A manobra dos Estados Unidos, que tenta formar uma aliança sob o rótulo de "dissuasão estendida" e buscar a hegemonia na Europa e na região da Ásia-Pacífico, está se tornando cada vez mais descarada.
Apegam-se persistentemente à política de compartilhamento nuclear com os países aliados da OTAN.
Em poucas palavras, compartilhamento nuclear significa operar armas nucleares em conjunto com países aliados.
Os países aliados gerenciam conjuntamente as armas nucleares dos EUA posicionadas em seus territórios e também operam os meios de transporte, como aviões de combate e lançadores. Em caso de necessidade, eles recebem das forças estadunidenses as ogivas nucleares e os códigos de ativação para participar de um ataque nuclear, sendo uma das principais formas de "dissuasão estendida".
Na década de 1950, surgiu uma tendência entre os países aliados da OTAN de duvidar da garantia nuclear dos EUA. Mesmo que armas nucleares estivessem posicionadas em seus países, o direito total de uso dessas armas era exclusivamente dos EUA, e a questão era se os EUA realmente usariam armas nucleares para defender a Europa em caso de uma crise.
Com a justificativa de resolver essa questão, os EUA assinaram com os países aliados da OTAN, em 1957, o "Acordo sobre a Divisão de Responsabilidade Nuclear" (conhecido como "Acordo de Compartilhamento Nuclear"). A ideia era algo como: "Se vocês não confiam totalmente, então operemos as armas nucleares juntos".
Mesmo que haja compartilhamento de armas nucleares, isso não significa que cada país membro da OTAN possa usá-las à vontade. Para evitar tais situações, os EUA criaram em 1966 o "Grupo de Planejamento Nuclear" na OTAN e institucionalizaram a política de compartilhamento nuclear com base na aprovação rigorosa dos EUA.
O "Grupo de Planejamento Nuclear" atualmente inclui quase todos os países membros da OTAN.
O compartilhamento nuclear era, na verdade, uma estratégia para transferirem para os países aliados os custos elevados de armazenamento e gestão de armas nucleares, operação de meios de transporte e manutenção de bases, enquanto mantinham um controle rigoroso sobre as armas.
Para fortalecer ainda mais a postura de compartilhamento nuclear, os EUA reafirmaram na década de 2010 o compromisso de manter e expandir o compartilhamento nuclear com os países aliados da OTAN. Após a crise na Ucrânia em 2022, os EUA têm se dedicado à modernização de cerca de 200 bombas nucleares táticas B-61 posicionadas na Europa.
Com a estratégia de "dissuasão estendida", estão aprofundando ainda mais a inclusão de aliados na Ásia, como a República da Coreia títere e o Japão, em seu sistema de aliança nuclear de guerra.
Durante a Guerra Fria, os EUA posicionaram mais de 1.720 armas nucleares táticas na República da Coreia títere até meados da década de 1980 e, apesar de o Japão afirmar publicamente os "Três Princípios de Não Nuclearização", forneciam secretamente ativos estratégicos nucleares, oferecendo assim uma proteção nuclear.
Com a proposta enganosa de um "mundo sem armas nucleares" apresentada pelo governo Obama em 2009, a desconfiança em relação à proteção nuclear dos EUA aumentou entre seus aliados na Ásia.
Para lidar com a situação, os EUA publicaram consecutivamente vários documentos estratégicos, como o Relatório de Revisão da Estratégia de Defesa de Quatro Anos e as Diretrizes de Estratégia de Defesa que revelam o "Reequilíbrio da Ásia", destacando a recuperação da confiança dos aliados asiáticos na "dissuasão estendida" como uma prioridade importante.
Na 41ª reunião anual de segurança com a República da Coreia títere em 2009, a provisão de "dissuasão estendida" foi concretizada, e na reunião do "Mecanismo de Coordenação da Estratégia de Dissuassão Estendida" em 2016, foi acordada a rotação de ativos estratégicos, permitindo que armas nucleares estratégicas dos EUA possam entrar e sair da região da República da Coreia títere mesmo em tempos de paz.
A partir de 2010, também foi estabelecido o sistema de "Diálogo sobre Dissuassão Estendida" com o Japão, com reuniões regulares uma ou duas vezes por ano, acelerando a rotação de ativos estratégicos nucleares em bases navais e aéreas, incluindo no Havai, Guam e Japão.
O mais grave é que estão tentando aplicar o modelo de compartilhamento nuclear da OTAN também aos aliados asiáticos, com o objetivo de formar uma aliança nuclear triangular entre os EUA, Japão e República da Coreia títere.
Imitando o "Grupo de Planejamento Nuclear" da OTAN, foi criado um "Grupo Consultivo Nuclear" com a República da Coreia títere e as conversas sobre "dissuasão estendida" com o Japão foram elevadas ao nível de ministros. Além disso, estão mostrando diretamente os arsenais nucleares secretos aos aliados e realizando constantemente diversos exercícios militares conjuntos envolvendo ativos nucleares estratégicos, intensificando a situação regional até o limite da crise.
Originalmente, o compartilhamento nuclear foi baseado na premissa de que a posse e o direito de uso de armas nucleares pelos aliados seriam rigorosamente limitados.
Embora esteja relacionado com a tentativa de evitar as críticas da comunidade internacional por violar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, o principal motivo é que, se os aliados tivessem acesso livre às armas nucleares e reduzissem sua dependência de segurança em relação aos EUA, a posição dominante dos EUA dentro da aliança ficaria ameaçada.
No entanto, recentes movimentos relacionados ao compartilhamento nuclear com aliados asiáticos indicam uma tendência de flexibilizar as restrições ao direito de uso das armas nucleares. Isso reflete uma intenção perigosa de manipular alianças nucleares para usar os aliados como "alvos" em confrontos com potenciais inimigos.
Desde então, a estratégia se transformou na de "gerenciar" os aliados para "promovê-los".
A "dissuasão estendida" dos EUA é uma estratégia para manter a segurança dos aliados com o escudo nuclear e forçá-los a realizar sua ambição de dominação global, em um contexto em que sua decadência está se tornando evidente.
Jang Chol
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