quarta-feira, 11 de março de 2020

Acerca da fundação da Escola de Pyongyang


Conversa com quadros da Escola de Pyongyang e da organização local do Partido ao fixar o local desta escola, em 17 de novembro de Juche 34 (1945).

Em outra época o povo coreano, por não contar com um poderoso exército nacional próprio, viu devorado seu país pelos imperialistas japoneses e viveu sob a opressão colonialista e selvagem exploração. Também os lares que existem aqui, na comuna de Jiul, são provas eloquentes do sadismo com que foram tratados os coreanos sob a dominação colonialista do imperialismo japonês.

Os japoneses discriminavam brutalmente os coreanos, incluso em refeitórios ou albergues, e obrigavam os jovens a trabalhar como animais de carga. É um axioma que os que tem seu país escravizado levam sempre uma vida trágica. Com razão, verdadeiramente, se diz: o povo privado de seu país vale menos que um cão em uma casa em luto. Sob a dominação do imperialismo japonês nosso povo levou uma vida realmente deplorável. Não somente na comuna de Jiul, mas também em todos lugares de nosso país podemos encontrar marcas da triste e lamentável vida que levaram os coreanos sob a tirania do imperialismo japonês. E, como não vamos ter um ódio ardente aos japoneses?

Nosso povo não deve ver-se de novo obrigado a suportar uma escravidão tão deplorável. Custe o que custar, devemos construir com nossas próprias forças um Estado democrático, soberano e independente e criar um poderoso exército regular nacional.

Para levantar uma nova Coreia democrática e formar um exército nacional, um exército moderno regular, se requer, antes de tudo, muitos quadros. A rápida formação de quadros, que devem levar sobre seus ombros a nova Coreia, é a primordial tarefa revolucionária que temos planejada hoje. Por esta razão, nos é preciso fundar esta escola e formar aqui um grande número de quadros militares e políticos que constituirão o arcabouço das forças armadas regulares modernas.

É aconselhável que a escola seja instalada na comuna de Jiul. Isso porque aqui estão os edifícios de uma fábrica, que administravam antes os imperialistas japoneses, e o lugar é apropriado para os exercícios por ter adiante o curso inferior do rio Taedong. Ademais, se cuida-se bem dos hortos frutíferos que há no arredor poderão também abastecer os alunos com maçãs. Há também muitas outras condições favoráveis.

Como será a primeira escola militar-política que instalaremos depois da libertação de nosso país é muito importante acondicioná-la de modo exemplar e a pôr em bom funcionamento. Doravante, criaremos muitas escolas e instituições para formar quadros para diversos ramos. Por isso, só quando façamos desta primeira escola militar-política um modelo e a mantenhamos em bom funcionamento poderemos convidar os trabalhadores de ensino de todo o país para instruí-los e mostrar as boas experiências na construção de centros docentes e na formação de quadros.

Antes de tudo, há que preparar bem e prontamente os edifícios da escola.

Como não podem construir de imediato novos edifícios, é aconselhável que reparem bem e utilizem os existentes. É evidente que os edifícios que há na comuna de Jiul não são bons por terem sido construídos pelos imperialistas japoneses. Estos os levantaram com negligência, como se fosse para um só dia, porque, quiçá, previam sua derrota. Como é natural, os dominantes colonialistas não gastaram muito dinheiro para construir boas casas. Embora sejam edifícios malfeitos e às pressas pelos japoneses e um tanto vetustos, se bem reparados, poderão ser utilizados temporariamente para a escola.

Embora sejam forçados a deixar tal como estão as principais paredes de tijolo, poderão reordenar adequadamente o tamanho das peças já que podem derrubar e refazer os tijolos. Mesmo que tenham que reconstruir radicalmente a estrutura de alguns edifícios, há que modificá-los de modo que sejam cômodos para viver neles. Devido a que não se pode usar tal como está o edifício como foi destinado a refeitório para coreanos durante o domínio do imperialismo japonês, há que remodelar radicalmente sua estrutura e acondicioná-lo bem, desde o ponto de vista higiênico e cultural.

Devem começar pela reparação dos dormitórios para que os alunos podem se instalar prontamente; logo, reparar as dependências acessórias. Deverão distribuir os dormitórios segundo o principio de assegurar a vida coletiva por turmas. Em cada dormitório há que instalar estrados com colchões para cada turma. É aconselhável que aos pés das camas coloquem um banco fixo para que os alunos possam estudar e celebrar reuniões. Nos dormitórios há que colocar lemas bem escritos e também organizar murais periódicos e painéis de honra para cada classe.

Deverão preparar bem as aulas, os campos de treinamento e tiro, arrumar confortavelmente, com esmero, desde o ponto de vista higiênico e cultural, o refeitório, o hospital e as moradias e habilitar em forma adequada um edifício maior para a sala de conferências.

