sexta-feira, 31 de março de 2017
Tratado de Kanghwado
Após o incidente de Unyo, os militares japoneses tomaram o caminho de forçar o governo coreano a assinar um tratado desigual de acordo com seu cenário de agressão.
Kuroda, que foi nomeado embaixador extraordinário e plenipotenciário pelo imperador do Japão levou sete navios de guerra para as águas da Ilha Kanghwa via Pusan em 19 de dezembro de 1875, e forçou o governo coreano a chegar a uma mesa de negociações.
Nas conversações realizadas em janeiro de 1876, Kuroda deslocou a responsabilidade do incidente de Unyo a Coreia, forçando este último a assinar um tratado agressivo e desigual sem nenhumas circunstâncias unidas.
Assustados com a intimidação militar do Japão, os governantes do governo feudal aceitaram suas exigências depois de muita luta. Em consequência, o desigual Tratado de Kanghwado era sabido como uma estipulação da amizade Coreia-Japão foi assinado em 3 de fevereiro de 1876.
O tratado consiste em 12 artigos, com foco na abertura de portos da Coreia, a condução do julgamento dos japoneses detidos ao consulado japonês, e a garantia da liberdade dos japoneses que se dedicavam a medir e desenhar mapas nas áreas costeiras da Coreia.
quarta-feira, 29 de março de 2017
Príncipe Regente Taewon
Em dezembro de 1863, quando invasores estrangeiros estavam lutando para ocupar a Coreia, o Príncipe Hungson, Ri Ha Ung (1820 - 1898), pai do jovem imperador Kojong (1852 - 1919, foi homenageado com o título de Taewon e tornou-se o regente.
Depois de tomar o poder, ele pensou que fechar a porta do país em vez de conduzir atividades estrangeiras habilmente era a única maneira de manter seu Estado feudal.
Em busca de uma política de porta fechada, ele tomou, em primeiro lugar, a medida estatal de proibir a infiltração do catolicismo e a expansão de sua influência religiosa. Entretanto, em 1866, considerando o catolicismo uma heresia e negação ao confucionismo, a ideologia dominante da dinastia feudal Joson, ele começou uma repressão geral sobre os missionários franceses e os crentes católicos coreanos.
Ele rejeitou a exigência dos poderes capitalistas de abrir o país para o comércio exterior e aderiu à politica de fechar o país e resistir à invasão armada dos estrangeiros. Quando o navio agressor dos EUA, com o General Sherman, entrou no rio Taedong em 1866, ele tomou a postura de linha dura em relação aos invasores estadunidenses que cavalgavam na crista do povo patriótico da Coreia. Em 1871, quando os Estados Unidos, mostrando suas enormes forças armadas, forçaram o governo feudal a concluir um tratado, ele respondeu com uma politica de porta fechada mais completa.
Sua politica deu alguma ajuda à Coreia, que não realizou a revolução burguesa, no controle da agressão dos poderes capitalistas e na defesa da soberania do país em curto prazo, mas foi incapaz de resolver fundamentalmente as contradições básicas do sistema feudal que estava à beira do colapso.
Durante seu período de governo, a crise do sistema feudal e as contradições de classe tornaram-se mais intensas.
Quando a rainha Min e sua camarilha garantiram o poder depois que o Príncipe Taewon renunciou no final de 1873, a politica externa do governo feudal foi transformada em abertura do país para os estrangeiros.
segunda-feira, 27 de março de 2017
O breve Império Coreano
Após exatos 505 anos de Dinastia Joson, onde diversos setores como a economia, a educação, a escrita, o setor militar e outras mais foram desenvolvidas com grande êxito em consonância com o sentimento patriótico de defender a pátria e desenvolve-la, eis que a dinastia mais longa da Coreia chega ao fim em 1897 quando o Rei Gojong retorna do Império Russo onde havia fugido no ano anterior após grande pressão que a dinastia vivia por parte dos japoneses, e proclamou o Império da Coreia no Palácio Gyeongungung, estabelecendo novas metas para fortalecer rapidamente o país em todos os setores, aproveitando-se da base que havia sido deixada pela dinastia feudal anterior e estabeleceu reformas e modernizações para atender as demandas da entrada do novo século que estava por vir, visando a economia, o sistema de terras e as industrias como os principais e mantendo também o desenvolvimento das áreas que já mostravam boa evolução em Joson.
