O Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações começou a funcionar em 2022. No dia 13 de janeiro daquele ano, foi realizada em Gana uma videoconferência sob o tema “Conectemos os sistemas de pagamento e impulsionemos o comércio africano”, ocasião em que seu funcionamento foi oficialmente anunciado.
Na época, 10 bancos comerciais participaram do sistema.
Diversos especialistas econômicos afirmaram que, para as empresas que planejam utilizar o mercado continental africano, a entrada em operação do Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações representa uma boa oportunidade para facilitar suas atividades comerciais.
Segundo informações, ao usar o processo de pagamento instantâneo desse sistema, o tempo de transação, que antes levava vários dias com os sistemas bancários tradicionais, pode ser reduzido para apenas 2 minutos, além de oferecer atendimento 24 horas.
O sistema também conta com mecanismos de segurança cibernética e de detecção de fraudes, equipados com análise comportamental e funções de aprendizado de máquina, o que o torna extremamente conveniente para bancos e usuários.
Cada vez mais bancos comerciais de diferentes países estão aderindo ao Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações.
Segundo uma recente reportagem da imprensa estrangeira, atualmente o sistema já está em funcionamento em 15 países, incluindo Zâmbia, Maláui, Quênia e Tunísia, com nada menos que 150 bancos comerciais participantes.
Esse movimento indica que os países africanos estão intensificando seus esforços para construir um sistema financeiro independente, livre da dependência das instituições financeiras ocidentais.
O desejo da África de possuir um sistema de pagamento próprio não é mais um sonho, mas uma realidade.
O diretor executivo do Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações afirmou que o objetivo de sua criação é possibilitar que os países africanos realizem transações diretamente em suas moedas locais.
Segundo o anúncio da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, quando os países africanos dependem das bases de transações internacionais controladas pelos países ocidentais, os custos de transação aumentam consideravelmente. Além disso, devido à fragilidade de vários fatores, incluindo a infraestrutura de transporte, o comércio dos países africanos acaba sendo 50% mais caro em comparação ao comércio mundial.
Consta que, ao construírem e utilizarem seu próprio sistema de pagamentos, os países africanos podem obter muitos benefícios.
Por exemplo, se um comprador de um determinado país africano pagar por um produto utilizando o Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações em sua moeda local, o vendedor situado em outro país africano poderá receber o pagamento em sua própria moeda.
Esse sistema já passou por testes bem-sucedidos na Gâmbia, Gana, Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa.
O consultor técnico-chefe da Secretaria do Acordo de Livre Comércio da África afirmou que, com a introdução do novo sistema, as operações se tornaram muito mais convenientes e baratas em comparação ao passado, quando era necessário converter a moeda queniana em dólares e depois em cedis ganeses.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental estabeleceu o objetivo de emitir uma moeda única.
O secretário-geral da organização anunciou que, em 2027, será emitida a moeda única da CEEAO.
Em abril passado, os presidentes dos bancos centrais dos países-membros se reuniram em Lagos, na Nigéria, onde reafirmaram o compromisso de emitir a moeda única e discutiram as direções para sua implementação.
O secretário-geral afirmou que, embora nem todos os países-membros da CEEAO participem simultaneamente do lançamento da moeda única, o objetivo é a união por meio de uma moeda comum, destacando que a decisão final pertence aos próprios países da África Ocidental, e não a forças externas.
O Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações está se tornando um dos principais fundamentos para dinamizar a Zona de Livre Comércio Africana.
Atualmente, existem 42 moedas nacionais em circulação na África.
Com o fortalecimento do comércio intracontinental, prevê-se que o volume de conversões cambiais aumente; por isso, a introdução do Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações permitirá economizar enormes somas de recursos financeiros.
O fortalecimento desse sistema impulsionará com mais vigor o desenvolvimento independente da África.
A adesão da União Africana como membro pleno do G20 em setembro de 2023 e a entrada do Egito e da Etiópia como membros plenos do BRICS em janeiro de 2024 mostram que a África possui sua própria força motriz de desenvolvimento e está elevando continuamente sua posição no cenário internacional.
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