quarta-feira, 4 de março de 2020

Sobre a constituição da União da Juventude Democrática


Discurso de conclusão na Conferência de Jovens Ativistas Democráticos, em 29 de outubro de Juche 34 (1945).

À presente Conferência de Jovens Ativistas Democráticos assistem os mais avançados elementos da juventude coreana.Nesta reunião discutimos a orientação que os jovens devem seguir e suas tarefas imediatas na construção de um Estado democrático, soberano e independente. Isso tem um significado muito importante para o desenvolvimento do movimento juvenil em nosso país.

No passado, ao ocupar a Coreia, os imperialistas japoneses implantaram qui um governo-geral, reforçaram grandemente o exército, a gendarmeria, a policia, os cárceres e outros aparatos repressivos para atropelar da forma mais brutal o nosso povo, convertendo a Coreia em uma base de abastecimento de víveres e matérias-primas, em uma base militar para agredir o continente.

Controlando as principais artérias da indústria de nosso país, dispunham a à sua vontade de nossas valiosas riquezas e saquearam de maneira inaudita o povo coreano. Isso não foi tudo: implantaram em nosso país uma política escravista e colonialista na educação, tratando à força de nos privar de nosso idioma nacional e incluso de nossos próprios nomes.

Mas, o povo coreano não permaneceu com os braços cruzados ante à cruel dominação colonialista do imperialismo japonês mas a combateu sem trégua. À frente da luta do povo coreano contra o imperialismo japonês figuravam sempre jovens engenhosos e valentes que desejavam ferreamente restaurar a pátria. Os jovens coreanos deram provas de bravura em todas as lutas que se desenvolveram em escala nacional contra o imperialismo japonês, entre outras, o Movimiento de 1 de Março, a Manifestação Independentista de 10 de Junho e o Incidente Estudantil de Kwangju. Em particular, no começo da década de 1930, nossos genuínos jovens comunistas se alçaram com armas na mão contra o imperialismo japonês. Em uma luta heroica que durou 15 anos derrotaram os agressores imperialistas japoneses logrando a histórica causa da restauração da pátria. Realmente, os jovens coreanos realizaram façanhas imortais na sagrada luta para libertar a pátria.

Camaradas:

O povo coreano liberado tem a transcendental tarefa de construir um novo Estado democrático. Os esforços atuais para cumpri-la são levados a cabo em circunstâncias sumamente complexas e difíceis.

Tendo como linha de demarcação o Paralelo 38, o exército da União Soviética, que é um Estado socialista, entrou na Coreia do Norte, enquanto que as tropas dos Estados Unidos, que é um país imperialista, desembarcaram na Coreia do Sul, por isso em ambas partes da Coreia existem hoje situações diametralmente opostas. Diferente da Coreia do Norte, onde as forças reacionárias foram freadas pelas forças democráticas e patrióticas, na Coreia do Sul, os pró-japoneses e traidores da nação atuam freneticamente para assegurar o terreno político, o amparo das tropas estadunidenses, e tramam abertamente maquinações para impedir a luta do povo sul-coreano para edificar uma nova Coreia democrática. Esta situação criada na Coreia do Sul vem a ser um grande obstáculo para nosso trabalho de edificação do país.

Urge construir um Estado democrático, soberano e independente, vencendo com audácia todas vicissitudes que encontremos no caminho da edificação do país. Certamente, será convocada uma conferência internacional para tratar o problema da paz mundial no pós-guerra, incluída a questão coreana. Porém, independentemente de qual resolução seja adotada nesta conferência sobre o problema da Coreia, depende inteiramente das forças do povo coreano lograr ou não construir um Estado democrático e unificado, soberano e independente em nosso país, superando todos os obstáculos que surjam em nosso caminho. Por melhores que sejam as resoluções que se tomem na conferência internacional, se são débeis as forças de 30 milhões de nossos compatriotas por falta de coesão, será impossível edificar um Estado democrático, totalmente soberano e independente. O dono da Coreia é o próprio povo coreano. O êxito na edificação da nova Coreia democrática depende, no fim das contas, da união ou não de nossa nação.

Por isso, devemos agrupar todas as forças patrióticas e democráticas. Sobretudo, é urgente aglutinar solidamente sob a bandeira da democracia os jovens, galhardos e valentes, que desejam com fervor uma pátria forte e próspera.

Para unir como um só os jovens de distintos setores há que organizar a União da Juventude Democrática. Isso não é para satisfazer ambições políticas de uns ou de outros, mas para associar todos os jovens coreanos a fim de edificar com êxito um Estado democrático, soberano e independente, que brinde uma vida ditosa ao nosso povo. Em outras palavras, a fundação da UJD é vitalmente necessária para cumprir as missões revolucionárias que temos planejadas.

Agora em nosso país subsistem em grande medida as forças remanescentes do imperialismo japonês, e é evidente ainda a presença das forças feudais. Referente a estas últimas não se trata de pessoas dispostas a manter hábitos feudais nas normas de ética e moral sobre como tratar os idosos ou como resolver o tocante a relações entre homens e mulheres, mas forças que tratam de conservar as relações feudais de produção. Devido à existência de forças remanescentes do imperialismo japonês e do feudalismo, hoje temos a tarefa de realizar a revolução democrática antimperialista e antifeudal.

