quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Acerca da organização e do desenvolvimento da luta armada contra o imperialismo japonês


Discurso proferido na Conferência de Quadros do partido e da União da Juventude Comunista, celebrada em Mingyuegou, distrito de Yanji, em 16 de dezembro de 1931.

Camaradas,

A situação atual nos exige organizar e desenvolver imediatamente a luta armada contra o imperialismo japonês.

Ao empreender o caminho de agressão ao continente, os imperialistas japoneses intensificam de todos os ângulos as ofensivas reacionárias contra o povo coreano para "assegurar a retaguarda". Reprimem com as armas o avanço revolucionário do povo coreano e, por onde quer que passem, detém, encarceram e assassinam arbitrariamente a inofensiva população. Desta maneira, as contradições nacionais e classistas entre o imperialismo japonês e o povo coreano são cada vez mais graves.

A resistência dos operários, dos camponeses e de outros amplos setores das massas à cruel repressão do imperialismo japonês se faz mais forte, convertendo-se gradualmente na luta violenta.

A greve geral dos trabalhadores portuários de Wonsan, a greve dos mineiros de Sinhung e dos trabalhadores da Fábrica de Borracha de Pyongyang, o motim dos camponeses de Tanchon e a luta dos camponeses da Fazendas Fuji em Ryongchon, constituem um testemunho de que nossos operários e camponeses empreenderam uma luta violenta contra o imperialismo japonês, armado até os dentes. Com motivo do Incidente Estudantil de Kwangju também foi dado um poderoso impulso à luta dos jovens estudantes.

A par do avanço violento da população no interior do país, a luta dos camponeses coreanos na Manchúria do Leste também cobra um auge espetacular. A colossal e bem organizada luta relacionada com a colheita na qual participaram mais de cem mil camponeses, realizada sob a direção dos comunistas coreanos, tomou um caráter violento e terminou com uma vitória brilhante, após desferir golpes demolidores ao imperialismo japonês e aos latifundiários reacionários.

A classe operária, o campesinato, os jovens estudantes e outros setores patrióticos da Coreia compreendem cada vez melhor que sem a violência revolucionária não poderão livrar-se da situação de escravo apátrida nem conseguir as reivindicações vitais mais elementais.

Dadas estas circunstâncias, transformar a crescente luta violenta das massas na luta armada, dando-lhe um caráter organizado, é uma demanda urgente da luta antijaponesa de libertação nacional.

O único caminho justo para recuperar a Pátria e libertar a nação do julgo colonial do imperialismo japonês é organizar e desenvolver a luta armada.

O bandidesco imperialismo japonês ocupou nosso país pelas armas e mantém seu domínio colonialista na Coreia graças às forças armadas contrarrevolucionárias. Para destruir com violência a luta patriótica do povo coreano em todas suas formas, o imperialismo japonês mantém em nosso país, permanentemente, mais de duas divisões e criou mais de 2000 comissões de polícia e gendarmerias e dezenas de cárceres. Fraguando toda classe de infames leis fascistas, prova o povo coreano da liberdade de expressão, imprensa, reunião, associação, manifestação e lhe proíbe toda atividade política.

Valendo-se de toda classe de métodos e meios, os agressores imperialistas japoneses tratam de converter o povo coreano em eterno escravo colonial, motivo pelo qual não renunciarão a menos que sejam derrotadas suas forças armadas agressoras.

É absurdo pensar que os imperialistas japoneses se retirarão por conta própria e de boa vontade de nosso país. Prova disso são as experiências históricas do movimento antijaponês de libertação nacional de mais de 20 anos passados.

Desde antes da ocupação da Coreia pelo imperialismo japonês até hoje, nosso povo vem levando a cabo sem cessar diversas lutas antijaponesas. Porém o imperialismo japonês sufocou brutalmente estas lutas com as armas. Os patriotas lamentavam a ruína do país e reivindicavam ardentemente a independência, porém sem medidas práticas para tal. Os nacionalistas das antigas, sem preocupar-se com a vontade do povo e de maneira estúpida, tentavam lograr a independência por meio de "petições", ações que o imperialismo japonês respondeu com repressões sangrentas.

Ocorreram também as ações armadas, como a luta de voluntários e o movimento do Exército Independentista que, por atuar de forma dispersa e não ser guiado por uma estratégica e tática marxista-leninistas, foram aplastadas separadamente pelas forças armadas contrarrevolucionárias do imperialismo japonês.

A experiência demonstra claramente que sem aniquilar as forças armadas agressoras do imperialismo japonês, de nenhuma maneira será possível realizar a aspiração nacional da restauração da Pátria.

Com vista a derrotar as forças armadas agressoras do vandálico imperialismo japonês e restaurar a Pátria, há que empreender organizadamente a luta armada, apoiada em uma estratégia e tática marxista-leninista.

