Este ano marca os 10 anos desde a adoção do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. No entanto, a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera continua aumentando, e, consequentemente, a temperatura atmosférica também sobe de forma descontrolada.
A temperatura média global do ano passado ficou 1,55 °C acima do período pré-Revolução Industrial, ultrapassando pela primeira vez o limite de aumento de temperatura proposto no Acordo de Paris. Este ano, registrou-se o janeiro mais quente da história, e recordes de temperatura máxima foram continuamente renovados em diversas partes do mundo.
A Espanha e o Japão registraram o verão mais quente desde o início das medições meteorológicas, e o verão em Portugal foi o mais quente em cerca de 90 anos.
Com a formação de um “teto de calor” sobre a Grécia e outros países dos Bálcãs durante o verão, a temperatura subiu cerca de 10 °C acima da média, e fenômenos de calor extremo ocorreram sem cessar em muitos países e regiões ao longo do ano.
Devido à onda de calor extrema, cerca de 2.300 pessoas morreram em 12 grandes cidades da Europa Ocidental, incluindo Barcelona, Madri e Londres, ao longo de dez dias até 2 de julho.
Na Espanha, o número de mortes entre maio e julho aumentou mais de dez vezes em comparação com o mesmo período do ano passado.
Diz-se que, globalmente, o número anual de mortes causadas por ondas de calor aumentou 23% desde a década de 1990.
A Organização Mundial da Saúde afirmou que a crise climática é uma crise de saúde e ressaltou que o aumento da temperatura traz consequências.
Como resultado do aquecimento global, as mudanças climáticas se aceleram, e fenômenos meteorológicos desastrosos como secas, chuvas torrenciais e enchentes tornam-se mais frequentes, gerando grandes calamidades em todos os setores, incluindo sobrevivência e desenvolvimento da humanidade.
Entre outubro do ano passado e agosto deste ano, a quantidade de precipitação caiu 27% na Turquia em comparação com a média anual, registrando o nível mais baixo em cerca de 50 anos. Como consequência, a produção agrícola caiu drasticamente, os preços dos alimentos subiram e diversos efeitos negativos surgiram, enquanto os moradores sofrem com a falta de água potável para o uso diário.
Em Teerã, no Irã, enfrentou-se uma grave crise de escassez de água no outono, pois, pela primeira vez em 100 anos, não caiu sequer uma gota de chuva. Neste país, a precipitação anual foi de apenas 0,4 mm, uma redução de mais de 98% em relação ao ano passado.
Devido à seca sem precedentes, 19 reservatórios ficaram esgotados e, em mais de 40 cidades, o abastecimento de água foi limitado ou interrompido.
Na Mongólia, a seca atingiu 15 províncias, e a área afetada chegou a cerca de 46% do território.
Por outro lado, em julho passado, chuvas torrenciais que ocorrem uma vez a cada mil anos caíram sobre Chicago, nos Estados Unidos, e a cidade de Nova Iorque registrou a segunda maior taxa de precipitação por hora de sua história. No início de outubro, no sul da Ucrânia, em apenas sete horas caiu uma quantidade de chuva equivalente ao volume de quase dois meses, causando danos severos por enchentes.
No Paquistão, entre junho e setembro, as chuvas de monção provocaram enchentes que deixaram mais de 2.000 mortos e feridos, destruíram ou inutilizaram mais de 8.400 casas, e mais de 20 regiões no norte da Índia sofreram a pior inundação desde 1988.
Especialistas afirmaram que as mudanças climáticas entraram em uma fase incontrolável e expressaram preocupação de que os fenômenos meteorológicos globais tenham avançado para um “território desconhecido”.
A influência do aquecimento global está fazendo com que as geleiras — que representam 68,7% da água doce do mundo — derretam rapidamente, provocando elevação do nível do mar e destruição ambiental, o que se tornou um problema sério.
Segundo dados de pesquisas internacionais, a cada ano derretem-se cerca de 27,3 bilhões de toneladas de gelo — quantidade equivalente ao consumo de água da população mundial ao longo de 30 anos.
A área do gelo marinho no Ártico, registrada em março deste ano como a mais ampla, foi a menor desde o início das observações por satélite em 1978, e a área de gelo marinho na Antártida foi a terceira menor já registrada.
Com o derretimento acelerado das geleiras, o nível do mar está subindo mais rápido do que o previsto, e Tuvalu, um país insular do Pacífico, enfrenta o risco de submersão em poucas décadas; seus habitantes já começam a solicitar migração para outros países, gerando muita preocupação.
Em janeiro passado, 30 baleias perderam a direção e foram parar na costa norte da Ilha Sul, na Nova Zelândia, ficando incapazes de retornar ao mar. Entre maio e o início de junho, 61 focas mortas foram encontradas nas praias da Lituânia, país litorâneo do mar Báltico, e, no fim de junho, centenas de golfinhos foram levados até a costa de Zanzibar, na Tanzânia. Esses fenômenos incomuns são exemplos representativos que destacam a gravidade do aquecimento global.
Especialistas e organizações internacionais afirmam que a ameaça à sobrevivência causada pelo aquecimento global já não é um conceito abstrato do futuro. Alertam que, se isso não for contido, os episódios de calor extremo serão mais frequentes e mais intensos, e fenômenos climáticos anômalos e desastrosos ocorrerão com mais frequência e de forma mais severa.
A comunidade internacional critica que a causa fundamental da aceleração do aquecimento global reside nas ações equivocadas dos países ocidentais, que priorizam interesses econômicos antes das calamidades que isso pode impor à humanidade. Sustenta também que o Ocidente não deve apenas clamar pela proteção ambiental, mas dedicar esforços concretos para impedir o aquecimento global e proteger o meio ambiente ecológico.

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