domingo, 1 de março de 2020
Unamo-nos e construamos uma nova Coreia democrática
Discurso proferido no banquete de boas-vindas oferecido pelos representantes de diferentes setores da cidade de Pyongyang em 13 de outubro de Juche 34 (1945).
Compatriotas:
Nossa nação, que durante 36 anos esteve submetida à opressão e humilhações sob a dominação colonialista dos imperialistas japoneses, se libertou por fim da ignominiosa vida de escravo apátrida, recuperou sua liberdade e direitos e empreendeu o caminho da magna luta pela construção de um novo Estado democrático.
Agora, eu não posso conter a emoção que sinto hoje ao estar sob o mesmo teto com os representantes dos diversos setores da cidade de Pyongyang, na pátria transbordante de alegria pela libertação.
Permita-me expressar-lhes minha cordial saudação a todos vocês, representantes de diferentes estratos da cidade de Pyongyang, que preparam este significativo encontro nos dias de febril atividade pela construção de uma nova Coreia.
Vinte anos se passaram desde que abandonei minha queria terra-natal, abrigando o propósito de restaurar a pátria. Durante todo este tempo, nem por um momento esquecemos a pátria pisoteada pelos imperialistas japoneses nem a nação que, atada com as correntes de escravo colonial, padecia desgraças e sofrimentos, e com as armas nas mãos empreendemos uma luta ao risco da morte contra os bandidos imperialistas japoneses.
Nosso inteligente e valoroso povo, mesmo sob a cruel repressão do imperialismo japonês, não diminuiu seu temperamento nacional e entregou seu ativo apoio espiritual e material à luta armada que nós, os comunistas, empreendíamos. Graças a este apoio e respaldo pudemos combater até o fim, redobrando o ânimo e confiança no dia da recuperação da pátria, apesar das duras condições calafriantes de múltiplas dificuldades e obstáculos que bloqueavam nosso avanço.
Compatriotas:
Nós, que cumprimos a causa histórica da libertação da pátria, temos pela frente uma nova tarefa combativa: a de construir um Estado democrático, soberano e independente, rico e poderoso.
Nosso povo exige hoje um genuíno Poder democrático que represente e defenda sua vontade e seus interesses. Imediatamente depois de liberado o país, foi apresentada ao povo a tarefa de estabelecer os organismos do Poder popular e organizou em vários lugares os comitês populares. Na província de Phyongan Sul os organismos do Poder popular se chamam “comitês políticos populares”, o que, em minha opinião, reflete a vontade das massas que aspiram a uma política em favor do povo. Devemos formar o quanto antes a frente unida nacional democrática que abarque todas as forças patrióticas e democráticas, e estabelecer sobre esta base o governo democrático que ponha em prática uma genuína política popular.
Estruturando o Poder popular e mobilizando ativamente as forças de todo o povo devemos reabilitar e desenvolver a economia e a cultura do país, a fim de edificar uma nova Coreia democrática, rica, potente e civilizada.
A tarefa cardinal para a construção da nova Coreia é formar um grande número de quadros nacionais.
Entre as múltiplas dificuldades e contratempos com que tropeçamos na construção de uma nova Coreia democrática na terra-pátria liberada está a escassez de quadros nacionais, o que representa um problema mais escabroso. Agora, em todas partes, por onde vamos, nos exigem quadros preparados. Porém, seu exíguo número nos freia bastante na tarefa da edificação do país.
A escassez de quadros nacionais é uma consequência da feroz dominação colonialista dos imperialistas japoneses. Nos tempos passados eles recorreram a todo tipo de maquinações para lançar nosso povo na ignorância e obscurantismo e impediram a formação de quadros nacionais em nosso país.
Formar ou não rapidamente os melhores quadros nacionais é agora um assunto chave relacionado com o destino da construção da nova Coreia.
Uma das soluções deste problema é prepará-los na luta prática, criar muitos centros tais como escolas políticas e cursos, admitir neles as pessoas de grande valia para educá-los como quadros.
