sábado, 6 de dezembro de 2025

As canções e a vida do grande homem

Prólogo

Kim Il Sung é o grande homem sem igual que, com uma profunda teoria ideológica e destacada capacidade de direção e mediante a descomunal prática revolucionária, acumulou méritos imortais diante da pátria e do povo, da época e da revolução.

Desde que empreendeu o caminho da revolução aos pouco mais de dez anos de idade, realizou grandes feitos ao conduzir à vitória as duas guerras revolucionárias, as duas etapas da revolução social, as duas obras de restauração e construção e várias fases da construção socialista, e levantou neste território um Estado socialista politicamente, economicamente e militarmente independente.

Percorreu com a canção uma longa trajetória revolucionária.

Nascido numa família de Mangyongdae aficionada por música, desde pequeno abrigou o grande propósito da revolução ao aprender com os pais as canções patrióticas e participou resolutamente na sagrada tarefa da libertação nacional cantando as canções de juramento de resgatar o país usurpado.

Enquanto compunha canções clássicas de valor perpétuo, como "Canção da Coreia", "Nostalgia" e "À guerra antijaponesa", travou batalhas sangrentas cantando peças que infundiam fé na vitória e vontade de aniquilar o inimigo. Nos momentos favoráveis e desfavoráveis da fundação do Estado, da guerra e da construção socialista, conduziu a revolução coreana com a firme convicção no triunfo, cantando e escutando canções.

Dizia aos funcionários que quem vive e trabalha cantando e com otimismo sente o orgulho de viver e ganha maior força, que segundo sua experiência a canção simboliza a vitória da revolução e que, entoando em voz alta a canção, é possível alcançar a prosperidade do país, fortalecer o Partido e obter a vitória da revolução.

Na sua direção da revolução, o grande Líder, fervoroso amante da música, deixou para a posteridade inúmeras anedotas relacionadas com a canção, e parte delas foi reunida no presente volume.

Cultivar o patriotismo com a canção

Benção

A família de Mangyongdae viveu na penúria cultivando a terra arrendada de geração em geração.

Apesar da extrema miséria de matar a fome com papas ralas, todos os membros da família se levantavam com total dedicação à causa pelo bem do país e do povo e ajudavam com toda sinceridade os parentes e vizinhos.

Seguindo seus antepassados, já desde a infância Kim Il Sung se preocupava muito com os pais e outras pessoas idosas.

Quando chegava o verão, os pêssegos cultivados pelo avô ficavam avermelhados. O menino pegava os pêssegos maiores e mais maduros e os dava ao avô.

Contente, este o sentava e cantava:

Cungniri Não tenho medo Não tenho medo

Escalando esta montanha e aquela montanha

Recolho um punhado de sementes de pinheiro e as semeio

Para que se forme uma frondosa floresta de pinheiros

Com essa canção, o avô abençoava para que seu neto fosse no futuro um excelente protagonista do país.

E o menino cantava alegre com o avô, batendo palmas.

Canção de ninar

O pai, Kim Hyong Jik, abrigava grande esperança em seu filho Kim Il Sung e prestou especial atenção à sua formação como pilar do país.

Um dia, sentado ao lado do bebê adormecido, cantou a Canção de ninar, entoando as letras escritas por ele numa folha de papel com o desejo de que o menino crescesse rápido para ser um herói da Coreia.

Dorme, dorme, meu bebê Agora dormes profundo, meu bebê Trazerás harmonia à família e serás leal aos pais

Dorme, meu amado, tão valioso quanto um tesouro

Mais tarde, outros membros da família de Mangyongdae aprenderam a letra e a música da peça e, ao lado do menino, a cantavam em voz baixa todas as noites.

Desejo veemente

Se alguém deixava para trás o quintal da casa de Kim Il Sung e subia um pouco pela colina Mangyong, encontrava um carvalho, do qual pendia um balanço.

Foi instalado pelo avô Kim Po Hyon para seu neto.

A mãe, Kang Pan Sok, embalava seu filho no balanço e lhe cantava canções, entre as quais havia uma peça que compôs de próprio punho.

Alto é o céu Larga é a terra Quisera que no futuro cresças Mais que o céu e a terra

Ela a cantou com o desejo de que seu filho crescesse como pilar da pátria e da nação.

Inspirado por esse sonho, o menino cresceu forte, nutrindo o grande propósito de restaurar o país.

Recomendação insistente

Já em tenra idade, Kim Il Sung gostava de cantar e ler.

Seu pai, Kim Hyong Jik, que então era professor da Escola Sunhwa, chamava primeiro o filho primogênito quando regressava para casa.

Este lhe respondia e corria depressa, mesmo estando entretido brincando com outras crianças.

