Camaradas,
Ouvi com grande interesse o relatório e os discursos nesta Conferência Nacional de Mães e estou profundamente comovido. Antes de tudo, em nome do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia e do Governo da República, gostaria de expressar minha gratidão a vocês, funcionárias da União das Mulheres aqui presentes, e a todas as mães que estão se dedicando à educação das crianças e à construção do socialismo. Também expresso meus calorosos agradecimentos, em especial, à mãe Ri Yong Suk, que demonstrou um excepcional zelo patriótico ao concretizar as políticas de nosso Partido na prática e estabeleceu um bom exemplo na educação das crianças, e à camarada Kang Kyong Rim, a heroína do casal do Monte Kumgang.
O IV Congresso de nosso Partido propôs, como uma tarefa importante, educar e criar a jovem geração segundo os princípios comunistas.
Com vistas a cumprir com sucesso a tarefa apresentada pelo Congresso do Partido, a União das Mulheres convocou esta Conferência Nacional de Mães, que têm a responsabilidade primordial pela educação das crianças, e colocou em discussão o problema de elevar ainda mais seu papel como educadoras. Considero muito oportuno este encontro.
Convencido de que esta conferência será muito bem-sucedida, gostaria de abordar alguns pontos. Devemos saber, acima de tudo, que as circunstâncias em que nos encontramos agora são fundamentalmente diferentes das do passado, e, portanto, o dever e o papel de nossas mães também diferem daqueles que desempenharam antes. Toda mãe ama seus filhos e deseja que eles progridam neste mundo. Em todas as épocas, antigas e modernas, dificilmente houve uma mãe totalmente indiferente à educação de seus filhos. Mas, no passado, os anseios das mães de criar seus filhos como pessoas de bom caráter não podiam se realizar.
Na sociedade exploradora, nosso povo era explorado e oprimido por latifundiários e capitalistas, e reprimido e humilhado pelos imperialistas. Condenadas pela escravidão colonial à fome e à pobreza, à opressão e aos maus-tratos, era totalmente impensável para elas proporcionar aos seus filhos a educação e a formação adequadas. Na verdade, mesmo as famílias abastadas com grande quantidade de dinheiro e terras não estavam livres da opressão nacional; tinham de sofrer a discriminação dos governantes imperialistas japoneses contra a escolarização de seus filhos — para não falar das crianças dos pobres.
Havia muitos pré-requisitos para ingressar em uma escola secundária. O candidato precisava apresentar um documento sobre a situação financeira de sua família, comprovando que havia dinheiro suficiente para cobrir as despesas escolares. O estudante era solicitado a fazer doações e frequentar a escola com uniformes, sobretudos e sapatos de couro. Enviar crianças a uma escola assim estava fora do alcance dos pobres que viviam à míngua.
Mas os tempos mudaram. Já se passaram 16 anos desde que fomos libertados do jugo da dominação imperialista japonesa. Durante esse período, nosso povo não apenas realizou reformas democráticas, pondo fim à exploração e à opressão coloniais e feudais, como também concluiu a transformação socialista das relações de produção na cidade e no campo e estabeleceu firmemente um sistema socialista onde a exploração e a opressão já não existem. Em nosso país, a fonte da exploração e da opressão do homem pelo homem foi eliminada de uma vez por todas, e todos passaram a desfrutar de uma vida livre e harmoniosa.
Após a guerra, por meio de uma luta árdua, nosso povo construiu novas e magníficas cidades e belas aldeias a partir das cinzas e lançou uma base sólida para uma economia independente. Os problemas de alimentação, vestuário e moradia do povo foram, em geral, resolvidos, e todos agora vivem sem preocupações. Em nosso país hoje ninguém se preocupa com comida e roupa, nem encontra dificuldades para enviar seus filhos à escola ou receber cuidados médicos.
Nossa única mágoa é que ainda não libertamos a metade sul. Sentimos profunda tristeza por nossos compatriotas na Coreia do Sul que estão sujeitos a uma vida de miséria sob o jugo do imperialismo estadunidense. Essa é nossa única grande preocupação. Nossas mentes não estão ocupadas com qualquer outra inquietação; agora estamos apenas concentrados em nossa tarefa de criar uma vida melhor e construir um país mais rico e mais forte no futuro. Agora todos querem viver melhor e desfrutar de uma vida mais agradável e longa, e ver seus filhos melhor educados e mais formados.
Agora temos todos os alicerces para tornar o país mais rico e poderoso e para enriquecer a vida do povo. Nosso nível de vida está subindo diariamente e estamos nos aproximando da culminância do socialismo passo a passo. Nosso ideal é construir uma sociedade onde todos sejam bem alimentados, bem vestidos e vivam por muito tempo, uma sociedade onde não haja atrasados nem ociosos e onde todos sejam progressistas e trabalhem com devoção, uma sociedade onde todo o povo viva unido em harmonia como uma grande família. Tal sociedade, podemos dizer, é precisamente uma sociedade comunista.
Em uma sociedade comunista, há tanta riqueza que as pessoas trabalham de acordo com suas capacidades e recebem de acordo com suas necessidades. Em outras palavras, as pessoas podem ter tanto quanto desejam e as exigências de sua vida são plenamente satisfeitas. Além disso, em uma sociedade comunista as pessoas terão relações ainda mais estreitas entre si e o princípio de “Um por todos e todos por um” será plenamente realizado.
Podemos construir uma sociedade assim? Certamente, podemos. Nosso povo pode dizê-lo com base nas conquistas que realizou até agora.
Depois do armistício, nosso povo começou a reconstruir a partir do zero. As coisas eram muito difíceis para nós naquela época. Todas as cidades e vilas, desde Pyongyang e outras grandes cidades até pequenas cidades e vilas locais, estavam completamente arrasadas. Fábricas, empresas, ferrovias, instalações de transporte, estradas, pontes e estabelecimentos culturais pelos quais nosso povo derramou sangue e suor ao longo de um longo período foram totalmente destruídos. Reservatórios e instalações de irrigação também foram demolidos e as aldeias rurais devastadas. Não havia animais de tração nem máquinas agrícolas; havia uma escassez aguda de mão de obra; e nossos arrozais e campos secos estavam gravemente danificados. Não havia um tijolo nem um grama de cimento para construir casas; mal conseguíamos obter uma folha de aço para construção.
