quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Não era o caminho para a pátria


Entre os acontecimentos que mostram o chauvinismo, a canalhice e a brutalidade dos imperialistas japoneses contra a nação coreana no século passado cabe destacar o incidente da explosão do “Ukisimamaru”.

Os coreanos, que foram sequestrados e levados ao Japão, maltratados e humilhados como escravos no período da dominação militar dos japoneses, desejaram regressar à pátria logo que o Império do Japão foi derrotado (15 de agosto de 1945).

Nesta ocasião, os reacionários japoneses advertiram que o navio “Ukisimamaru” ia partir para Pusan da Coreia. Dizendo que era o único navio que ia pra Coreia, enganaram os coreanos e amontoaram centenas de milhares deles no navio excedendo sua capacidade.

Em 22 de agosto de 1945, o navio partiu do porto de Ominato da prefeitura de Aomori e navegava ao longo da costa sul do Japão, quando afundou por explosão de cerca de 300 metros da costa do porto Maizuru de Kyoto às 17:20 de 24 de agosto. Como consequência, milhares de coreanos se afogaram no mar.

Depois do acidente, o governo japonês declarou que o navio explodiu por causa de uma mina instalada das Forças Aliadas, porém os testemunhos dos sobreviventes e os dados investigativos comprovaram que a explosão não foi acidental mas um evento planejado e organizado intencionalmente pelas autoridades japoneses.

Primeiro, o navio partiu do porto segundo a ordem direta das autoridades militares japoneses. Quando alguns tripulantes se recusaram a entrar no navio perguntando por que deveriam ir imediatamente para a Coreia com o fim da guerra, as autoridades militares os forçaram a subir no navio ameaçando-os de castigo na corte marcial se não cumprissem a ordem.

Segundo, o navio não partiu ao porto de Pusan mas ao de Maizuru, lugar planejada para o massacre. Quando o navio saia do porto, estava com pouco combustível necessário para chegar em Pusan e navegou pela costa japonesa. O timoneiro confessou que planejava entrar no porto de Maizuru desde que partiu de Ominato.

Os reacionários japoneses insistiram em que o navio explodiu por conta da mina, algo nada mais que um sofisma para encobrir a verdade por trás do massacre horrível.

Segundo a investigação do “Ukisimamaru” em 1954, as placas de ferro do fundo do navio estavam encurvadas para fora, o que comprova que a explosão foi causada no interior do navio.

É evidente o fato de que os japoneses afundaram o navio antes da explosão, deixando os coreanos a bordo.

Como é consabido, a explosão do “Ukisimamaru” foi uma deliberada e premeditada matança dos coreanos cometida pelas autoridades militares japoneses.

No século XXI, o governo japonês não quis confirmar o número correto e o endereço correto dos mortos e, para piorar, publicou um número reduzido de vítimas.

Em 2001, o tribunal local de Kyoto declarou que o governo japonês era responsável pela explosão do navio e o exigiu indenização para os sobreviventes. Porém, o governo japonês se negou. Até hoje, descreve como um “acidente” e insiste que não pode aceitar nenhuma tentativa de indenização.

O espírito daqueles que foram afogados no mar do país estrangeiro clama: As gerações vindouras devem acertar as contas com os crimes cometidos pelo Japão no passado.

Ham Kwang Hyok

Naenara

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