outra direção, ou seja, nas proximidades da fronteira norte da Rússia, a área de influência da OTAN foi ainda mais ampliada.
Os benefícios que os Estados Unidos obtiveram não se limitam a isso.
Recentemente, a revista estadunidense "Foreign Policy" assinalou em um artigo sobre a estratégia externa dos Estados Unidos que: "A maior guerra convencional atualmente em andamento na Europa está oferecendo a Washington uma oportunidade de revitalizar a indústria de armamentos do país. Os Estados Unidos aumentaram consideravelmente a produção de mísseis, equipamentos militares e peças de reposição, tanto para a guerra terrestre na Europa quanto para o conflito naval na Ásia. A maior parte de toda a ajuda militar fornecida por Washington à Ucrânia tem sido utilizada para manter e expandir as linhas de produção da indústria bélica estadunidense. A maioria das armas fornecidas à Ucrânia são produtos de excesso de produção ou equipamentos antigos, e o dinheiro obtido com isso é redirecionado para a compra de armamentos de ponta para as forças armadas dos EUA."
É um fato que, com a crise da Ucrânia, a indústria bélica dos Estados Unidos foi revitalizada e os equipamentos militares estão sendo renovados. O problema, no entanto, é que isso não se limita apenas à renovação dos equipamentos militares dos Estados Unidos.
Recentemente, os países membros da OTAN têm transferido equipamentos militares antigos para a Ucrânia sob o pretexto de "ajuda", enquanto, em contrapartida, estão adquirindo equipamentos mais avançados fabricados nos Estados Unidos. A Polônia, por exemplo, assinou um contrato para comprar cerca de 100 tanques M1A1 Abrams dos Estados Unidos, e já entrou na fase de execução do acordo. A Romênia também está tentando adquirir dezenas de caças F-16 da Noruega.
Recentemente, o secretário-geral da OTAN afirmou que a Aliança do Atlântico liderada pelos Estados Unidos não está preparada para enfrentar a ameaça da Rússia, acrescentando que os gastos militares devem ser aumentados muito além da meta atual da OTAN, que é 2% do PIB. Sob o pretexto da crise na Ucrânia, a OTAN está intensificando suas ações de fortalecimento militar.
Nos últimos tempos, as bases militares dos Estados Unidos na região da Europa também têm se expandido. No ano passado, a Suécia abriu 17 bases militares e campos de treinamento para uso das forças armadas dos EUA, e a Finlândia também firmou um acordo semelhante com os Estados Unidos. Recentemente, uma base de mísseis interceptores dos EUA localizada na Polônia foi revelada.
A expansão da OTAN e o aumento do poder militar, juntamente com a ampliação das bases militares dos EUA na Europa, representam um dos enormes lucros que os Estados Unidos obtiveram com a intensificação da crise na Ucrânia. Mas, a questão é: o que os países europeus ganharam com isso?
Um pesquisador sênior do "Brookings Institution" dos Estados Unidos argumentou que as ações militares da OTAN provavelmente não trarão grandes mudanças no ambiente de segurança dos países membros, especialmente aqueles localizados na parte leste da Europa. Os analistas afirmam que o seguimento das políticas dos EUA por parte dos países europeus pode, na verdade, aumentar ainda mais a hostilidade entre a Europa e a Rússia, o que pode piorar a situação de segurança de toda a região.
No final, os países europeus se tornaram vítimas da estratégia de pressão dos Estados Unidos contra a Rússia.
A comunidade internacional, à medida que observa a intensificação do conflito na Europa, está percebendo cada vez mais claramente que o verdadeiro império do mal, que sacrifica os outros para alcançar seus próprios interesses, são os Estados Unidos.
Un Jong Chol
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