Em especial, há que formar quadros com visão de futuro dando um rápido impulso à educação popular. Se faz necessário liquidar os vestígios do sistema educacional de escravidão colonialista do imperialismo japonês, estabelecer o sistema de ensino popular e criar muitas escolas a todos níveis para preparar jovens e crianças como excelentes construtores da nova Coreia.
Sobretudo, há que criar o quanto antes institutos de ensino superior do povo. Na situação que nosso país vive agora, certamente não é fácil configurá-los. Como resultado da política do imperialismo japonês, que pretendia afundar o povo no obscurantismo colonial, não há nem um só instituto no norte da Coreia, e por isso carecemos de experiência em sua gestão. Para criá-los enfrentamos os problemas referentes ao edifício destes centros docentes, ao material didático e aos instrumentos de experimentação, e nos falta um considerável número de intelectuais preparados para o ensino universitário. Porém, não é porque surjam tantos problemas difíceis que devemos nos manter de braços cruzados nesta obra. Sem universidade, sem uma formação sistemática de quadros nacionais, é impossível imaginar um futuro esplêndido para a pátria.
Temos que impulsionar com energia a fundação dos institutos do povo, superando todos os obstáculos que se apresentam ante a nós. Se organizamos algo como um "comitê preparatório" para criá-los e irmos resolvendo um por um os problemas que surjam neste terreno, creio que poderemos abrir os institutos de ensino superior em um futuro não muito distante.
O que importa é elevar o papel dos intelectuais na construção da nova Coreia. No passado, sob o domínio colonialista do imperialismo japonês, os intelectuais de nosso país foram oprimidos e discriminados por serem de nacionalidade coreana e lhes esteve vedado o caminho que lhes permitisse aprimorar seus conhecimentos e técnicas. Porém a realidade é diferente hoje, quando eles transitam por um caminho que lhes permite atuar livremente em todos os domínios da política, da economia e da cultura. Devemos procurar fazer com que os intelectuais tomem parte ativa na construção da nova Coreia, situando-se firmemente ao lado do povo, e aplicando com plenitude seus conhecimentos e sua técnica contribuam a levantar um Estado democrático, soberano e independente.
Para configurar um Estado soberano e independente, rico e poderoso, é necessário criar as forças armadas populares regulares.
Com o fim de lograr a plena independência e construir um Estado soberano e independente, rico e forte, qualquer nação tem que contar inevitavelmente com um exército nacional. Um país sem um poderoso exército nacional não pode ser independente. E isso é provado claramente pela história de nosso país. Se tivesse um exército nacional capaz de vencer o inimigo estrangeiro, nosso povo jamais veria o país sendo usurpado pelos agressores imperialistas japoneses nem teria sido obrigado a submeter-se à vida de escravo apátrida.
Nosso povo jamais deve repetir esta existência de escravidão colonial. Por esta razão, há que formar sem falta, por cima de todas as dificuldades, as forças armadas populares regulares. Nossa pátria está liberada, o povo está cheio de elevado entusiasmo patriótico e conta com combatentes antijaponeses que levaram a cabo a árdua guerra revolucionária de 15 anos contra os imperialistas japoneses. Nosso dever é, portanto, criar prontamente as forças armadas regulares, tendo como armadura esses combatentes.
Nós, que ainda sobre as dificílimas circunstâncias da dominação colonialista do imperialismo japonês organizamos a Guerrilha Antijaponesa, passamos a contar com um exército revolucionário, hoje, com o país já liberado, poderemos criar magníficas forças armadas populares, apoiando-nos neles.
Nosso jovens, ardentes de fervor patriótico, devem todos, daqui pra frente, lutar com armas na mão e ao risco da vida pela pátria e povo.
Para construir uma nova pátria devemos reabilitar rapidamente as instalações industriais e o campo, devastados pelos imperialistas japoneses em sua fuga. Eles destruíram incluso a artesania de nosso país. Agora não temos víveres nem artigos de consumo, nem sequer um lápis. Todo o povo deve mobilizar-se para restabelecer com rapidez ao menos a artesania e reconstruir e reparar as fábricas e empresas destruídas.
