segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Rejeitemos a linha aventureira de esquerda e materializemos a linha organizativa revolucionária


Discurso proferido na Conferência de Quadros do partido e da União da Juventude Comunista, celebrada em Mingyuegou, distrito de Yanji, em 20 de maio de 1931.

Camaradas,

Com a aguda crise econômica mundial iniciada em 1929, a carreira armamentista das potências imperialistas adquiriu maior intensidade e aumentou mais o interesse dos países imperialistas tendente a agredir outros países.

Os imperialistas japoneses buscam sair desta crise econômica desencadeando a guerra de agressão contra o continente e se dispõem a abertamente a invadir a extensa China, que conta com inesgotáveis jazidas no subsolo e abundante mão de obra, fazendo tábula rasa das concessões a potências imperialistas como Inglaterra, Estados Unidos e França. Pensando com sangue nos olhos nos preparativos da guerra agressiva ao continente, os agressores imperialistas japoneses intensificam mais todavia a repressão e exploração colonial contra o povo coreano, com o fim de ter garantida a "segurança da retaguarda".

Ao mesmo tempo que se fortalece a dominação colonialista do imperialismo japonês, o povo coreano se encontra em uma situação cada vez mais angustiosa, e as contradições entre ambos se fazem mais agudas com o passar dos dias. O sentimento de resistência do povo coreano contra a dominação colonialista do imperialismo japonês se fortalece mais e mais, e as massas populares se incorporam à uma luta ativa de maior envergadura contra este imperialismo.

A resistência que oferecem os operários, camponeses e jovens estudantes à tirania colonial do imperialismo japonês cobra maiores brios por toda parte de nosso país, começando a tomar um caráter violento de massas.

A situação criada e o crescente espírito revolucionário dos operários, camponeses e jovens estudantes de nosso país exigem dos comunistas coreanos que levem a luta antijaponesa de libertação nacional a um plano superior.

O combate armado é o único caminho para empreender a luta antijaponesa de libertação nacional em nível mais alto, de acordo com as exigências da atual situação revolucionária subjetiva e objetiva em que vive nosso país.

O bandidesco imperialismo japonês se vale das forças armadas contrarrevolucionárias para impor seu domínio sobre nosso país e submeter o povo coreano à escravidão colonial. Sem empunhar as armas não podemos vencer o imperialismo japonês armado até os dentes, nem lograr a restauração e a independência da Pátria.

Porém não podemos empreender agora mesmo a luta armada sem preparar-nos devidamente para ela. Nenhuma luta revolucionária, sem exceção, poderá sair vitoriosa sem a suficiente preparação das forças revolucionárias.

Somente sobre a base de uma vasta preparação das forças revolucionárias é possível desenvolver a luta armada e vencer os imperialistas japoneses.

Para empreender uma vigorosa luta contra os agressores imperialistas japoneses é preciso acumular e incrementar incessantemente nossas próprias forças revolucionárias. A rebelião insensata e cega que se projeta sem a devida preparação não ajuda ao crescimento das forças revolucionárias, mas, pelo contrário, somente causa enormes danos à revolução.

Agora temos que tirar as devidas lições da Revolta de 30 de Maio, a fim de propiciar uma mudança decisiva na preparação das forças revolucionárias, como prelúdio para o desdobramento da luta antijaponesa de libertação nacional em uma etapa mais elevada.

Os faccionalistas a serviço das grandes potências provocaram no Leste da Manchúria a insensata Revolta de 30 de Maio com propósitos claramente sectários. Formaram o "comando de rebelião" sem um plano concreto e sem a devida preparação organizativa prévia e puseram em ação os camponeses de todas aldeias para assaltar as cidades. Em 30 de maio de 1930 se iniciou assim a luta violenta em Longjing, Toudaogou, Erdaogou, Nanyangping, Ziemantung, Yanji, Tongfosi e outros lugares importantes do leste da Manchúria, colocando fogo e destruindo o consulado do Japão, a Associação de Residentes Coreanos, o escritório bancário da "Companhia de Exploração Colonial do Oriente", as escolas primárias, a central elétrica e as pontes de ferrovias ajustiçando os pró-japoneses, latifundiários e capitalistas.

