Os jovens devem seguir o caminho indicado pelas ideias avançadas

Conversação em Jilin com delegado da Associação Juvenil Lixin, em 10 de maio de 1928.

Sempre quis muito ir a Jiaohe, porém hoje me encontro com você em Jilin, o que me alegra muito. Considero muito beneficioso nos ver assim para trocar opiniões com sinceridade e traçar o correto caminho para a restauração da Pátria.

Traçar este caminho constitui um assunto importante que espera solução urgente para salvar o destino do país e da nação que estão em ruína. Portanto, todas as pessoas que se preocupam com o destino do país prestam muita atenção e se esforçam para traçar uma via correta para a restauração da Pátria.

Embora o espírito combativo das massas populares seja elevado, se não existe uma linha definida para a luta, é impossível alcançar o triunfo na revolução.

Em outros tempos, nosso povo se levantou em lutas de alcance nacional contra o imperialismo japonês, como o Levante de 1 de Março e a Manifestação Independentista de 10 de Junho. Todavia, essas lutas fracassaram por falta de uma linha correta. Incluso posteriormente, as pessoas com sentimentos patrióticos batalharam e derramaram seu sangue para recuperar a soberania do país; mas, tampouco puder evitar sucessivos fracassos.

Isto demonstra claramente que a luta revolucionária não pode triunfar se carece de uma linha que indique o caminho correto de combate. Somente se conta com uma linha revolucionária é possível adotar acertadas medidas de luta e mobilizar de maneira correta as amplas massas para a vitória da revolução.

No entanto, atualmente, aqueles que dizem que dirigem o movimento independentista, em vez de pensar em fazê-lo com uma linha revolucionária de combate, se preocupam com meros palavrórios cativados pelas velhas e retrógradas teorias e planejamentos, motivo pelo qual não logram encontrar um correto caminho de luta.

Em escala mundial, o movimento revolucionário entra por completo em uma nova etapa. As massas populares de muitos países que sofreram durante séculos atenazadas pela exploração e opressão, levantaram-se na luta para romper as correntes do capital e tomar o poder em suas mãos sob a bandeira de uma ideologia avançada. Na Rússia, ao triunfar a Revolução de Outubro sobre esta bandeira, a do marxismo-leninismo, os operários e camponeses e outros amplos setores da população se converteram em donos do país e hoje constroem uma nova sociedade, livre de exploração e opressão, uma sociedade ideal para a humanidade onde todos vivem felizes por igual.

Estimulada pelo triunfo da Revolução Socialista de Outubro na Rússia, a luta revolucionária pela libertação nacional e classista se levanta como uma labareda em vários países do mundo. O movimento revolucionário mundial avança assim para uma nova etapa, na acepção da corrente ideológica recém surgida.

Sob a influência dessa mesma revolução, também em nosso país começou a difundir-se a ideologia avançada desde o final da década passada. Incluso sob as condições de forte repressão e vigilância do imperialismo japonês, essa ideologia foi divulgada pelos pioneiros, exercendo uma grande influência no movimento independentista nacional. Graças a isso, a luta de libertação nacional começou a inclinar-se paulatinamente para o movimento comunista.

Ao analisar a tendência de desenvolvimento do movimento revolucionário, isto se mostra inevitável.

Porém, na atualidade, os recalcitrantes nacionalistas dão as costas a essa tendência e não se livram de suas arcaicas teorias e planejamentos. Alguns deles, perdendo tempo com insignificantes palavrórios e reunidos somente os poucos da classe superior e longe das massas, insistem em alcançar a independência do país apoiando-se nas forças estrangeiras. Eles argumentam que o "movimento pelo fomento do poder nacional mediante a promoção da educação e da indústria" é o "caminho mais correto para lograr a independência", e incluso afirma que a "preparação dessa força" deve ser feita com a "ajuda" de Estados Unidos, França e outras potências capitalista.

