sexta-feira, 21 de novembro de 2025

A temperatura global da Terra ultrapassa a linha de perigo

Há pouco tempo, realizou-se no Brasil a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Na conferência, foram realizadas discussões sobre os desafios das mudanças climáticas e o cumprimento das obrigações.

Um alto funcionário da ONU, observando que a meta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C em relação ao período pré-industrial — conforme estabelecido pelo Acordo de Paris — não foi alcançada, advertiu que isso traz riscos ao ecossistema, juntamente com consequências socioeconômicas dramáticas. Ele conclamou todos os países do mundo a tomarem medidas imediatas e decisivas para enfrentar a mudança climática.

Este ano marca o 10º aniversário da adoção do Acordo de Paris. No entanto, a meta de limitar o aumento da temperatura global definida pelo acordo permanece apenas no papel como uma promessa vazia. O aquecimento global se acelera a cada dia e a temperatura média da Terra já ultrapassa a meta estabelecida.

Segundo dados divulgados pela Organização Meteorológica Mundial, em 2024 a temperatura média global aumentou 1,55 °C em relação ao período pré-industrial, ultrapassando pela primeira vez o limite de 1,5 °C proposto pelo Acordo de Paris.

Há também uma grande probabilidade de que o limite de 1,5 °C seja novamente ultrapassado neste ano.

Há pouco tempo, o Serviço Copernicus de Mudança Climática, órgão de informação meteorológica da União Europeia, publicou um relatório indicando que outubro deste ano foi o terceiro mais quente desde 1940. A temperatura média da superfície terrestre em outubro chegou a 15,14 °C, 1,55 °C acima da média do período pré-industrial.

O relatório afirmou que o ano mais quente registrado até agora foi 2023, seguido por 2024, e que é praticamente certo que este ano se tornará o segundo ou terceiro mais quente da história. Acrescentou ainda que, entre 2023 e 2025, a temperatura média global deverá ser 1,5 °C mais alta do que no período pré-industrial.

As emissões globais de gases de efeito estufa também continuam aumentando.

De acordo com um relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, no ano passado as emissões globais de gases de efeito estufa atingiram 57,7 bilhões de toneladas. Isso representa um aumento de 2,3% em relação ao ano anterior, configurando um número recorde.

O relatório previu que ainda está muito distante o alcance da meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C em relação ao período pré-industrial e que, caso não sejam tomadas medidas urgentes, a temperatura global poderá se elevar 2,8 °C acima dos níveis pré-industriais ainda neste século.

Recentemente, um grupo internacional de pesquisa divulgou uma análise segundo a qual, mesmo que todas as medidas anunciadas pelos países para conter o aquecimento global sejam plenamente implementadas, a temperatura do planeta estará 2,6 °C acima do período pré-industrial até o fim do século XXI.

Segundo a investigação realizada pelo grupo sobre a variação anual de dias com calor perigoso para a saúde em diferentes países, no Japão o número desses dias aumentou de 43 para 48 por ano ao longo dos 10 anos entre 2015 e o presente.

Caso a temperatura global suba 2,6 °C em relação ao período pré-industrial, o número de dias de calor perigoso chegaria a 66; e se subir 4 °C, esse número poderia alcançar 88 dias.

Como se vê, os dados relativos ao aquecimento global são atualizados ano após ano. Isso mais uma vez evidencia que, no que diz respeito à prevenção do aquecimento global, já não há mais espaço para recuos.

Especialistas afirmam que o aquecimento global se encaminha para um estágio capaz de provocar uma catástrofe mundial e exigem que todos os países adotem urgentemente medidas de resposta.

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