Nessas circunstâncias, todos estavam muito incertos sobre como iríamos nos reerguer. Os ianques acreditavam que levaria pelo menos cem anos para que conseguíssemos isso. Eles calcularam que, com todos os ativos materiais destruídos e grande número de pessoas mortas na RPDC, seríamos incapazes de nos levantar rapidamente, não importava quais meios empregássemos.
No entanto, apenas seis ou sete anos após a guerra — em vez de cem anos — nosso povo reabilitou completamente a economia nacional arruinada e, além disso, ergueu cidades e aldeias muito mais magníficas e belas do que as dos anos anteriores à guerra e construiu um Estado socialista com uma indústria e agricultura modernas incomparavelmente mais fortes do que as existentes antes da guerra. Construímos várias vezes mais fábricas e empresas, unidades habitacionais e escolas do que tínhamos antes da guerra. A aparência de nossas cidades e aldeias mudou além do reconhecimento e o nível de vida de nosso povo melhorou imensamente. Isso é um milagre. É uma realidade incontestável. Até nossos inimigos, para não falar de nossos amigos, admitiram isso.
Essas conquistas oferecem um exemplo marcante que prova claramente que nosso povo, sob a correta liderança de nosso Partido e firmemente unido ao seu redor, pode demonstrar uma força verdadeiramente inesgotável na reconstrução da economia nacional, assim como o fez na luta contra os agressores estrangeiros.
Julgando pelo fato de que nosso povo, de mãos vazias, pôde realizar tal milagre em apenas seis ou sete anos após a guerra, podemos afirmar com confiança que somos capazes de fazer qualquer coisa hoje, já que temos em abundância todos os bens materiais e espirituais.
O IV Congresso de nosso Partido apresentou as grandes tarefas prospectivas do Plano de Sete Anos voltado a alcançar o auge do socialismo. A tarefa básica do Plano de Sete Anos é realizar as revoluções tecnológica e cultural em nosso país. Devemos mecanizar todos os ramos da economia nacional para elevar a produtividade do trabalho e libertar os trabalhadores do trabalho árduo. A agricultura deve ser mecanizada, e até mesmo as indústrias locais devem estar equipadas com técnicas atualizadas. Devemos aumentar ainda mais as fileiras de nossos quadros nacionais com preparação científica e tecnológica moderna e elevar ainda mais os níveis técnicos e culturais das massas trabalhadoras. Assim, devemos proporcionar ao nosso povo uma vida muito mais abundante e moderna do que a atual. Então teremos alcançado o ápice do socialismo.
Esse ápice do socialismo significa uma sociedade socialista onde nosso nível de vida será consideravelmente mais alto do que é agora. Quando realizarmos o Plano de Sete Anos, nosso povo estará muito melhor do que está hoje e nosso país terá adquirido todas as características de um Estado industrial socialista avançado.
Cumprir o Plano de Sete Anos é uma tarefa menos difícil do que a luta que travamos nos últimos sete anos.
Nós nos aproximaremos do comunismo quando cumprirmos o Plano de Sete Anos, reunificarmos o país e conquistarmos novos patamares.
É errado, portanto, considerar a sociedade comunista como algo misterioso que só pode se tornar realidade em um futuro distante. Trabalhando arduamente, podemos concretizar nosso ideal de construção comunista em um futuro não muito distante.
Qual, então, é a tarefa mais difícil na construção de uma sociedade comunista, que é nosso ideal? É apenas a construção de fábricas? É verdade que temos de construir muitas fábricas, mas isso não é tão difícil. Se nos empenharmos com o mesmo espírito demonstrado nas batalhas árduas travadas contra as adversidades do passado, podemos concluir com sucesso todas as obras de construção em pouco tempo, incluindo a construção de fábricas, estradas, instalações de irrigação e moradias.
Criar riqueza material é relativamente fácil e produz resultados tangíveis rapidamente. Para realizar a reconstrução tecnológica no campo, por exemplo, basta introduzir mecanização, irrigação, eletrificação e quimificação, o que é suficiente para produzir resultados imediatos. Nisso podemos ver claramente o que já foi feito, o que ainda não foi feito e o que deve ser feito no futuro. Podemos desenvolver de maneira constante a economia nacional por meio do planejamento de acordo com as leis de desenvolvimento da economia socialista. De todo modo, o trabalho de estabelecer as bases materiais e tecnológicas do socialismo e do comunismo pode ser realizado, se o impulsionarmos estabelecendo um prazo definido, digamos, de 10 ou 15 anos.
O que é difícil é educar e remodelar as pessoas segundo os princípios comunistas. Por maior que seja a riqueza material, não podemos dizer que uma sociedade comunista tenha sido construída enquanto as pessoas que desfrutam de seus benefícios não estiverem imbuídas da ideologia comunista.
A consciência do indivíduo geralmente fica atrás da transformação da vida material da sociedade. Ideias obsoletas persistem na mente das pessoas por muito tempo mesmo após a mudança de um sistema social. Já se passaram 44 anos desde que a revolução triunfou na União Soviética. Mas ainda há ociosos que gostam de levar uma vida indolente. Assim, lá estão sendo feitas críticas severas àqueles que perdem seu tempo enquanto outros trabalham e que ficam com a maior fatia do bolo. Foi isso que nos disseram quando participamos recentemente do 22º Congresso do Partido Comunista da União Soviética. Não é preciso mencionar nosso próprio caso, pois fomos libertados apenas há 15 ou 16 anos. Algum de vocês aqui presentes pode ousar dizer que não possui ideias obsoletas? Todos vocês devem ter sido afetados, até certo ponto, por ideias ultrapassadas.