É óbvio que para lograr a libertação da Pátria não podemos nos apoiar nas forças estrangeiras nem podemos mendigar nada.

Temos que organizar e desdobrar de maneira ativa a luta armada para lograr com as próprias forças do povo coreano a restauração da Pátria e a libertação nacional.

Camaradas:

Hoje, a urgente situação revolucionária criada com a ocupação da Manchúria pelos imperialistas japoneses nos exige de modo peremptório tomas as armas.

Este é o período mais propício para empreender a luta armada e levantar uma guarra massiva antijaponesa. Isso se diz, em primeiro lugar, porque o governo do Guomindang está paralisado, o aparato de dominação imperialista japonesa não se estabeleceu ainda, e por isso toda a Manchúria se encontra em estado anárquico; em segundo lugar, a que o povo chinês se levanta massivamente na luta antijaponesa, abrindo assim uma época de grande efervescência revolucionária. Na atualidade, amplos setores do povo chinês levam a cabo por todas partes o movimento antijaponês de salvação nacional contra a ocupação da Manchúria pelo imperialismo japonês. Embora entre os destacamentos armados do movimento antijaponês de salvação nacional sejam poucas em número as unidades armadas progressistas dirigidas pelo Partido Comunista da China, se combatemos unidos com ditos destacamentos, podemos dar um impulso vigoroso à luta.

Chegou a hora de alçar-nos com armas na mão na sagrada luta pelo restabelecimento da Pátria. Mobilizemos todas as forças patrióticas para a luta armada contra o imperialismo japonês, sem distinção de ricos e pobres, de nobres e humildes, de filiação partidária e de crença religiosa. Devemos procurar que toda a nação se incorpore à luta armada antijaponesa, com o fuzil que o tenha, aportando com dinheiro que disponha dele, e com força quem tem esta para oferecer.

Devemos apoiar o povo chinês em sua luta de libertação nacional contra o imperialismo japonês, nosso inimigo comum, e formar com ele uma frente unida para, desta maneira, ganharmos apoio massivo, tanto do povo coreano como dos amplos setores do povo chinês na Manchúria.

Assim devemos levar à vitória a Luta Armada Antijaponesa com o apoio e respaldo ativos de vastos setores dos povos coreanos e chinês.

Devemos começar organizando as filas armadas e ampliar e desenvolver nossas próprias forças armadas, equipando-nos com armas tomadas do inimigo. Devemos tirar proveito das favoráveis condições geográfico-naturais das zonas fronteiriças da Coreia e das extensas regiões da Manchúria, pois com poucas forças nos seria possível dizimar e desgastar incessantemente as forças armadas do inimigos e nos alçar, em definitivo, no caminho da vitória.

Para isso é essencial que organizemos e desenvolvamos a luta armada cuja forma principal será a guerra de guerrilhas.

Esta é uma forma de luta armada que permite conservar as próprias forças e, ao mesmo tempo, golpear duramente, política e militarmente, o inimigo, e que faz possível o aniquilar com poucas forças, apesar de sua superioridade numérica e técnica. Se organizamos e desenvolvemos a luta armada em forma de guerra de guerrilhas, baseada no ativo apoio e respaldo das massas populares e nas favoráveis condições geográfico-naturais, poderemos aniquilar as forças agressoras do bandidesco imperialismo japonês.

1. Sobre a organização da Guerrilha Popular Antijaponesa.

Camaradas:

Com vista a organizar e desenvolver a luta armada, há que preparar as forças armadas próprias, capazes de derrotar as forças contrarrevolucionárias do inimigo. Para vencer o bandidesco imperialismo japonês devemos dispor de forçar armadas revolucionárias capazes de preservar-se e multiplicar-se na longa luta e dizimar e desgastar sem cessar as forças inimigas.

Devemos organizar a Guerrilha Popular Antijaponesa como tal força armada revolucionária.

Esta deve diferenciar-se radicalmente dos corpos de voluntários e do Exército Independentista: destacamentos armados nacionalistas que defendiam a independência da Coreia. A Guerrilha Popular Antijaponesa deve ser um autêntico exército do povo, formado com os melhores filhos e filhas de operários e camponeses, um exército verdadeiramente revolucionário, armado com as ideias marxista-leninistas e que luta pela libertação da Pátria, pela liberdade e felicidade do povo. A guerrilha deve ser um exército político que não somente combata pelos interesses do povo, mas que também o eduque, organize e mobilize na luta revolucionária; um exército da classe operária, fiel à revolução coreana e à revolução mundial.

Não partimos do zero para organizar as forças armadas revolucionárias.

Nos dias passados formamos comunistas da nova geração nas organizações da União da Juventude Comunista da Coreia e da União da Juventude Antiimperialista, constituindo assim a base que possibilita organizar as forças armadas revolucionárias.

