O comentarista de assuntos de segurança internacional, Jong Min, publicou nesta sexta-feira (12) um artigo intitulado "A tentativa dos EUA de implantar mísseis de mediano alcance agrava a instabilidade estratégica da região da Ásia-Pacífico".
Seu texto íntegro segue:
Obsecados por tomar a hegemonia militar sobre todo o planeta, os EUA fazem novamente um jogo de azar na região da Ásia-Pacífico.
Recentemente, o comandante das forças terrestres do Pacífico dos EUA acusou o exército chinês de empreender um caminho irresponsável no uso de meios militares e disse que as tropas estadunidenses planejam implantar no final deste ano novos mísseis de alcance mediano na região da Ásia-Pacífico para fazer frente à China.
Como se fosse pouco a introdução frequente de suas propriedades estratégicas nesta região constantemente instável pela febre do belicismo, os EUA tentam implantar estes mísseis de lançamento terrestre, capazes de golpear diretamente em qualquer momento os Estados regionais específicos, à parte de muitos meios estratégicos que possui e implantou, para fesferir um ataque moral a qualquer país em qualquer parte do planeta.
Este plano, que mostra o grau que chega sua ambição de tomar a hegemonia militar, parte da intenção estratégica de melhorar os efeitos da pressão militar sobre a China ao reforçar os meios táticos e operacionais de ataque e implantá-los em zonas avançadas geograficamente.
Se tal designio for concretizado, os EUA poderão dissuadir a saída ao mar da China e adquirir a capacidade de atacar com rapidez em qualquer momento o território interior da China.
Logo que se retiraram unilateralmente em agosto de 2019 o tratado de cancelamento de mísseis de alcances mediano e curto, firmado com a Rússia, os EUA se dedicaram ao desenvolvimento e modernização do míssil de alcance mediano e completaram este projeto no fim de 2022.
O típico sistema deste armamento é o "Typhon", fabricado pela companhia Lockheed Martin e transferido ao círculo militar estadunidense.
Na opinião dos especialistas, se pode lançar com "Typhon" os mísseis de cruzeiro de longo alcance Tomahawk e os teledirigidos multipropósitos SM-6.
Ademais, os EUA aceleram a modernização das forças de mísseis de alcance intermediário concentrando-se no desenvolvimento de armas hipersônicas de vários tipos como LRHW, AGM-183 e HACM.
Este fato que o polêmico plano dos EUA não é uma medida defensiva frente à "ameaça" de alguém, mas um produto da estratégia militar de caráter ofensivo e e hegemônico que vêm implementando de maneira gradual, planificada e constante desde muito tempo.
Tal tentativa é, por si só, algo suficientemente perigoso para piorar bruscamente a situação política e militar da região, causar a repulsão forte e contramedidas da China e outros países regionais e gerar a renhida corrida armamentista na região.
Os EUA desejam implantar seus mísseis na Ásia-Pacífico dentro deste ano, mas não poderão fazê-lo tão facilmente.
Se toma-se em conta o alcance desses mísseis, sua implantação em territórios estadunidenses como a ilha de Guam e o Havaí não tem muito significado militar e, portanto, deverão implantar sem falta nos países aliados na região, como Japão e República da Coreia títere.
Causará inevitavelmente as fortes contramedidas o aumento armamentista dos EUA, encaminhado a conter o desenvolvimento e crescimento pacíficos da China e fazer frente a ela no sentido militar.
Tanto Japão e Coreia títere como outro terceiro país, conhecerão bem quem será o primeiro alvo de represália militar se implantam em seus territorios os mísseis estadunidenses.
Sendo assim, a implantação não protegerá os países aliados dos EUA, mas os registrarão como vítimas da estratégia hegemônica deste.
O novo jogo de azer militar, que os EUA desejam fazer na Ásia-Pacífico, "apostando" na implantação de mísseis de alcance mediano, poderá resultar no pesadelo de ter que hipotecar até a segurança de seu próprio território.
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