quarta-feira, 4 de março de 2020
Atual situação internacional e nacional e as tarefas das mulheres
Conferência ministrada aos quadros femininos da cidade de Pyongyang, em 25 de outubro de Juche 34 (1945).
Camaradas:
Faz uns dias que algumas camaradas me pediram que lhes falasse sobre a atual situação internacional e nacional e suas tarefa. É muito bom que nossas mulheres queiram conhecê-las melhor. Somente quando conheçam com toda clareza os acontecimentos que se desenvolvem hoje no mundo, a situação de nosso país e as tarefas que devem cumprir, as mulheres poderão fazer um ativo aporte à construção do país.
Primeiramente vou referir-me à situação no exterior e no interior do país.
Como todas vocês sabem, a Alemanha e Itália fascistas e o Japão militarista desencadearam a Segunda Guerra Mundial e levaram o mundo inteiro a esta horrível hecatombe. Os fascistas alemães, italianos e japoneses, sedentos de ambições agressivas, sonhavam em apagar da face da Terra o Estado socialista e converter em escravos os povos do planeta após invadir a União Soviética e conquistar o mundo inteiro. Para tornar realidade este perverso desígnio mobilizaram milhares de efetivos e todo o arsenal de modernas armas de exterminação massiva e perpetraram atrocidades espantosas, sem precedentes.
Apesar de tudo, a guerra terminou em uma grande vitória das forças democráticas antifascistas mundiais, amantes da paz e da democracia. Como consequência, cresceu extraordinariamente o prestigio internacional da União Soviética, foi aberto um caminho de desenvolvimento democrático para muitos países e foram criadas condições favoráveis para que os povos dos países coloniais e semicoloniais conquistassem sua independência nacional.
Hoje em dia, os povos de numerosos países de Europa e Ásia vem empreendendo o caminho do desenvolvimento democrático e em todas partes do mundo os povos intensificam a luta pela independência nacional. Em distintos países europeus, liberados do jogo fascista, começaram a serem estabelecidos governos democráticos e a luta pela libertação dos povos da China e muitos outros países entraram em nova etapa superior. Na atualidade, sé mais forte a voz dos povos que demandam a paz, a democracia e a independência nacional, e vão crescendo e fortalecendo-se, dia após dia, as forças democráticas internacionais.
Agora, ao cessar o fogo da Segunda Guerra Mundial, os países capitalistas se encontram gravemente debilitados no político e econômico. Na Alemanha, Itália e Japão, derrotados na guerra, assim como em outros países capitalistas reina o caos do sistema de dominação reacionária e suas economias vão caindo em um estado de estagnação. Nos países capitalistas se desenvolve a luta dinâmica dos trabalhadores que demandam melhora de condições trabalhistas e aumentos salariais e, como nunca, cresce a ação das massas populares em prol da democracia. Tudo isso testemunha que o regime capitalista está cambaleando em sua raiz.
Esta mudança da situação em escala mundial se reflete igualmente em nosso país.
O povo coreano, através de uma longa e renhida luta, logrou liberar sua pátria. Foram expulsos da Coreia todos os imperialistas japoneses que oprimiram e exploraram cruelmente o povo coreano durante 36 anos e foi aberta a perspectiva esplendorosa de construir aqui um novo país para o povo.
Todavia, depois da libertação, nosso país foi dividido em Coreia do Norte e Coreia do Sul, onde são criadas situações diametralmente opostas.
Como vocês podem ver com os próprios olhos, atualmente todos os habitantes da Coreia do Norte, jubilosos pela libertação, se alçaram à uma luta enérgica para a construção de uma nova pátria. Em varias regiões foram organizados os comitês populares, por iniciativa do povo, e, por toda parte, se empreende a luta para liquidar as sequelas do imperialismo japonês e feudais e forjar uma nova vida democrática. Da mesma forma, se acelera o trabalho para restaurar as fábricas, as minas e as ferrovias que os imperialistas japoneses destruíram durante a fuga.
Porém a realidade sul-coreana é diametralmente distinta à norte-coreana. Quando o exército estadunidense desembarcou na Coreia do Sul, proclamou que seriam executados, segundo a lei marcial, os que lhe desobedecessem. Após este desembarque, a Coreia do Sul se converteu em uma zona de administração militar estadunidense. Agora, em Seul e demais regiões da Coreia do Sul os pró-japoneses e traidores da nação, que outrora espremeram o suor e sangue de nosso povo em contubérnio com os imperialistas japoneses, vivem às suas custas apoiando-se no exército estadunidense enquanto as atividades patrióticas dos habitantes se encontram obstaculizadas em diversos aspectos. Sendo precisamente assim a realidade dos habitantes da Coreia do Sul, que dançavam alegres pela libertação, pela chegada de um mundo novo e livre, se encontram mergulhados em um estado de grande inquietude.
Nesta situação de hoje nosso povo luta pela construção de uma nova Coreia.
Na maior brevidade de tempo devemos fazer fracassar por completo as maquinações dos pró-japoneses, traidores da nação e outros elementos reacionários e edificar um Estado democrático, soberano e independente, rico e poderoso, unindo todas as forças da nação.