Nas ruas houveram sangrentos combates entre os militares e policiais do imperialismo japonês e as indefesas massas rebeldes. A repressão dos inimigos - militares e policiais do imperialismo japonês equipados com armas de fogo -, provocou a morte de grande número de camarada e fez derramar o sangue das massas. Enquanto isso, os policiais japoneses e seus lacaios, fazendo incursões em todas as aldeias, detiveram e encarceraram numerosos jovens coreanos, os submeteram à tortura bárbara e mataram muitos de forma cruel.

Enganados pela cizânia nacional que foi semeada pelo imperialismo japonês, os militares reacionários chineses também cometeram uma grande repressão e massacre contra a população, instigado pelos agressores imperialistas japoneses e sob o pretexto de "deter os comunistas coreanos". O governo da província de Jilin nomeou Wang Su-tang, que era o chefe do sétimo regimento em Dunhua, como "comandante das tropas punitivas", e mobilizando milhares de militares, deteve, encarcerou e assassinou impiedosamente os inocentes camponeses coreanos.

O número de jovens adultos coreanos detidos e encarcerados pelos imperialistas japoneses e os militares do Guomindang durante o ano transcorrido chega a dezenas de milhares, e centenas deles foram metralhados no ato. Entre os presos, centenas de comunistas coreanos foram transferidos à Prisão de Sodaemun de Seul. No mesmo dia da rebelião, milhares de jovens e adultos coreanos perderam a vida ou derramaram sangue: uns caíram nos combates e foram assassinados pelo inimigo, e outros ficaram feridos.

As aldeias coreanas situadas nas zonas do leste da Manchúria estão atualmente aterrorizadas. As organizações revolucionárias foram destruídas, os companheiros que sobreviveram da casualidade se encontram desorientados e as massas camponesas se retiram ante ao terror do inimigo.

Temos que remediar o quanto antes esta crítica situação, reorganizar as organizações revolucionárias e elevar o espírito combativo das massas para poder fazer com que a revolução coreana ascenda. Isso requer extrair claros ensinamentos fazendo um balanço e análise justos da aventureira e insensata Revolta de 30 de Maio.

Quais são as principais causas que determinaram o fracasso da Revolta de 30 de Maio?

Primeira: O dogmatismo e o heroísmo pequeno-burguês dos faccionalistas à serviço das grandes potências.

Com suas disputas sectárias os faccionalistas desbarataram o Partido Comunista da Coreia, organizado em 1925. Em vez de tirar devidos ensinamentos disto, eles se dedicaram por completo, incluso na Manchúria, a incrementar a influência de seus grupos sectários sob o lema da "reconstrução do partido", desagregando assim as forças revolucionárias. Tão pronto como suas atividades foram criticadas pela Internacional Comunista, provocaram a aventureira e cega Revolta de 30 de Maio com o absurdo critério de incorporar-se ao Partido Comunista da China, ganhando a confiança mediante a "luta" e de acordo com o princípio de um só partido em cada país. Os faccionalistas a serviço das grandes potências, que haviam se entrincheirado na direção deste movimento, trataram de ocupar os postos dirigentes, ganhando a confiança do Komitern, ao demonstrar a fama de si mesmos e de seu grupo nessa revolta, sem interessar-se minimamente pela marcha da revolução ou pelo sacrifício das massas.

Possuídos pela ambição de fama e presos pelo servilismo às grandes potências, os faccionalistas não puderam evitar de cometer o erro dogmático de dançar ao som de outros.

Os faccionalistas servis às grandes potências, vendo que no partido de outro país predominava durante algum tempo a linha aventureira de esquerda a respeito das rebeliões, lançaram, sem focar-se nas grandes massas revolucionárias, à rebelião sem analisar se essa linha era justa ou não e se estava ou não de acordo com a realidade concreta de nossa revolução, causando sacrifícios estéreis e graves danos à revolução.

Segunda: a revolta tomou um cariz ultra-esquerdista.