No ano passado organizamos o Exército Revolucionário da Coreia e, através de suas atividades político militares, adquirimos certas experiências e lições.

Sobre a base destes êxitos e experiências devemos impulsionar poderosamente, antes de tudo, a organização da Guerrilha Popular Antijaponesa, cujos pilares serão os melhores jovens comunistas temperados e provados nas duras provas da luta revolucionária clandestina. Devemos organizá-la em estreita combinação com os avanços revolucionários das massas, integrando nela os operários, camponeses e jovens patriotas de vanguarda, forjados e provados na prática da luta revolucionária. Além disso, devemos lutar para fortalecer sem cessar suas filas.

Se queremos que a Guerrilha Popular Antijaponesa cumpra devidamente a missão de autêntico exército do povo, exército da revolução, devemos assegurar nela a direção dos comunistas, ao mesmo tempo que intensifiquemos a luta para robustecer suas filar política e militarmente.

Adquirir armas é outra importante tarefa a se realizar, paralelo à organização da guerrilha.

O homem e a armada constituem dois elementos das forças armadas. Adquirir armas é um dos fatores principais que decidem o êxito na luta armada.

Agora bem, como armar a guerrilha?

Não temos onde adquirir armas, nem tampouco há que nos ofereça. Assim sendo, não temos outra alternativa que não seja as tomar do inimigo com nossas próprias forças.

O único caminho para termos armas é tomando-as do inimigo com nossas próprias mãos. Sem dúvidas é perigoso e difícil. Todavia, se, por própria iniciativa, atacamos o inimigo com alto grau de decisão revolucionária, com intrepidez e com espírito de sacrifício, e se o assaltamos com estratégia, aproveitando-nos das falhas dos inimigos, poderemos tomar as armas e nos equipar com elas. "A arma é como nossa vida! Respondamos às armas com armas!" este deve ser nosso lema combativo.

Sob este lema, e com o espírito revolucionário de apoiar-nos em nossos próprios esforços, devemos tomar as armas do exército agressivo do imperialismo japonês, do exército do Nordeste que se rendeu a este, e dos policiais japoneses e do Nordeste, assim como as armas dos recalcitrantes latifundiários e burocratas reacionários, para acumulá-las em aras da futura Guerrilha Popular Antijaponesa.

Ao mesmo tempo que equipamos com as armas do inimigo, não devemos menosprezar a luta para fabricar com nossas próprias mãos as lanças, sabres, bastões, etc. Se, não possuimos pelo menos estas armas elementares, não poderemos tomar as armas do inimigo.

Devemos começar por organizar e armar pequenas guerrilhar em cada região, para as converter gradualmente em grandes destacamentos da força armada revolucionária.

Se nós, jovens comunistas, desempenhando-nos como núcleos, organizamos a Guerrilha Popular Antijaponesa com os melhores filhos e filhas dos operários e camponeses, e se levamos a cabo com habilidade a guerra de guerrilhas em todas as partes, golpeando sem descanso o imperialismo japonês, política e militarmente, o inimigo se verá impotente e será expulso da Coreia e da Manchúria.

2. Sobre a criação da base guerrilheira

Para organizar e entreprender em forma de guerra de guerrilhas há que criar bases guerrilheiras. Somente contando com sólidas bases guerrilheiras, podemos fazer uma prolongada guerra de guerrilhas, ampliando e fortalecendo sem cessar suas filas ainda que estejamos cercados por um inimigo poderoso, assim como proteger as massas revolucionárias dos indiscriminados massacres do inimigo. Sobretudo, como nossa luta armada não poderá dispor de nenhuma retaguarda estatal nem de qualquer ajuda externa, nos é sumamente necessário ter uma base na retaguarda, uma base militar sólida e própria. Ademais, a base guerrilheira é uma necessidade perentória para vigorizar, enquanto empreendemos a luta armada, o movimento revolucionário em seu conjunto, especialmente os preparativos para fundar um partido comunista.

A base guerrilheira pode ser organizada em diversas formas, com adaptação à situação objetiva e subjetiva dada, às circunstâncias e condições em que se leva a cabo a luta, e o grau de preparação das forças armadas.

A situação atual exige que criemos uma zona guerrilheira na forma de território liberado. Somente quando estabelecida essa zona completamente liberada do sistema de dominação do inimigo, será possível levar a feliz término os preparativos político-militares que permitam proteger a jovem força armada revolucionária e as massas revolucionárias e desenvolver, ao mesmo tempo, a luta antijaponesa de libertação nacional em geral, com a luta armada como eixo.

Para criar zonas guerrilheiras é indispensável entreprender, como tarefa da primeira etapa, a luta para converter as vastas zonas rurais em revolucionárias.