Agora pois, quais tarefas tem as mulheres coreanas emancipadas na atual situação externa e interna do país?
Em primeiro lugar todas as mulheres devem tomar parte ativa na edificação do país.
Para construir um Estado democrático, soberano e independente, rico e poderoso, há que estabelecer o Poder popular, extirpar por completo os remanescentes do imperialismo japonês e os feudais e fomentar com toda rapidez a economia e a cultura. Dadas as condições de nosso país, em que a longa dominação feudal e colonialista do imperialismo japonês frearam o desenvolvimento social e deixaram profundamente arraigados vestígios do feudalismo do capitalismo, e em que tudo acabou destruído e no caos, é tarefa dificílima cumprir com êxito o trabalho de construção do país, porém devemos executá-lo a todo custo. Para levar a cabo de maneira brilhante esta importante e honrosa tarefa, é preciso que os que disponham de dinheiro, o aportem, os que tenham forças, as consagrem e os que possuam conhecimentos, os ofereçam, e que se mobilize todo o povo como um só, tanto homens e mulheres como idosos e crianças. Precisamente nesta obra as massas femininas assumirão uma grande parte.
A missão das mulheres na construção da nova Coreia é, de verdade, importante. Se pode dizer que as mulheres, que representam a metade da população de nosso país, desempenham papel igual ao da roda de uma carreta, na construção do país. Como ambas rodas devem girar devidamente para que a carreta corra rapidamente, assim também as mulheres devem desempenhar, ao igual que os homens, um grande papel, para que nosso trabalho na construção do país seja realizado com êxito.
As mulheres podem executar qualquer trabalho se propõem-se a fazê-lo, e fazer grande aporte à construção do país. Nossas mulheres são capazes de trabalhar tão bem quanto os homens em todos os domínios da política, da economia e da cultura.
Grande número de mulheres de nosso país lutaram dignamente em aras da pátria e do povo. Outrora muitas mulheres coreanas tomaram parte na Luta Armada Antijaponesa e fizeram grande aporte à sagrada causa da libertação da pátria. As revolucionárias que naqueles tempos lutaram contra o inimigo com armas na mão ou realizaram trabalhos entre as massas na clandestinidade, eram modestas filhas de trabalhadores e camponeses.
Se todas nossas mulheres, bem conscientes de que também são construtoras de uma nova pátria, se entregam unanimemente à tarefa de edificar o país, esta poderá ser coroada com grande triunfo.
A participação ativa das mulheres nesta tarefa constitui importante garantia para levar a cabo com êxito a tarefa de sua emancipação.
As mulheres coreanas, atadas por longo tempo às normas de ética e moral feudais, estavam marginadas das atividades sociais e, fechadas em suas casas, levavam uma vida de lágrimas, sofrendo toda classe de desprezo e maus-tratos. Para livrar-se desta situação do passado e conseguir sua emancipação social, nossas mulheres devem se incorporar ao trabalho de edificação do país.
Agora há algumas mulheres que, perguntando-se o que podem fazer e qual trabalho podem cumprir bem se o executam elas mesmas, se mostram indecisas em tomar parte neste trabalho; incluso há mulheres que riem a escondidas daquelas camaradas que se dedicam ao trabalho social. Trabalhar é uma atitude digna para as mulheres coreanas emancipadas. Sem abandonar esta errônea atitude as mulheres não poderão lograr por completo a emancipação social.
Agora estamos nos esforçando para construir uma nova sociedade democrática. Este nosso trabalho, de construção do país, é uma tarefa revolucionária para libertar as mulheres de uma dupla ou tripla corrente e de toda desigualdade social. Somente participando na edificação do país poderão se ver livres da anterior situação
Naturalmente, na situação de hoje as mulheres terão numerosas dificuldades para incorporar-se plenamente à tarefa de edificação do país. Além de carecerem de experiência em atividades sócio-políticas ainda carregam muitas tarefas domésticas. No futuro, melhorada a situação do país, não cabe dúvida de que serão criadas boas condições que permitirão às mulheres tomar parte nos trabalhos sociais, porém no momento isso não está ao nosso alcance. Mas, nunca devem vacilar em participar na construção do país, assustadas pelas dificuldades e obstáculos. Se equivocam se acreditam que a magna e ambiciosa tarefa de erigir um novo país é uma coisa fácil. Devemos levar a cabo este trabalho suportando e vencendo as dificuldades e obstáculos que se apresentes em nossa frente.
Nossas mulheres, profundamente conscientes da importante missão que assumem na construção de uma nova Coreia, tomarão parte ativa nas atividades sócio-políticas e farão ingentes esforços para contribuir à edificação do país.
Para cumprir bem sua tarefa na construção do país e lograr sua emancipação social as mulheres deverão elevar decididamente sua consciência ideológica.