Levados por sua ambição puramente subjetiva, os faccionalistas a serviço das grandes potências se erigiram como porta-estandartes de um irrealizável lema de luta de caráter ultra-esquerdistas na rebelião, sem ter uma ideia clara da revolução coreana na atual etapa nem uma estratégia e uma tática científicas. Os organizações da rebelião, que fecharam os olhos ante ao fato de que a revolução coreana tem um caráter democrático, antiimperialista e antifeudal, propagaram os lemas ultra-esquerdistas de "Por soviets de operários e camponeses!", "Abaixo às sucursais da Junta Jong-ui e as Associações de Singan e Kunu!", empurrando as massas à lutar para acabar com todos os latifundiários e capitalistas, independentemente de que fossem ou não pró-japoneses. Incluso em algumas localidades cometeram o erro esquerdista de prender de forma insensata os latifundiários e camponeses ricos, somente pelo fato de serem quem são, e até mesmo prenderam homens vacilantes, indecisos, porém suscetíveis a serem ganhos para a causa.

Estas ações esquerdistas impediram que as massas revoltadas empreendessem plenamente seu entusiasmo revolucionário e participassem de maneira consciente na luta; e em particular, encheram de inquietudes e vacilações uma grande parte das massas antijaponesas, que podiam ser conquistadas para a revolução.

Terceira: A rebelião foi levada a cabo de forma aventureira, sem a suficiente preparação e sem cálculo científico.

Quando as condições amadureceram tanto subjetiva como objetivamente e estejam bem preparadas as forças revolucionárias, de fato a rebelião poderá triunfar se o assalto decisivo foi realizado de acordo com um plano bem premeditado, uma estratégia e uma tática justas. Todavia, os promotores da Revolta de 30 de Maio a organizaram de forma aventureira e cega, sem analisar e avaliar de forma correta a situação revolucionária nem fazer um cálculo exato da correlação de forças existentes entre nós e o inimigo e sem ter um plano lógico e tampouco se preparou devidamente.

Naquele tempo, as forças das organizações revolucionárias do leste da Manchúria eram débeis, devido a sua recente formação. O mesmo poderia ser dito do escasso temperamento organizativo das massas. Arrastando as massas à rebelião sem a suficiente preparação revolucionária, alguns rebeldes menos conscientes tomaram parte sem compreender justamente o objetivo e o significado da revolta. E incluso em algumas localidades onde as organizações de massas tinham sido criadas há pouco tempo, foi levada a cabo a rebelião mediante ameaças e chantagens, motivo pelo qual não contou com o apoio ativo das massas revolucionárias. Impotentes, por esse motivo, para repelir o mínimo terror branco do inimigo, nessas localidades as organizações rebeldes foram rapidamente liquidadas. Deste modo, a revolta de caráter insensato e esquerdista de 30 de maio produziu numerosas vítimas e terminou no fracasso, por causa da repressão armada das tropas seletas do imperialismo japonês e os reacionários do Guomindang, cujos efetivos eram consideravelmente numerosos.

Quais consequências a Revolta de 30 de Maio acarretou?

Em primeiro lugar, foram debilitadas as relações entre as organizações revolucionárias e as massas, desligando-se umas das outras.

Além do fracasso da rebelião, da intensificação da repressão e massacre dos inimigos, as massas que haviam participado nela, que eram debilmente temperadas no organizativo e não tinham a devida preparação ideológica, perderam a confiança na vitória e se arrependeram de haver-se incorporado à luta. Incluso houve alguns que ante às intensas incursões do inimigo contra a população inocente, chegaram a pensar que "a luta de libertação nacional foi arruinada por culpa do Partido Comunista". Por isso, os comunistas perderam o prestígio ante às massas e não poucas pessoas, por medo, se afastaram - como grave consequência - das organizações revolucionárias.

Esta ação esquerdista fez também com que não pouca gente suscetível de ser atraída para a luta unida em aras da revolução antijaponesa de libertação nacional, passasse para o lado do inimigo.

Outra consequência é que foram perdidos os núcleos revolucionários recém-formados e, em particular, os núcleos dirigentes revolucionários de diversas localidades.