Quando se alcance esta tarefa, esses lugares servirão, por uma parte, de ponto de apoio provisório à guerrilha em ação até que seja criada a zona guerrilheira e, por outra, de sólida base para a criação desta zona. Outrossim, nesse processo serão acumuladas as experiências necessárias para estabelecer a zona guerrilheira.

Por isso há que converter, imediata e vigorosamente, as zonas rurais em revolucionárias para que uma vez organizada a Guerrilha Popular Antijaponesa, seja possível por em pleno jogo sem demora as ações guerrilheiras, e aumentar sem cessar suas forças militares e políticas, apoiando-se nelas. Portanto, em um determinado período de madurez de condições, devemos criar firmes bases guerrilheiras, em zonas liberadas, nas regiões favoráveis, apoiando-nos nas zonas rurais revolucionárias.

Para criar bases guerrilheiras nas zonas liberadas devem existir, fundamentalmente, as três condições seguintes: primeira, uma determinada base econômica e um terreno de apoio e ajuda por parte das massas revolucionárias; segunda, zonas geograficamente favoráveis para defender a base guerrilheira com poucas forças armadas e desfavoráveis para os ataques inimigos à guerrilha, mesmo que seja com armas modernas; terceira, ter forças armadas com capacidade de defesa, ainda que seja insuficiente.

As regiões montanhosas das ribeiras do rio Tuman, zonas fronteiriças setentrionais de nosso país, reúnem, mais ou menos, essas condições.

Mais de 80% de sua população são camponeses pobres que fugiram da Coreia por não aguentar mais a despótica repressão e exploração que exercia sobre eles o imperialismo japonês; ali é relativamente alta a consciência nacional e classista das massas graças a que há bastante tempo se desenvolveu por lá um movimento de ilustração socialista.

De modo especial, a partir da primavera do ano passado, quando realizada a Conferência de Mingyuegou, ali as organizações revolucionárias cresceram com rapidez abarcando um grande número de habitantes e o movimento de massas registrou um rápido ascenso com motivo da recente luta relacionada com a colheita.

Igualmente, esta zona é uma fortaleza natural desfavorável para os ataques inimigos, ainda que sejam com armas moderníssimas, e favorável para a defesa da guerrilha, já que está rodeada por alturas e vales inacessíveis de bosques densos.

Além disso é muito adequada, por conectar-se com as cordilheiras Hamgyong e Rangnim da terra pátria, para se infiltrar  no interior do país a fim de desenvolver o movimento revolucionário.

Tendo em consideração estas condições, devemos criar zonas guerrilheiras, bases guerrilheiras em forma de região liberada, nas áreas montanhosas das ribeiras do rio Tuman e nas aldeias revolucionárias.

Na zona guerrilheira não somente devemos ampliar e desenvolver militar e politicamente a guerrilha, mas também ampliar e fortalecer as organizações paramilitares como a Guarda Vermelha e o Corpo de Vanguarda Infantil, e armar todo o povo para defender as bases guerrilheiras. Ao mesmo tempo, há que impulsionar a formação de bons quadros da revolução coreana, intensificando o trabalho de todas as organizações revolucionárias, e organizar e mobilizar com energia as amplas massas em aras da vitória da luta armada, agrupando-as como força revolucionária unitária. Nessas zonas há que constituir também um governo revolucionário, levar a cabo reformas democráticas, criar escolas, hospitais, oficinas de reparação de armas, gráficas, etc., e estabelecer uma nova ordem revolucionária.

Somente quando se levem a vias de fato estes trabalhos, a zona guerrilheira poderá cumprir excelentemente sua missão de base da luta armada, de base da revolução coreana.

A zona guerrilheira unicamente poderá ser consolidada em estreita vinculação com as regiões rurais convertidas em revolucionárias. Se não existem estas regiões em torno da zona guerrilheira, esta não poderá contactar com as amplas massas populares das comarcas dominadas pelo inimigo e se verá isolada dentro do cerco inimigo.

Por isso, depois de estabelecida a zona guerrilheira, devemos seguir infundindo a consciência revolucionária na regiões rurais. Para isso há que criar organizações revolucionárias nas regiões rurais contíguas à zona guerrilheira e dar educação revolucionária às massas populares. Devemos também procurar que os cargos de prefeito de aldeia e cantão, que são unidades inferiores da dominação inimiga, sejam ocupados por companheiros nossos. Se vastos setores das massas se convertem em revolucionárias e nossos companheiros ocupam esses cargos, essas regiões somente estarão nominalmente sob a dominação do inimigo, porém, de fato, igual à zona guerrilheira, estarão sob a direção do governo revolucionário. A ampliação dessas regiões criará condições decisivamente favoráveis tanto para criar, consolidar e desenvolver a zona guerrilheira, como para assegurar as ações de guerrilha.

