segunda-feira, 27 de março de 2017

O breve Império Coreano


Foto: Bandeira do Império da Coreia

Após exatos 505 anos de Dinastia Joson, onde diversos setores como a economia, a educação, a escrita, o setor militar e outras mais foram desenvolvidas com grande êxito em consonância com o sentimento patriótico de defender a pátria e desenvolve-la, eis que a dinastia mais longa da Coreia chega ao fim em 1897 quando o Rei Gojong retorna do Império Russo onde havia fugido no ano anterior após grande pressão que a dinastia vivia por parte dos japoneses, e proclamou o Império da Coreia no Palácio Gyeongungung, estabelecendo novas metas para fortalecer rapidamente o país em todos os setores, aproveitando-se da base que havia sido deixada pela dinastia feudal anterior e estabeleceu reformas e modernizações para atender as demandas da entrada do novo século que estava por vir, visando a economia, o sistema de terras e as industrias como os principais e mantendo também o desenvolvimento das áreas que já mostravam boa evolução em Joson.

Contudo, o então Imperador Gojong apesar de suas êxitos no comando do Império, foi a todo tempo uma marionete em meio aos interesses russos e japoneses que buscou deixar de lado o caráter "isolacionista" da Era Joson para estabelecer mais relações com outros impérios e reinos. Teve apoio do Império Russo desde o início mas o Japão sempre esteve de olho no território da península e ao derrotar os russos na guerra em 1905, passou a fazer pressão até derrubar o governo coreano e dominar de vez aquele território em 1910.


Contudo é errado dizer que as tropas de defesa da soberania nacional coreana foram deixada de lado, pois elas travaram duros combates contra japoneses e chineses durante o Império que era visto como muito perigoso aos vizinhos que temiam seu crescimento rápido.

A estrutura social daquela sociedade não mudou de acordo com a anterior, mantendo as 4 classes:  nobreza (yangban), a classe média (chungin), sangmin e os excluídos, os cheonmin, e os conceitos morais também foram bastante parecidos, seguindo a mesma base confucionista. Contudo, nessa nova era as mudanças promovidas pelo imperador fizeram o povo fazer suas primeiras manifestações que foram reprimidas pelo império, que por outro lado com suas reformas obteve êxitos consideráveis.







Foto: Tropas do Império Coreano


A principal foi a Reforma de Gwangmu que buscava promover a revolução industrial coreana com auxilio de regiões estrangeiras com quem tinha boas relações estabelecidas com o estabelecimento do império, e como uma resposta ao desenvolvimento japonês com a Restauração Meiji.
Esta reforma promoveu um bom desenvolvimento de fábricas em solo coreano com auxilio inclusive dos Estados Unidos em uma forma de "joint-venture", porém a revolução esperada foi interrompida
pois não era de interesse dos impérios da região vê-los crescer de tal forma, e com o início dos conflitos russo-japoneses, o país viu-se em situação desfavorável para evoluir economicamente e passou a sofrer com diversas ameaças e tentativas japonesas. O Japão forte, que derrotou o emergente império russo e que desenvolveu-se com base em suas forças estava forte e tinha um exército suficientemente capaz de derrotar os coreanos e assim em 22 de agosto de 1910, oficialmente conseguiram anexar o território coreano e a partir daí, usar daquela terra e daquele povo para produzir para seu império, tentando destruir a cultura e costumes daquele povo e os escravizando, cometendo diversas crueldades comuns a exércitos imperialistas.





O Império coreano durou apenas 13 anos e seus avanços poderiam ter sido maiores se não fosse um território comandado por um imperador fantoche que não soube controlar corretamente estas influências e deixou sua nação vulnerável como nunca esteve em Joson.





Curiosidade: A Bandeira do Império Coreano foi a inspiração para a bandeira da Coreia do Sul posteriormente que usou lemas adotados durante esta época para buscar um maior apoio popular em meio a terríveis anos de ditadura, já que o Império Coreano é visto por muitos como um período bom para a nação, embora as falhas tenham acarretado em mais de 30 anos de escravidão pelos japoneses posteriormente.

A bandeira possui muito simbolismo, e busca representar a ideia de algo "absoluto" e unidade essencial de todo ser. Segue a ideia do taoismo do yin-yang de expor a dualidade de tudo que existe no mundo: fogo e água, noite e dia, etc. Os 4 trigramas em cada canto dão ideia de posição e equilíbrio.


- As 3 linhas inteiras representam o céu;
- As 3 linhas quebradas do lado oposto representam a terra;
- Na extremidade inferior direita da bandeira, há 2 linhas inteiras com uma partida no meio, isso simboliza o fogo;
- Do lado contrário, o simbolo da água

Um comentário:

  1. Uma descrição muito interessante e com detalhes que eu desconhecia. A partir de agora já tenho uma ideia sobre a Coreia do Norte, especialmente em relação ao seu passado.

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