segunda-feira, 8 de abril de 2024

Questão da inteligência artificial atrai o foco do mundo


Em 21 de março, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou uma resolução apelando aos países para que atribuam importância à segurança e à fiabilidade do desenvolvimento e utilização da inteligência artificial. Esta é a primeira vez que é adotada uma resolução relativa à segurança da inteligência artificial.

A questão então é por que essa questão foi levantada.

É necessário delinear brevemente a história do desenvolvimento da tecnologia de inteligência artificial. A inteligência artificial (IA) refere-se à função de realizar ações semelhantes às atividades intelectuais humanas, usando funções do computador, como memória, julgamento e cálculo.

Já na década de 1950, vários cientistas estudaram uma série de problemas para imitar a inteligência humana usando máquinas e criaram pela primeira vez o termo “inteligência artificial”. No início, as pessoas simplesmente pensavam que a inteligência artificial consistia em permitir que robôs que imitassem os humanos executassem várias tarefas em nome dos humanos. No entanto, a verdadeira inteligência artificial refere-se a uma máquina que tem autoconsciência e encontra soluções para tarefas desconhecidas. Em outras palavras, a máquina não se limita a ser capaz de realizar algumas tarefas específicas por meio de “treinamento”, mas também deve ser capaz de autoaprender, definir metas gerais e executá-las.

O campo da inteligência artificial, que passou por uma espécie de “fase seca” por diversas razões, está agora se desenvolvendo a uma velocidade surpreendente. Nos últimos anos, tem ocorrido uma “revolução do conhecimento” impulsionada pela inteligência artificial. Com o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial aplicada, como fragmento inteligente e design inteligente, os efeitos econômicos, como aumento de eficiência, economia de custos e melhoria de qualidade, estão se tornando evidentes em setores como manufatura, construção, agricultura, finanças e serviços comerciais.

Muitos países estão concentrando seus esforços no desenvolvimento e introdução de tecnologia de inteligência artificial, tornando-a uma política nacional. Atualmente, existem milhões de especialistas em inteligência artificial em todo o mundo. Além disso, o número de instituições de ensino científico que pesquisam inteligência artificial aumenta dia após dia. Há dados que indicam que, em 2030, a inteligência artificial aumentará o Produto Interno Bruto em 14%, trazendo um ganho de 15,7 trilhões de dólares para a economia mundial.

O problema é uma série de efeitos negativos.

Primeiramente, a questão do trabalho. De acordo com um relatório de uma organização internacional que considerou os efeitos negativos da perda de empregos dos trabalhadores juntamente com os efeitos positivos da melhoria da produtividade provocada pela inteligência artificial, cerca de 40% dos empregos em todo o mundo serão afetados. A organização aconselhou que cada país tome contramedidas para evitar que a disparidade aumente, pois é provável que sejam causadas novas tensões sociais se a inteligência artificial assume muitos empregos.

Outra questão são os problemas complexos que surgirão se a inteligência artificial for usada injustamente. Em geral, quanto mais amplo é o âmbito de utilização de uma nova tecnologia, maior é o risco da sua utilização.

Por exemplo, a tecnologia de inteligência artificial pode sintetizar centenas de fotos que na verdade não existem, mas parecem muito verdadeiras, com base na foto de um único ator, e pode até criar pinturas mundialmente famosas de forma muito vívida. Os especialistas estão alertando que pessoas sem escrúpulos podem usar esta tecnologia para confundir o julgamento das pessoas, fazendo não apenas fotos, mas também vídeos, e que se isso acontecer, a esfera da segurança enfrentará novos desafios.

A maior preocupação em relação à tecnologia de inteligência artificial é que esta tecnologia possa ser usada como um dispositivo assassino, ameaçando a humanidade. É altamente provável que a inteligência artificial seja utilizada para conceber e executar diversas guerras bioquímicas e ataques cibernéticos e para controlar robôs de combate. Em particular, se várias armas puderem ser operadas sem comandos humanos, surge um problema muito maior.

Há alguns anos, foi realizada em Genebra, na Suíça, uma reunião de grupos intergovernamentais de peritos para a Convenção sobre Armas Comerciais Específicas da ONU, onde foram discutidos os perigos dos robôs assassinos introduzidos com tecnologia de inteligência artificial. Foi reconhecido unanimemente que este é um problema real que precisa ser resolvido com urgência. Os participantes apelaram à proibição do uso de robôs assassinos na guerra, tal como as Nações Unidas proibiram o uso de armas químicas e biológicas.

Os especialistas argumentam que, se a inteligência artificial for utilizada corretamente, proporcionará uma nova força motriz para o desenvolvimento social e trará bem-estar à humanidade, mas se for mal utilizada, se tornará uma “faca de dois gumes” que levará a um desastre inimaginável.

A comunidade internacional exige que seja estabelecido um sistema rigoroso de controle e gestão para evitar que a inteligência artificial em rápido desenvolvimento se torne um desastre para a humanidade.

Ho Yong Min

Rodong Sinmun

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