Mas vocês não podem ver ou medir quem ainda é influenciado por ideias nocivas e em que grau. Os hospitais possuem aparelhos que registram o funcionamento do coração, mas não têm instrumentos que meçam o número de ideias ruins na mente das pessoas.
Podemos facilmente perceber quando ferramentas desgastadas usadas na sociedade feudal ou capitalista são substituídas por novas máquinas da sociedade comunista, mas não podemos saber pela aparência se uma pessoa conserva em sua mente ideias feudais ou capitalistas. Saber se ideias ultrapassadas permanecem ou não em sua mente só pode ser julgado a partir de suas ações, e a ideologia obsoleta pode ser remodelada pela nova somente através de lutas ideológicas persistentes.
A natureza pode ser rapidamente e facilmente remodelada com a ajuda de máquinas, mas a remodelação da consciência humana não pode ser feita por máquinas nem por outras forças externas. Essa questão será resolvida com sucesso apenas por meio de nossos esforços prolongados e incansáveis. Se começarmos a reformar a ideologia das pessoas somente depois que uma quantidade suficiente de riqueza material for produzida, será tarde demais. Mesmo se o trabalho de remodelação ideológica começar nos primeiros dias da revolução socialista, no longo prazo ele pode ficar atrás da transformação da vida material. Nosso Partido iniciou esse trabalho há muito tempo e o impulsionou, como um movimento de massas, ainda mais amplamente nos últimos anos. Mas, também em nosso caso, a remodelação da consciência fica atrás da realidade.
Para entrar na sociedade comunista, devemos garantir que não haja ninguém com ideias retrógradas. O comunismo visa proporcionar uma vida abundante para todos, não para apenas algumas pessoas. Não podemos deixar alguém para trás porque é um atrasado. Mesmo que haja alguns que se recusem a entrar na sociedade comunista, devemos remodelá-los e levá-los junto. Remodelar todas as pessoas no espírito comunista é muito mais difícil do que lhes fornecer alimento e roupas suficientes. Mas essa é uma tarefa que devemos e podemos realizar.
Os sobreviventes das ideias obsoletas manifestam-se de diversas formas. Analisemos apenas algumas manifestações de ideias antiquadas, que são nossos objetos imediatos de luta.
Devemos combater o mau hábito de evitar o trabalho e a preguiça. É um grande erro pensar que a sociedade comunista é uma sociedade onde as pessoas levam uma vida ociosa. Não há dúvida de que, na sociedade comunista, o trabalho se tornará mais fácil, uma necessidade da vida e não um esforço penoso. Mesmo assim, o trabalho continuará sendo um dever sagrado de todo o povo. Além disso, todos devem trabalhar com zelo até que o comunismo seja construído. A vida feliz do socialismo e do comunismo jamais vem por si só. Toda a riqueza material e espiritual que satisfaz e traz felicidade ao povo só pode ser alcançada por meio de seu trabalho incansável. Os comunistas se esforçam para eliminar aqueles ociosos que exploram os outros e para fazer com que todas as pessoas trabalhem e desfrutem uma vida feliz. Uma pessoa que evita o trabalho não pode tornar-se comunista.
A inclinação para fugir do trabalho e para a preguiça origina-se da ideologia das classes exploradoras. A preguiça é estranha àqueles que viveram na pobreza ou trabalharam arduamente como camponeses assalariados, ou aos operários de muitos anos. O trabalho é repugnante para indivíduos como latifundiários, capitalistas e comerciantes, que viviam no luxo explorando os outros. Como antes desperdiçavam seu tempo, gostariam de fazer o mesmo agora. Até mesmo pessoas trabalhadores costumavam invejar a preguiça e considerar o trabalho como algo humilhante. Quando as pessoas viam um rapaz bonito, diziam: “Esse rapaz tem sorte. Ele certamente levará uma vida ociosa.” Quanto a uma moça bonita, costumavam dizer: “A moça é muito bonita. Ela deveria ser esposa do primogênito de uma família rica.” Por esposa do primogênito de uma família rica, queriam dizer, afinal, que ela deveria viver uma vida ociosa. Não é de admirar que as pessoas pensassem assim na antiga sociedade, onde os ociosos mandavam nelas. Ainda sem consciência de classe, elas invejavam os ociosos em vez de odiá-los e desprezá-los, esperando que, de algum modo, se tornassem afortunadas e levassem uma vida ociosa. Por isso não tinham orgulho como pessoas trabalhadoras e tentavam fazer o trabalho mais fácil possível e levar uma vida ociosa, se pudessem.
Logo após a libertação, percebi que nossos estudantes estavam bastante inclinados a preferir direito à tecnologia. Eles aparentemente achavam muito melhor estudar direito e se tornar juízes ou promotores que conduzem julgamentos sentados em grandes cadeiras, do que se tornarem engenheiros ou técnicos em fábricas. Tudo isso é um resquício das ideias do imperialismo japonês. Na época do domínio imperialista japonês, os juízes e chefes de delegacias levavam uma vida ociosa e exerciam seu poder para apropriar muitas coisas que pertenciam a outros. Como haviam visto tais práticas antes da libertação, nossos estudantes ainda voltavam seus olhos para o curso de direito mesmo após a libertação. Por isso restringimos a matrícula no curso de direito e tornamos obrigatório que mais de 75 por cento dos estudantes universitários seguissem cursos técnicos.
Ainda há aqueles entre nós que gostam de realizar trabalhos administrativos e de escritório sentados a uma mesa e que não gostam de suar numa fábrica ou no campo. A inclinação de detestar o trabalho árduo e viver na ociosidade pode ser encontrada em todos até certo grau.
