terça-feira, 23 de julho de 2019

O dilema acerca da ilhota Tok


Nos últimos anos vem sendo intensificadas as ações do governo japonês acerca de sua reivindicação de "posse" da ilhota coreana Tok, território mundialmente reconhecido como parte da República da Coreia (Coreia do Sul).

As autoridades japonesas fizeram publicar livros didáticos em que referem-se à ilhota como parte do território japonês atualmente "ocupada ilegalmente" pelos coreanos. Ademais, criaram um dia comemorativo e nomearam-a de "Takeshima".

Nos eventos pelo dia comemorativo da ilhota "Takeshima", as autoridades do departamento de Shimane - que alega ser a região a qual pertence a ilhota - organizam exposições de imagens da ilhota e tergiversam a história de forma a convencer a população de que a ilhota realmente pertenceria ao Japão. Em algumas ocasiões até mesmo autoridades à nível nacional, incluindo membros da Dieta compareceram aos eventos.

O Japão que sabidamente não reconhece seus crimes do passado e por conseguinte não pede perdão ou indeniza as vítimas por seus crimes, baseia-se na absurda teoria reacionária da "Agência governamental do Japão em Imna" de Mimana Miyake, que insiste na doutrina de dominação sobre a parte sul da Coreia por parte do poder Yamato (250–710 D.C) do Japão.

Além da teoria acima mencionada, utiliza-se de documentos da época de domínio colonial da Coreia para justificar sua "posse" sobre a ilhota Tok que, como todo o território coreano na época, estava sob administração do império japonês.

Tendo em vista a tergiversação da história promovida pelo Japão, compreender a verdade sobre a história da ilhota Tok é essencial.

Inicialmente, a ilha Ullung foi descoberta e explorada na época antiga e este feito possibilitou o posterior descobrimento da ilhota Tok que fica próxima da primeira.

O Reino Usan, que tinha a ilha Ullung como território principal e dominava a ilhota Tok, se anexou a Silla a princípios do século VI e posteriormente, se incorporou à administração de Uljin de Koryo.


Na dinastia feudal de Joson, essas ilhas formavam parte da mencionada administração da província de Kangwon.

A fim de reafirmar sua soberania sobre a ilhota Tok em virtude da lei internacional da época contemporânea, aquela dinastia publicou em 25 de outubro de 1900 a ordem imperial Nº 41 e finalizou o registro de território 5 anos antes da fabricação do "anúncio do departamento de Shimane"  Nº 40 do Japão.

Historicamente falando, o Japão tem tendado usurpar ambas ilhas desde muito tempo.

Essas pretensões continuaram desde a segunda metade do século XIV até a ocupação de todo o território coreano.

Na Guerra Patriótica Imjin, os invasores japoneses irromperam a ilha Ullung convertendo-a em ruínas e no século XVII, saquearam muitos recursos florestais e pesqueiros em ambas ilhas.

O Japão reconhecia oficialmente a soberania da dinastia feudal de Joson sobre Ulung e Tok porém, por outro lado, organizava complôs para tomá-las.

Em dezembro de 1869, imediatamente depois da "Renovação de Meiji", chegaram na Coreia os funcionários das relações exteriores do Japão com a missão de averiguar o processo de incorporação de Ullung e Tok à Coreia.

Depois da revolta militar de Im-o de 1882, Hanabusa foi enviado à Coreia como delegado plenipotenciário com a ordem secreta de obter da dinastia feudal de Joson a concessão da ilha Ullung.

O chamado "anuncio do departamento de Shimane" foi publicado durante a ocupação colonial da Coreia, em 1905. Portanto, trata-se de um documento ilegal, inválido e fraudulento.

Por isso, os acordos internacionais sobre a gestão do território japonês, firmados depois do fim da segunda guerra mundial, estipularam que o Japão deveria renunciar à reivindicação da ilhota Tok e declararam-a como parte do território coreano.

A Declaração de Cairo e a Declaração de Potsdam definiram claramente que as zonas arrebatadas pelo Japão com violência e coerção seriam automaticamente excluídas do território japonês e este será composto pelas 4 ilhas principais e "outras ilhotas" permitidas pelos países aliados.

Todavia, sem largar o velho plano da "Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental", as autoridades japonesas vem ao longo do tempo buscando de forma disfarçada e sob o rótulo de "pacifista" incrementar suas forças armadas e transformá-las novamente em forças ofensivas.

Para tal, buscam incessantemente revisar a "Constituição Pacifista" que trava o ressurgimento do militarismo e usam questões da região do entorno para justificar seu incremento militar apesar da forte oposição da população e das forças progressistas de todo o mundo.

O objetivo detrás de sua insistência sobre a "posse"de Tok está em apoderar-se de abundantes recursos daquela zona marítima a fim de monopolizar as concessões econômicas, por uma parte,  e por outra, preparar a base avançada e a ponte para realizar a ambição de expandir o território e re-agredir o continente asiático.

Os reacionários japoneses consideram a Coreia como primeiro alvo de agressão a ultramar sonhando com retomar a hegemonia da Ásia.

Todavia, tendo em vista a situação atual diferente da época quando o imperialismo japonês reinava soberano na Ásia e cometia impunemente suas atrocidades, o Japão estará fadado à nova derrota humilhante caso tente agredir o território coreano, onde hoje concentram-se poderosas forças armadas equipadas com equipamentos militares e táticas modernas.

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