Naquele momento estavam surgindo no leste da Manchúria as organizações revolucionárias e os jovens comunistas cresciam em meio à uma multiforme luta de massas contra o imperialismo japonês e seus lacaios começando a formar-se sobre esta base os núcleos dirigentes revolucionários em várias regiões.

Nesses momentos, precisamente, foi produzida a insensata rebelião que custou a vida de dezenas de melhores jovens comunistas que formavam os núcleos dirigentes revolucionários, assim como foram detidos e encarcerados centenas de camaradas revolucionários e milhares de combatentes antijaponeses. Desta forma, as organizações revolucionárias da Manchúria oriental perderam numerosos comunistas e, em especial, núcleos dirigentes revolucionários, e por isso tem dificuldades na obra de reconstruir as forças destruídas, estender-se às zonas onde não tem influência todavia e imprimir um ascenso à luta revolucionária. Nunca é demais reiterar o grave dano que causou à revolução a perda de numerosos núcleos dirigentes revolucionários, que ao longo dos anos se temperaram na luta e no movimento de ilustração ilustração socialista.

Outra consequência é que a maioria das organizações revolucionárias locais foram desfeitas.

Nas distintas zonas do leste da Manchúria onde se havia desenvolvido anteriormente o movimento de ilustração socialista, se constituíram muitas organizações de vanguarda revolucionárias e outras agrupações de massas, atravessando um período de fortalecimento e desenvolvimento. As organizações revolucionárias dessas localidades foram gravemente danificadas pela repressão inimiga depois da rebelião, ao serem destruídas ou descobertas. Deste modo, as massas antes organizadas, mas agora carentes de sua organização, estão desorientadas e amedrontada.

Ademais, a Revolta de 30 de Maio proporcionou pretextos aos inimigos para desatar uma campanha de propaganda avessa e de bárbara repressão e, em particular, ajudou à política de discórdia nacional do imperialismo japonês. A estupidez dos organizadores ultra-esquerdistas que organização a rebelião, dentre outras, foi que incendiaram escolas administradas pelos agressores imperialistas japoneses e as colheitas dos latifundiários, o que permitiu ao inimigo iniciar uma propaganda mais tenaz ao grito de "os comunistas são assassinos e incendiários" e "os comunistas coreanos são bandidos que queimaram até mesmo as colheitas dos chineses", e os imperialistas japoneses aproveitaram esta ocasião para instigar os militares do Guomindang com o fim de assassinarem cruelmente os coreanos.

Ao mesmo tempo, os imperialistas japoneses, sob o pretexto de amparar os cidadãos do Japão na Manchúria e submeter os coreanos à sua dominação, prosseguem a "campanha de envio de tropas japonesas à Manchúria".

Embaucados pela política do imperialismo japonês dirigida a semear discórdias nacionais, os militares reacionários do Guomindang, aferrados à calúnia e difamação de que "os coreanos são lacaios do imperialismo japonês", massacraram os coreanos indistintamente. Como resultado, as relações entre os povos coreano e chinês se agravaram.

Camaradas:

São muito sérias as consequências que Revolta insensata e aventureira de caráter esquerdista de 30 de maio teve para a revolução em nosso país. Contudo, jamais poderemos converter-nos em derrotistas que vacilam ou se rendem ante as dificuldades temporárias. É possível que haja reveses no caminho da revolução, bem como sacrifícios e fracassos temporários.

No leste da Manchúria a luta revolucionária atravessa agora duras provas em consequência da Revolta insensata, aventureira e esquerdista de 30 de Maio, porém quando tenhamos traçadas uma linha e uma orientação justas e as apliquemos na luta, poderemos restabelecer as organizações revolucionárias, potencializar mais as forças da revolução e dar novo auge à luta revolucionária.

Qual linha e orientação devemos seguir na luta?

O que devemos fazer antes de tudo é opor-nos ao cego aventureirismo de esquerda dos faccionalistas a serviço das grandes potências e intensificar o trabalho política e organizativo entre as massas, fazendo assim os preparativos para acolher um acontecimento de maior envergadura. Melhor dizendo, devemos nos preparar melhor para passar à uma nova etapa na luta antijaponesa de libertação nacional, cujo eixo seja a luta armada.

Da solidez das próprias forças revolucionárias depende o triunfo ou o fracasso da revolução.