O trabalho é o mais sagrado e honroso em nossa sociedade. É um princípio do socialismo que todos trabalhem de acordo com sua capacidade, e é uma característica importante das pessoas de um novo tipo trabalhar o máximo possível e se voluntariar para as tarefas árduas e difíceis. Os cavaleiros de Chollima competem sempre uns com os outros na realização de tarefas difíceis e demonstram devoção e criatividade extraordinárias na construção socialista, sendo assim amados e respeitados por todo o povo como heróis de nosso tempo. Todos nós devemos nos habituar ao amor pelo trabalho, considerando-o algo alegre.
A seguir, devemos combater o egoísmo. Egoísmo significa buscar o próprio bem-estar sem considerar os outros. Todos podem ser afetados por essa ideia perniciosa até certo ponto. O ser humano não é egoísta por natureza. O egoísmo tem origem na propriedade privada; é a ideia da classe exploradora desde o início da exploração do homem pelo homem. O interesse próprio é uma ideia muito prejudicial. Pessoas egoístas não hesitam em prejudicar até mesmo as vidas e propriedades dos outros, nem têm escrúpulos em vender o país e o povo por seus próprios interesses e prazeres.
A menos que se supere o egoísmo, não se pode ser comunista nem revolucionário. Particularmente em nossa sociedade socialista de hoje, o egoísmo é totalmente incompatível com nossa vida. Não trabalhamos para o bem dos exploradores, mas para o bem de nós mesmos, de nosso país e de nossa sociedade. Nesta sociedade, não há espaço para o egoísmo que protege apenas aquilo que é próprio, enquanto ignora os danos causados aos bens do Estado e do coletivo. A propriedade do Estado, afinal, pertence a nós, e não a mais ninguém. A propriedade estatal e pública é mais valiosa que a propriedade privada, pois é o bem comum de todo o povo. Os comunistas colocam os interesses do Estado e do público acima de seus interesses individuais e lutam até o fim pelos interesses do Partido e da revolução, mesmo ao risco da própria vida. A ideologia egoísta encontra expressão também na vida familiar. Algumas pessoas querem divorciar-se das esposas que não conseguem dar à luz meninos. Pode ser motivo de pesar não ter um filho homem. Mas isso não pode ser um assunto sério para os comunistas. É imoral abandonarem suas esposas por tal razão.
Algumas mulheres atrasadas amam somente seus próprios filhos. E dirão: “Até os animais amam seus filhotes.” Se as pessoas amam apenas seus próprios filhos e não os dos outros, não são melhores do que os animais. Elas devem ter tanta afeição pelos filhos alheios quanto têm pelos seus. Apenas aquele que ama profundamente as pessoas e considera os problemas dos outros como seus próprios pode se tornar um verdadeiro comunista.
Eu tenho a camarada Ri Yong Suk em grande estima. Não é tarefa fácil criar nove filhos alheios em casa. O egoísmo é completamente estranho a ela. A camarada Yong Suk preocupa-se apenas em ajudar todas as crianças e pessoas a levarem uma vida feliz e tornar nosso país mais próspero. Ela não fez distinção entre seus próprios filhos e os dos outros, mas amou-os igualmente. Penso que ela é um modelo para nossas mulheres, pois está profundamente imbuída de autêntica ideologia e moral comunistas.
Não quero dizer que na sociedade comunista não haverá família nem distinção entre os próprios filhos e os dos outros. Na sociedade comunista, o indivíduo também terá sua família. Mas as pessoas na sociedade comunista jamais amarão exclusivamente seus filhos. Quando a sociedade comunista for alcançada, toda a sociedade se transformará em uma família, e as pessoas amarão e cuidarão de todas as crianças igualmente, sejam elas suas ou não.
O egoísmo, isto é, a busca exclusiva do bem-estar individual, contradiz fundamentalmente a ideia comunista de viver juntos em abundância. Devemos nos basear na premissa de que cada um de nós tem egoísmo, e devemos esforçar-nos persistentemente para eliminá-lo.
Outra questão é que devemos ter ideias coletivistas. A sociedade comunista representa uma comunidade harmoniosa e unida. Todos devem acostumar-se a amar o coletivo e o país, e seus camaradas. É incorreto preferir uma vida solitária, isolada do coletivo, transgredir as normas da vida coletiva e manter relações ruins com os camaradas, causando problemas e criando uma atmosfera sombria para o coletivo. Não se pode ser fiel à vida coletiva se se é teimoso, não prestando atenção aos conselhos dos outros, ou se despreza e menospreza os outros com um senso exagerado de autoimportância. Desde os tempos antigos, tem sido um belo costume nosso viver em harmonia. Devemos promover tais tradicionais e belos traços morais e criar uma atmosfera amigável e luminosa em todos os lugares.
A próxima coisa que devemos fazer é lutar contra a dissipação e a frivolidade. Isto também é um resquício da velha sociedade. Deve-se pôr um fim, de uma vez por todas, à bebedeira e ao jogo, e à prática de corromper a moral de homens e mulheres e levar uma vida dissoluta. Divertir-se não significa tornar-se dissoluto e depravado. Devemos saber como nos divertir em um plano mais elevado e mais culto, e devemos levar uma vida saudável em todos os momentos.
Devemos envidar esforços vigorosos por longo tempo para eliminar todos os remanascentes de ideias obsoletas.
As mães desempenham um papel realmente grande no combate às ideias ultrapassadas.
De modo geral, as pessoas são educadas em casa, na escola e na vida pública. A educação doméstica constitui a base da educação escolar e social e adquire grande importância na formação humana.
A família é uma célula de nossa sociedade em que vivem juntos aqueles de nossos parentes mais próximos — pais, esposa e filhos, irmãos e irmãs. Aqui a pessoa é continuamente educada desde a infância por seus parentes mais íntimos. Em casa, podemos conduzir adequadamente o tipo de educação que dificilmente pode ser feito na escola ou na sociedade.
