Em 24 de janeiro, a OTAN iniciou o maior exercício militar da história. Um grande número de tropas, incluindo 31 países membros da OTAN e o exército da Suécia, estão participando nos exercícios que durarão até ao final de maio. O exercício cobre uma vasta área desde o extremo norte da Europa até à Europa Central e Oriental. Os exercícios em grande escala, que são os primeiros desde que a OTAN aumentou o seu número de membros e expandiu o seu território ao Ártico no ano passado, não podem ser vistos isoladamente dos movimentos militares dos EUA que têm estado em pleno andamento na região nos últimos anos.
O Ártico não é apenas uma potencial rota de navegação, mas também uma região onde mais de um quarto das reservas mundiais não exploradas de petróleo e gás natural estão localizadas. Ao desenvolver rotas marítimas no Ártico, a distância de navegação da Europa à Ásia pode ser encurtada em milhares de quilômetros. Por este motivo, muitos países tentaram assumir o controle do Ártico. Recentemente, à medida que o ambiente geográfico do Círculo Polar Ártico mudou rapidamente devido às alterações climáticas, foram abertas novas rotas marítimas e foram revelados depósitos de petróleo bruto e de gás natural. Em particular, especialistas afirmam que sua utilidade como base militar está aumentando.
Os Estados Unidos criaram há muito tempo a “Política da Região do Ártico”, que se centra na construção de um sistema de defesa antimísseis e na implantação de força militar no Ártico, e fizeram todo o possível para expandir a sua influência na região. No ano passado, os Estados Unidos usaram a crise da Ucrânia como desculpa para expandir a OTAN e garantir a autoridade para utilizar a infraestrutura militar dos países ao longo da costa do Oceano Glacial Ártico
Além disso, estão fazendo esforços para aumentar as capacidades de vigilância e controle no Ártico.Um exemplo representativo é a conclusão de testes de comunicação militar utilizando o sistema de satélites “Starlink” no Ártico no ano passado. “Starlink” é um sistema de satélite que os Estados Unidos utilizam ativamente para guerras de agressão e intervenção militar em outros países. Funcionários do Escritório de Pesquisa da Força Aérea dos EUA dizem que o sistema pode ser um recurso importante na competição com a Rússia e a China no Ártico.
Neste contexto, os exercícios militares de maior escala da OTAN na história estão suscitando um sentimento de preocupação em muitos países.
Um especialista militar na Rússia afirmou que os exercícios militares em grande escala da OTAN que foram realizados no início deste ano tiveram como objetivo exercer pressão sobre a Rússia na região do Ártico e comentou que as tensões na região estão aumentando.
A Rússia está tomando medidas ativas em resposta à situação em constante mudança. Como parte da recente reorganização das zonas administrativas militares, está prevista a inclusão do Exército, Força Aérea e unidades antiaéreas anteriormente localizadas nas áreas de jurisdição da Frota do Norte na nova região militar de Leningrado. Por outro lado, está sendo planejado subordinar diretamente ao comandante da Marinha as frotas, incluindo a Frota do Norte, a Frota do Mar Cáspio e várias regiões militares, a fim de reforçar sua capacidade de combate e garantir a segurança completa da Rota do Mar Ártico.
O comandante-em-chefe da Marinha da Rússia afirmou que o reforço militar conjunto da OTAN no Ártico já é uma realidade estabelecida, demonstrando que a OTAN passou da retórica para ações práticas para conter a Rússia na região, e destacou que o aumento da presença militar da Rússia no Ártico é uma medida inevitável para lidar com ameaças e impedir a invasão de outros países
Especialistas expressam preocupação de que a disputa entre Rússia e EUA pelo Ártico, que se torna mais intensa a cada dia, possa evoluir para um confronto frontal.
Rodong Sinmun
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