Com o tempo, Ryo acumulou experiência política e jornalística. Trabalhou como jornalista e editor em grandes veículos coreanos e chegou a ocupar cargos sob administrações ligadas ao Japão, inclusive como cônsul-geral de Manchukuo na Polônia. Essa trajetória, marcada por paradoxos, era uma estratégia para ampliar sua influência e manter espaço para o nacionalismo em condições adversas. Durante a Segunda Guerra Mundial, organizou a União Nacional para a Construção da Pátria, entidade clandestina antijaponesa fundada em 1944, que articulava camponeses e forças urbanas, preparando o terreno para a futura reconstrução.
A libertação da Coreia em 1945 colocou Ryo em posição de destaque. Encontrou-se com Kim Il Sung em Pyongyang e foi um dos líderes a organizar comitês e frentes democráticas para recepcionar as novas lideranças. Defendia um caminho próprio para a Coreia, rejeitando tanto a “democracia” burguesa ao estilo estadunidense quanto a implantação imediata do socialismo. Em conversas com Kim, ressaltou a necessidade de unidade nacional, a exclusão de colaboradores pró-japoneses e a construção de uma democracia genuinamente coreana, que unisse operários, camponeses, intelectuais e capitalistas patrióticos. Sua recusa a cooperar com o governo militar dos EUA reforçou sua postura independente.
Apesar dos esforços, o clima político era turbulento. Faccionismos, pressões externas e inimigos internos enfraqueciam as forças democráticas. Ainda assim, Ryo atuou como figura-chave em frentes amplas, integrando-se a personalidades como Ho Hon, Hong Myong Hui e Kim Kyu Sik. Em meio à polarização crescente e ao avanço de elementos reacionários, manteve a defesa de um projeto nacional unificado. Sua trajetória foi interrompida tragicamente em 19 de julho de 1947, quando foi assassinado em Seul, tornando-se símbolo de uma geração que buscou uma Coreia independente e democrática, mesmo sob circunstâncias adversas.

Nenhum comentário:
Postar um comentário