A mãe tem de assumir a maior responsabilidade pela educação doméstica. Sua responsabilidade é maior do que a do pai. Por quê? Porque é ela quem dá à luz aos filhos e os cria. A mãe é a primeira educadora das crianças. Ela lhes ensina tudo o que é necessário, começando por como andar, falar, vestir-se e comer. Se ela lhes dá ou não uma formação inicial adequada é de grande importância para seu desenvolvimento. Se a mãe dá aos filhos uma educação doméstica apropriada, é muito fácil educá-los na escola e nas organizações públicas. A educação materna correta ajuda-os a estudar bem na escola e a trabalhar bem na sociedade.
O que se aprende com a mãe na infância é lembrado por toda a vida. As coisas que permanecem por mais tempo em nossas memórias são as palavras e os exemplos de nossa mãe. As impressões que uma mãe transmite têm grande impacto sobre a formação do caráter e dos hábitos do indivíduo. As mães dos grandes homens de todas as épocas deram aos seus filhos uma boa educação desde a infância.
A mãe do camarada Ma Tong Hui está presente aqui conosco agora. Ela educou seu filho e sua filha incansavelmente no espírito do patriotismo, o que fez com que ambos, assim como sua nora, se tornassem revolucionários. O camarada Ma Tong Hui foi sempre fiel na execução das tarefas revolucionárias que lhe foram atribuídas. Ele foi preso pela polícia imperialista japonesa quando entrou no distrito de Hyesan para restaurar uma organização clandestina. O inimigo o submeteu a todo tipo de tortura para descobrir a localização do quartel-general guerrilheiro. Naquela época, o quartel-general não estava longe. O camarada Ma Tong Hui sabia perfeitamente que, se o quartel-general fosse descoberto pelo inimigo, seria uma perda grave para a revolução. Ele mordeu a própria língua com medo de revelar a localização em delírio quando desmaiava sob tortura. Um homem assim é um verdadeiro herói. Os imperialistas japoneses o assassinaram a sangue frio numa delegacia, dizendo que não havia necessidade de julgar um comunista tão obstinado. A mãe do camarada Ma Tong Hui, no entanto, não perdeu a coragem; enterrou seu filho e permaneceu fiel a seus princípios pelo bem da pátria. Apenas uma mãe coreana como ela poderia dar à luz um filho tão heróico.
O comunista deve estar pronto até mesmo para sacrificar sua vida pelo bem da sociedade e do povo. A mãe do camarada Ma Tong Hui amava seu filho, mas nunca de maneira egoísta. Ela pensava que seu filho fizera bem em sacrificar sua vida sem ceder ao inimigo e que sua morte fora gloriosa porque contribuiu para a revolução e para o povo. Ela prezava a pátria, o povo e a revolução ainda mais do que a vida de seu filho. Se todas as mães educarem seus filhos de forma revolucionária como a mãe do camarada Ma Tong Hui fez, as crianças se tornarão excelentes comunistas.
Hoje existem condições favoráveis para que todas as nossas crianças se tornem pessoas nobres. Não existe tal coisa como pessoas de má origem. As classes dominantes do passado inventaram a mentira da boa e da má origem. Todos nascem com qualidades que podem fazê-las boas. Se as pessoas são boas ou más depende da educação ou das influências que recebem. Aqui está o cerne da questão, e é especificamente a influência dos pais que desempenha o papel dominante.
Levamos em conta a origem das pessoas não para determinar sua linhagem, como era prática no passado, mas para compreender plenamente quais influências receberam. Dizemos que o filho de um proprietário é mau porque pode seguir os passos de seu pai, que explorava os outros, batia e insultava seus arrendatários e agia com arrogância.
Agora não temos proprietários nem capitalistas. Nem existe exploração e opressão. Todos têm direito de estudar na escola e podem receber uma boa educação independentemente de onde trabalhem. Assim, os filhos de qualquer família podem crescer e se tornar pessoas decentes.
No momento, nossas mães têm a importante tarefa de criar seus filhos como excelentes construtores do comunismo. Todas as mães devem estar mais profundamente conscientes de sua pesada responsabilidade e da honra de criar os futuros mestres da sociedade comunista.
Agora que as condições são geralmente favoráveis, as mães precisam apenas se esforçar pela edificação de seus filhos.
A edificação das crianças não requer metodologia especial. Ela pode ser assegurada se forem educadas com muitos exemplos positivos que estão sendo dados em nosso país agora.
Pessoas de um novo tipo estão surgindo por toda parte, e todos nós ouvimos muitas histórias comoventes. Tenho certeza de que todas vocês aqui presentes ouviram as histórias sobre a esposa de Orang, sobre os trabalhadores médicos vermelhos que salvaram o menino Pang Ha Su e sobre as camaradas Kil Hwak Sil e Ri Sin Ja.
Se forem educadas por esses bons exemplos, nossas crianças certamente crescerão e se tornarão seres humanos decentes.
Para educar adequadamente seus filhos e filhas, vocês, mães, devem tornar-se excelentes comunistas. Não podem simplesmente pedir às crianças que se tornem boas pessoas enquanto vocês próprias evitam o trabalho e o estudo e se comportam de maneira egoísta. Na educação das pessoas, o exemplo prático é mais eficaz do que o preceito. Para criar os filhos como construtores do comunismo, pais e mães precisam eles mesmos ser comunistas.