Embora agora nos pareça que o imperialismo japonês é poderoso e as forças revolucionárias do povo coreano são muito débeis, se nós, os comunistas, não cessamos de ampliar e vigorizar nossas filas revolucionárias, se aproveitamos as contradições existentes entre o imperialismo japonês e a União Soviética, entre o Japão e suas colônias, entre este mesmo e outros países imperialistas, para colocar o inimigo num beco sem saída, e se desferimos-lhe golpes contundente nos valendo da luta armada e do apoio da classe operária e das nações oprimidas do mundo inteiro, a restauração da Pátria sera indefectivelmente lograda.

Hoje a tarefa mais importante dos comunistas coreanos consiste em aplicar consequentemente a linha organizativa revolucionária destinada a unir toda a nação em uma só base de forças políticas ao agrupar solidamente às massas fundamentais da revolução e reunir firmemente em seu entorno as demais forças antijaponesas pertencentes a todas as classes e estratos sociais.

Para isso é necessário, em primeiro lugar, preparar firmemente os núcleos dirigentes revolucionários e elevar seu papel independente.

Para organizar e empreender habilmente a luta revolucionária ao ritmo que exige a situação em constante mudança, cada localidade deve ter núcleos dirigentes próprios que estejam melhor informados do que ocorre realmente ali e tenham preparação política e capacidade organizativa. Ademais, dado que devemos realizar as atividades revolucionárias em circunstâncias de ilegalidade e de modo quase independente conforme as particularidades de cada localidades, se apresenta com urgência a necessidade de estruturar os núcleos dirigentes revolucionários. Se contamos em cada localidade com um ou dois núcleos dirigentes, preparados, podermos levar a bom término a criação do terreno de massas para a revolução mediante a educação e aglutinamento dos operários e camponeses.

Por isso, a fim de estruturar os núcleos dirigentes, é essencial selecionar em cada localidade os camaradas preparados que tenham uma elevada consciência classista, combatividade revolucionária, perícia organizativa, e que gozem da confiança das massas e tenham capacidade de desdobramento.

Na preparação destes núcleos dirigentes é importante equipá-los firmemente com as ideias revolucionárias do marxismo-leninismo.

Se os núcleos diretivos se equipam com estas ideias podem lutar resolutamente a favor da revolução frente a qualquer dificuldade e contratempo e compenetrar-se plenamente com os operários e camponeses, compartilhando com eles a vida e o risco da morte, as alegrias e as tristezas para imbuir-lhes das ideias revolucionárias, reformulando-os, deste modo, como fervorosos combatentes revolucionários. Os núcleos diretivos devem dar exemplo prático para educar as massas, como por exemplo, mostrando entusiasmo em suas atividades em aras dos interesses da revolução e pondo-se na vanguarda na realização das tarefas duras e perigosas.

Além disso, cabe aos núcleos diretivos revolucionários o dever de evitar todos os desvios de esquerda ou de direita, que foram expostos no trabalho da organização e direção das massas; devem aplicar cabalmente a nova linha organizativa revolucionária, propiciando assim uma mudança decisiva na preparação das forças revolucionárias. Os núcleos diretivos tem que conhecer e formar como núcleos as pessoas de elevada consciência de classe e de fervoroso espírito combativo, e apoiando-se firmemente neles, empreender uma intensa atividade de organização e direção entre as massas. Há que formar firmemente como núcleos os que se destacaram por seu valor na luta passada e, especialmente, os que souberam guardar com fidelidade os segredos da organização apesar das recentes detenções, encarceramento e cruéis torturas do inimigo.

Ademais, a ampliação e o fortalecimento das filas da União da Juventude Comunista com jovens comunistas provados na prática revolucionária, adquirem um importância capital para o desenvolvimento do movimento revolucionário de nosso país.

Atualmente, na Manchúria do Leste, os jovens pertencentes às amplas massas camponesas coreanas constituem a maioria dos ativistas conscientes de elevado espírito revolucionário antijaponês, e são na realidade as organizações da União da Juventude Comunista, compostas pelos melhores elementos, selecionados dentre os jovens, as que vão preparando revolucionariamente as aldeias, inculcando-lhes a consciência revolucionária. Se estas organizações obtém êxitos em seu trabalho teremos melhores cimentos para formar as organizações do partido no futuro.