Sem sombra de dúvidas, com esse método é impossível alcançar a independência. Países como Estados Unidos e França são igualmente potências que podem manter sua existência somente por meio da opressão e exploração de suas próprias massas trabalhadoras e, ao mesmo tempo, com agressões contra outras nações pequenas e débeis. A "doutrina sobre a autodeterminação nacional" concebida pelo ex-presidente estadunidense, Wilson, nos finais da Primeira Guerra Mundial, não passa de um lema enganoso e hipócrita para seduzir as nações pequenas e débeis. Nenhuma potência capitalista obsequiará a independência a nosso povo, nem nos prestará ajuda. E, enquanto siga de pé a dominação colonialista do imperialismo japonês, é impossível que em nosso país se fomentem a educação e a indústria nacionais.

A insistência em alcançar a independência mediante a educação e a indústria nacionais com a "ajuda" das potências capitalistas da Europa e da América do Norte é uma prédica niilista e capitulacionista, derivada do servilismo tendente a desconfiar da força de seu povo e depender das potências. Se atuamos segundo exigem os recalcitrantes nacionalistas, não poderemos lograr a independência nacional, nem nos livraremos para sempre das garras do imperialismo, o que seria cometer um erro imperdoável ante ao nosso povo que aspira à liberdade e emancipação.

Porém não é motivo para rejeitar ou nos afastar sem razão dos nacionalistas na luta contra o imperialismo japonês e pela restauração da Pátria. Como eles desejam também a independência do país, devemos mostrar-lhes, com o método de persuasão, o quão injustos são seus obsoletos e arcaicos critérios, teorias e abordagens e, ao mesmo tempo, formular e estimular ativamente sua posição positiva de repelir a agressão imperialista. Desta maneira, devemos lograr que suas abordagens errôneas não se difundam entre as massas e que todas as pessoas que se opõem ao imperialismo japonês optem pelo correto caminho de luta.

Para este fim, é indispensável que nossos jovens marchem com a bandeira da ideologia avançada, de acordo com a tendência do desenvolvimento do movimento revolucionário mundial e, sob esta bandeira, aglutinar a nossa nação e organizá-la e mobilizá-la ativamente para a luta contra o Japão.

Avançar com a nova ideologia progressista nunca deve ser pretexto para atuar como os faccionalistas. Na atualidade, estes, que, divididos em vários grupos, se dedicam somente às disputas sectárias, qualificam de "burguesa" ou de "proletária" a revolução coreana, sem ter uma profunda compreensão do marxismo-leninismo, o que esfria o entusiasmo combativo das massas, aparta ou dispersa e desabilita até as forças antijaponesas com as quais podemos nos unir.

Atualmente na Manchúria existem várias agrupações de jovens coreanos com distintos nomes, porém, em sua maioria, não se lançam à luta pela independência do país, mas são arrastadas pelas insensatas disputas dos faccionalistas por hegemonia.

Nossos jovens, bem conscientes da situação atual do movimento revolucionário coreano, devem se esforçar com afinco para preparar um autêntico caminho que conduza à independência do país.

Para conduzir a revolução coreana por um curso correto, é preciso que todos os jovens e as massas do povo trabalhador que buscam um novo caminho de luta tenham clara compreensão da ideologia avançada e se aglutinem sob sua bandeira.

A ideologia avançada da que falamos é a que defende efetivamente os interesses e direitos das massas populares trabalhadoras e lhes indica o caminho da libertação, o marxismo-leninismo, cuja veracidade já foi comprovada pela vitória da Revolução de Outubro na Rússia, país que ocupa um sexto do mundo.

A fim de que os jovens e as massas do povo trabalhador tenham uma compreensão clara da ideologia avançada, é necessário organizar bem o estudo e a divulgação do marxismo-leninismo.

Em vista da intensa repressão e vigilância do inimigo, há que fazê-lo conforme a situação real e com diversas formas e métodos. Poderão ler livros necessários conseguidos por conta própria, ou organizar e promover círculos secretos de leitura. Se nos esforçamos, podemos conseguir quantos livros necessitemos. Se tropeçamos com algo que não entendemos durante a leitura, resolveremos a questão se discutirmos reunidos. Repito que nossos jovens devem estudar com afinco a ideologia avançada e divulgá-la amplamente entre as massas.

Para impulsionar a revolução coreana sob a bandeira da ideologia avançada, é necessário, ademais, aglutinar as amplas massas em torno da organização revolucionária.