Em particular, há que acondicionar bem a Sala de Construção do País, de modo que sirva de base de apoio para a formação político-ideológica e cultural, em outras palavras, um lugar onde os alunos possam estudar e recrear-se culturalmente.

Há que instalar nos edifícios uma calefação apropriada para que os alunos possam estudar sem sentir frio no inverno. Agora na comuna de Jiul há muitos materiais de construção e elétricos que os imperialistas japoneses abandonaram em sua fuga; pois, há que os pôs à disposição da escola para reparar os edifícios e dotá-los de instalações elétricas. Deste modo, fazer com que os alunos tenham a possibilidade de estudar e viver com boa iluminação, assim como se desfrute do mesmo a população local.

Quão alegres ficariam os camponeses vivendo em casas novas e com luz elétrica, na terra-pátria emancipada!

As obras de reparação dos edifícios da escola devem ser realizadas em um mês para que os alunos possam alojar-se no curso do ano e começar os estudos desde princípios do ano que vem. Porém não devem fazer a reparação de qualquer maneira alegando que o prazo é curto. Durante a Luta Armada Antijaponesa, em condições muito mais difíceis, organizávamos a vida com esmero e preparávamos bem e de forma ordenada o acampamento, após uma marcha, mesmo que fosse para passar uma só noite. Entre os funcionários da escola há camaradas que na época da Luta Armada Antijaponesa adquiriram experiências de construir e viver em acampamentos, podendo assim dirigir bem os trabalhos para habilitar com esmero a escola.

Há que estruturar bem as filas de alunos da escola. Naturalmente, as organizações locais do Partido e outras agrupações selecionarão bem os homens medulares para enviá-los à escola. A escola, por sua vez, deverá testá-los mais uma vez para admitir os melhores. Portanto, deve evitar que nas filas dos alunos se infiltrem elementos espúrios.

Há que admitir na escola não somente homens, mas também as mulheres. As mulheres de nosso país vieram durante longos anos submetidas ao rigor dos preceitos da ética e de toda classe de travas e maus-tratos sob a exploração e opressão feudal e colonial. Naqueles tempos as coreanas não podiam estudar mesmo que quisessem, nem muito menos podiam pensar em uma atividade social. Por isso, lutaram com valentia por muito tempo por sua emancipação social e igualdade de direitos. De modo particular, durante a Luta Armada Antijaponesa muitas coreanas, ao igual que os homens, viveram à intempérie nas montanhas, e combateram heroicamente com armas na mão os imperialistas japoneses pela independência da pátria e emancipação das mulheres. Devemos tornar realidade o quanto antes o desejo secular de nossas mulheres emancipadas: estudar o quanto queiram e participar de modo ativo, ao igual que os homens, na atividade social. A escola deve admitir e instruir, mais ou menos, em cada curso, cerca de 50 camaradas, para que doravante desempenharão um papel de núcleo nos diversos setores do país como excelentes quadros femininos.

Além de arrumar bem a escola, há que mantê-la em bom funcionamento.

Antes de tudo, devem fixar corretamente o objetivo do ensino nela e organizá-lo perfeitamente.

O objetivo do ensino na escola consiste em formar excelentes quadros, os quais são necessários para a construção de uma nova pátria democrática e para a formação da um exército revolucionário regular de nosso povo. Os princípios, o conteúdo e os métodos de educação da escola devem estar de acordo e coincidir com este objetivo. A instrução não deve ser realizada como se ensinava no passado: nem da forma em que se predicava a adoração servil aos governantes feudais, nem pelo método que empregavam os japoneses dando aos nossos jovens e crianças um ensino escravista colonial, para convertê-los em seus servidores venais. Deve ser, de ponta a ponta, uma educação revolucionária popular, fiel à nossa revolução e ao nosso povo. Além da teoria, há que ensinar os alunos de maneira compreensível e um por um os problemas que se apresentam na prática revolucionária e convencê-los de suas razões, para que possuam uma teoria revolucionária, conhecimentos científicos avançados e capacidade prática. Nossa orientação no campo do ensino consiste em combinar a teoria com a prática e dar uma instrução viva para que possam aplicar o aprendido na vida real.

É muito importante que a escola intensifique a educação político-ideológica entre os alunos. Deve realizar este trabalho conforme às condições reais deles e as tarefas revolucionárias que assumimos. Com a intensificação da educação político-ideológica entre os alunos devemos erradicar o mais rápido possível as sequelas ideológicas do imperialismo japonês e do feudalismo. Ademais, há que equipá-los com ideias patrióticas de férvido amor e de fiel serviço à pátria e povo, dotá-los firmemente com a avançada teoria revolucionária marxista-leninista e com as ideias revolucionárias de nosso Partido. A escola deve mostrar com clareza aos alunos a situação externa e interna e as tarefas que o Partido e o Estado apresentam em cada época, organizá-los e mobilizá-los com acerto para cumprir as tarefas revolucionárias.