Aportando com o dinheiro de que disponham, as técnicas que possuam e as forças que tenham, devem todos mobilizar-se na construção do país. Assim, criar, antes de tudo, as condições que permitam ao povo comer e subsistir.
Para levar a feliz término todas as tarefas que se apresentam na construção da nova pátria, todo o povo deve firmemente. A coesão é a fonte da força de nosso povo emancipado e a garantia da vitória. Da união indissolúvel dos 30 milhões de habitantes depende o êxito na construção de uma nova Coreia.
Todas as forças patrióticas e democráticas deverão lutar arduamente para edificar uma nova Coreia, agrupadas solidamente sob a bandeira da frente unida nacional democrática, e neste não pode haver espaço pró-japoneses nem para traidores da nação e outros reacionários.
Quando todos os partidos e grupos democráticos, as classes e estratos do povo, que amam seu país e sua nação e se preocupam com o futuro de sua pátria, se unirem firmemente e por mãos à obra da construção da nova Coreia, esta nossa sagrada causa será coroada com êxito. Vocês devem fazer grandes esforços para lograr a unidade de todas as forças patrióticas e democráticas.
Compatriotas:
No dia 10 passado, nós, os comunistas, organizamos o Comitê Central Organizador do Partido Comunista da Coreia do Norte e proclamamos ao mundo a fundação do Partido Comunista.
Como vocês sabem, no passado os imperialistas japoneses levaram a cabo uma mal intencionada e perversa propaganda para impedir que os comunistas tivessem influência sobre as massas populares e desacreditar seu prestigio. Há pessoas que ainda não se libertaram do influxo de tal propaganda dos imperialistas japoneses contra os comunistas, e por isso não compreendem justamente o que é o Partido Comunista.
O Partido Comunista é o destacamento combativo e a vanguarda da classe operária, que luta para defender estritamente seus interesses e os das massas trabalhadoras e construir um Estado democrático, soberano e independente. Nós, os comunistas, não temos outros propósito que não seja o de lutar pelos autênticos interesses e felicidade das massas trabalhadoras.
Em seu recente Congresso Inaugural, o Partido Comunista definiu sua linha política fundamental na atual etapa: lograr que nosso país seja um Estado democrático, soberano e independente, rico e poderoso, fundando para isso uma República Popular Democrática, e apresentou as tarefas imediatas. Entre elas figuram a formação da frente unida nacional democrática com todas as amplas forças patrióticas e democráticas de diferentes classes e setores, sobre cuja base se deve fundar a República Popular Democrática; liquidar as forças remanescentes do imperialismo japonês, os lacaios da reação internacional e outros elementos reacionários, para assim facilitar o avanço democrático do país; organizar comitês populares em todas as localidades e levar a cabo reformas democráticas, restabelecer e desenvolver a economia e melhorar a vida material e cultural do povo; estabelecer desta maneira os firmes cimentos fundamentais para a construção de um Estado independente e democrático. O Partido Comunista e seus membros dedicarão todas suas forças para materializar a linha política adotada, que concorda plenamente com os interesses fundamentais de todo o povo coreano.
O Partido Comunista não é, de nenhuma maneira, uma organização fechada para um reduzido número de comunistas. Nós o desenvolveremos como um forte partido de massas, que tenha profundas raízes nas grandes massas trabalhadoras. O Partido Comunista incorporará ativamente em suas filas os elementos avançados dos trabalhadores e camponeses, que lutam com abnegação para construir um Estado democrático, soberano e independente, com o qual se ampliará e fortalecerá constantemente seu poderio.
O Partido Comunista não vacilará em colaborar com os partidos e personalidades patriotas que advogam pela completa independência e desenvolvimento democrático de nosso país. Nós nos esforçaremos tenazmente para lograr a união de todas as forças patrióticas e democráticas de diferentes casses e estratos, e empreenderemos uma luta intransigente contra tudo que obstaculize a formação da frente unida nacional democrática.
Para finalizar, gostaria de instar-lhes à luta enérgica, vigorosa e entusiasta para a construção de um Estado democrático, soberano e independente, rico e poderoso.
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