O vovô Om, de Jaegyong-ri, é amplamente conhecido como o “avô comunista”. Não se trata de uma história sobre uma mãe comunista, mas pode ser instrutiva para vocês. O vovô Om é de Rajin. Antes da libertação, dizem, ele trabalhava como jornaleiro numa fazenda e vivia em extrema pobreza; porém, depois da libertação, recebeu terra e tornou-se próspero. Quando a guerra irrompeu, enviou seus filhos à frente, dizendo-lhes que deveriam lutar até o fim contra o inimigo em defesa da pátria. Depois da guerra, seus filhos voltaram e foram estudar. Um deles já se formou na universidade e leciona na Universidade de Tecnologia Kim Chaek. Esse filho, o professor universitário, escreveu ao pai pedindo que viesse morar com ele em Pyongyang, já que estava velho demais para trabalhar. Assim, o vovô Om foi a Pyongyang morar no apartamento do filho. Ele abriu a janela, olhou as ruas onde guindastes trabalhavam aqui e ali, edifícios novos se erguiam e todas as pessoas — não apenas os jovens — trabalhavam com grande vigor. Ao ver tudo aquilo, sentiu vergonha, como membro do Partido do Trabalho, de depender tão cedo do filho e apenas comer as refeições preparadas pela nora enquanto todos os outros se dedicavam à construção socialista. Assim, decidiu voltar ao trabalho e retornou à cooperativa de Jaegyong-ri. Lá trabalhou com mais energia do que os demais e fez muitas sugestões construtivas. Há algum tempo, visitei Jaegyong-ri e participei de uma reunião. Quando perguntei aos participantes se poderiam cumprir a tarefa de produzir mais um milhão de toneladas de grãos naquele ano, um velho levantou-se ao fundo da sala e respondeu com confiança que certamente poderiam fazê-lo e que deveriam fazê-lo sem falta. Disseram-me que era justamente o vovô Om.
Podemos citar a camarada Mun Jong Suk, de Chongsan-ri, como outro modelo. Seu marido caiu em combate durante a Guerra de Libertação da Pátria. Ela tinha um filho e era difícil sustentar-se sozinha. Por isso, seus dois irmãos — um funcionário do Ministério do Interior e o outro engenheiro-chefe de uma fábrica — pediram-lhe, cada qual, que fosse morar com eles. Mas a camarada Mun Jong Suk não foi. Pensou que, como membro do Partido, jamais deveria permitir-se comer sem trabalhar. Decidiu ganhar seu próprio sustento, enviar seu filho à escola e trabalhar com mais afinco pelo bem do país. Quando participei de uma reunião da organização do Partido em Chongsan-ri, ela fez um discurso excelente. Disse que em sua aldeia ainda havia muitas donas de casa parasitárias que preferiam uma vida ociosa e citou como exemplo a esposa do diretor da escola. De fato, sua crítica foi severa, pois comparou a esposa do diretor escolar a um “verme de barriga”; mas era necessária. A esposa criticada não era má pessoa. Não ficou abatida com a crítica, mas rompeu com a vida parasitária e começou a trabalhar no dia seguinte. A crítica funcionou. Aprecio muito a camarada Mun Jong Suk por sua forte determinação em resolver todos os problemas por conta própria, sem pedir ajuda aos outros, e por sua tenacidade em enfrentar tudo com firmeza.
Conhecemos muitas outras mães-modelo. Mães comunistas não são mulheres extraordinárias. Qualquer pessoa pode tornar-se mãe comunista — ou pai comunista — se abandonar o egoísmo e cumprir as instruções do Partido. Todas as nossas mães devem tornar-se mães comunistas e educar seus filhos e filhas para serem construtores do comunismo.
Agora, quero falar sobre o problema de cuidar das crianças. Por falta de condições adequadas, talvez não tenhamos conseguido cuidar suficientemente bem delas no passado. Mas hoje não há absolutamente nenhum pretexto possível.
Atualmente, existem condições adequadas para manter as crianças limpas e bem cuidadas. Se fosse há dois ou três anos, vocês poderiam dizer que falharam por falta de dinheiro. Mas agora isso não se pode dizer. A principal causa, penso eu, encontra-se no fato de que as mães ainda são cativas de hábitos antigos e não estão plenamente conscientes de seu dever de cuidar corretamente dos filhos.
Estive em Changsong. Com a construção da Usina Hidrelétrica de Suphung, as terras férteis do condado de Changsong foram inundadas, restando apenas as parcelas ao pé das montanhas. Assim, os habitantes viviam de maneira muito precária. O Estado destinou fundos consideráveis e tomou diversas medidas para melhorar suas condições de vida. O padrão de vida do povo de Changsong elevou-se bastante. Há ali uma fazenda pecuária que visitamos frequentemente. Inicialmente era uma cooperativa, mas o Estado reorganizou-a como fazenda estatal para ajudá-la, já que suas bases econômicas eram extremamente frágeis. Cada empregado ganha de 40 a 50 won por mês; portanto, um lar com dois ou três trabalhadores recebe de 100 a 150 won mensais — não é uma renda pequena. Apesar disso, em algumas famílias as crianças não são adequadamente cuidadas.
Visitei uma casa. Era arrumada. Olhei o cômodo e encontrei o piso e as paredes cuidadosamente forrados e várias roupas infantis penduradas. A família tinha quatro crianças, todas limpas e bem vestidas. Havia flores plantadas diante da casa e tudo estava em boa ordem. Era hora do almoço, e a dona da casa preparava pratos saborosos de abóbora na cozinha limpa. Folheei os cadernos das crianças e vi letras bem escritas e recortes de jornais organizados para consulta. Disseram-me que a esposa não trabalhava e que apenas o marido sustentava a família, ganhando cerca de 46 won mensais. Apesar da renda relativamente pequena e do grande número de filhos, administravam perfeitamente o lar.
Visitei outra casa que apresentava um contraste total. Era muito desarrumada, e a aparência das crianças era deplorável. O cômodo estava empoeirado e o piso e as paredes não estavam forrados. A cozinha estava uma bagunça e as crianças estavam mal vestidas. Nessa família, também apenas o marido trabalhava, mas sua renda era o dobro da anterior. Repreendi o marido por manter a casa em tal estado e por não cuidar das crianças. Ele respondeu que sua vida atual era incomparavelmente melhor do que antes. Quando perguntei se era membro do Partido, disse que era presidente de célula do Partido. Talvez considerasse boa sua vida atual porque antes vivera na mais extrema miséria. Mas é lamentável que alguém num cargo de presidente de célula do Partido seja tão descuidado com seus deveres domésticos. Ele ganha mais e tem menos filhos do que outros, mas é negligente porque ainda está influenciado pelo velho vício de uma vida desordenada.