O pai lhe dizia que ele podia ser um grande homem se escutasse com atenção o que lhe diziam as pessoas mais velhas, amasse os camaradas e se desse bem com eles.

Certa vez pediu que cantasse uma peça que lhe havia ensinado, e ele, dando um passo à frente, a entoou com uma voz que retumbou por toda a casa.

Dorme, meu bebê, logo irás para a primária

Dorme, meu bebê, depois para a secundária e a universidade

Quisera que fosses doutor, herói

E um homem capaz de restaurar o país

Quando o pai lhe perguntou o que devia fazer para ser herói, ele respondeu em voz alta que poderia sê-lo se, ainda criança, obedecesse ao que lhe diziam os pais e estudasse com aplicação o idioma coreano.

Eco da colina Mangyong

Na primavera de 1918, a mãe Kang Pan Sok partiu da comuna Ponghwa com seu filho para retornar a Mangyongdae.

Saudoso do pai preso pela polícia japonesa após o incidente da Associação Nacional Coreana, o pequeno perguntava várias vezes ao dia quando ele voltaria para casa.

Criada em 23 de março de 1917 por Kim Hyong Jik, aquela organização clandestina antijaponesa tinha como objetivo alcançar a unidade de todo o povo coreano, libertar o país com suas próprias forças e construir um autêntico Estado civilizado. No outono do mesmo ano, uma parte da organização foi descoberta e mais de cem de seus membros foram presos, entre eles seu fundador.

Numa noite de lua cheia, a mãe Kang Pan Sok subiu à colina Mangyong com o filho e, sentada no balanço com o menino no colo, disse-lhe em voz baixa:

Meu filho, o rio Taedong já se desgela e as árvores voltam a ficar verdes, mas teu pai não retorna. Ele lutou para restaurar o país. Acaso cometeu algum delito? Quando fores grande, deverás vingar-te.

Sim, mamãe. Quando eu crescer, me vingarei e restaurarei o país sem falta.

A mãe afagou a cabeça do menino e lhe disse que, quando fosse grande, deveria ser um herói que salvasse a nação e que, como seu pai, ela também confiava que ele o seria.

O pequeno reiterou seu juramento de que, quando crescesse, vingaria o pai.

A mãe se levantou para colocar o filho em seu lugar e, balançando devagar o assento, cantou com ele uma peça.

Sua canção ecoou na silenciosa colina Mangyong.

No Local de Leitura

Fiel ao ensinamento do pai de que, antes de tudo, é preciso conhecer bem o próprio país, Kim Il Sung percorreu sozinho, desde Badaogou, na China, até Mangyongdae, um trajeto de mais de mil ris (medida de comprimento equivalente a 0,4 quilômetro) aos pouco mais de dez anos, e permanecendo na casa dos avós maternos, em Chilgol, matriculou-se no quinto curso da Escola Changdok.

Num monte atrás da escola havia o chamado Local de Leitura, onde ele lia livros, revisava e preparava as lições com fervorosa paixão e sede de conhecimento.

Também ali contava aos amigos o conteúdo dos livros e poemas.

Um dia levou alguns amigos ao Local de Leitura, disse-lhes que lhes ensinaria uma canção e os convidou a cantar com ele estrofe por estrofe.

Desgraçada é a nação coreana

Em sua longa história de quatro mil anos

Gozou da felicidade geração após geração Mas por que lhe coube hoje esta desgraça? Embora me tenham preso com mil correntes

Meus amigos as cortarão com as mãos

Os vivas à independência e os clamores retumbantes Farão ferver o Mar Leste e mover as montanhas

Aprendendo a canção, as crianças puderam tomar a decisão de resgatar o país usurpado.

Ricos conhecimentos

Quando Kim Il Sung frequentava a Escola Changdok, ajudou muitos colegas nos estudos.

Numa aula, o professor lhes perguntou a altura do monte Paektu e a do monte Kumgang, e com quantos metros um era mais alto que o outro.

Quando terminaram de resolver o problema de matemática, Kim Il Sung lhes perguntou onde se encontravam os dois montes.

Vendo que ninguém respondia satisfatoriamente, desenhou no tampo da carteira o mapa da Coreia e, apontando-o com o dedo, disse:

Este é o território coreano. O Paektu, situado na parte norte do país, é o mais alto. Nele abundam árvores, animais e aves de muitas espécies. Mas tudo isso está sendo pisoteado pelas botas dos japoneses. O mesmo acontece com o pitoresco Kumgang. Por isso devemos resgatá-los a todo custo. Então todos nós poderemos ir a esses montes.

Ouvindo-o, os alunos sentiram intenso ódio contra os imperialistas japoneses que lhes haviam arrebatado o belo território pátrio.