A democracia a que nos referimos é a que concorde com a realidade de nosso país. Não é uma “democracia” de tipo estadunidense, ou dizendo em outras palavras, uma democracia burguesa, onde a participação na vida política está restringida e controlada pelo capital, nem tampouco uma democracia de tipo soviético. A democracia pela qual advogamos é uma democracia popular, que dê acesso às amplas massas de diferentes classes e estratos a gestão do Poder, a desfrutar da liberdade e dos direitos políticos e que lhes garanta uma vida feliz.

Quando se estabeleça a democracia popular e se cumpram as tarefas da revolução democrática, os camponeses serão emancipados para sempre das relações feudais de exploração, e outros trabalhadores terão assegurados a jornada laboral de 8 horas e outros direitos democráticos. Da mesma forma, os capitalistas nacionais também gozarão da liberdade empresarial.

Para fazer realidade semelhante democracia e levar a feliz término as tarefas da revolução democrática antimperialista e antifeudal, é imprescindível agrupar todos os jovens patriotas em filas compactas.

Nosso trabalho de construção do país não poderá nunca ser coroado com êxito se somente nos valemos das forças dos comunistas. Somente quanto aglutinemos as grandes massas e empreendamos uma forte luta organizada, poderemos derrotar os elementos reacionários e impedir que os imperialistas japoneses voltem a invadir nosso país. Ademais, se o fazemos assim, será possível estabelecer um autêntico Poder popular e realizar vitoriosamente a grande tarefa da construção de uma nova pátria.

Sem uma organização juvenil massiva que abarque os amplos setores da juventude, é impossível reuni-los solidamente sob uma só bandeira. A União da Juventude Comunista, tal como se chama, é uma organização juvenil na qual somente podem ingressar aqueles jovens despossuídos que professam ideias comunistas. Por esta causa, um bom número de jovens, que amam o país e a democracia, não podem estrar nela por sua posição social. E não são poucos os casos em que incluso jovens trabalhadores e de procedência do campesinado pobre, que logicamente deviam militar na UJC, permanecem fora observando suas atividades. Isso se deve principalmente à nociva propaganda anticomunista que os imperialistas japoneses realizaram intensamente no passado.

Agora, em nosso país, há, fora da UJC, diversas organizações juvenis, entre elas, a Sociedade de Jovens Cristãos e a União da Juventude Paek-ui e cada organização trata de atrair ao seu lado os jovens. Nestas condições, se não fundamos uma organização juvenil unitária, de caráter massivo, que abarque diversos setores e estratos de jovens, nos será impossível unir como um só as amplas massas juvenis, importantes forças revolucionárias e, mais adiante, haverá perigo de que se disperse por completo o movimento juvenil em nosso país.

Ademais, o problema que vocês apresentaram sobre os jovens ociosos só será solucionada com êxito quando criada uma organização juvenil massiva.

Para acabar com o desemprego entre os jovens é preciso restaurar e por o quanto antes em marcha as  fábricas e minas, devastadas pelos imperialistas japoneses e levantar muitas novas fábricas e empresas. Isso requer grande quantidade de mão de obra, materiais, fundos e técnica. Devemos lograr que todos os habitantes patrióticos, particularmente os jovens, dediquem todas suas energias, técnica e inteligencia à construção do país. E para isso é preciso uma organização massiva capaz de aglutinar nossos jovens em uma só fila.

Se pode propor o projeto de construção e gestão de fábricas pelos próprios jovens para acabar com a ociosidade entre os jovens, porém, neste caso se necessita dinheiro. Se negociasse com jovens  particulares, ninguém iria querer investir fundos. Somente quando, sobre uma base segura, se crie uma organização juvenil massiva que incorpore todos os jovens, se poderá obter créditos e terrenos para a construção de fábricas.

Parece que alguns companheiros consideram que a construção da União da Juventude Democrática inclinará a organização juvenil à direita, opinião que é errônea. Se fundamos uma organização juvenil massiva e abrimos suas portas a amplos setores da juventude, isso não significa também que permitiremos que entrem nela os pró-japoneses e traidores da nação. Neste caso não só devemos proibir-lhes a militância, mas também os repudiar tangentemente.

Por outra parte, certos companheiros tendem a manter intactas as organizações da UJC, pois temem que com a criação da UJD surjam entre os jovens atos de oposição aos membros da UJC. De fato, é provável que alguns elementos espúrios se infiltrem nas filas da UJD e se oponham aos membros da UJC. Mas, a esmagadora maioria dos jovens apoiará e seguirá estes que fazem ingentes esforços na construção de uma nova pátria. Como no momento atual são poderosas nossas forças democráticas, será de todo possível desbaratar os planes que certos elementos pérfidos possam tramar, e, por conseguinte, não será necessário fechar as portas das organizações juvenis.