Isso isso não poderão ser dignas protagonistas na construção de uma nova Coreia. As pessoas carentes de consciência político-ideológica não poderão mostrar elevado entusiasmo para levantar o país nem tampouco desfrutar realmente da liberdade e dos direitos concedidos. Em outros tempos, as mulheres coreanas, ao ser totalmente ignorantes, consideravam natural todo tipo de maus-tratos e desprezo dos que eram vítimas, tanto na sociedade como na família, e acreditavam que estavam predestinadas à miserável situação em que se viam submergidas como mulheres de um país colonizado.
Somente quando elevem sua consciência ideológica e tenham uma boa formação político-ideológica elas não voltarão a sofrer a amarga vida do passado, cheia de vicissitudes, e criarão uma vida nova e ditosa.
Para elevar sua consciência ideológica, as mulheres, antes de tudo, devem se alfabetizar. Somente aprendendo a ler poderão conhecer a situação do país e ao que se propõe o país, por meio dos jornais e livros, e cursar distintos estudos necessários para elevar sua consciência ideológica. Sem instrução, não só não poderão assimilar a avançada teoria revolucionária nem tampouco assimilar conhecimentos científicos. Para construir uma pátria rica e poderosa é preciso que as mulheres participem de maneira ativa na edificação da economia e cultura do país e isso requer saber ler e escrever. Desde antigamente se diz que conhecimento é poder, o que é uma afirmação correta.
Em tempos passados, as mulheres coreanas não podiam receber instrução, mesmo que desejassem, por serem demasiadamente rigorosas as restrições que lhes impunham a sociedade e a família. Porém, agora existe condições para que todas as mulheres estudem. Bem conscientes de que sem estudos não poderão elevar sua consciência ideológica nem servir às tarefas de construção do país, as mulheres farão ingentes esforços para se instruir.
As guerrilheiras antijaponesas não deixavam de estudar nem um só momento, incluso em circunstâncias de ininterruptos combates. Apesar do cansaço e das condições climáticas desfavoráveis, liam à luz da fogueira, sem dar-se conta de que passava a noite, e não desgrudavam de seus livros nem durante as marchas pelas montanhas abruptas. Assim, com firmeza, se equiparam de ideias avançadas e teorias revolucionárias e cumpriram maravilhosamente seu dever revolucionário.
Seguindo este exemplo, todas nossas mulheres terão que estudar de modo incansável com grande entusiasmo. Assim poderão se livrar o quanto antes do analfabetismo, assimilar as ideias avançadas e obter conhecimentos científicos, e tornarem-se excelentes trabalhadoras da construção da nova pátria.
Para elevar a consciência ideológica, as mulheres, além do estudo, terão que levar a cabo uma luta enérgica contra os vestígios ideológicos do imperialismo japonês e os hábitos feudais. Hoje, na mente de nossas mulheres estão profundamente arraigados esses vestígios e conceitos feudais. São remanescentes da ideologia do imperialismo japonês e do feudalismo os hábitos como os de numerosas mulheres considerarem algo bom viver no ócio, desprezem o trabalho, olhem com inveja as pessoas endinheiradas, ou que vacilem em participar em trabalhos sociais e careçam de dignidade nacional, ou que estimem as pessoas pela linhagem, chamem exorcistas para exorcismar e busquem adivinhos para prever o destino. Sem desprender-se destes vestígios ideológicos do imperialismo japonês e dos costumes feudais, nunca se tornarão genuínas mulheres democráticas da nova Coreia.
Todas as mulheres devem se alçar unanimemente à luta para desarraigar ditos vestígios e costumes. Debemos empreender entre as mulheres uma enérgica campanha para que se oponham aos remanescentes da ideologia do imperialismo japonês e liquidar o feudalismo, a fim de que todas elas se livrem da ignorância e do obscurantismo, e se formem política e ideologicamente.
Uma das tarefas importantes que se apresentam hoje ante as mulheres consiste em impulsionar com dinamismo o trabalho para criar uma organização democrática massiva de mulheres.
Para levar a feliz término a responsável missão que tem nossas mulheres, devem contar com sua própria organização democrática, de caráter massivo. Somente quando formarem a organização democrática unitária e se incorporem todas nela, as mulheres poderão contribuir, unidas suas forças, à construção da nova pátria, receber uma educação democrática e forjar-se para serem excelentes trabalhadoras. Por maior que seja o entusiasmo das mulheres na construção do país e extraordinários seus esforços, se não agrupam-se todas em uma só organização não poderão cumprir com êxito nem sua tarefa na edificação do país nem tampouco a tarefa de sua emancipação social.
Portanto, devem formar o quanto antes uma organização democrática unitária das mulheres para lograr a unidade das mesmas. Bem conscientes da importância que tem a criação dessa organização, todos os quadros femininos deverão acelerar este trabalho pondo-se na frente das massas femininas. Quando logrem aglutinar todas as mulheres nessa organização única poderão incorporá-las à tarefa de construir a nova Coreia democrática e de realizar sua emancipação social.
De forma geral, estas são as importantes tarefas que as mulheres tem na atual situação internacional e nacional. Os quadros femininos, tendo em mente as tarefas imediatas das mulheres, organizarão e mobilizarão de maneira ativa as amplas massas femininas na luta por sua realização.
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