Contudo, o então Imperador Gojong apesar de suas êxitos no comando do Império, foi a todo tempo uma marionete em meio aos interesses russos e japoneses que buscou deixar de lado o caráter "isolacionista" da Era Joson para estabelecer mais relações com outros impérios e reinos. Teve apoio do Império Russo desde o início mas o Japão sempre esteve de olho no território da península e ao derrotar os russos na guerra em 1905, passou a fazer pressão até derrubar o governo coreano e dominar de vez aquele território em 1910.
Contudo é errado dizer que as tropas de defesa da soberania nacional coreana foram deixada de lado, pois elas travaram duros combates contra japoneses e chineses durante o Império que era visto como muito perigoso aos vizinhos que temiam seu crescimento rápido.
A estrutura social daquela sociedade não mudou de acordo com a anterior, mantendo as 4 classes: nobreza (yangban), a classe média (chungin), sangmin e os excluídos, os cheonmin, e os conceitos morais também foram bastante parecidos, seguindo a mesma base confucionista. Contudo, nessa nova era as mudanças promovidas pelo imperador fizeram o povo fazer suas primeiras manifestações que foram reprimidas pelo império, que por outro lado com suas reformas obteve êxitos consideráveis.
Foto: Tropas do Império Coreano
A principal foi a Reforma de Gwangmu que buscava promover a revolução industrial coreana com auxilio de regiões estrangeiras com quem tinha boas relações estabelecidas com o estabelecimento do império, e como uma resposta ao desenvolvimento japonês com a Restauração Meiji.
Esta reforma promoveu um bom desenvolvimento de fábricas em solo coreano com auxilio inclusive dos Estados Unidos em uma forma de "joint-venture", porém a revolução esperada foi interrompida
pois não era de interesse dos impérios da região vê-los crescer de tal forma, e com o início dos conflitos russo-japoneses, o país viu-se em situação desfavorável para evoluir economicamente e passou a sofrer com diversas ameaças e tentativas japonesas. O Japão forte, que derrotou o emergente império russo e que desenvolveu-se com base em suas forças estava forte e tinha um exército suficientemente capaz de derrotar os coreanos e assim em 22 de agosto de 1910, oficialmente conseguiram anexar o território coreano e a partir daí, usar daquela terra e daquele povo para produzir para seu império, tentando destruir a cultura e costumes daquele povo e os escravizando, cometendo diversas crueldades comuns a exércitos imperialistas.
O Império coreano durou apenas 13 anos e seus avanços poderiam ter sido maiores se não fosse um território comandado por um imperador fantoche que não soube controlar corretamente estas influências e deixou sua nação vulnerável como nunca esteve em Joson.
Curiosidade: A Bandeira do Império Coreano foi a inspiração para a bandeira da Coreia do Sul posteriormente que usou lemas adotados durante esta época para buscar um maior apoio popular em meio a terríveis anos de ditadura, já que o Império Coreano é visto por muitos como um período bom para a nação, embora as falhas tenham acarretado em mais de 30 anos de escravidão pelos japoneses posteriormente.
A bandeira possui muito simbolismo, e busca representar a ideia de algo "absoluto" e unidade essencial de todo ser. Segue a ideia do taoismo do yin-yang de expor a dualidade de tudo que existe no mundo: fogo e água, noite e dia, etc. Os 4 trigramas em cada canto dão ideia de posição e equilíbrio.
- As 3 linhas inteiras representam o céu;
- As 3 linhas quebradas do lado oposto representam a terra;
- Na extremidade inferior direita da bandeira, há 2 linhas inteiras com uma partida no meio, isso simboliza o fogo;
- Do lado contrário, o simbolo da água
Invasão de Navios de Guerra dos EUA no Ano do Sinmi
No início de abril de 1871, o ministro estadunidense residente na China Qing e o comandante da frota asiática dos Estados Unidos entraram nas águas territoriais da Coreia com 1230 homens e 80 canhões a bordo de cinco navios de guerra. O governo feudal coreano capturou alguns oficiais deles repreendendo-os por sua agressão e exigindo que eles se retirassem imediatamente.