Dizem que na atualidade há jovens que opinam se não seria melhor deixar intacta a UJC e criar à parte a UJD, o que é uma razão justificada. Na etapa atual toda organização juvenil deve cooperar no cumprimento das tarefas da revolução democrática. Para que então dividir as filas juvenis deixando que existam por separado a UJC e a UJD? Isso não teria nenhum sentido; pelo contrário, só afetaria negativamente a revolução. Só quando dissolvamos por iniciativa própria a UJC e fundemos a UJD, poderemos conduzir os jovens de amplos setores pelo correto caminho da democracia.

Contamos com suficientes possibilidades para formar a UJD e agrupar nela um grande número de jovens. Atualmente os jovens de nosso país tem um dever comum: cumprir as tarefas da revolução democrática antimperialista e antifeudal. Os jovens que amam o país e desejam com veemência a construção da nova Coreia, devem todos, independentemente do sector a que pertençam, consagrar toda sua energia e inteligência em prol da revolução democrática. A verdade é que não só os jovens de origem operária e camponesa, mas também os que pertenciam a outros setores, apoiam a revolução democrática antimperialista e antifeudal e querem participar ativamente na construção da Coreia democrática. Isso constitui uma condição importante para agrupar os jovens de nosso país em uma só organização. Ademais, hoje empreendemos o movimento juvenil em circunstâncias favoráveis.

Outrora, incluso no período tão árduo da Luta Armada Antijaponesa, logramos unir a população dos jovens de diferentes classes e estratos.

Contarei-lhes o que ocorreu uma vez no período da Luta Armada Antijaponesa. Quando empreendíamos aquela luta havia na China unidades antijaponesas, chamadas tropas antijaponesas de salvação nacional, que odiavam os comunistas sem razão alguma, e, com frequência, cometiam assassinatos atrozes. Apesar disso, a fim de combater o imperialismo japonês, nos arriscamos e fomos conversar com o líder de ditas tropas; o convencemos de que os povos coreano e chinês perseguiam um mesmo objetivo em sua luta e logramos que consentissem lutar juntos a nós contra o inimigo comum.

Desta maneira pudemos organizar com eles a batalha de assalto contra a cidadela distrital de Dongning, onde estavam concentradas grandes forças armadas do imperialismo japonês, batalha que terminou com nossa vitória. Nela, nós, os comunistas, cumprimos missões mais difíceis e duras e demos prova de valentia e de espírito de sacrifício. Os guerrilheiros antijaponeses demonstraram seu nobre traço ao salvar a vida de soldados de tropas de salvação nacional. Na batalha de assalto contra esta cidadela desferimos duros golpes no inimigo e, ademais, exercemos uma boa influência nos soldados de tropas de salvação nacional, inconsequentes de consciência ideológica, e estimulamos grandemente seus ânimos. Desde então lutaram bem ao nosso lado contra o imperialismo japonês. Posteriormente, houve entre eles não poucas pessoas que, inspiradas pela nobre moral dos comunistas, se tornaram comunistas.

Se naquelas condições tão difíceis ganhamos as tropas antijaponesas de salvação nacional mediante ações conjuntas, nas condições tão favoráveis de hoje, quando a luta é legal, não há razão para que não possamos conquistar os jovens de diversos sectores. Se vocês levam a cabo atividades intensas entre as massas juvenis, poderão unir firmemente todos os jovens patriotas.

Os ativistas juvenis, que são combatentes progressistas, devem por-se, como é natural, na vanguarda do movimento juvenil e esforçar-se para conquistar as grandes massas de jovens e agrupar todos aqueles jovens que estejam dispostos a lutar para construir um Estado democrático, soberano e independente. Tratando-se de jovens patriotas, devem todos serem incorporados à organização da UJD, sem distinção de crenças religiosas e fortuna. Posto que os trabalhadores e camponeses compreendem a maioria esmagadora na composição de classes de nosso país e constituem as forças principais da revolução, concederão importância primordial a atrair jovens operários e camponeses.

Para fundar a UJD há que esmerar-se em seus preparativos.

O que devemos ter em conta é que algumas pessoas, desconhecedoras da linha de fundação da UJD, podem estar insatisfeitas com a organização da UJC na UJD. Se não compreendem corretamente a situação reinante hoje em nosso país e a demanda de nossa revolução, podem se opor a esta re-organização, apegados ao estreito marco da UJC. Vocês devem combater estas opiniões mesquinhas e se esforçar para materializar até o fim a linha de organizar a UJD.

Todos os jovens ativistas democráticos devem trabalhar para que amplos setores dos jovens compreendam com clareza porque é imprescindível dissolver hoje a UJC, para que tomem parte ativa no trabalho de fundação da UJD, bem conscientes da justeza da linha em questão. Ao mesmo tempo, há que convocar o quanto antes conferências de jovens ativistas em todas as províncias para formar as organizações da UJD. Baseando-nos nestes preparativos criaremos prontamente a UJD e nesta organização unitária agruparemos firmemente os jovens.

Estou seguro de que vocês, fiéis ao espírito da presente Conferência, trabalharão com afinco para constituir a UJD, organização juvenil massiva.

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