Enquanto aos problemas internacionais, os EUA e outros países ocidentais falam com frequência de "divisão do mundo".
Na 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU, arrumaram um alvoroço como se causasse uma "calamidade" à sociedade internacional, dizendo que "foi agravada na última década a divisão entre o mundo ocidental e Rússia, China e outros países".
Com respeito ao "asseguramento da estrutura da nova Guerra Fria", descrevem injustamente como causa da divisão do mundo até a cooperação entre RPDC e Rússia, países vizinhos.
É ridícula a preocupação dos principais culpados que converteram o mundo no campo de antagonismo e de guerra.
O "mundo" desejado pelos EUA não é o mundo livre e pacífico ideado pela humanidade, mas a sociedade controlada pelos EUA, onde predomina a democracia liberal ao estilo estadunidense.
Depois da Segunda Guerra Mundial, os EUA apresentaram abertamente a supremacia mundial como a meta principal de sua estratégia externa, aproveitando sua posição como caudilho imperialista.
Em sua mensagem presidencial publicado em 19 de dezembro de 1945, o então presidente estadunidense, Truman, disse que eles mesmos já haviam tomado a posição diretiva que o presidente Wilson desejava atribuí-los depois da Primeira Guerra Mundial e que "os EUA devem assumir com muito prazer a missão de conduzir o mundo".
Este disparate mostra a decisão de estabelecer a ordem mundial sob o comando dos EUA com o cartaz da "defesa da democracia liberal".
De fato, aproveitando a circulação do dólar estadunidense como moeda principal no mundo capitalista, os EUA subordinaram os países capitalistas da Europa Ocidental ao "sistema monetário internacional" manipulado por si próprio e tomaram o controle sobre eles sob o rótulo de "ajuda" econômica e com a fabricação das alianças militares de caráter agressivo.
Ao tomar o controle sobre o mundo capitalista, proclamaram junto com seus seguidores a Guerra Fria com o pretexto de proteger o "mundo livre" da "ameaça comunista" e recorreram às manobras encaminhadas a derrubar o campo socialista.
Quando ocuparam a posição hegemônica da "única superpotência" que tanto desejava, como consequência da queda do campo socialista da Europa Oriental, inclusive a URSS, inventaram e puseram em prática a nova estratégia chamada "guerra antiterrorista" e cometeram as guerras de agressão e o terrorismo estatal com o fim de manter o "mundo unipolar".
Tomaram como alvo principal da "guerra antiterrorista" a RPDC, o Irã e outros países independentes e anti-imperialistas que não o agradam, classificando-os de "eixo do mal", "base avançada da tirania" e "patrocinador de terrorismo".
Para prevenir a propagação do comunismo na Europa, os EUA apoiaram a fundação da União Europeia. Porém, ao verem a possibilidade da conversão deste organismo regional em um novo polo capaz de desafiar o "mundo unipolar" por sua enorme potencialidade humana e material e sua forte capacidade política e militar, atuaram grosseiramente para dissolver a UE instigando a retirada da Grã-Bretanha.
Atualmente, considerando a aparição de potências e comunidades regionais e mundiais como entes perigosos e grave desafio ao "mundo unipolar", dividem o mundo em dois campos opositores, da democracia e do autoritarismo, e se dedicam freneticamente à campanha de pressão política, econômica e militar para manter o sistema de "domínio unipolar".
Com a maligna intenção de exterminar a RPDC, baluarte da independência anti-imperialista, e manter sua posição hegemônica no Nordeste Asiático, puseram em operação o grupo de consulta nuclear com fins de uso de arma nuclear e se desesperam para aperfeiçoar o sistema de aliança militar tripartida com a incorporação do Japão, país criminoso de guerra.
Devido a tais manobras hegemônicas dos EUA, se tornou fato consumado a eclosão da nova guerra termonuclear na Península Coreana e no resto do Nordeste Asiático, onde são desenvolvidos os fanáticos exercícios militares combinados com a presença frequente dos meios de ataque nuclear de diferentes missões, tais como os bombardeiros estratégicos equipados com a bomba nuclear, os submarinos de grande dimensão de propulsão nuclear e o coletivo de ataque de porta-aviões nucleares, que podem causar uma tragédia milhares de vezes mais devastadora que a de Hiroshima e Nagasaki tanto em sua mortalidade como em sua destrutividade.
Para fazer frente aos rivais latentes, os EUA fabricam um após o outro os aparatos de enfrentamento político, econômico e militar, entre outros, o Marco Econômico do Indo-Pacífico, AUKUS, QUAD e Aliança Cinco Olhos.
Cobraram em janeiro passado a promessa de Holanda e Japão de aplicar as rigorosas medidas de controle de exportação à China e tentam pressionar a Rússia com a incessante ajuda militar à Ucrânia.
Por causa da política de "avance ao Oriente" da OTAN, que os EUA e outros países ocidentais perseguem, e seu apoio militar à Ucrânia, não desaparece o cataclismo secular no continente europeu. E a política desigual e preconceituosa da administração estadunidense sobre o Oriente Médio provoca incessantes choques armados sangrentos e matanças na região.
O império estadunidense, que já abriu a Caixa de Pandora para a manutenção do "mundo unipolar", está muito inquieto agora falando de "divisão do mundo". Isso insinua que nosso planeta não evolui na direção desejada pelos EUA.
Onde há opressão, há resistência.
Atualmente, o mundo se desenvolve como o multipolar onde não funcionam o despotismo e as arbitrariedades da "única superpotência", graças ao crescimento vertiginoso das forças independentes e anti-imperialistas que desafiam de frente os EUA e outras forças imperialistas.
A conversão da RPDC, país com firme posição anti-EUA, em potência nuclear de classe mundial, destruiu a ambição hegemônica dos EUA.
Além disso, a aparição de novas potências como Rússia e China também freia a tentativa dos EUA de tomar a hegemonia mundial.
Ganha força o BRICS, ente político e econômico relevante que se opõe à unipolarização sob o comando dos EUA.
O BRICS já superou em produto mundial bruto o G7, que tem o maior potencial econômico no mundo ocidental, e aceita como seus membros oficiais Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito e outros países desenvolvidos economicamente nas regiões correspondentes. Desta maneira, prepara a possibilidade de estabelecer nova ordem econômica mundial.
E muitos países com posição anti-EUA e até os que praticavam a política pró-Ocidente dão as costas aos EUA e estabelecem boas relações com o BRICS.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que as autoridades estadunidenses no atual mandato e seus seguidores são os principais beneficiários da instabilidade mundial e que os EUA já sabem que seu país está enfraquecendo e perdendo sua posição. E afirmou que está em plena queda e se tornará coisa do passado o mundo ao estilo estadunidense, ou seja, o domínio hegemônico.
O presidente do parlamento iraniano, que participou no IX fórum parlamentar do BRICS, opinou que o BRICS pode desempenhar um importante papel para impedir o unilateralismo dos EUA e estabelecer a nova ordem mundial na alteração da estrutura política mundial.
A realidade demonstra que a insistência das forças ocidentais na divisão do mundo é, em sua essência, a expressão de seu alarido agonizante pela queda do "mundo unipolar" sob o comando dos EUA e sua extrema inquietude pelo avanço vigoroso da humanidade à multipolarização.
O arruinamento do velho e a vitória do novo é uma lei do desenvolvimento da história.
No mundo atual, onde se tornam mais fortes os esforços para acabar com o sistema de dominação imperialista e estabelecer a nova ordem internacional de caráter imparcial e baseada na independência, é uma questão de tempo o desmoronamento do "mundo unipolar" sob o comando dos EUA.
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