Os agressores agiram arrogantemente, tentando forçar o governo coreano a concluir um "tratado sobre navegação e comércio". O povo coreano entregou golpes aniquiladores aos agressores nas batalhas travadas em Sondolmok, Chojijin e Kwangsongjin.
Os invasores dos EUA foram obrigados a retirar-se no dia 16 de maio.
quinta-feira, 23 de março de 2017
Indelével Ideia Jiwon
Ideia Jiwon
Trata-se da Ideia apresentada por Kim Hyong Jik (1894-1926), dirigente do primeiro movimento organizado de libertação da Coreia do domínio japonês.
Nascido em uma família patriótica revolucionária, o herói experimentou na pele o martírio nacional e a tristeza do povo coreano causada pela ocupação militar do Japão.
Tomou a firme decisão de libertar o país e levantar um Estado civilizado embora pudesse sofrer golpes duros e iniciou uma das mais fortes atividades revolucionárias a fim de libertar seu povo da opressão.
Neste curso concebeu a ideia de buscar tornar independente infalivelmente o país e faze-lo próspero e se não conseguisse, sucederia seus filhos, e se esses também não, seus netos, e assim cosntruindo a Ideia Jiwon.
Visando aprofundar suas ideias, em 23 de março de 1917, fundou em Hakdanggol em Pyongyang a Associação Nacional da Coreia (ANC), uma grande organização revolucionária clandestina do interior e exterior do país. Foi uma organização de novo tipo que se diferenciou das tentativas anteriores por sua profunda disciplina, valorização das massas populares e de forte caráter anti-imperialista. Com a ANC, o movimento anti-japonês chegou a uma patamar mais elevado, onde foram formadas guerrilhas aglutinadas e com forte poder de ataque ao inimigo e abriu um novo caminho para a formação de unidades coreanas poderosas para combater o imperialismo posteriormente.
Jiwon é ideia de manter firmemente a posição anti-imperialista e continuar de geração em geração a revolução até construir uma nova sociedade em que as massas pudessem desfrutar da verdadeira felicidade.
Kim Hyong Jik passou sua ideia e 2 pistolas a Kim Il Sung (seu filho), Eterno Presidente da República Popular Democrática da Coreia, que concebeu o Juche como uma ideia de independência para combater o imperialismo japonês e estabelecer uma nova Coreia no futuro, iluminando o caminho da revolução coreana.
A Ideia Jiwon, herdada por Kim Il Sung e contida no Juche, foi também herdada pelo querido Dirigente Kim Jong Il, Eterno Presidente do Comitê de Defesa Nacional.
Ele considerou que o destino das massas populares e a perspectiva da causa de independência exige um fuzil e sobretudo, armas nucleares, criando assim a politica Songun que mostrou aos Estados Unidos que se considera "a única superpotência mundial" que não poderá nunca encostar na Coreia Popular.
O Jiwon é o conceito principal de independência nacional.
O coreano onde quer que esteja, segundo Kim Hyong Jik, jamais pode perder seu próprio espírito.
"Nada nos presenteará com independência nacional se não o contrário. A história nos ensina que a dependência e exploração de forças estrangeiras nos leva as ruínas".
A Ideia Jiwon de que a libertação e independência estão na monolítica unidade de compatriotas e não na dependência de forças estrangeiras, hoje convoca energicamente os coreanos do norte e do sul e aos que moram no exterior a lutar pela reunificação da pátria. Por ponto final na dominação estrangeira e levantar o quanto antes o Estado unificado, soberano e próspero segundo a Declaração Conjunta de 4 de julho de 1972, a de 15 de junho de 2000 e a de 4 de outubro de 2007, é a vontade unânime de todos os coreanos.
O povo coreano tendo o Marechal Kim Jong Un como líder desta nova era, enriquece o Jiwon.
Kim Jong Un estabeleceu uma nova linha estratégica de simultaneamente construir uma forte economia nacional e preparar armas nucleares, orientando corretamente o empenho para a edificação da potência socialista e buscando a reunificação nacional independente. Sob sua direção, a RPDC tornou-se uma potência nuclear na qual o imperialismo não se atreve a enfrentar e alcança grandes vitórias milagrosas que orgulham o legado de Kim Hyong Jik.
segunda-feira, 13 de março de 2017
A última dinastia coreana - Joson
A história da Coreia é muito antiga. Os primeiros registros remetem ao período paleolítico.