Por isso é indispensável prestar primordial atenção ao trabalho de ampliar e fortalecer as organizações da União da Juventude Comunista e acrescentas suas filas com os melhores jovens de espírito empreendedor, revolucionário e de bom entendimento. Em particular, há que ganhar para a União da Juventude Comunista os jovens ativos da União Antiimperialista, da Associação de Camponeses e da Associação de Mulheres, que cumpriram suas tarefas devidamente, aproveitando bem as possibilidades legais, sem se intimidar ante à recente repressão selvagem do inimigo.

Em segundo lugar, há que restabelecer e arrumar as organizações de massas destruídas, educar e unir as amplas massas para criar sólidas bases da revolução entre estas.

A revolução não pode ser levada a cabo somente com um punhado de comunistas, sem o apoio e participação ativos das grandes massas. Para incorporar as massas à luta revolucionária e as converter em uma sólida força política, é preciso imbuir-lhes da consciência revolucionária e organizá-las mediante sua ampla incorporação às agrupações massivas. Por esta razão, o rápido restabelecimento, a ampliação e o fortalecimento das organizações de massas, assim como elevar seu papel, adquirem atualmente grande importância para educar e aglutinar as amplas massas antijaponesas e consolidar assim a base de massas da revolução.

Na atualidade, com as detenções massivas levadas a cabo pelo inimigo, as organizações de massas se encontram desmembradas e as pessoas se sentem coibidas. Nestas circunstâncias devemos organizar e levar a cabo com maior energia o trabalho político para infundir ânimo a estas massas e as incorporar amplamente às organizações revolucionárias.

Com vista a reconstruir e reajustar, ampliar e fortalecer as organizações de massa, é necessário, antes de tudo, enviar núcleos dirigentes preparados a diferentes localidades. Estes, por sua vez, devem conhecer e atrair ali os melhores núcleos entre os operários e camponeses pobres e, com seu apoi, reorganizar a Associação de Camponeses, a União Antiimperialista, a Associação das Mulheres e o Corpo Infantil, que estão destruídos, e ampliar suas filas.

Também, é preciso enviar um bom número de melhores núcleos diretivos às zonas onde não existem organizações e criar todo tipo de organizações de massas antijaponesas, tais como a Associação de Camponeses, a União Antiimperialista, a Associação Revolucionária de Ajuda Mútua, a Associação de Mulheres e o Corpo Infantil. Desta maneira devemos incorporar os camponeses pobres e os relés como força principal na Associação de Camponeses; os que foram combatentes de elevada consciência nacional do Exército Independentista e do movimento nacionalista, à União Antiimperialista; os que tratam com simpatia, porém se mantém em posição neutra, os simpatizantes da revolução e os veteranos devemos incorporar à Associação Revolucionária de Ajuda Mútua; às mulheres, em geral, à Associação de Mulheres; e as crianças, ao Corpo Infantil  comunista; Deste modo, todas as massas antijaponesas devem ser membros das organizações revolucionárias. Além disso, para proteger dos ataques inimigos as organizações e as massas revolucionárias deve formar-se a Guarda Vermelha - organização paramilitar -, com jovens e adultos forjados no aspecto organizativo na atividade das organizações de massas, e que tem firme combatividade e audácia, e para preparar as forças armadas revolucionárias há que instruir incessantemente os membros da Guarda Vermelha no aspecto militar.

Em terceiro lugar, com o objetivo de preparar firmes forças revolucionárias não somente é importante organizar as massas, mas também forjá-las na luta. Somente através da prática revolucionária se desenvolverão os núcleos da revolução e adquirem temperamento combativo as forças revolucionárias. Porém não se deve puxar as massas para uma insensata rebelião aventureira de esquerda como a de 30 de maio. Somente quando a luta revolucionária é levada a cabo baseada em uma análise correta da correlação de forças existente entre nós e o inimigo, e em uma estratégia e uma tática científicas, poderá amadurecer a situação revolucionária, formar núcleos dirigentes da revolução e forjar organizativa e revolucionariamente as amplas massas.