Dizendo-lhes que, para recuperar o país, era preciso estudar com afinco, Kim Il Sung lhes ensinou uma canção que aprendera de seu pai:

Embora seja diamante

Se não o polires, não brilha

Somente quando tiver muitos conhecimentos

O homem mostrará sua autêntica virtude

Os colegas, satisfeitos, aprenderam a canção.

Mais tarde, vendo-os cantá-la, Kim Il Sung lhes lembrava que quem perde tempo é ignorante, e quem aprende com afinco aproveitando cada minuto possui ricos conhecimentos, e que o conhecimento nos dá a luz, enquanto a ignorância nos dá a escuridão.

Canção do rio Amnok

Desde pequeno, o pai de Kim Il Sung, Kim Hyong Jik, costumava dizer-lhe que qualquer pessoa nascida na Coreia deveria conhecer bem a Coreia, por que ela havia sido arruinada e quão miserável era a existência de seu povo.

Com essas palavras bem gravadas no coração, o menino foi à Coreia, onde se matriculou na Escola Changdok.

Num dia de janeiro de 1925, seu avô materno lhe deu a inesperada notícia de que o pai havia sido novamente preso pela polícia japonesa.

Aos pouco mais de dez anos, partiu de sua terra natal, Mangyongdae, com a firme decisão de vingar o pai, a família e a nação coreana.

Foi a Kaechon de trem e daí caminhou treze dias até chegar a Phophyong. Expondo-se ao vento, colocou seus pés pesados sobre o gelo do rio Amnok e pensou que, se se despedisse agora da pátria, quando poderia voltar a atravessar aquele rio.

Ele voltou e recolheu uma pedra no aclive da margem. Queria levar e guardar com cuidado qualquer coisa que pertencesse à pátria e a recordasse. Entoou para si mesmo a Canção do rio Amnok, da qual não se sabia quem a havia composto, e encaminhou-se lentamente para o outro lado do rio.

Em 1 de março de 1919 

Cruzei o rio Amnok

Cada ano este dia volta, mas eu voltarei com meu propósito cumprido.

Cheio de tristeza e indignação, lancei várias vezes o olhar ao território pátrio.

Coreia, vou te deixar.

Embora eu não possa viver nem um momento separado de ti, cruzo o rio Amnok para te resgatar; do outro lado se estendem terras estranhas; vou para lá, mas não te esquecerei; espera por mim, Coreia.

Pensou assim e voltou a cantar essa canção.

Em suas memórias No Transcurso do Século, Kim Il Sung escreve:

"Eu não sabia quando poderia voltar a pisar esta terra; quando viria o dia do meu retorno a esta terra que me viu crescer e guarda os restos de meus antepassados. Embora fosse criança, ao pensar assim eu transbordava de tristeza. Diante da visão da trágica realidade da pátria, reafirmei a decisão de não voltar à Coreia se não conquistasse sua independência."

Durante a árdua luta antijaponesa

Canção da Coreia

Em janeiro de 1927, Kim Il Sung ingressou na escola secundária Yuwen, em Jilin, e tomando essa instituição como base, realizou vigorosas atividades revolucionárias em uma vasta região com centro em Jilin.

No início de janeiro de 1928, dedicava-se às atividades revolucionárias em Fusong, aproveitando as férias de inverno.

Já sentia necessidade de criar canções para incutir nas crianças coreanas nascidas e criadas no exterior o patriotismo e a determinação de resgatar o país perdido, e empenhou esforços em escrever letras e compor melodias.

Escolheu usar um órgão da escola Paeksan para criar a canção de valor perpétuo Canção da Coreia, que foi amplamente divulgada por meio do jornal Saenal, fundado por ele.

Dizendo que ela fora composta pelos membros da União das Crianças Saenal, sugeriu acelerar os preparativos e colocá-la na primeira apresentação do grupo de divulgação artística.

Também a ensinou pessoalmente a eles.

Pelas suas manhãs ensolaradas

meu país se chama Coreia.

Não encontro no mundo

terra tão preciosa e bela.

Posteriormente, a canção foi a peça principal em cada um dos espetáculos montados pelo grupo.

Estrela da Coreia

No entardecer de um dia de outubro de 1928, realizou-se uma reunião de cerca de dez membros de uma organização revolucionária, entre eles Kim Hyok, Cha Kwang Su e Choe Chang Gol, que haviam tomado parte na manifestação contra a construção da ferrovia Jilin–Hoeryong. Depois de trocarem saudações calorosas com apertos de mão, Kim Hyok se levantou e, percorrendo com o olhar os jovens ali presentes, disse com voz trêmula pela emoção:

"Camaradas, agora vamos aprender a canção Estrela da Coreia. Ela não é produto de nenhum famoso poeta ou compositor, mas da nossa própria inteligência, e por isso não deve estar livre de erros. O certo é que expressa a alegria e o orgulho infinitos de nós, jovens comunistas, que acolhemos nosso dirigente Hanbyol como estrela orientadora da revolução coreana. Cantemos, então, a alegria e o orgulho da nação coreana que, vagando sob o céu escuro e derramando lágrimas de sangue, finalmente descobriu a estrela que a guiará..."

