terça-feira, 28 de maio de 2024

A ONU não é um palco de concerto solo para os EUA


Garantir a paz mundial tornou-se uma questão premente que não pode mais ser adiada. Mesmo agora, grandes e pequenos conflitos armados continuam ocorrendo em várias partes deste planeta, e a humanidade vive constantemente com a nuvem de uma nova guerra mundial pairando sobre a sua cabeça.

Muitos países esperam que a ONU, cuja missão é garantir a paz e a segurança mundiais, cumpra as suas responsabilidades e funções.

No entanto, a situação atual está decepcionando os povos do mundo. Isto porque os EUA estão abusando da ONU como uma ferramenta exclusiva para garantir os seus direitos políticos e dominar o mundo.

A situação complexa que envolve o cessar-fogo humanitário na Faixa de Gaza e a questão da adesão da Palestina à ONU é um exemplo claro de como os EUA estão se apropriando da ONU para seus próprios interesses.

A adesão da Palestina à ONU é uma exigência consistente da comunidade internacional para garantir a paz e a estabilidade no Oriente Médio, assim como o forte desejo do povo palestino de criar um Estado independente o quanto antes. Exatamente por isso, quase todos os países do mundo expressaram total apoio quando uma resolução foi apresentada na sessão especial de emergência da 10ª Assembleia Geral da ONU, recomendando que o Conselho de Segurança reconsiderasse positivamente a questão da adesão da Palestina à ONU e concedesse à Palestina direitos e privilégios quase iguais aos de um Estado membro pleno da ONU. No entanto, os EUA ficaram insatisfeitos com isto e não só votaram contra, mas também anunciaram que exerceriam novamente o seu veto se a questão da adesão da Palestina à ONU chegasse ao Conselho de Segurança. Argumentaram que a adesão da Palestina à ONU, da qual Israel é membro, não está em conformidade com a “solução de dois Estados” e seria um obstáculo à garantia da paz na região. Este é realmente um sofisma absurdo que não convence ninguém.

Os EUA, que sempre tiveram aversão à Palestina, têm agido mal sempre que a questão da Palestina é levantada, independentemente do tempo e do local.

Em abril passado, quando a votação sobre a resolução de admissão da Palestina como membro pleno da ONU estava em andamento no Conselho de Segurança da ONU, os EUA se opuseram, fazendo um alarde como se algo absurdo estivesse em debate. Os EUA alegaram que a Palestina não tem capacidade para construir um Estado e disseram que a oposição ao reconhecimento da Palestina como Estado não é uma oposição à Palestina, mas que o reconhecimento só pode ser alcançado através de negociações diretas entre a Palestina e Israel. Na verdade, não é que a Palestina não tenha capacidade para construir um Estado.

A única razão é que a Palestina não se conforma com os EUA e Israel e pretende construir um Estado independente. Em suma, isso vai completamente contra a estratégia dos EUA de dominar o Oriente Médio. É precisamente por isso que os EUA se opõem vigorosamente à adesão da Palestina à ONU. Os EUA estão literalmente ignorando a ONU e fazendo o que bem entendem.

O representante permanente da Rússia na ONU criticou o fato dos EUA terem exercido seu direito de veto na votação para conceder à Palestina o status de membro pleno da ONU, alegando que isso é completamente contrário à posição de princípios adotada pela maioria dos membros do Conselho de Segurança da ONU. Ele também afirmou que o Conselho de Segurança se tornou, na prática, refém da política dos EUA sobre o Oriente Médio.

O que é mais grave é que o impacto negativo do comportamento dos EUA, que agem como se fossem donos do mundo, não se limita à Palestina ou à região do Oriente Médio.

Os EUA, aproveitando-se do “privilégio” de ser um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, frequentemente ignoram a Carta da ONU, que estabelece princípios como o respeito à soberania, a proibição de ameaças militares e uso da força, e o exercício do direito de autodefesa. Os EUA estão exercendo poder e tirania em todo o mundo, mobilizando forças aliadas para realizar exercícios militares em larga escala contra países soberanos. Além disso, rotulam as medidas defensivas que esses países são forçados a tomar em resposta como “destruição da ordem internacional”, e persistentemente criticam e pressionam esses países.

Para os nalistas, é difícil saber o que é superior: a Carta da ONU ou a vontade dos EUA. Não é coincidência que muitos digam que o Conselho de Segurança da ONU está se tornando uma marionete que serve aos EUA, uma organização inútil que é explorada para seus propósitos malignos.

É verdadeiramente uma tragédia que uma organização internacional cuja missão básica é garantir a paz e a segurança internacionais esteja sendo manipulada por um país individual.

A Organização das Nações Unidas não é um palco de concerto solo para os EUA. Não se deve continuar permitindo que a ONU seja utilizada de forma abusiva como instrumento dos EUA. Fazendo isso, a democratização da ONU poderá ser concretizada e a paz e a segurança mundiais poderão ser garantidas.

Ri Hak Nam

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