Os princípios a que devemos nos ater na prática da luta são: desenvolver de forma gradual a luta, passando das de menor envergadura a outras maiores, e da luta econômica à de caráter político, e combinar habilmente a luta legal com a semi-legal e a ilegal.

É preciso guardar estritamente os segredos da organização revolucionária e agudizar ao máximo a vigilância revolucionária no trabalho para, deste modo, defender as organizações e proteger as massas revolucionárias, da repressão e das maquinações dissolutivas e da sabotagem do inimigo.

Hoje os agressores imperialistas japoneses realizam esforços desesperados para destruir as forças revolucionárias antijaponesas do povo coreano, que se incrementam sob a influência das ideias comunistas. Infiltram seus agentes em nossas filas e criam intrigas para descobrir os segredos da organização, utilizando os descuidos e a falta de vigilância. Os inimigos são sinistros e astutos. Se por culpa de uma ou duas pessoas insensíveis e descuidadas, ainda que seja em grau mínimo, se revela um segredo, isto terá graves consequências para nosso trabalho revolucionário.

Manter o segredo da organização é para os revolucionárias defender a vida, e sua conservação é, para eles, o dever número um. Para que levemos a cabo sob a repressão selvagem do inimigo uma luta difícil para educar e despertar as massas, agrupá-las nas organizações revolucionárias, ampliar continuamente estas e criar assim o terreno de massas da revolução, temos que realizar as tarefas de maneira flexível, sempre com grande vigilância e disciplina para que não se revele nenhum segredo.

Particularmente os membros da União da Juventude Comunista, e os das outras organizações revolucionárias devem guardar o segredo de sua organização, ainda que à custa de sua própria vida, sem deixarem ser enganados pelo chamariz conciliatório, nem intimidar-se ante às ameaças e chantagens dos inimigos.

Em quarto lugar, é preciso desmascarar a política de discórdia nacional que praticam os agressores imperialistas japoneses e realizar poderosos esforços para tornar mais sólida a amizade combativa e a solidariedade revolucionária entre os povos coreano e chinês.

No presente, os imperialistas japoneses, enquanto fomentam ativamente a discórdia e o desacordo entre os povos coreano e chinês - produto da Revolta insensata e aventureira de esquerda de 30 de maio -, recorrem à sua antiga política de semear discórdia entre as duas nações e tratam de levar a cabo mais facilmente sua agressiva ambição, desagregando e pondo em conflito as forças antijaponesas de ambos povos.

Devemos desmascarar e denunciar ante às massas operárias e camponesas da Coreia e China os danos originados pela aventureira e esquerdista Revolta de 30 de Maio e o massacre impiedoso e a sinistro levado a cabo pelos militantes reacionários do Guomindang, assim como descrever com todos os pormenores as vis maquinações - que criaram discórdia entre as nações -, do imperialismo japonês que avivam sem cessar o conflito fortuito que se produziu entre os povos coreano e chinês. Em particular, devemos fazer com que as massas operárias e camponesas de Coreia e China conheçam bem quem são seus verdadeiros amigos e quem são seus inimigos, de maneira que se unam firmemente na luta contra os imperialistas japoneses, inimigos comuns dos povos coreano e chinês, e contra seus lacaios.

Hoje, quando os inimigos obstinam-se cada dia mais no terror branco contra as forças revolucionárias e quando um número considerável de pessoas não se despertou ainda, teremos que enfrentar armadilhas sem fim e vicissitudes no trabalho. Porém, partindo do desejo único de salvar a Pátria e a nação da opressão dos governantes colonialistas do imperialismo japonês, devemos superar todos os obstáculos, penalidades e perigos, e consagrar todos nossos esforços à materialização da nova linha organizativa.

Mediante a plena aplicação da linha organizativa revolucionária, devemos criar sólidos cimentos para poder vigorizar em curto prazo a revolução no leste da Manchúria e, mais adiante, em todas as zonas do interior da Coreia, e transformar a luta antijaponesa de libertação nacional em uma luta armada de caráter organizado.

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