Há que ensinar também aos alunos, como é devido, os métodos de trabalho revolucionários entre as massas. Os camaradas que estudem na escola serão quadros quando se graduarem e terão que ir, diretamente, aos locais de trabalho com a missão de propagar a política do Partido entre as amplas massas e agrupá-las em torno do Partido. A escola deve ensinar aos alunos os métodos de trabalho entre as massas e o estilo de trabalho popular para que mais adiante trabalhem bem entre elas, gozando de seu apoio e confiança.

Os que querem se formar quadros militares e políticos de um exército moderno regular devem, sem falta, conhecer a ciência e técnica militares avançadas. Sem estarem preparados no técnico-militar, não poderão instruir e formar devidamente os soldados, nem cumprir corretamente as tarefas militares que eles mesmos tem designadas. Em particular, se os alunos desta escola, que devem contribuir em grande medida à futura fundação de modernas forças armadas populares, não assimilam a ciência e técnica militares avançadas, não poderão cumprir com seu dever. Por isso, é preciso que a escola os ensine bem.

Na instrução militar há que ensinar a teoria e técnica militares modernas, porém sempre em conformidade com as condições reais de nosso país. Quase 80% do território de nosso país é montanhoso. Por isso, é necessário realizar todos os exercícios militares de tática, tiro, etc. majoritariamente nas montanhas em consonância com as condições topográficas de nosso país, e ensinar bem os métodos de guerra nas regiões montanhosas.

Enquanto à estruturação das filas dos alunos é aconselhável que as dividam por algum tempo em unidades de classe, grupo e esquadra com, mais ou menos, 100, 30 e 10 membros, respectivamente. À medida que os alunos ingressem, a escola deve ir configurando suas filas, estabelecer uma disciplina rigorosa como em um exército regular e orientá-los a levar uma vida coletiva. Deve também guiá-los a organizar sua vida cotidiana de forma ordenada e culta. Deste modo, há que procurar que toda sua atividade e vida sirvam de educação e exemplo.

A escola, impulsionando seu próprio desenvolvimento, deve realizar bem os trabalhos preparatórios para criar no futuro, quando seja conveniente, novas escolas militares de diversas tropas e armas.

Segundo experimentamos diretamente no período da Luta Armada Antijaponesa, não é nada fácil fundar uma escola e fazer com que os alunos sejam homens e mulheres excelentes. É um problema muito complicado e difícil. Se para uma família não é nada fácil educar bem um filho para que se porte devidamente, como não teria contratempos e dificuldades o trabalho de fazer com que numerosos filhos e filhas da Coreia sejam sólidos pilares que devem levar sobre seus ombros o destino do país e que sejam autênticos donos da revolução coreana? Na situação de nosso país recém liberado será difícil, como é evidente, criar uma nova escola e manter seu funcionamento. Entretanto, não há que considerar este trabalho como algo misterioso. Poderão cumpri-lo com êxito se o organizam bem, aplicando a experiência que acumulamos ao formar os sucessores da revolução quando combatíamos na montanha. A questão está em se os funcionários se empenham ou não com temperamento revolucionário e fé em si mesmos e com tenacidade.

Pode haver manobras dos reacionários já que a fundação da escola é de suma transcendência para formar um exército  regular. Sem relaxar nem por um só momento e com elevada vigilância, vocês devem vigiar de tal modo que os reacionários não possam se mover em absoluto, e desbaratar por completo suas manobras. Devem desmascarar ante aos alunos as maquinações dos reacionários e explicar-lhes bem que os inimigos são cruéis, a fim que mantenham sempre a elevada vigilância revolucionária.

Os funcionários da escola devem realizar bem o trabalho partidista mantendo vínculos com a organização do Partido deste lugar.

Atualmente, nosso país vive uma situação muito difícil por falta de quadros, porém vamos proporcionar prioritariamente bons quadros a esta escola. Lhes enviaremos sem escatimar incluso os camaradas que no passado combateram ao nosso lado, os camaradas competentes que receberam instrução para um exército regular em vésperas do grande acontecimento da libertação da pátria.

Enquanto ao novo da escola aconselhamos que se chame Escola de Pyongyang levando o nome da capital por ser a primeira escola que fundamos depois de nosso retorno à pátria.

Há que organizar bem os preparativos da cerimônia de inauguração da escola.

Devem preparar também o desfile e desta maneira celebrar com solenidade a cerimônia a fim de infundir orgulho e fé nos assistentes que virão de níveis central e provincial, a fim de que seja um importante motivo para estabelecer a ordem na vida da escola e para que os alunos se apliquem afinco no estudo.

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