A imprensa estrangeira noticiou que ambos os lados compartilharam a visão de que é necessária uma nova solução para o problema dos imigrantes.
As relações entre o Reino Unido e a França não têm sido tranquilas em torno dessa questão.
Recentemente, o ministro da Defesa do Reino Unido lamentou que, somente no dia 31 de maio, 1.194 imigrantes tenham entrado no país, estabelecendo o maior recorde do ano, e expressou insatisfação, dizendo que o fato de a polícia francesa não se engajar ativamente em atividades para conter os imigrantes está se tornando um “problema muito grave”.
Nos últimos anos, o número de imigrantes ilegais entrando no Reino Unido a partir da França tem aumentado continuamente, e, embora os dois países tenham assinado acordos e tomado diversas medidas para controlar isso, a situação, em vez de melhorar, está se agravando ainda mais.
Nesse contexto, mesmo com a visita do presidente francês ao Reino Unido, é improvável que um ou dois encontros diplomáticos resolvam uma questão tão complexa como a dos imigrantes.
E não se trata apenas de França e Reino Unido. Na Alemanha, Itália, Canadá e em muitos outros países, essa questão também se apresenta como um problema difícil de resolver.
Os Estados-membros da União Europeia estão reforçando o controle de fronteiras para impedir a entrada de imigrantes em seus territórios, enquanto, em outros países ocidentais, a rejeição aos imigrantes tem emergido como uma tendência social.
Os verdadeiros responsáveis pelo surgimento da questão dos imigrantes não são outros senão os países ocidentais.
No passado, o Ocidente, com suas práticas de exploração e saque colonial, produziu imigrantes em várias partes do mundo, incluindo os países africanos.
No século atual, a tirania hegemonista do Ocidente gerou desordem e caos social em não poucos países, e, somando-se a isso a pobreza e a fome, inúmeros refugiados têm procurado meios de sobrevivência em outros países, particularmente nos que se autodenominam “países avançados” do Ocidente.
Certa vez, os países ocidentais, sob a bandeira do chamado “humanitarismo”, chegaram a adotar medidas de acolhimento em grande escala aos imigrantes.
Mas isso nunca foi um ato de caridade preocupado com o destino dos imigrantes.
Foi a manifestação da natureza exploradora, destinada a extrair maiores lucros por meio de mão de obra barata.
Os refugiados que emigraram para os países ocidentais foram obrigados a se submeter a trabalhos perigosos e nocivos de todo tipo, recebendo salários muito mais baixos do que os trabalhadores locais.
Os governos ocidentais, quando surgiam crises econômicas, desencadeavam freneticamente manobras como a repressão aos “imigrantes ilegais” e a redução da entrada de imigrantes.
Nos últimos anos, muitos países ocidentais têm sofrido com uma prolongada estagnação econômica.
A taxa de lucro permanece extremamente baixa, a inflação aumenta incessantemente e o desemprego continua crescendo
O descontentamento popular em relação às autoridades aumenta cada vez mais, aprofundando a instabilidade e a confusão política, enquanto, socialmente, proliferam crimes de todo tipo, incluindo o tráfico de pessoas.
Os governos e políticos ocidentais, apressados, têm transferido a responsabilidade por essa instabilidade social para os imigrantes.
Difundem amplamente afirmações de que o desemprego interno aumentou por causa da entrada massiva de imigrantes, de que entre eles podem infiltrar-se terroristas, ou de que eles trazem drogas.
No caso do Canadá, por exemplo, no passado o país adotou uma política de recepção ativa de imigrantes para suprir a falta de mão de obra.
Porém, nos últimos anos, à medida que o custo de vida aumentou e a preocupação popular com os preços das moradias cresceu, as autoridades do país anunciaram, em outubro do ano passado, um amplo plano de redução da imigração, sob o pretexto de enfrentar essa situação.
A imprensa estrangeira criticou dizendo: “Quando precisam de mão de obra barata, tratam os imigrantes com afeto, mas, com o agravamento da crise econômica, mudam de semblante de uma hora para outra.”
A principal causa do agravamento da crise econômica nos países ocidentais reside na incessante ganância do capital e nas políticas antipopulares das autoridades que a protegem e fomentam.
O transbordamento de diversos crimes na sociedade e a difusão de imoralidades e depravações são também o resultado da ruína espiritual e moral do ser humano causada pelo extremo individualismo.
No entanto, os políticos dos países ocidentais tentam escapar de sua responsabilidade e da crise, transferindo para os imigrantes o descontentamento e a oposição do povo contra suas próprias políticas antipopulares.
O fato de que, em muitos países ocidentais, a rejeição aos imigrantes tenha se tornado uma política oficial e de que as ações violentas de elementos extremistas contra os imigrantes estejam se intensificando, nada mais é do que uma situação trágica provocada pela vergonhosa evasão de responsabilidade dos políticos ocidentais.
Os imigrantes, que alimentam com seu suor e sangue a barriga do Ocidente, acabam se tornando o principal alvo de abusos assim que deixam de agradar seus caprichos — tal é o destino miserável deles.
A questão dos imigrantes, que está se agravando em escala mundial, expõe mais uma vez de maneira clara a natureza hipócrita dos países ocidentais, que a cada instante levantam a bandeira do chamado “humanitarismo”.
Un Jong Chol
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