O desenvolvimento da sociedade coreana, seu modo de viver, de contato e uso da natureza são muito interessantes principalmente pelos grandes êxitos e conquistas durante aquele período e também como uma forma de analisar como formou-se a Coreia que vemos hoje.
Houveram 11 dinastias ao todo na história tendo o período mais preciso da primeira dinastia em 108 A.C, e a última em 1897. Tais dinastias fizeram moldar a sociedade coreana com seus costumes, modo de pensar, de viver, de se alimentar, de se relacionar, de trabalhar, dentre outros.
As dinastias foram respectivamente: Gojoseon, Buyeo, Goguryeo, Baekje, Silla, Gaya, Balhae, Nova Baekje, Nova Goguryeo, Koryo e Joson.
Uma das mais importantes e fundamentais de se compreender é a dinastia Joson. Uma dinastia feudal com forte sentimento nacionalista que teve amplos avanços em setores como comércio,ciência, literatura e tecnologia, que fortaleceu os ideais confucionistas.
Tudo começou em em julho de 1392 quando Ri Song Gye derrubou o último rei de Koryo, Kongyang, e estabeleceu uma nova dinastia que duraria mais de 500 anos. A dinastia Joson teve sua concentração inicial na atual cidade de Kaesong e posteriormente mudou sua "capital" para Seul.
Enfrentou grandes batalhas contra invasores e mostrou ao mundo suas boas e avançadas técnicas de combate.
Sob o comando do almirante Ri Sun Sin, desenvolveram o "navio tartaruga" (kobukson) e venceram a árdua Guerra de Imjin derrotando os japoneses que por muito tempo mostraram interesse nas terras coreanas mas durante este período sofreram grandes derrotas.
Durante esta época foi desenvolvido o idioma coreano, o Chosongul, pelo Rei Sejong entre 1443, quando inventou o idioma, e 1446, quando proclamou o idioma.
Foram construídos belos templos como o Templo Chonju, onde treinava-se métodos de pintura "tanchong" onde os intelectuais estudavam ao ar livre e também um local de retiro espiritual.
Joson foi uma firme unidade por um longo tempo e chegou a experimentar um período de quase 200 anos de paz, contudo, em suas últimas décadas viu-se muito isolada, ganhando a fama de "nação eremita" , que buscava sua paz mas estava sempre preparada para a guerra que podia voltar a qualquer momento devido aos interesses expansionistas das dinastias asiáticas, sobretudo o Japão.
Seu valor cultural, seu poder de guerra, o nacionalismo e certo isolacionismo faz lembrar um pouco a atual República Popular Democrática da Coreia. todavia, como uma sociedade feudal, Joson não era uma sociedade para todos. As mulheres por exemplo viviam submissas ao trabalho domestico e de serventia aos homens, embora comparado as dinastias anteriores tenha tido alguns direitos como de participar auxiliando em guerras, coisa que só havia acontecido com uma mulher em Koryo, a guerreira Sol Juk Hwa que lutou contra os invasores de Khitan. As mulheres da classe "alta" podiam também estudar.
Era uma sociedade divididas em classes baseada no confucionismo. Haviam 4 classes: a nobreza (Yangban), a "classe média" (Chungin), sangmin e os excluídos, cheonmin.
Tinha 2 princípios morais:
Samgang :
Chung (충, 忠): lealdade ao rei
Hyo (효, 孝): obediência filial aos pais
Yeol (열, 熱): diferenciação entre homens e mulheres
Oryun :
Ui (의, 義): justiça: a relação entre o monarca e o povo
Chin (친, 親): calor e proximidade entre pais e filhos
Byeol (별, 別): diferenciação entre marido e mulher
Seo (서, 序): ordem entre idosos e juniores
Sin (신, 信): confiança entre amigos
Apenas 10% da sociedade gozava de privilégios.
Estes princípios morais de base confucionista eram sagrados para todo povo que vivia naquela
época e o descumprimento destes princípios, independentemente da classe em que se encontrava, podia resultar em punições ou exclusão da sociedade. Em resumo, estes princípios fizeram a dinastia uma firme unidade onde mesmo os excluídos se sentiam importantes para a sociedade, embora na sociedade não tivesse reconhecimento
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