Somente assim é possível lograr que elas, liberando-se da influência do nacionalismo e do faccionalismo, sigam o caminho correto da revolução e assim cumpram sua missão e papel.

Também na zona de Jiaohe, para levar os jovens pelo caminho da revolução, se deve constituir uma organização apropriada e aglutinar em torno dela as amplas massas da juventude.

Por organização revolucionária da juventude se entende aquela que se esforçar para por em prática o programa e o dever de luta formulados com a ideologia avançada como sua guia. Tais organizações já foram constituídas em Jilin e outras zonas. Uma delas é a União da Juventude Antiimperialista.

Na atualidade, esta União se estende rapidamente com uma grande força de atração em Jilin, Fusong e outras vastas regiões e atua com a segura perspectiva de conduzir a revolução coreana por um novo caminho. Portanto, devo recomendar que também na zona de Jiaohe a organizem e aglutinem os jovens em torno. dela.

Porém, como ali existem duas organizações juvenis nacionalistas, há que tratá-las com prudência. Se desintegram a "Associação Juvenil Lixin" e a "Associação Juvenil Lafa" com o pretexto de organizar a União da Juventude Antiimperialista, resultará, no fim das contas, que entre as forças suscetíveis a unir-se serão semeadas a discórdia e a divisão das forças revolucionárias.

O princípio mais importante na criação da organização revolucionária é impulsioná-la no sentido de ganhar para o lado da revolução nem que seja um homem a mais, e previnir estritamente a dispersão e o debilitamento das forças revolucionárias.

Atendo-se a este princípio, é racional, ao meu ver, não dissolver essas duas associações, mas criar em seu seio filiais da União da Juventude Antiimperialista.

Embora sejam agrupações juvenis nacionalistas, entre seus integrantes se encontram aqueles que, tendo consciência da limitação do nacionalismo, desejam retirar-se delas. Assim sendo, se com eles como membros medulares organizamos ali, primeiro as filiais da União da Juventude Antiimperialista, e fortalecemos seu papel, poderemos transformá-las em agrupações juvenis revolucionárias. Os membros da União da Juventude Antiimperialista, desempenhando constantemente o papel de núcleo dentro da Associação Juvenil Lixin e da Associação Juvenil Lafa, devem exercer influência revolucionária sobre outros jovens para atrai-los paulatinamente para a União. Assim será possível, a cabo de um certo tempo, transformá-las em União da Juventude Antiimperialista e, ao mesmo tempo, aglutinar todos os jovens da zona de Jiaohe em torno da organização revolucionária para empreender com valor a luta contra o imperialismo japonês.

Nos compete orientar os jovens para que não se deixem arrastar pelas injustas ações dos nacionalistas e dos faccionalistas.

Nestes dias, os recalcitrantes nacionalistas e faccionalistas, alegando "unidade", falam muito da "fusão das três juntas" e da "unificação do movimento juvenil", porém isto não passa de uma sinistra intriga para manter sua reputação entre os compatriotas e lograr a hegemonia no movimento independentista. Por esta razão, ainda que advoguem pela unidade, somente a destroem e, ainda que digam que se dedicam ao movimento independentistas, atuam precisamente em contraposição.

Sempre devemos estar alerta ante às conjuras dos nacionalistas e dos faccionalistas e combater com intransigência seus atos injustos. Ao mesmo tempo, temos que nos proteger de suas possíveis intrigas para destruir nossa organização revolucionária.

Enquanto preparamos o novo caminho da revolução, podemos tropeças com múltiplas dificuldades e contratempos, porém devemos vencê-los com nossas próprias forças. Nossos jovens não devem vacilar ou render-se ante às dificuldades. Por mais escabroso que seja o caminho que devemos recorrer, nada poderá impedir a marcha de nossos jovens armados com a ideologia avançada.

Estreitamente unidos e vencendo os obstáculos que podem surgir, conduzamos a revolução coreana pelo caminho da vitória.

Atualmente, nossa força é débil, porém se marchamos pela rota que indica a nova ideologia avançada, mais cedo ou mais tarde se fará poderosa e a independência do país será inevitavelmente alcançada.