Passei por uma loja para ver se havia tecidos. Havia muitos, e os preços não eram altos. Em nosso país, os preços das mercadorias são uniformes, seja numa aldeia ao pé do monte Paektu, seja em Pyongyang. Disseram-me que dois metros de tecido bastam para fazer uma roupa infantil. Mesmo que dois metros custem seis won, o preço não é caro. Numa aldeia rural não é preciso comprar lenha nem pagar água; assim, não consigo entender como aquele homem gasta seus 90 won mensais e por que não consegue fornecer roupas adequadas às crianças. No fim das contas, não se trata de renda, mas de concepção de vida. Por isso relatei o caso ao Comitê Central do Partido e enfatizei a necessidade de desenvolver um modo de vida familiar mais culto e organizado e de cuidar rigorosamente das crianças.
Nas atuais condições, temos plena capacidade de cuidar bem das crianças, desde que haja vontade. Como disse há pouco a presidente da organização da União das Mulheres de Sinmi-ri, o verdadeiro problema é que nossas mulheres ainda não estão esclarecidas. Se as mulheres tivessem um pouco mais de preocupação com uma vida arrumada e organizada, tudo se resolveria. Mas algumas mães não fazem nem mesmo aquilo que está perfeitamente ao seu alcance, e não consideram isso errado. Em alguns lares, permitem que as crianças circulem com o cabelo desgrenhado e não se preocupam em lhes fornecer bonés ou mochilas escolares. Esses itens não custam muito. O problema é a falta de sinceridade. Somente quando as crianças forem educadas desde casa a se manterem limpas e organizadas é que conservarão a ordem na escola e crescerão como pessoas de um novo tipo, que viverão de maneira culta no futuro. As mães devem compreender mais profundamente o quanto é importante, para a educação de seus filhos, manter limpos tanto a casa quanto os próprios filhos.
Os órgãos estatais também têm culpa. Conversei com os responsáveis e devo admitir que as crianças não são cuidadosamente atendidas. Faltam roupas, sapatos, meias, escovas de dentes, material escolar, brinquedos e literatura infantil.
Atualmente há poucos romances e livros de histórias interessantes para crianças; filmes juvenis também são escassos, e não temos um teatro infantil digno de menção. Os responsáveis já foram criticados por suas falhas, e estas estão sendo corrigidas.
Ainda assim, o mais importante é o esforço sincero das mães para manter seus filhos limpos. Na nossa infância, mal podíamos comprar uma escova de dentes. Mas escovávamos os dentes com sal todos os dias. A falta de bens materiais não pode justificar permitir que as crianças fiquem sujas. Se as mães tiverem um alto senso de responsabilidade pela educação apropriada dos filhos, encontrarão solução para qualquer problema.
Para quem estamos construindo uma nova sociedade? Para nós mesmos, é claro, mas principalmente para as gerações futuras. Podemos até comer os frutos das macieiras que plantamos agora, mas é mais correto dizer que elas pertencem às gerações que virão. Construir belos calçadões ao longo do rio Taedong está nos custando grande esforço. Isso porque herdamos muito pouco. Apesar das dificuldades, nossa geração deve trabalhar arduamente para transmitir boas coisas às futuras gerações.
A mortalidade infantil diminuiu bastante nos últimos anos. Creio que isso se deve à melhora geral das condições de vida do povo, ao rápido aumento das instituições de saúde e dos serviços médicos, ao despertar crescente das mães e aos esforços das organizações da União das Mulheres.
O esforço das mães é o fator decisivo na promoção da saúde das crianças. As mães devem manter seus filhos limpos e criá-los de forma higiênica. Devem ter conhecimentos de higiene e saber prevenir e tratar doenças. Devem alimentar as crianças adequadamente, vesti-las de acordo com as estações e adotar medidas preventivas contra enfermidades. Hoje difundimos conhecimentos de higiene por meio de jornais, revistas, rádio, etc., e ensinamos o necessário nas escolas de mães. Se estudarem com dedicação em seu tempo livre, se tornarão excelentes mães, que sabem administrar seus lares e educar seus filhos de forma moderna e higiênica. Daqui em diante, devemos desenvolver uma ampla campanha para cuidar bem das crianças, manter as casas limpas e protegê-las contra doenças.
Por último, gostaria de falar brevemente sobre o trabalho da União das Mulheres.
Considerando o grande papel das mulheres na construção socialista, particularmente na educação comunista das crianças, consideramos necessário fortalecer ainda mais o trabalho da União das Mulheres.
A União das Mulheres realizou progressos consideráveis. Hoje, ao contrário do passado, um grande número de excelentes quadros foi designado para atuar nas organizações da União. Antes, havia muitas mulheres que andavam sempre bem vestidas, carregando bolsas elegantes. Viviam afastadas das massas e prejudicavam enormemente o trabalho da União. Essas mulheres foram removidas de seus cargos, e o corpo de quadros foi reorganizado com núcleos do Partido firmes em sua posição de classe. Isso foi uma medida muito correta.
Algumas pessoas achavam que apenas intelectuais formadas em universidades estavam qualificadas para se tornarem quadros da União das Mulheres. Isso era um enorme equívoco. As organizações da União precisam trabalhar com as mulheres trabalhadoras das fábricas e das aldeias rurais. Como poderia o trabalho da União ser realizado por mulheres “esclarecidas” que desconhecem completamente a vida fabril e rural e só sabem usar maquiagem e enroladores de cabelo? Para dizer a verdade, não é tão essencial ter cabelo enrolado nem vestir roupas bonitas. Essas coisas são fáceis de aprender; até mulheres rurais aprendem com facilidade. Mas é difícil transformar mulheres que gostam de passear com bolsas elegantes em militantes da União das Mulheres capazes de trabalhar lado a lado com as trabalhadoras e lutar com firmeza para fazer com que as políticas do Partido sejam cumpridas pelas mulheres. Portanto, é aconselhável formar quadros entre aquelas camaradas firmes que foram forjados pelo trabalho prático nas fábricas e no campo. As camaradas que discursaram ontem e hoje são mulheres que levaram vidas duras no passado, trabalhando como empregadas para outros. É natural que tais pessoas se tornem elementos essenciais. Nosso Partido é forte — e nosso país também — porque pessoas como essas formam o núcleo em todos os domínios. No futuro, também devemos consolidar constantemente o corpo de quadros da União das Mulheres com base no princípio do Partido na seleção e alocação de quadros.