Emocionado como poucos, Kim Hyok ergueu o rosto ruborizado e leu a letra da canção como quem improvisa versos.

Sua voz trêmula deixou os demais profundamente comovidos.

Depois de ler a letra, interpretou-a com uma flauta de bambu e ele mesmo a entoou em voz alta, convidando todos a segui-lo.

Durante um intervalo, enquanto conversavam alegremente sobre o significado da peça, Cha Kwang Su lhes contou o quanto Kim Il Sung ficou furioso por terem o enaltecido tanto, embora ele fosse tão jovem, e lhes disse com insistência:

"Nós nunca desobedecemos ao que dizia o camarada Hanbyol, pois foi decisão nossa elevá-lo como líder da revolução e único centro da unidade e coesão. Mas não podemos aceitar sua exigência de não cantar essa canção.

Camaradas, reflitam. Por que no passado os comunistas e patriotas coreanos sofreram derrotas amargas, mesmo tingindo de sangue todo o território coreano? Foi porque não tinham um líder sábio capaz de agrupar as massas e conduzi-las à vitória. Por mais que desejassem unir-se, faltava o centro de unidade; por mais que quisessem avançar, não encontravam o caminho correto. Mas afinal a aurora surgiu na pátria que gemia na escuridão. Apareceu um líder que nos ilumina o caminho como a brilhante estrela do céu noturno. É precisamente Kim Song Ju, objeto de veneração de todos nós. Ele é a estrela da Coreia que trará a nova manhã da libertação nacional. Por isso, há pouco nossa organização decidiu tê-lo como eterno centro de unidade e coesão e chamá-lo Hanbyol, além de definir como ode revolucionária de valor perpétuo a canção Estrela da Coreia, composta por Kim Hyok como reflexo do sentimento do povo, e difundi-la amplamente."

Por fim, Cha convocou todos a cantar em alta voz essa peça com a firme decisão de retornar à pátria a todo custo seguindo Hanbyol.

No mesmo instante, todos responderam ao chamado com estrondosos aplausos.

No mesmo dia, dispersaram-se para diversos lugares a fim de divulgá-la.

Recordando aqueles dias, Kim Il Sung escreveu em No Transcurso do Século:

"Às escondidas de mim, e após consulta prévia com Cha Kwang Su e Choe Chang Gol, Kim Hyok a difundiu na região de Jilin. Repreendi-o severamente porque ele me comparava a uma estrela e até compôs uma canção sobre minha pessoa."

Apesar de sua insistente objeção, a canção se propagava mais e mais a cada dia.

Sobre a carroça

Foi no início de agosto de 1928 que Kim Il Sung partiu à frente de cerca de uma dezena de companheiros da organização revolucionária e do grupo de divulgação artística, entre eles Kim Hyok e Kim Ri Gap.

Ao chegarem à aldeia de Jiangdong, juntou-se a eles uma grande carroça puxada por três cavalos, e todos subiram nela com pandeiros e harmônicas. Kim Il Sung e outros membros da Juventude Comunista tomaram os assentos traseiros.

Pouco depois de a carroça partir, ele aconselhou os do grupo artístico a tomarem cuidado com acidentes e sugeriu cantar canções alegres e vigorosas e tocar instrumentos naquele belo dia.

O impetuoso Kim Hyok levantou-se de súbito na carroça em movimento e contemplou por um momento a bela paisagem, que lhe inspirou uma ode improvisada à pátria, causando profunda emoção a todos.

A carroça deixou para trás uma elevação e avançou por uma ampla planície.

Em determinado momento, todos exclamaram ao perceber a proximidade da aldeia Dahuanggou, e Kim Il Sung disse emocionado:

"Este é um percurso realmente agradável. Este caminho nos conduz à pátria que Kim Hyok cantou. Devemos realizar a todo custo este significativo percurso até concluí-lo no território pátrio. Camaradas, já que nos aproximamos do 'campo de batalha', cantemos com ânimo uma canção revolucionária."

Terminadas suas palavras, Kim Hyok começou a cantar o Canto à revolução e todos o seguiram, agitando os punhos:

Somos fogo que arde na pradaria

e martelo que quebra correntes.