Nestes dias, os imperialistas japoneses, a fim de esmagar com a força das armas a luta de libertação nacional do povo coreano, que com o passar dos dias cobra maior auge nas zonas fronteiriças setentrionais de nosso país, recorrem à uma bárbara repressão e massacre contra todos os coreanos, principalmente contra os revolucionários e as organizações revolucionárias.

Nestas condições, se não ampliamos com rapidez a área das referidas regiões rurais e não criamos com êxito a zona guerrilheira, iremos nos expor a perder grandes massas revolucionárias.

Portanto, devemos impulsionar com energia a fundação da base guerrilheira, combinando-a estreitamente com a organização da Guerrilha Popular Antijaponesa.

3. Para criar um terreno de massas à luta armada

Para organizar e desenvolver a luta armada há que criar uma firme base de massas na qual a guerrilha possa apoiar-se em suas ações.

A guerra de guerrilhas é, em essência, uma guerra popular, cuja premissa é a participação entusiasta do povo. A participação, o apoio e o respaldo ativos das massas populares constituem o fator fundamental para ampliar e fortalecer ilimitadamente a guerrilha e assegurar a vitória da guerra de guerrilhas. Somente contando com uma firme base de massas e estreitos laços consanguíneos com o povo, a guerrilha poderá alcançar a vitória final, superando as dificuldades e os revezes que implica uma luta prolongada e árdua.

Por isso devemos intensificar o trabalho organizativo e político entre as massas populares para agrupá-las firmemente sob a bandeira da Luta Armada Antijaponesa.

A situação atual está convertendo-se a favor do movimento da frente unida nacional antijaponesa, que abarca todas as classes e estratos de nossa nação.

A invasão à Manchúria pelo imperialismo japonês elevou como nunca o espírito antijaponês de todas classes e estratos da nação coreana, e a luta antijaponesa das massas vem cobrando um brusco auge.

No interior do país foi incrementada a luta violenta dos operários, camponeses e jovens e estudantes, cresceu com rapidez o movimento antijaponês dos nacionalistas conscientes e dos religiosos patriotas. Em particular, o entusiasmo dos camponeses coreanos pela revolução se elevou como nunca na Manchúria do Leste.

Se põe-se em pleno jogo dito entusiasmo e o espírito antijaponês das massas e se as organiza e mobiliza melhor, será possível formar, em escala nacional, a frente unida nacional antijaponesa e dar uma férrea solidez à base de massas da luta armada.

Nos dias passados, na Manchúria central e oriental, penetramos profundamente entre os operários, camponeses e outros setores da população coreana para criar agrupações de massas como são os sindicatos, a Associação de Camponeses e a União Antiimperialista, e levamos a cabo um intenso trabalho político com vista a incorporar a elas as amplas massas. Como resultado, foi criada, em certa medida, a base de massas para a luta armada e foram acumuladas abundantes experiências no trabalho político com as mesmas.

De modo particular, em consonância com a correta linha organizativa aprovada nesta primavera na Conferência de Mingyuegou, fizemos uma grande mudança no trabalho político com as massas, logrando assim fazer revolucionárias as vastas regiões rurais das áreas fronteiriças setentrionais de nosso país e da Manchúria do Leste, e baseando-nos nestes êxitos, levamos à vitória a recente luta relacionada com a colheita.

A fim de estabelecer firmes bases entre as massas para a Luta Armada Antijaponesa devemos penetrar entre todas as classes e estratos massivas antijaponesas - operários, camponeses, jovens estudantes, intelectuais, pequenos proprietários, capitalistas nacionais, religiosos, etc -, para  ativar ainda mais sua educação e conscientização encaminhadas a envolvê-las nas organizações revolucionárias, apoiando-nos nos êxitos e experiências logrados no trabalho com elas.

Com o objetivo de consolidar a base de massas para a luta armada é muito importante incorporar todas as classes e estratos das amplas massas populares na União da Juventude Antiimperialista, na Associação de Camponeses, na Associação Revolucionária de Ajuda Mútua, e outra organizações revolucionárias e intensificar a educação revolucionária entre elas.

Se queremos dar uma boa educação revolucionária às massas, devemos começar por amar-nos firmemente com as ideias revolucionárias da classe operária e adotar a atitude revolucionária de trabalhar apoiando-nos nas massas. Caso contrário, será impossível ganhar a confiança das amplas massas trabalhadoras e desenvolver os movimentos de massas. Devemos, antes de tudo, nos compenetrar com os operários e camponeses, massas principais da revolução, impulsionar a propaganda oral e escrita de acordo com as circunstâncias e as pessoas, e inculcar consciência classista a seus elementos mais avançados, a fim de formá-los como revolucionários. Através deles devemos fazer revolucionárias suas famílias e aldeias e, em questão de tempo, as vastas regiões rurais.

