É bem conhecido por todos que o Japão por mais de sete décadas entre os séculos XIX e XX promoveu uma política de agressão à toda Ásia com o objetivo de realizar sua industrialização e sob o pretexto de proteger as nações asiáticas da expansão militar e econômica dos países do Ocidente.
Sua política que assemelha-se com a Doutrina Monroe ("america para os americanos") consistia em justificar a colonização em outras nações e a exploração de seus povos e de seus recursos para benefício único e exclusivamente da classe privilegiada do Império do Japão.
Fazendo uso de recursos que não tinham em seu território, ou não eram o suficiente, os imperialistas japoneses saquearam países como China, Malásia, Tailândia, Coreia, Laos, Filipinas e Indonésia, e exploraram à exaustão seus trabalhadores como verdadeiros escravos coloniais, alcançando assim em longo prazo uma prosperidade por meio do suor e sofrimento de outros povos.
Entre os anos de 1930 e 1945, quando o Império do Japão começava a sofrer com a luta pela libertação nacional dos povos colonizados por eles e se alinhava com a Alemanha Nazista, surgiu o conceito da "Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental" que nada mais era que uma tentativa enganosa de anunciar prosperidade e proteção para os povos da Ásia contra o Ocidente, enquanto os saqueava abertamente como antes.
O conceito é creditado por alguns como ter sido concebido pelo Primeiro Ministro Fumimaro Konoe, mas foi o chanceler Hachiro Arita quem divulgou a ideia publicamente, como no famoso discurso em rádio em 29 de junho de 1940 intitulado "A situação internacional e posição do Japão" onde falava de forma enganosa sobre a política externa do Japão.
A ideia da "Esfera de Coprosperidade" continha o plano de "unir" os povos de Japão, China e Manchukuo para essa "missão" em luta contra o colonialismo do ocidente.
Com seguidas vitórias nas lutas dos povos oprimidos pelo imperialismo japonês que se levantaram para o movimento de libertação da pátria e com a derrota iminente na Segunda Guerra Mundial, o plano maligno dos imperialistas japoneses ruiu, mas infelizmente ainda não foi completamente exterminado e espera para voltar de forma ativa.
Isso porque o Japão, embora derrotado na Segunda Guerra Mundial e nos países em que colonizou, nunca admitiu seus crimes do passado ou pediu desculpas por eles, e pior, mantém uma relação respeitosa sobre aquele bárbaro período, dando margem para o retorno do Japão militarista quando assim for possível.
É verdade que o Japão após 1945 sofreu com intensas intervenções por conta de seus atos na Segunda Guerra Mundial, tendo seu exército dissolvido e ficando sob supervisão de forças estrangeiras. Todavia, com a intenção dos imperialistas estadunidenses de dominar a Ásia, o país destruído por bombas nucleares passou a ser mais do que nunca um fantoche dos interesses de seus próprios agressores.
O Japão serviu de base para agressão dos EUA desde então, com o estabelecimento de bases militares do país americano em seu território, e teve papel crucial por exemplo no plano de tomada do Sul da Coreia onde os imperialistas japoneses continuavam tendo certo controle e apoiando as atividades dos imperialistas estadunidenses. Serviu como fornecedor barato de equipamentos militares para a Guerra da Coreia e para outras guerras de agressão.
Com apoio econômico ativo dos EUA e sua "defesa" no setor militar, o Japão recuperou rapidamente sua economia e infraestrutura e emergiu como uma das potências em economia e tecnologia, enquanto seus traços coloniais nunca foram retirados por completo.
Atividades militares dos EUA em território japonês e fortalecimento das "Forças de Autodefesa" do Japão, além da introdução de sistemas de anti-mísseis e outros equipamentos de agressão dos EUA mantiveram vivo o militarismo dentro do país insular.
