Chai Shi-rong, nascido em 1894 no condado de Jiao, Laizhou, província de Shandong, iniciou sua trajetória como chefe de uma delegacia em Helong antes da ocupação japonesa da Manchúria. Após o Incidente de 18 de Setembro de 1931, organizou um pequeno grupo armado com outros policiais e se levantou contra o regime fantoche de Manchukuo e as tropas japonesas. Comandando uma unidade do Exército de Salvação Nacional na região de Wangqing, tornou-se figura central nos esforços de resistência chinesa, ainda que inicialmente se mostrasse hesitante em relação à frente unida com os guerrilheiros coreanos. Apesar das dificuldades nas primeiras negociações, sua unidade gradualmente aproximou-se dos comunistas e acabou por integrar a luta conjunta.
A partir de 1933, Chai desempenhou papel de destaque em operações coordenadas com Wu Yi-cheng, Shi Zhong-heng e outros comandantes da resistência. Participou das discussões e planejamentos para o ataque ao condado de Dongning e da Batalha de Luozigou, onde suas tropas se engajaram ao lado do Exército Guerrilheiro Antijaponês Coreano. Embora alguns de seus homens tenham provocado atritos ao saquear propriedades, Chai manteve-se ativo na frente antijaponesa e acabou transferido ao Exército Popular Revolucionário, ascendendo a vice-comandante e, posteriormente, comandante do 5º Corpo de Exército sob a liderança de Zhou Bao-zhong.
Na década de 1930, seu contato com os comunistas se estreitou cada vez mais. Ele foi considerado o comandante do Exército de Salvação Nacional mais aberto à influência comunista, chegando a apoiar iniciativas culturais, como a trupe artística infantil que se apresentou em sua unidade em Machang, à qual ofereceu presentes e proteção. Essa relação de confiança se consolidou também em operações militares conjuntas na Manchúria setentrional, em áreas como Emu e Ningan, onde Chai comandava o comando da frente central. O respeito que nutria por seus aliados, especialmente Kim Il Sung, reflete o processo de transformação política que viveu.
Nos anos 1940, Chai Shi-rong continuou engajado em ações de guerrilha, inclusive com incursões realizadas a partir da União Soviética, dedicadas à destruição de alvos militares e industriais japoneses. Até sua morte em 1944, permaneceu um quadro relevante da resistência, lembrado por seus contemporâneos como um camarada leal, de personalidade nobre e espírito receptivo à cooperação sino-coreana. Sua trajetória sintetiza a complexidade da resistência chinesa à ocupação japonesa, marcada por tensões internas, mas também por processos de aliança e transformação ideológica que moldaram a luta revolucionária no nordeste da China.

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