sábado, 13 de julho de 2019

Cúpula do G20 insinua resurgimento da guerra fria


A comunidade internacional demonstra preocupação com o fato de que a Cúpula do G20 realizada no final de junho confirmou que as contradições existentes nas relações internacionais estão se tornando mais agudas e alarmantes.

Antes da reunião dos chefes de Estado, o presidente da Rússia, Putin, disse a um jornal inglês (Financial Times):

"Nos últimos 20 anos, a situação mundial tornou-se mais perigosa. Em vista da Guerra Fria, haviam ao menos algumas regras que os participantes na comunicação internacional aderiam, mas agora não há mais regras."

Na ocasião da Cúpula do G20 o presidente da Rússia, Putin, e a Primeira Ministra britânica, Theresa May, se reuniram e discutiram temas como o conflito na Ucrânia, o acordo nuclear iraniano e a situação da Síria.

A Primeira Ministra britânica disse que as relações bilaterais podem ser normalizadas se a Rússia "parar de agir de forma irresponsável" em conexão com o incidente de Salisbury.

Como sabe-se, os contatos de alto nível entre os dois países foram suspensos após um conflito diplomático em torno do incidente onde o ex-militar russo Sergei Skripal e sua filha sofreram tentativa de assassinato na cidade de Salisbury, na Inglaterra. Até o momento a questão não foi resolvida.

O presidente russo negou resolutamente a participação da Rússia no caso. A Agência de Notícias TASS da Rússia, citando o porta-voz de Downing Street, disse que o presidente Putin deu respostas às questões levantadas por May.

As conversações entre os presidentes de Rússia e Turquia, em período em que o Ocidente critica a compra de "S-400" russos por parte da Turquia, indicam que a confrontação sobre o sistema S-400 deve prosseguir.

O presidente Putin assinalou que o comércio bilateral entre Rússia e Turquia cresceu em 16 % desde o ano passado e tratou de novos planos para cooperação econômica entre os dois países. O presidente turco, por sua vez disse que as relações entre os dois países estão sendo renovadas e desenvolvidas e que a implantação do sistema antimíssil "S-400" não será interrompido.

A questão ucraniana também é complicada.

Como é sabido, no ano passado foram interceptados navios ucranianos que invadiram as águas territoriais da Rússia ao entrarem no Mar de Azov pelo Estreito de Kerch.

Em conexão com isso, o presidente russo disse o incidente da invasão dos navios da marinha ucraniana foi fabricado pelo ex-presidente ucraniano Poroshenko como forma de alavancar sua popularidade em vista das eleições. Ele disse que os marinheiros ucranianos devem ser soltos de maneira tranquila e prática com a resolução da questão.

O confronto entre Rússia e Ucrânia e Rússia e Ocidente continuam tensos.

A opinião pública está expressando interesse em como o presidente ucraniano Zelenski revisará a política sobre a Rússia.

A iniciativa do Ocidente de tentar derrubar os governos da Síria e da Venezuela retiraram a paz destes países.

O presidente russo disse que a Rússia logrou trazer novamente a estabilidade na região ao destruir as forças agressoras e terroristas da Síria.

"A guerra civil eclodiu depois que as potências ocidentais decidiram derrubar o governo da Líbia. Tudo isso levou ao conflito e discórdia inter-tribal. De fato, a guerra ainda continua na Líbia. Então por qual motivo deveríamos fazer o mesmo na Venezuela? A Rússia se opõe a interferências nos assuntos internos de outros países."

Agora, o Ocidente está tentando estabelecer regras unilaterais de conduta e a consequente uma ordem hegemônica.

Isso está criando um problema internacionalmente complexo. Pode-se dizer que a cúpula mostrou que o velho antagonismo da Guerra Fria entre EUA e Rússia prevalece no século XXI.

A visão predominante da comunidade internacional é que o conflito Rússia-EUA sobre a questão do tratado sobre redução de armas de médio a longo alcance é um prelúdio para uma nova Guerra Fria.

Os EUA recentemente retirou-se do tratado sobre armas nucleares de alcance intermediário e em resposta a Rússia suspendeu o tratado.

Se o tratado de redução de armas de médio a longo alcance entre Rússia e EUA não for restabelecido até 2021, então uma corrida armamentista e uma nova Guerra Fria podem ser estabelecidas.

Especialistas dizem que as contradições entre Rússia e o Ocidente, que incluem o desenvolvimento de armas de países da Europa Oriental, o Mar Báltico e a batalha hegemônica em torno do Ártico, sugerem aumento do antagonismo.

Por: Jo Taek Bom, repórter do Rodong Sinmun

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