Com a formação de núcleos diretivos revolucionários em todas partes e a incessante elevação de seu papel reitor, devemos criar, de maneira experimental, organizações de base do partido, aumentar as da União da Juventude Comunista e ampliar e consolidar as de massas. De maneira especial, devemos fortalecer nas áreas rurais a Associação de Camponeses, a Associação Revolucionária de Ajuda Mútua e a União Antiimperialista e incorporar ativamente nelas as massas camponesas, dando-lhes assim um temperamento organizativo.

Para estabelecer uma firme base para a luta armada entre as massas, devemos também seguir intensificando o trabalho de formar, forjar e incrementar as forças revolucionárias de maneira combativa e através da prática revolucionária.

Impulsionando assim continuamente o avanço revolucionário das massas devemos neste processo engrossar e fortalecer as organizações revolucionárias, aumentar e temperar as forças revolucionárias para, desta maneira, dar maior solidez à base de massas para a Luta Armada Antijaponesa.

4. Acerca da formação da frente unida antijaponesa dos povos coreano e chinês

Para empreender com êxito a luta armada contra o imperialismo japonês há que formar, ademais, uma ampla frente unida antijaponesa dos povos coreano e chinês.

Ao ocupar a Manchúria, os imperialistas japoneses desencadearam a ira do povo chinês. Amplos setores do povo chinês começaram o movimento antijaponês de salvação nacional, e algumas unidades do exército do Nordeste foram levantadas hasteando a bandeira antijaponesa.

A formação da frente unida de luta contra os imperialistas japoneses, inimigo comum dos povos coreano e chinês, aparece como um problema urgente e impostergável.

Somente quando formemos uma frente unida com as amplas forças antijaponesas do povo chinês, será possível desferir, com a férrea unidade das forças dos povos chinês e coreano, ainda maiores golpes político e militares aos agressores imperialistas japoneses.

Hoje nossa tarefa mais urgente neste terreno é formar uma frente aliada com soldados do exército do Nordeste que se alçaram, sob a bandeira antijaponesa de salvação nacional, contra a agressão do imperialismo japonês à Manchúria.

Os militares do dito exército, que vacilantes e coibidos ante à essa agressão não mostravam resistência, finalmente fogem ao interior da China ou capitulam ante ao exército agressor japonês. Ao ser desatada a agressão armada do imperialismo japonês, Zhang Xueliang, caudilho dos militares do exército do Nordeste, fugiu à Jinzhou e em outubro abandonou a Manchúria para passar, primeiro, a Shanhaiguan e, posteriormente, ao interior da China; não poucos chefes das zonas militares do exército do Nordeste se entregam sem luta ao exército agressor do imperialismo japonês e se convertem em lacaios, traidores da pátria.

Porém um grande número de soldados e alguns oficiais de consciência nacional do exército do Nordeste se amotinam contra os propósitos capituladores das lideranças militares e deixam aos montes a organização.

Na Manchúria oriental, o espírito de não render-se ao imperialismo japonês se acentua entre as unidades do exército do Nordeste que se encontram nas regiões de Helong e Yanji; em outras, como Wangqing e Antu, milhares de soldados se levantam contra o imperialismo japonês, em grupos ou individualmente.

Em tais circunstâncias, se formamos uma frente aliada com as unidades antijaponeses chinesas que dentro do exército do Nordeste se rebelaram e levantaram a bandeira antijaponesa de salvação nacional, as forças armadas antijaponesas se ampliarão e fortalecerão como rapidez e desferirão maiores golpes político-militares às forças agressoras do imperialismo japonês.

Porém, na atualidade algumas tropas japonesas, levantadas em aras da salvação nacional, e algumas unidades camponesas armada, ainda que levantem a bandeira antijaponesa, foram enganadas pela perniciosa propaganda e provocações de discórdia do imperialismo japonês, e hostilizam os coreanos, especialmente os comunistas, tachando-os de "lacaios do imperialismo japonês" e dizendo que "fazem vermelha a Manchúria".

Se não os persuadimos de que estão equivocados e não os levamos por um caminho justo, surgirão grande dificuldades para unir as forças antijaponesas, tornando-se impossível as conventrar na luta contra o imperialismo japonês.

Para desmascarar a mentira contra os comunistas coreanos e a discórdia propagada pelo imperialismo japonês e fortalecer a unidade de luta dos povos coreano e chinês, devemos consagrar todos os esforços à formação de uma frente aliada com as unidades antijaponesas chinesas.

A primeira coisa que devemos fazer para formar dita frente é acercarmos com audácia as unidades chinesas antijaponesas e intensificar o trabalho com seus soldados.

