quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Cao Guo-an

Cao Guo-an nasceu em 17 de dezembro de 1900, no condado de Yongji, província de Jilin, em uma família camponesa. Ele iniciou sua trajetória revolucionária no contexto das formações guerrilheiras da Manchúria, ligadas tanto à resistência chinesa quanto à participação de coreanos. A partir dos grupos pioneiros em Panshi, que reuniam desertores do exército fantoche do Manchukuo e camponeses insurgentes, formou-se a base do que seria a 2ª Divisão do 1º Corpo, sob seu comando. Suas operações regulares incluíam expedições anuais ao norte do rio Huifa, uma prática que, embora sistemática, acabou expondo sua unidade a ataques previsíveis do inimigo, resultando em pesadas perdas.

O encontro de sua divisão com as forças de Kim Il Sung, no acampamento secreto de Heixiazigou, marcou um momento decisivo. Inicialmente visto como um comandante rigoroso, Cao revelou-se um homem sociável e sensível, que compartilhava franqueza sobre as dificuldades enfrentadas por seus soldados, vestidos de uniformes puídos após longas marchas. O convívio com os guerrilheiros coreanos despertou nele a consciência sobre a importância da autossuficiência e do estabelecimento de acampamentos secretos, algo até então negligenciado em suas operações. Durante vinte dias, ambos os comandantes trocaram ideias sobre táticas, reforço de tropas e a expansão da luta revolucionária, cimentando uma relação de confiança mútua.

Apesar do espírito combativo de sua unidade, os constantes reveses e a dureza das expedições levaram Cao a reconsiderar os métodos empregados. Foi um dos principais defensores da realização de operações conjuntas com as forças coreanas, convencido de que a cooperação traria renovação estratégica e melhores resultados. Sob sua liderança, a 2ª Divisão engajou-se em atividades militares e políticas em Changbai e Linjiang, recebendo apoio de organizações clandestinas coreanas, como a Associação para a Restauração da Pátria. Sua proximidade com camaradas coreanos, como Ri Hong Gwang, reforçou ainda mais sua admiração pela contribuição desses revolucionários, cuja coragem ele exaltava constantemente.

O destino de Cao Guo-an, porém, foi interrompido tragicamente em 1937. Durante combates contra tropas japonesas perto de um moinho de madeira em Qidaogou, no condado de Changbai, ele foi gravemente ferido. Cercado após a denúncia de um traidor, resistiu com seus guardas até ser morto em combate, recebendo múltiplos disparos. Sua morte foi um duro golpe para o 1º Corpo e gerou debates sobre a necessidade de proteger melhor os comandantes das unidades. A lembrança de Cao permaneceu viva entre seus aliados, que recordavam não apenas o comandante rigoroso, mas o camarada caloroso que sonhava em fortalecer a luta comum de chineses e coreanos contra o imperialismo japonês.

Nenhum comentário:

Postar um comentário