A bandeira vermelha é o símbolo da esperança e luta

O lema que erguemos.

Verão, sanguessugas que chupam nosso sangue sem piedade,

como nossas fileiras se ampliam

na histórica luta final.

Apressaram a viagem e ao meio-dia chegaram a Dahuanggou; à tarde, convocaram seus moradores à luta antijaponesa em conferências e apresentações.

Nostalgia

Durante suas primeiras atividades revolucionárias, Kim Il Sung compôs a canção Nostalgia.

Numa noite de outono de 1930, alguns membros da organização revolucionária passaram a noite com ele na escola Samsong, em Wujiazi.

Era uma noite em que a luz da lua cheia entrava pela janela.

Enquanto os outros contemplavam a lua, tomados pela saudade da terra natal, Kim Il Sung começou a cantar Nostalgia.

Ao ouvi-la, a saudade se tornou ainda mais intensa.

Seus companheiros o rodearam pedindo que lhes ensinasse a canção.

Ele aceitou de bom grado e começou a cantá-la lentamente:

Quando parti de minha terra natal

minha mãe me se despediu no portão.

Ah, ainda ressoa o adeus dela.

Um riacho, perto de minha casa,

meus irmãozinhos brincando e gritando.

Ah, quanto sinto saudades.

Não esqueço nem em sonhos Mangyongdae

na primavera com o pitoresco rio Taedong.

No dia da libertação estarei lá.

Seguindo-o, seus companheiros a cantaram várias vezes mais.

Naquele dia, Kim Il Sung lhes falou muito sobre a pátria e sua aldeia natal Mangyongdae.

E todos, imersos em sublimes sentimentos, não puderam conciliar o sono, imaginando o dia em que retornariam à terra natal depois de expulsar os japoneses.

A florista

Na conferência de Kalun, realizada em junho de 1930, o grande Líder camarada Kim Il Sung elucidou o princípio da Ideia Juche e a linha autóctone da revolução coreana.

No início do outono daquele mesmo ano, foi a Wujiazi enquanto realizava atividades revolucionárias para materializar a orientação apresentada na conferência.

Um dia à tarde, convocou à sala dos professores da escola Samsong alguns funcionários da União da Juventude e da União dos Camponeses.

Disse-lhes que os chamara para consultar a forma de celebrar o aniversário da Revolução de Outubro que se aproximava.

Como não tinham a menor ideia de como festejá-lo, aguardaram que ele expusesse sua ideia.

Pouco depois, ele falou da necessidade de transformar o aniversário numa oportunidade de educação das massas, montar uma cena artística que as comovesse.

"Pensei na ópera A florista e gostaria de lhes explicar seu enredo", acrescentou.

Depois de ouvi-lo, todos manifestaram seu agrado.

Desde então, ele se dedicou intensamente à elaboração do roteiro e a lâmpada da casa onde se hospedava permaneceu acesa até altas horas por várias noites.

Numa noite, após concluir uma reunião dos combatentes do Exército Revolucionário Popular da Coreia, disse-lhes que ainda faltava debater um assunto e apresentou o livreto da ópera.

Um combatente o leu e logo as lágrimas escorreram pelas faces de todos.

À pergunta de Kim Il Sung sobre o que achavam da obra, todos responderam que era excelente.

"Agora, em qualquer parte da pátria, podemos ver muitas crianças miseráveis como Kkotpun", disse, acrescentando que não conseguia dormir pensando naquelas crianças que vagavam sem rumo.

Também instou a distribuir os papéis e iniciar o treinamento o quanto antes. Este começou no dia seguinte.

Alguns dias depois, ele foi à escola Samsong para ver o ensaio da ópera.

Mar de sangue

É a canção temática criada por Kim Il Sung ao escrever o roteiro do drama revolucionário Mar de Sangue.

Foi imediatamente depois da reunião de Donggang, realizada em maio de 1936, que ele sentiu a necessidade e começou a escrever o roteiro.

Enquanto desenvolvia a luta armada contra os agressores japoneses, sempre prestava atenção à situação e estava a par do sofrimento do povo devido ao “castigo” dos militares e policiais japoneses.

Jiandao, onde dezenas ou centenas de habitantes eram assassinados em um único dia pelos golpes de espada e tiros das “tropas punitivas”, era de fato um mar de sangue.

O surpreendente era que a absoluta maioria dos coreanos não se dobrava diante das atrocidades, mas se levantava para resistir com o fuzil ou com paus na mão. Entre eles figuravam inclusive mulheres e crianças.

Em particular, vendo as mulheres que se entregavam ao movimento de reforma social, rompendo as barreiras domésticas, conservou o sentimento de respeito e amor e amadureceu a descrição de uma mulher que entrou no caminho da revolução seguindo seu marido falecido e o destino de seus filhos.