Estas unidades, como tropas dos nacionalistas, são inconsequentes devido ao caráter vacilante dos estratos superior e às limitações classistas, porém são uma grande força antijaponesa. Ao mesmo tempo que nos esforçamos para superar o caráter vacilante e a dualidade do estrato superior de ditas unidades através da luta e fomentar ativamente suas tendências antijaponesas, devemos despertar, desde o ponto de vista nacional e classista, seus soldados, massas principais destas unidades, e canalizá-los energicamente na luta antijaponesa.

Para constituir a frente aliada com as unidades antijaponesas devemos manter o princípio de formar a frente unida fundamentalmente com a classe inferior, ou seja, com as massas de soldados e, apoiando-nos firmemente neles, constituir a frente com a classe superior. Como a classe superior das unidades antijaponesas está formada por militares procedentes das classes de latifundiários e capitalistas, com frequência vacila na luta antijaponesa. Porém os soldados, a classe inferior, procedem em sua maioria das massas de trabalhadores e camponeses, motivo pelo qual podem participar ativamente na luta antijaponesa. Por isso, devemos compenetrar-nos com audácia, antes de tudo, com os soldados antijaponeses e prestar profunda atenção à formação da frente aliada com eles. Somente quando logremos realizar a frente unida com a classe superior, apoiando-nos na frente unida com os soldados, será possível superar com facilidade o caráter vacilante e a tendência da classe superior de deixar tudo por fazer, e desenvolver infalivelmente o movimento da frente aliada antijaponesa em seu conjunto.

Assim, não devemos descuidar o contato com a classe superior das unidades antijaponesas. O exército é uma coletividade poderosa no que diz respeito a organização, e se move por ordem de comando superior. Por isso, se audazmente estabelecemos contato com aquela e logramos ganhá-la, isto será muito favorável para a formação da frente aliada antijaponesa.

Como medida organizativa encaminhada a ganhar ativamente as unidades antijaponesas chinesas, temos que organizar corpos panfletários nas regiões de Wangqing e Antu, onde estão concentradas ditas unidades. Estes corpos devem fazer todo o possível para conquistar essas unidades antijaponesas e engrossar com elas nossas forças armadas, ao realizaram um trabalho organizativo e político entre elas para que participem ativamente na luta antijaponesa.

Como vemos, paralelamente, a organização da Guerrilha Popular Antijaponesa nos distritos, devemos trabalhar de maneira ativa para a formação da frente aliada com as unidades chinesas antijaponesas e e desenvolver assim com êxito a luta armada contra o imperialismo japonês, inimigo comum dos povos coreano e chinês.

5. Para intensificar o trabalho de organização do partido e o labor da União da Juventude Comunista.

Camaradas:

Para cumprir com êxito as importantes tarefa que se apresentam, devemos criar organizações de base do partido em todas as regiões e intensificar o labor das organizações da União da Juventude Comunista.

Em consonância com a resolução da Conferência de Mingyuegou do passado mês de maio, logramos muitos êxitos no que se refere a melhorar e fortalecer o trabalho organizativo da União da Juventude Comunista e a direção sobre as organizações de massas.

Sobre a base destes êxitos, devemos seguir prestando séria atenção à criação de organizações do partido e ao reforçamento do trabalho da União da Juventude Comunista.

É imprescindível elevar o papel de vanguarda das organizações partidistas e promover a operatividade da União da Juventude Comunista para levar a bom término as tarefas de organização e desenvolvimento da luta armada, assim como para acelerar com êxito os preparativos organizativos e ideológicos para fundar um partido marxista-leninista unitário.

Para estruturar a força dirigente medular da guerrilha e preparar a base organizativa do futuro partido comunista da Coreia, devemos intensificar a vida nas organizações do partido.

Montar a base organizativa da revolução somente é possível no alvorecer do forjar organizativo, através de uma luta prática. Por isso devemos incorporar nas organizações básicas do partido os melhores operários, camponeses e intelectuais progressistas forjados na luta política de massas e der-lhes um poderoso temperamento partidista, capacitando-os como núcleos comunistas com uma concepção revolucionário do mundo, que não vacilem ante à nenhuma dificuldade e revés e saibam cumprir por si mesmos as tarefas revolucionárias.

Uma tarefa importantíssima da etapa atual é intensificar o trabalho da Juventude Comunista, junto com o das organizações do partido.

Em vista de que as organizações do partido são ainda débeis, somente ampliando e fortalecendo sem cessar mediante um bom trabalho as filas da Juventude Comunista, será possível forma um grande número de jovens comunistas, dinâmicos e honestos, que não estão corrompidos pelo faccionalismo e de todo tipo de oportunismo, e preparar melhor a estrutura organizativa para a fundação do partido. Da mesma maneira, será possível fundar a Guerrilha Popular Antijaponesa, tendo como núcleo excelentes comunistas, e organizar e desenvolver com ímpeto o movimento de massas encaminhado a apoiar e respaldar a guerrilha.

