Yun Chang Bom

Yun Chang Bom, nascido em 14 de outubro de 1900, destacou-se como uma das figuras centrais da luta revolucionária coreana no início do século XX. Ingressou na resistência antijaponesa em 1925, após um período de envolvimento com movimentos nacionalistas e experiências que o aproximaram do comunismo, especialmente durante sua participação na Federação Geral da Juventude Coreana no Leste da Manchúria. Nesse ambiente, cercado por revolucionários e antigos combatentes do Exército da Independência, amadureceu ideologicamente e consolidou sua posição como comandante, tornando-se conhecido por sua coragem e firmeza. Em agosto de 1932, juntou-se formalmente ao Exército Revolucionário Popular da Coreia, onde logo recebeu a função de comandante do Regimento Independente, unidade formada por combatentes experientes de várias zonas guerrilheiras da Manchúria Oriental.

Sua atuação militar foi marcada por operações de grande ousadia. No plano para expandir a zona guerrilheira no condado de Antu, Yun Chang Bom liderou o Regimento Independente na ofensiva para distrair as forças inimigas, atacando a região de Dadianzi-Fuerhe e abrindo caminho para novas frentes, como Luozigou. Nessas marchas forçadas, os guerrilheiros sobreviviam com extrema escassez, comendo apenas um pão por refeição. Apesar disso, sua tropa, composta por homens que haviam perdido comandantes durante as repressões e acusações infundadas de pertencerem ao “Minsaengdan”, manteve-se ativa sob seu comando. O próprio Yun Chang Bom foi vítima desse ambiente de desconfiança e repressão interna, com muitos de seus oficiais sendo executados sob falsas acusações, fato que marcou profundamente sua trajetória.

Além de sua liderança militar, Yun Chang Bom foi um elo fundamental na transição ideológica de muitos combatentes. Diversos ex-membros do Exército da Independência encontraram em sua liderança a ponte para a adesão à luta comunista. A região oriental da Manchúria, sob sua influência e de outros dirigentes, foi cenário de uma aceitação relativamente pacífica do comunismo como guia da luta de libertação, sem os choques ideológicos intensos que ocorreram em outras áreas. Yun Chang Bom também participou de ações de apoio a camaradas presos e perseguidos, sendo citado em episódios de fuga de revolucionários e na organização de companhias compostas por elementos firmes e bem treinados.

A morte de Yun Chang Bom em 28 de outubro de 1934 encerrou precocemente a trajetória de um comandante que, em pouco tempo, havia se tornado referência no movimento revolucionário coreano. Sua unidade, apelidada de “Exército Vermelho Coryo” pela eficiência em combate, continuou lutando sob outros líderes, como Kim Rak Chon, mas sempre carregando o legado de seu antigo comandante. Recordado por sua bravura e espírito organizador, ele simboliza a geração que, em meio à fome, perseguições internas e o peso da ocupação japonesa, construiu as bases de uma luta que uniu antigos nacionalistas e comunistas sob uma bandeira comum.