Kim Ja Rin

Kim Ja Rin, antes de se tornar guerrilheiro, viveu uma juventude marcada pela pobreza e pelo desprezo dos senhores de terra. Como criado de um latifundiário, passava os dias trabalhando nos campos, mas mantinha um espírito indomável. Certa vez, ao parar o trabalho para observar um trem que passava, irritou-se com a aparência elegante de um cavalheiro bem-vestido que fumava à porta do vagão. Num gesto de revolta contra aqueles que viviam no luxo, ergueu o punho em provocação, recebendo de volta a mesma reação do passageiro. A cena terminou de forma cômica: o chapéu de palha do cavalheiro voou com o vento e caiu num pântano, enquanto o trem desaparecia. Esse episódio, lembrado com riso, também revelava a sensibilidade de Kim Ja Rin diante da desigualdade que testemunhava.

Com o tempo, sua inconformidade o levou a resistir abertamente aos abusos que sofria. Não hesitava em enfrentar quem o molestasse, mas sua vida de criado não lhe garantia sustento. Foi então que se uniu à guerrilha em Wangyugou, onde se destacou como um dos melhores atiradores de Jiandao. Em combate, protagonizou episódios singulares, como no confronto de Jiansanfeng, quando, apressado, disparou um lança-granadas apoiado na própria coxa e deslocou o osso da perna com o recuo. Choe Hyon, mesmo em meio à batalha, repreendeu-o, defendeu a posição com tiros certeiros e ainda colocou sua perna de volta no lugar. Mais tarde, Kim Ja Rin também participou de uma arriscada missão de reconhecimento que chegou até Pyongyang, subindo a colina Moran para fotografar o aeródromo — prova de sua audácia e espírito incansável na luta.