Em novembro do ano passado, o presidente senegalês declarou que seu país é um Estado independente e que a soberania nacional é incompatível com a presença de bases militares estrangeiras, exigindo firmemente a retirada das tropas francesas. Assim, mais uma vez, os militares franceses foram obrigados a empacotar e bater em retirada. Em breve, não haverá mais bases militares francesas em território senegalês.
A eliminação das bases militares ocidentais tornou-se uma tendência no continente africano. Vários países da região já emitiram ordens de expulsão às tropas ocidentais estabelecidas em seus territórios.
As forças dos EUA foram expulsas do Níger. A França retirou seus soldados do Mali, de Burkina Faso e do Níger, e está sendo pressionada a sair do Chade. Outros países ocidentais também estão apressadamente retirando suas tropas da África.
A retirada das forças ocidentais do continente africano é fruto da luta tenaz dos povos locais, decididos a pôr fim à longa história de interferência estrangeira e construir, com suas próprias forças, uma nova sociedade independente.
Durante décadas, os Estados Unidos e outras potências ocidentais, sob os pretextos de "ajuda" e "cooperação", estenderam suas garras de dominação e pilhagem sobre os países africanos, explorando severamente seus recursos humanos e materiais.
Com a ampla disseminação da chamada democracia ocidental, destruíram as culturas tradicionais do continente, promoveram o caos social, a desordem e um ciclo vicioso de terrorismo e represálias. Usando essas situações como justificativa, intervieram militarmente e não hesitaram em derrubar governos que não lhes agradavam.
Em 2011, sob a liderança dos EUA e da França, a OTAN interveio militarmente na Líbia e ajudou os opositores a derrubar o governo legítimo. Como consequência, não apenas a Líbia, mas toda a região ao redor mergulhou em instabilidade, permitindo a rápida expansão de organizações terroristas extremistas.
A partir de 2013, os EUA começaram a estacionar tropas no Níger sob o pretexto de combater grupos extremistas na região. Em 2014, a França iniciou uma operação militar chamada "Barkhane", alegando combate ao terrorismo no Sahel, e enviou tropas a Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger.
No entanto, o que os EUA e outras potências ocidentais levaram para a região não foi paz nem estabilidade. Desde o início, seu objetivo não era a paz, mas sim interferir nos assuntos internos dos países africanos e facilitar o saque de seus recursos por meio da presença de tropas estacionadas.
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