terça-feira, 30 de setembro de 2025

Jamais escapará da responsabilidade pelos crimes do passado

Há alguns dias, uma autoridade japonesa, em seu discurso de política geral na 80ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, mencionou a questão histórica, dizendo: “Se não enfrentarmos a história com seriedade, não poderemos abrir um futuro brilhante. As tragédias da guerra jamais devem se repetir.”, e ainda: “O povo da Ásia pós-guerra aceitou o Japão com espírito de tolerância.”

Explicando concretamente o conteúdo de suas declarações: a questão do passado já teria sido toda resolvida graças ao perdão generoso dos povos asiáticos; o Japão estaria lidando com as questões históricas de forma contínua e sincera em prol do futuro; e não voltaria a se envolver em guerras, caminhando junto com o mundo no caminho da paz.

O problema é que, embora tenha enumerado longamente a questão histórica, essa autoridade japonesa não disse uma única palavra sobre agressão ou pedido de desculpas, esquivando-se da responsabilidade como autor da guerra.

O ponto central na solução da questão do passado do Japão é que o Estado faça um pedido de desculpas oficial pelo crime de agressão e realize uma reparação completa pelos danos causados. Como agressor, deve expiar sinceramente diante das vítimas e demonstrar, por ações reais, a promessa de nunca mais cometer tais crimes. Isso constitui um dever jurídico e moral do Japão.

Entretanto, sem nada dizer sobre isso, limitou-se a jogar com palavras enganosas como “futuro brilhante” e “paz”. Quem poderia acreditar nisso?

O que mais uma vez ficou revelado através da fala dessa autoridade japonesa é a vil ilusão de negar a história de agressão do passado e, custe o que custar, tentar reviver o velho sonho da “Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental”.

Oitenta anos se passaram desde a derrota do imperialismo japonês, mas o governo japonês nunca reconheceu a história de agressão e crimes.

Depois da Segunda Guerra Mundial, reconhecer sinceramente os erros cometidos e realizar pedidos de desculpas e reparações em nível estatal pelos atos contrários à moral humana tornou-se uma tendência internacional.

No entanto, o Japão age de forma extremamente desavergonhada em relação à questão histórica.

No passado, o Japão invadiu os países asiáticos e cometeu crimes contra a humanidade de proporções inimagináveis. Somente em nosso país, exerceu um domínio colonial bárbaro, sequestrou e massacrou inúmeras pessoas, reduziu incontáveis mulheres à condição de escravas sexuais do exército japonês e destruiu e saqueou enormes recursos e riquezas culturais.

Se as autoridades japonesas tivessem a mínima consciência e razão, deveriam se esforçar com sinceridade diante da comunidade internacional para liquidar os crimes do passado. No entanto, sucessivos governantes japoneses embelezaram e maquiaram a história criminosa, chegando até a justificá-la.

É comum que um criminoso não reconheça as culpas que cometeu porque não tem intenção de se arrepender e porque, no fundo, deseja repeti-las. O fato de o Japão se empenhar desesperadamente em negar seus crimes do passado tem a mesma natureza.

Com a rápida revitalização do militarismo, a ambição de reinvadir por parte do Japão cresceu ainda mais. Desde logo após a rendição do império japonês, os reacionários japoneses têm clamado por vingança, tentando compensar a derrota e ressuscitar a era do antigo império. Aceleraram a militarização e intensificaram seriamente os preparativos de reinvasão. Hoje, o Japão procura a todo custo realizar a ambição que nutre há 80 anos.

Uma das principais intenções ocultas dos reacionários japoneses em não reconhecerem a história de agressão e crimes reside justamente nisso.

A história de agressão e de crimes jamais pode ser apagada nem negada. Quanto mais as autoridades japonesas tentarem negá-la, mais despertarão apenas o ódio e a repulsa dos povos do mundo contra o Japão.

Os crimes passados do Japão são crimes de Estado. E, de acordo com o direito internacional, os crimes de Estado são de responsabilidade do Estado.

O Japão tenta, em vão, lançar mão de artifícios enganosos, falando de alguma suposta “cooperação” com os países vítimas.

O Japão jamais poderá escapar da responsabilidade por seus crimes passados.

Ri Hak Nam

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