Um dia, conversou com um combatente do ERPC chamado “velho do cachimbo”, a partir do qual definiu o tema da obra e escreveu, durante os dias de marcha, ora sobre uma árvore caída, ora ao lado de uma fogueira.

Quando sua unidade estava prestes a chegar a Manjiang, sua redação já ia pela metade. Uma vez em Manjiang, continuou escrevendo na casa de um prefeito que ajudava ativamente os guerrilheiros em seu trabalho revolucionário.

Ao terminar essa tarefa, o “velho do cachimbo” encarregou-se da direção.

Um dia, Kim Il Sung foi ao local de treinamento e pediu à combatente que interpretava Kap Sun que representasse a cena em que ela canta Mar de sangue enquanto aperta o corpo de Ul Nam, falecido pelas mãos dos japoneses. Lamentavelmente, ela não desempenhava bem seu papel porque não chorava enquanto cantava.

Ele recomendou que ela lembrasse dos dias passados na terra natal e em Jiandao e lhe ensinou a forma de atuação, dizendo que o drama era a compilação das experiências de pessoas como ela, que se pensasse que Ul Nam, assassinado pelos japoneses, era seu verdadeiro irmão mais novo, que a chamara carinhosamente instantes antes, e que ao vê-lo dar seu último suspiro, como seria possível que de seus olhos não caíssem lágrimas de indignação.

Assim se aperfeiçoou o treinamento dos atores. Enfim, em um dia de 1936, a obra clássica de valor imperecível Mar de Sangue estreou no povoado de Manjiang sobre um palco improvisado, iluminado por tochas e candeeiros.

A obra conquistou desde o início o coração do público e, no clímax, diante da trágica morte de Ul Nam, que guardou o segredo da revolução apesar de o inimigo ameaçá-lo de morte apontando-lhe o fuzil, Kap Sun canta Mar de Sangue com a voz cheia de indignação:

Mar de sangue, de furiosas ventanias e de rancor

Pergunto, quantos tiveram a trágica morte?

E quantos derramaram sangue pela revolução

Parte-se meu coração ao ver o estado deplorável,

Compartilhando o inenarrável rancor dos familiares do morto

Este profundo ódio estará presente em nós eternamente

A companheira que fez o papel de Kap Sun cantou cerrando o punho e pensando que Ul Nam era justamente seu irmãozinho, tal como lhe ensinara Kim Il Sung.

Não desanimem, despossuídos do mundo inteiro

Ao preço da morte de um revolucionário

Estabelece-se o regime para 1 670 milhões de despossuídos

Quando terminou a ópera, o público, que chorava como Kap Sun, gritou em uníssono: Abaixo os agressores japoneses! e em todo o local prevaleceu o sentimento de vingança.

Alguns jovens, comovidos, subiram ao palco para solicitar sua admissão no Exército Revolucionário Popular da Coreia.

Kim Il Sung evoca esses instantes em suas memórias No Transcurso do Século.

A apresentação do drama em Manjiang contribuiu para a iluminação e educação dos jovens e velhos sem instrução daquela remota região montanhosa e para sua conversão em participantes ou colaboradores ativos da Luta Revolucionária Antijaponesa.

De fato, a canção Mar de Sangue se difundiu amplamente entre o povo, despertou nele profundo ódio e sentimento de vingança ao inimigo e contribuiu em grande medida para sua educação revolucionária.

Destino miserável

Foi em agosto de 1936 que o grosso do Exército Revolucionário Popular da Coreia, chefiado por Kim Il Sung, chegou ao povoado de Manjiang em seu avanço ao monte Paektu.

Naquele local haviam passado alguns dias durante a semeadura primaveril do mesmo ano.

O General chamou os oficiais para lhes atribuir a tarefa de realizar um intenso trabalho político na aldeia.

Também citou os combatentes que tinham aptidões para o canto, a dança e o teatro, elaborou para eles o programa da apresentação e designou os papéis.

Depois de entregar ao grupo artístico o roteiro do drama revolucionário Destino de um membro da “Corpo de Autodefesa”, disse aos seus integrantes que compreendessem seu conteúdo e decorassem os diálogos.

Era uma obra escrita por ele próprio nos árduos dias em que ocorriam os combates e as marchas.

Em seguida, começou o treinamento sob sua orientação pessoal.

No início, ninguém conseguia uma atuação verossímil.

Ele corrigiu a atuação de um chefe de pelotão que desempenhava o papel de chefe do “Corpo de Autodefesa” e orientou a combatente que fazia o papel da mãe para que ela chorasse espontaneamente durante a atuação.

Depois disso, também prestou atenção ao treinamento do grupo de música e do de dança.