Para ampliar e desenvolver as filas da Juventude Comunista é essencial conhecer bem as características dos jovens operários, camponeses e de outros setores, a fim de adequar a eles o trabalho organizativo e político.

Ao não compreender bem as características dos jovens de diversos setores, alguns dirigentes da Juventude Comunista trabalham mal com os jovens operários e camponeses e com outros jovens procedentes das classes principais, dizendo que eles não podem assumir o papel de vanguarda por falta de conhecimentos, que não sabem guardar segredos, etc.; não os educam, lhes julgam e, por fim, mostram pouco entusiasmo na tarefa de os envolver nas filas da Juventude Comunista. Por isso, jovens operários e camponeses que sente um forte ódio classista e tem um grande entusiasmo combativo, não conseguem ingressar em grande número nas filas da Juventude Comunista.

Se somos indiferentes ante ao trabalho com os jovens operários e camponeses e não os captamos ativamente para as filas da Juventude Comunista, nos será impossível formar comunistas jovens procedentes das classes principais.

O trabalho da Juventude Comunista deve centrar-se nos jovens operários e camponeses.

Os jovens operários, como deserdados, tem um espírito mais revolucionário e organizativo e mais propenso à unidade que o resto dos jovens. Ademais, se interessam vitalmente na revolução por sua trágica situação, posto que vivem sem direitos políticos, e com insuportável fome e pobreza. Por isso se põem na vanguarda da luta revolucionária para destruir a velha sociedade.

Por esta razão, se lhes damos educação revolucionária e os agrupamos nas filas da Juventude Comunista, ainda que careçam de instrução, se converterão todos em comunistas firmes.

Os jovens camponeses, a maioria da juventude de nosso país, se veem submetidos à mais cruel opressão e à mais bárbara exploração feudal por parte do imperialismo japonês e dos latifundiários.

Por isso, embora estejam atrasados politicamente e tenham pouco temperamento organizativo, se despertamos seu espírito classista, os incorporamos às organizações da Juventude Comunista e outras organizações revolucionárias, e lhe damos uma boa educação política, cumprirão com honra seu dever como grosso da revolução, ombro a ombro com os operários.

Uma tarefa importante da Juventude Comunista é agrupar os jovens estudantes avançados, realizando bem o trabalho com eles. Os jovens estudantes não são somente fortes em espírito de justiça, sensíveis às ideias avançadas e às tendências da época, mas também tem firmes ideias de transformação social e antifeudal para romper os grilhões da velha sociedade e construir uma nova.

Em particular, os jovens estudantes de nosso país tem uma firme ideia antijaponesa e uma elevada consciência nacional, já que são objeto de opressão nacional e de discriminação por parte dos imperialistas japoneses. Por isso, uma correta educação e uma boa preparação organizativa bastarão para que os jovens estudantes cumpram excelentemente seu papel de precursores, consistente em divulgar as avançadas ideias socialistas, ilustrar e despertar as amplas massas de operários e camponeses e as atrair ao movimento revolucionário.

Para consolidar as filas da Juventude Comunista é importante formar em todas as regiões um grande número de núcleos diretivos com jovens operários e camponeses de vanguarda. Somente então será possível educar bem os amplos setores juvenis, reforçar e desenvolver as organizações da Juventude Comunista conforme as exigências da revolução em desenvolvimento e orientá-los bem para que cumpram com honra seu papel de vanguarda.

Os membros da Juventude Comunista devem marchar também à frente em educar, organizar e mobilizar as massas.

Como o trabalho revolucionário começa sempre pelo labor político com as massas, o dever principal do revolucionário é conhecer os métodos de trabalho político. Os quadros da Juventude Comunista devem conhecer o método de trabalho revolucionários consistente em confiar na força das massas, apoiar-se solidamente nelas e as mobilizar na luta revolucionária.

Camaradas:

Realizar ou não agrande tarefa histórica de recuperar a Pátria, ao derrotar o imperialismo japonês mediante a luta armada que organizaremos e levaremos a cabo, depende inteiramente de como iremos cumprir as tarefas revolucionárias que temos pela frente.

Nós somos revolucionários dispostos a consagrar nossas vidas à luta pela recuperação da Pátria e pelo triunfo da causa do socialismo e do comunista.

Sejam quais forem as dificuldades e obstáculos, não cabe dúvida que cumpriremos com nosso dever de comunistas e revolucionários, levando a cabo as tarefas revolucionárias apresentadas.

Todos, unidos, levantemo-nos à luta armada para esmagar o imperialismo japonês!

A vitória será nossa, a Pátria será resgatada!




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