terça-feira, 12 de setembro de 2023

Movimentos recentes do BRICS


Ultimamente, o BRICS tem atraído grande atenção da comunidade internacional.

Isso porque o BRICS vem se fortalecendo e desenvolvendo como uma força que não pode ser ignorada no cenário internacional, inclusive na ONU, se solidarizando com países em desenvolvimento em um momento em que se intensificam mais do que nunca a pressão e as sanções unilaterais dos EUA e do Ocidente.

Atualmente, os BRICS (China, Rússia, Brasil, Índia e África do Sul) abrangem um quarto da economia mundial, um quinto das exportações globais e 40% da população mundial.

Globalmente, os países membros do BRICS representam 26% do PIB. Os países membros da organização respondem por um terço da produção mundial de alimentos.

O Fundo Monetário Internacional prevê que a taxa de crescimento nos países desenvolvidos diminua para 1,4% em 2024, mas que o indicador atinja os 4% nos países em desenvolvimento, e que os BRICS serão a força motriz neste processo.

A 15ª Cúpula do BRICS, realizada em agosto passado, indicou que as atividades da organização para rejeitar sanções e pressões dos Estados Unidos e do Ocidente e desenvolver ativamente a cooperação Sul-Sul estão recebendo total apoio e são bem-vindas por parte dos países em desenvolvimento.

Na reunião, foram discutidas as questões da expansão do BRICS, da cooperação econômica e financeira entre os países membros do BRICS e do uso da moeda nacional.

Enquanto dezenas de países batem à “porta do BRICS”, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Irã e Etiópia foram declarados países membros oficiais do BRICS nesta cúpula

Os participantes da cúpula argumentaram que o “crescimento explosivo” do BRICS está relacionado com o fato de muitos países em desenvolvimento ao redor do mundo perceberem a verdadeira causa dos processos negativos que ocorrem no cenário internacional.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia afirmou que não convidará este ou aquele país ocidental para o BRICS ou eventos do BRICS. Isso porque o critério mais importante para aderir à organização é não permitir a entrada de países que aplicam medidas de sanções ilegais contra países membros. Afirmou que os pedidos de adesão dos países ocidentais ao BRICS podem ser revistos com a condição de renunciarem às sanções contra os países membros.

Na cúpula, os países membros do BRICS levantaram a importante questão da utilização de sistemas financeiros e sistemas de transmissão de informações financeiras que não sejam dependentes do Ocidente.

O método consiste em reduzir a dependência do dólar estadunidense, criar condições para expandir os pagamentos utilizando moedas nacionais e reforçar o papel do Banco de Desenvolvimento do BRICS.

Na prática, algumas instituições financeiras internacionais controladas pelo Ocidente estabelecem condições, interferem nos assuntos internos e prejudicam o desenvolvimento de países em desenvolvimento com medidas unilaterais de sanção

Em resposta a isto, o BRICS já estabeleceu como um dos seus principais objetivos a reforma do sistema financeiro global para satisfazer as novas necessidades da comunidade mundial.

No ano passado, a participação dos dólares estadunidenses no comércio intraorganizacional foi de apenas 28,7%. O Banco de Desenvolvimento do BRICS está emergindo como um banco que substitui o sistema financeiro global sem impor quaisquer condições e é considerado capaz de desempenhar um papel mais eficaz do que o Fundo Monetário Internacional.

Em discursos, os chefes de Estado de China, Rússia, Brasil, Índia e África do Sul afirmaram: “As sanções internacionais unilaterais estão destruindo o comércio mundial”, “Os BRICS rejeitam o neocolonialismo que cria barreiras comerciais” e “É inaceitável dividir o mundo em lados democrático e não democrático”.

A Declaração Conjunta da 15ª Cúpula do BRICS afirma que o BRICS fortalecerá a cooperação econômica entre os países membros e usará moedas nacionais em transações comerciais e financeiras, e apoiará a reforma das Nações Unidas, incluindo o Conselho de Segurança da ONU, e a reforma de organizações como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A comunidade internacional comenta que os resultados da Cúpula do BRICS confirmaram claramente que, embora os EUA neguem o processo de mudança mundial através da Cúpula do BRICS, continuando com a pressão sobre outros países, é irreversível o processo de enfraquecimento do papel do grupo ocidental nos assuntos internacionais.

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