Após treinamentos intensos, montaram a apresentação na noite da véspera da partida da unidade.

Instalaram um palco provisório e penduraram uma placa onde se lia o programa da apresentação.

Antes mesmo de começar a apresentação, os aldeões se aglomeraram e lotaram o pátio.

Após um breve discurso de Kim Il Sung, o pano se ergueu.

A apresentação começou com o coro da Marcha da Guerrilha e À guerra antijaponesa. A seguir vieram várias peças como solo, coro e concerto de harmônicas, até que se apresentou o drama Destino de um membro do “Corpo de Autodefesa”.

A obra conquistou desde o início o coração do público. Os anciãos pensaram em sua própria situação e, com o punho fechado, choraram e se indignaram com o velho do drama que refletia fielmente a vida dos habitantes de Manjiang.

Segundo o informe oficial de um órgão do então “Estado manchu” fantoche, no condado de Fusong havia mais de quatro mil membros do “Corpo de Autodefesa”, número equivalente a quase todos os jovens coreanos radicados na região.

Ao ficar sozinha no mundo porque seus pais foram mortos pelos japoneses e seu irmão foi forçado a incorporar-se ao “Corpo de Autodefesa”, uma jovem canta a canção Destino miserável.

O sol vespertino se oculta atrás do monte ocidental

A ave que voa no céu dirige-se ao seu lar

Ai de mim, pobre de destino miserável,

Onde poderei encontrar abrigo?

O céu por onde voam os gansos

Reflete as imagens das pessoas queridas

Chegará o dia em que retornarei à minha casa

E cuidarei de meus pais, semeando a semente primaveril

A canção dilacerante, emitida entre soluços entrecortados, fez ferver de ódio e espírito de luta o coração do público, que exclamou cerrando o punho: Abaixo o vandálico imperialismo japonês!

De repente, dois jovens subiram ao tablado e disseram com voz trêmula:

Não deixaremos que os imperialistas japoneses nos levem à força ao “Corpo de Autodefesa” para servir-lhes como cães. Também lutaremos, mesmo ao preço da vida, pela independência da Coreia. Portanto, aceitem-nos na sua unidade militar...

Sua solicitação foi imediatamente aceita pelo General Kim Il Sung, que os felicitou com um aperto de mãos.

A plateia também os congratulou com estrondosos aplausos e aclamações.

Canção do Programa de Dez Pontos da ARP

A Associação para a Restauração da Pátria foi a primeira frente unida nacional antijaponesa da história da Coreia.

Kim Il Sung a fundou e prestou grande atenção em estender sua rede em escala nacional.

Em dezembro de 1936 redigiu uma explicação do programa de dez pontos da Associação e com ela ministrou palestras aos combatentes do Exército Revolucionário Popular da Coreia e aos quadros da Associação.

Não satisfeito com isso, refletiu profundamente sobre como divulgá-lo em palavras fáceis a todos e decidiu fazê-lo por meio da canção, de grande influência e capacidade de penetração nas massas.

Trabalhou com grande entusiasmo para converter cada um dos pontos do programa em letra de canção.

O primeiro ponto é consolidar a frente unida revolucionária antijaponesa mediante a mobilização geral de 20 milhões de compatriotas