Não sou contra nomear intelectuais como quadros. Devemos selecionar intelectuais firmes, e no futuro todos devem se tornar intelectuais. Não há nada de extraordinário nos intelectuais. Intelectuais não são necessariamente aqueles com diplomas universitários. As camaradas que discursaram aqui ontem e hoje podem todas ser chamadas de intelectuais. Os verdadeiros intelectuais não são aqueles que possuem diplomas, mas aqueles que detêm conhecimentos essenciais para a vida. Os intelectuais formados podem reconhecer os livros que liam na época da universidade, mas são ignorantes quanto ao que hoje é necessário. Por outro lado, os intelectuais que aprenderam pelo trabalho prático possuem conhecimento preciso e sólido sobre todos os assuntos.
É claro que aqueles que não têm formação formal precisam estudar mais. Podem estudar em cursos por correspondência ou por conta própria. Dessa forma, todos os quadros da União das Mulheres devem tornar-se novos intelectuais. No futuro, devemos formar quadros sólidos entre aquelas que cresceram entre trabalhadores e camponeses e podem integrar-se profundamente entre eles para trabalhar eficazmente e lutar com tenacidade pela implementação das políticas do Partido. Essas camaradas devem ser estimuladas a trabalhar incansavelmente para aprimorar suas qualificações.
Outra tarefa importante da União das Mulheres é fazer com que todas as mulheres se tornem mães comunistas e excelentes educadoras comunistas da nova geração, incentivando-as a participar ativamente da construção socialista. Tornar-se mãe comunista e construir o socialismo são coisas inseparáveis. Ociosas não podem tornar-se mães comunistas. Para ser uma mãe comunista, antes de tudo, a mulher deve participar com entusiasmo da construção socialista. Apenas participando ativamente da construção socialista poderá acompanhar as realidades em constante desenvolvimento e adquirir rapidamente a ideologia comunista. Em nosso país atualmente existem mais de mil mulheres formadas em universidades que não trabalham, mas passam o tempo ocioso em casa. As graduadas universitárias têm, na prática, a obrigação legal de trabalhar por mais de cinco anos. O Estado não lhes proporcionou educação universitária para que ficassem em casa cuidando dos filhos e cozinhando. Como essas graduadas não assumem postos de trabalho, até as instituições de formação de quadros hesitam em admitir novas estudantes. É claro que as mulheres devem ser educadas. Entre elas deve haver muitas mestres em ciências e doutoras. Mas nenhuma mulher ainda obteve um doutorado. Isso é lamentável. Um número maior de excelentes quadros femininos deve ser formado em todos os setores — político, econômico e cultural.
Muitas de nossas mulheres pensam que dar à luz e cuidar da casa é mais útil do que sair para o mundo e desempenhar tarefas importantes. Criticam aquelas que se casam tarde e fofocam sobre aquelas cujo casamento se adia por causa dos estudos. A União das Mulheres deve travar uma poderosa luta ideológica contra essas atitudes negativas.
Não queremos dizer que somos contra que as mulheres se casem e tenham filhos. Isso é natural e bom. O que é ruim é a falsa ideia de que estudar e realizar tudo o mais serve apenas para casar e ter filhos. A mulher pode — e deve — tornar-se mestre em ciências ou obter um doutorado continuando seus estudos, mesmo depois de casada e com filhos.
Devem ser criadas condições para ajudar as mulheres a avançarem de forma contínua em sua vida social após o casamento. Muitas creches, jardins de infância, lavanderias e outras instalações devem ser construídas para permitir que as mulheres participem das atividades sociais. O Estado está prestando atenção especial à construção desses estabelecimentos. No entanto, as instituições que estão sendo construídas com recursos estatais podem não ser suficientes para satisfazer plenamente as necessidades das mulheres, porque atualmente imensos trabalhos de construção estão em andamento em todos os setores. É claro que, no futuro, o Estado assumirá plena responsabilidade pela construção de todas as instalações necessárias às atividades públicas das mulheres, mas, por ora, não tem condições de atender a tudo isso. Entretanto, as mulheres podem resolver muitos problemas por si mesmas ao unirem seus esforços, se a União das Mulheres fizer os devidos arranjos.
A experiência obtida em Sosong-dong, em Pyongyang, creio eu, pode servir como um excelente exemplo. A União das Mulheres deveria organizar uma campanha conjunta das mulheres para construir creches, lavanderias, refeitórios públicos e assim por diante. Dessa forma, devem ser criadas condições adequadas para que as mulheres participem das atividades sociais, e o papel das mulheres na construção socialista deve ser elevado ainda mais.
Uma questão importante nas atividades anteriores da União das Mulheres era eliminar o analfabetismo e erradicar as ideias feudais que oprimiam as mulheres. Mas esse trabalho já não parece ser de grande importância em nossa sociedade. Hoje a União das Mulheres deve promover ativamente a participação das mulheres na construção socialista e concentrar seus esforços em lhes proporcionar condições que lhes permitam trabalhar bem.
Como indicado no relatório ao Quarto Congresso do Partido, o trabalho da União das Mulheres é uma parte importante do trabalho do nosso Partido. As organizações partidistas em todos os níveis — incluindo os comitês do Partido das cidades, condados e ris — devem dar orientação ativa e assistência para fortalecer o trabalho das organizações da União das Mulheres.
A presente Conferência Nacional de Mães será uma boa oportunidade para fortalecer e desenvolver ainda mais o trabalho da União das Mulheres. Espero que este encontro marque um ponto de virada na educação das crianças pelas mães e no trabalho da União das Mulheres.

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