sexta-feira, 3 de maio de 2024

A obsessão descarada só piorará a situação


Segundo a agência de notícias britânica Reuters, o Secretário de Estado dos EUA solicitou recentemente que o Movimento de Resistência Islâmica da Palestina (Hamas) aceite rapidamente a oferta de cessar-fogo “muito generosa” recentemente feita por Israel.

Ou seja, em troca da libertação de alguns dos palestinos presos e detidos por Israel, o Hamas deve também libertar alguns dos israelenses sob o seu controle, para que a “paz” possa ser mantida por um determinado período de tempo.

Os Estados Unidos estão assumindo a liderança ao oferecer a Israel uma solução de compromisso em resposta à exigência do Hamas de cessar-fogo permanente. O Secretário de Estado dos EUA ficou tão orgulhoso como se tivesse resolvido um grande problema que insistiu que o Hamas tome uma decisão rapidamente.

A proposta de cessar-fogo “muito generosa” de Israel é absurda, mas o comportamento dos Estados Unidos de coagir o Hamas a aceitá-la é muito flagrante. 

Atualmente, a Faixa de Gaza na Palestina é transformada numa enorme vala comum e em ruínas desoladas devido às atrocidades bárbaras cometidas por Israel.

Em vez de cessar os atrozes assasinados de civis, especialmente mulheres e crianças, Israel os expande ainda mais.

Só na noite de 28 de abril, Israel realizou um ataque aéreo contra três edifícios residenciais na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, matando pelo menos 15 palestinos.

Muitas pessoas foram soterradas sob os escombros.

Segundo estimativas divulgadas pelas Nações Unidas, desde outubro do ano passado, quando eclodiu a crise de Gaza, 6.000 mães palestinas morreram e 19.000 crianças ficaram órfãs. Foi reportado que cerca de 70% do total de mortos são mulheres e crianças, e mais de um milhão de mulheres estão enfrentando uma "situação de fome devastadora".

A situação é extremamente terrível.

A fúria da comunidade internacional só aumenta.

Uma organização internacional condenou duramente Israel por desrespeitar o direito internacional na Faixa de Gaza.

O Secretário-Geral da Liga dos Estados Árabes argumentou que, para evitar que a situação continue piorando e seguindo numa direção perigosa, as atrocidades cometidas diariamente por Israel na Faixa de Gaza devem ser interrompidas.

Embora o mundo exija que não sejam iniciadas novas ações militares, dizendo que um ataque à cidade de Rafah, onde estão centenas de milhares de palestinos, resultará num terrível desastre, Israel ameaça não parar o massacre na Faixa de Gaza.

Recentemente, o Primeiro-Ministro da Israel fez uma declaração ousada de que iria “alcançar a vitória completa” ao lançar um ataque terrestre à cidade de Rafah, independentemente de um acordo com o Hamas ser alcançado ou não.

Em vez de controlar este lacaio maníaco, os Estados Unidos anunciam a sua enganosa proposta de cessar-fogo como uma “medida generosa” e pressionam o Hamas a aceitá-la incondicionalmente.

Contudo, quem não sabe que, ainda que aceitem a demanda dos EUA, que professam apoio irresoluto a Israel, a Faixa de Gaza ainda estará em grave perigo?

Foram os Estados Unidos que defenderam os atrozes massacres de civis cometidos por Israel como um “exercício de autodefesa” e recusaram obstinadamente adotar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU pelo cessar-fogo humanitário na Faixa de Gaza através de seu padrão duplo desavergonhado e preconceituoso.

A pressão dos Estados Unidos para que a proposta de cessar-fogo de Israel seja aceita é uma manobra astuta para encobrir sua identidade como cúmplices e instigadores de massacres, e para evitar a condenação da comunidade internacional que só aumenta com o passar dos dias. Porém, ninguém pode aceitar ou confiar nisso.

Ho Yong Min 

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