sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Condenação ao ato de violação da soberania

Cresce a onda de oposição a Israel em meio aos contínuos ataques

“Entre os dirigentes do Hamas, a maioria se encontra no exterior, e nós também estenderemos a mão até eles.”

Essa foi a declaração absurda feita pelo chefe do Estado-Maior do exército israelense, no último dia 31 de agosto, no Comando da Região Norte, situado próximo às fronteiras com o Líbano e a Síria.

Menos de dez dias depois, no dia 9, Israel realizou um bombardeio aéreo contra a residência da delegação do Hamas em Doha, capital do Catar. A área atacada era uma região onde estão localizadas embaixadas estrangeiras.

Fortes explosões ressoaram, e colunas de fumaça subiram aos céus.

Diz-se que, com este ataque aéreo de Israel, seis pessoas morreram, incluindo o filho de um dirigente do Hamas e o chefe de gabinete deste.

Esse ato de flagrante violação contra a capital de um Estado soberano causou choque na comunidade internacional.

O primeiro-ministro israelense, Netanyahu, declarou que esse ataque aéreo foi uma operação conduzida exclusivamente por eles e que toda a responsabilidade cabia a Israel.

Ele ainda ameaçou: “Ao Catar e a todos os países que acolhem terroristas, expulsem-nos ou levem-nos a julgamento. Caso não o façam, nós o faremos.”

O ministro da Defesa de Israel acompanhou essas palavras, afirmando que suas armas de longo alcance mirariam inimigos em qualquer lugar e que não haveria esconderijo possível para eles.

Até agora, as ações agressivas de Israel contra outros países ocorreram, em geral, contra Líbano, Síria, Irã e outros com os quais já havia travado conflitos. No entanto, foi a primeira vez que atacou um país como o Catar — aliado dos EUA e, além disso, atuando atualmente como mediador das negociações para o cessar-fogo entre o Hamas e Israel.

Um especialista da União Europeia afirmou que este incidente deu um golpe grave nas negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza, acrescentando que matar os representantes do lado com quem se está negociando para alcançar a trégua jamais é um bom sinal. Ele destacou ainda que isso é uma clara demonstração de que Israel não tem interesse nas negociações de cessar-fogo, pois sua intenção é bloquear completamente qualquer possibilidade de trégua.

Em várias partes do mundo, ecoam vozes condenando o ataque aéreo ilegal e arbitrário cometido por Israel.

O primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar afirmou que a ação de Israel é terrorismo estatal e uma demonstração de desrespeito ao direito internacional e às normas internacionais, enfatizando que a comunidade internacional deve necessariamente responder a esse ato bárbaro.

A Rússia condenou o ataque de Israel como uma flagrante violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, uma violação da soberania e da integridade territorial de um Estado independente e uma ação que agravará, de forma escalonada, a já instável situação no Oriente Médio.

A China também criticou o ato de Israel, afirmando que ele constitui uma séria violação da soberania territorial e da segurança nacional do Catar e que intensificou as tensões regionais.

Não apenas países como Arábia Saudita, Egito e Turquia, mas também organizações internacionais como a ONU e a Liga Árabe condenaram o ataque aéreo de Israel ao Catar como uma inaceitável violação do direito internacional.

No entanto, Israel vem justificando seus atos criminosos.

O embaixador de Israel junto à ONU declarou, na reunião do Conselho de Segurança realizada sobre o ataque ao Catar, que “não há refúgio para os terroristas; Gaza, Teerã ou Doha não são refúgios; agiremos contra os ‘terroristas’ onde quer que se escondam”.

Isto parece ser uma declaração pública de que Israel continuará ampliando o alcance de seus ataques sob o pretexto da “erradicação do Hamas”.

Israel, que não hesita em violar a integridade territorial de Estados soberanos e se apega a ataques militares imprudentes, é, de fato, uma presença cancerígena para a paz no Oriente Médio.

Kim Su Jin

Nenhum comentário:

Postar um comentário