No ano passado, ocorreram várias mudanças significativas na ordem global. O fortalecimento das organizações de cooperação multilateral que desafiam a influência dos Estados Unidos e do Ocidente é um exemplo claro dessas transformações.
No dia 23 de dezembro do ano passado, o assessor do presidente da Rússia, Yuri Ushakov, explicou os resultados alcançados durante a cúpula dos líderes do BRICS, realizada em outubro em Kazan.
De acordo com ele, um dos resultados importantes da cúpula dos BRICS realizada em Kazan foi a criação da categoria de "países parceiros do BRICS", com vários países concordando em se tornar parceiros. No final, Indonésia, Malásia, Tailândia, Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Uzbequistão e Uganda foram oficialmente confirmados como países parceiros do BRICS.
Com isso, o BRICS expandiu seu alcance de cooperação para uma vasta região, abrangendo o sudeste asiático, Ásia Central, Europa, América Latina e África, estabelecendo uma base para um novo desenvolvimento.
O fortalecimento do BRICS tem levado ao estabelecimento de uma nova ordem de cooperação, enfraquecendo naturalmente a ordem hegemonista dos Estados Unidos e do Ocidente. Atualmente, a participação do BRICS na produção global já supera a dos sete principais países ocidentais (G7). À medida que o número de membros e países parceiros do BRICS cresce, espera-se que os indicadores dessa organização se tornem ainda mais dominantes em relação ao G7.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou em um discurso durante o fórum empresarial dos BRICS, em 18 de outubro do ano passado, que os países membros do BRICS são, na prática, as "locomotivas" do crescimento econômico mundial. Ele destacou que, em um futuro próximo, o principal aumento do PIB global ocorrerá nos países do BRICS.
O União Econômica da Eurásia também tem intensificado esforços para fortalecer e expandir suas atividades.
Em outubro do ano passado, durante a cúpula do BRICS, o Presidente dos Emirados Árabes Unidos, que visitou a Rússia, mencionou em uma reunião com Putin que seu país estava avançando na elaboração de um acordo de parceria econômica abrangente com a União Econômica da Eurásia. Ele ressaltou que este acordo seria um passo significativo para fortalecer as relações econômicas entre os países membros da União Econômica da Eurásia.
De acordo com dados divulgados, o comércio não relacionado ao petróleo entre os Emirados Árabes Unidos e a Rússia foi de 2,5 bilhões de dólares em 2018. No entanto, esse valor superou os 11 bilhões de dólares no ano passado.
No final de setembro, o Primeiro-Ministro da Rússia e o Presidente do Irã discutiram a possibilidade de o Irã ingressar na União Econômica da Eurásia como um país observador. Além disso, a União Econômica da Eurásia manteve discussões com a Mongólia sobre a assinatura de um acordo comercial provisório e iniciou preparativos com a Indonésia para um acordo de comércio.
Em 26 de dezembro do ano passado, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, participou da reunião do Supremo Conselho Econômico da Eurásia (Cúpula dos Líderes da União Econômica da Eurásia) e avaliou que a União Econômica da Eurásia se firmou como um dos centros autossuficientes e independentes em um mundo multipolar em formação. A reunião foi realizada em dois formatos: uma sessão ampliada e uma reunião em grupo menor. A sessão ampliada contou com a participação dos países observadores Cuba, Uzbequistão e uma delegação do Irã, que recebeu o status de país observador.
Putin destacou que as atividades da União Econômica da Eurásia têm contribuído para a expansão do comércio e dos investimentos, o fortalecimento dos contatos práticos e o aprofundamento das relações de cooperação. O mais importante, segundo ele, é que a colaboração dentro da integração traz benefícios reais para todos os países membros da união.
O presidente também informou que, durante a reunião do Supremo Conselho Econômico da Eurásia em maio do ano passado, o comércio intra-União aumentou de 45 bilhões para 89 bilhões de dólares, praticamente dobrando. Além disso, mais de 90% dos pagamentos são realizados em moedas nacionais.
Em 2024, com a adesão da Bielorrússia, o número de países membros da Organização de Cooperação de Xangai aumentou de 9 para 10.
Esses movimentos demonstram claramente que uma nova ordem de cooperação está sendo construída, conectando o continente eurasiático a outras regiões e continentes do mundo.
Uma publicação russa afirmou que a ordem mundial está passando por uma transformação significativa, com a transição de um mundo unipolar liderado pelos Estados Unidos para um mundo multipolar, formado por grandes potências e novos blocos de cooperação, como o BRICS. A publicação avaliou que essa mudança representa um desafio ao domínio hegemônico dos Estados Unidos.
À medida que a influência do BRICS e de outros blocos de cooperação multilateral continua crescendo, a decadência da supremacia global dos Estados Unidos parece inevitável, o que, segundo a análise, sinaliza o início de uma nova era nas relações internacionais.
As atividades e expansões de várias organizações multilaterais ao longo do ano passado indicam que a estrutura global está se movendo em direção a um sistema mais multipolar e orientado pela independência e pela cooperação multilateral. Isso reflete uma mudança constante no cenário global em direção a uma ordem mais diversificada e equilibrada.
Pak Jin Hyang
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