Outro fato alarmante é que o Japão foi governado pelo mesmo partido político, o todo-poderoso Partido Liberal Democrata (PLD, conservador) por meio século, exceto por um intervalo de 10 meses em 1993-94, o que representa além de um feito incomum para uma "democracia" aos moldes burgueses de pluripartidarismo como também serviu como base firme para o prosseguimento das políticas ambiciosas e maliginas do Japão.
A relação com a RPDC tem sido de pura hostilidade e consideravelmente poucas conversações para resolver a situação foram feitas. A mais importante foi quando o então Primeiro Ministro Junichiro Koizumi visitou Pyongyang e assinou junto ao Dirigente Kim Jong Il a Declaração RPDC-Japão em 2002 onde questões de conflito entre as partes foram discutivas e soluções foram tomadas, mas o Japão não avançou para resolvê-las, pelo contrário, as piorou.
Atualmente o Partido Liberal Democrata está no poder sob a liderança do Primeiro Ministro Abe e é levada adiante as medidas para converter o país em uma potência militar e realizar seu velho sonho da "Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental" com ajuda de seu amo americano.
Aproveitando-se da atmosfera de tensão entre as Coreias, com a aparição de dois consecutivos governos conservadores na Coreia do Sul, o Japão aproveitou-se para assinar acordos no âmbito militar com a Coreia do Sul a fim de fortalecer suas forças militares, além de tratar de encobrir a todo custo seus crimes do passado e conter os protestos no sul da Coreia por desculpas oficiais do governo japonês.
Falando sobre "ameaça da Coreia do Norte", o Japão aumenta continuamente todos os anos as verbas direcionadas ao setor militar, trabalha para emendar na constituição questões relativas à dar mais "liberdade" para o exército que foi restringido desde a Segunda Guerra, além de promover o surgimento da extrema direita que age com hostilidade a estrangeiros, incluindo os coreanos residentes no Japão.
Figuras grotestas como Makoto Sakurai promovem a fascistização da sociedade japonesa enquanto mesmo as autoridades tomam atitudes de ensinar às crianças que alguns territórios que oficialmente não lhe pertencem como a Ilhota Tok da Coreia do Sul são seus e os ensina até mesmo a admirar os bárbaros líderes do passado.
Todavia, o governo Abe sofreu um grande baque em 2018 quando as relações intercoreanas melhoraram, tirando um pretexto importante para a militarização de seu país. Caminhando contra a corrente de paz na Península Coreana, o Japão é o que mantém a postura mais hostil, mesmo após a histórica primeira Cúpula RPDC-EUA em Singapura, falando constantemente sobre sanção e pressão máxima contra o país vizinho e sobre o "problema de sequestro" que foi resolvido há mais de uma década.
Por sua atitude hostil, tem ficado isolada da situação da Península Coreana e sem querer abrir mão de suas intenções sinistras, faz movimentos para uma espécie de "aproximação sem resolver os problemas pendentes", insistindo na rápida desnuclearização da RPDC e não comentando nada acerca de que lhes cabe fazer para melhorar suas relações anormais com o país vizinho.
Entretanto, tem conseguido manter alguns acordos importantes para seu plano demoníaco como os relacionados a cooperação militar com a Coreia do Sul e os EUA e mais recentemente renovou a cooperação do setor nuclear, o que é uma grande preocupação da sociedade internacional que sabe bem que o Japão tem extraído plutônio e enriquecido urânio suficiente para produzir poderosas armas nucleares, como mesmo representantes da RPDC alertaram na arena da ONU em várias ocasiões.
O governo de Abe que promove e se apoia no ressurgimento da extrema direita, também tem enfrentado grande protesto por parte dos povos progressistas do mundo e dos japoneses defensores da paz e democracia que condenam seus movimentos militaristas e a fascistização da sociedade, e até algumas figuras relacionadas à política falaram na necessidade de se pedir desculpas e indenizar as vítimas do imperialismo japonês, estabelecer relações normais com a RPDC e apagar de vez o passado terrível do país.
Mas enquanto isso, a "Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental" segue sendo um remanescente maligno do passado que segue se avivando no Japão.
Por: 레난 쿠냐
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