E construir um governo do povo derrubando quanto antes

A dominação brutal do imperialismo japonês

O segundo ponto é agrupar os operários e camponeses,

Conseguir a aliança das massas

de todos os setores sociais

E mobilizar todos os bens,

conhecimentos e aptidões possíveis

Para construir uma Coreia rica e poderosa

O terceiro ponto é arrancar com nossas mãos

As armas sofisticadas das três forças armadas japonesas

E estruturar nosso próprio exército no qual

Todos lutemos com valentia sem nos intimidarmos

O quarto ponto é arrebatar todo o dinheiro

Acumulado pelos cães do imperialismo japonês

Ao preço do sangue e suor de nossos compatriotas

Para cobrir nossos gastos militares e socorrer os compatriotas

O quinto ponto é não pagar

As dívidas e impostos opressivos

Opor-se ao regime autocrático que nos explora

Para construir com nossas mãos nossa indústria

E alcançar seu desenvolvimento sem estorvos

O sexto ponto é buscar a liberdade de palavra,

imprensa, ideologia e associação

Opor-se às forças feudais e ao terrorismo branco

Pôr em liberdade todos os nossos combatentes detidos

E expulsar quem nos traiu

O sétimo ponto é gozar de plena igualdade e felicidade

Durante a árdua luta antijaponesa

Sem distinção de nobreza, plebe, sexo e idade

Respeitar e cuidar das mulheres frágeis

E assegurar sua personalidade e posição social

O oitavo ponto é opor-se resolutamente

À educação colonial que escraviza nossa nação

E aos adestramentos militares, antesala do combate mortal,

Unir-nos firmemente e difundir nossa cultura

O nono ponto é elevar o salário

e dar melhores tratos ao trabalhador

Que fabrica as mercadorias que utilizamos

Socorrer de todo coração o desempregado e o enfermo,

Dar-lhe assistência médica e resgatá-lo

O décimo ponto é conseguir estreita aliança e unir-nos

Com países e nações que nos ajudam

E opor-nos unanimemente à perversa burguesia

Que se colocou do lado do inimigo

Assim que foi publicada, a canção recebeu boa aceitação por parte das amplas massas. Até mesmo os analfabetos podiam conhecer claramente o objetivo imediato e as tarefas de luta da revolução coreana apenas ouvindo-a uma ou duas vezes. Além disso, cantá-la era fácil e agradável, e qualquer pessoa podia aprendê-la de imediato.

Simpatizando com seu conteúdo revolucionário, os camponeses a cantavam ao carpirem os lotes, e os operários também o faziam com gosto enquanto trabalhavam em minas e montanhas.

Os combatentes do Exército Revolucionário Popular da Coreia a entoavam durante o estudo em grupo, com base em perguntas e respostas.

Cantando-a, todos gravaram no coração o verdadeiro significado do programa e se levantaram como um só para a sagrada causa da libertação da pátria.

Uma canção infunde a fé

No começo de dezembro de 1938, o grosso do Exército Revolucionário Popular da Coreia, comandado por Kim Il Sung, marchava de Nanpaizi, no condado de Mengjiang, a Beidadingzi, no condado de Changbai.

Sofriam a falta de alimentos, mal podiam dormir e se extenuavam com os intermináveis combates com o inimigo que os assediava.

Um dia, um jovem combatente, esgotado, caiu no chão enquanto subia uma montanha.

Se não se levantasse logo, seu corpo inteiro certamente congelaria.

Estava desejoso de gritar pedindo socorro aos camaradas, mas era incapaz. Certo tempo depois, ao recobrar a consciência, viu que estava nas costas do General. Ao sentir-se culpado e tentar afastar-se, este o animou e o apertou ainda mais contra si.

O jovem ergueu a cabeça com dificuldade e viu, em meio à nevasca, as imagens confusas de seus camaradas avançando penosamente, apoiando-se mutuamente. Alguns se arrastavam pelo chão e outros, prostrados e inconscientes, não respondiam ao chamado dos demais.

Nesse instante, o General deteve-se para observar os soldados lutando na neve e começou a cantar em voz baixa:

A bandeira vermelha, a das massas populares,

Cobre os restos do soldado

Antes que estes endureçam,

Seu sangue tinge de vermelho a bandeira

No mesmo instante, o jovem recuperou completamente o ânimo e sentiu que uma imensa força emergia por todo o corpo.

A canção insuflou vigor a toda a tropa extenuada.

Os soldados se levantaram um após outro para incorporar-se às fileiras.

Os da companhia de guarda foram os primeiros a seguir a canção do General e logo toda a tropa cantava em uníssono.

Sua voz não era alta, mas expressava fielmente sua vontade de não ceder diante das dificuldades e continuar defendendo a bandeira vermelha seguindo o General.

Vendo que um recruta não conseguia emitir a voz por causa dos lábios congelados, o General os esfregou dizendo-lhe que aguentasse um pouco, e só então ele pôde abrir a boca e cantar com os outros.

Quem abandonou a bandeira vermelha

Na batalha ensanguentada com o inimigo?

Apertando-o firmemente contra o peito, o General disse que deveriam vencer essa dificuldade e que, se agora desanimassem, a pátria jamais poderia se levantar.

Nosso caminho é íngreme, mas sagrado porque nos conduz à pátria, disse ele, convocando todos a lutar com brio para antecipar a restauração da pátria, sem esquecer o juramento da revolução.

Naqueles momentos, o General estava cansado e sofria mais do que ninguém. Sempre à frente da tropa, caminhava como nenhum outro, pernoitava cuidando de outros combatentes e cedia sua ração de comida aos soldados.

Contudo, levantou o ânimo dos companheiros pensando no destino da pátria e do povo e acelerou a marcha para antecipar o dia da restauração da pátria.

A canção fúnebre ressoa na floresta

Para Kim Il Sung, cada um dos guerrilheiros era uma reserva inestimável e querido companheiro da revolução.

Por isso, as notícias da sua desgraça ou morte lhe causavam profunda dor e pesar.

Em dezembro de 1939, enquanto dirigia a batalha de Liukesong, foi informado do inesperado falecimento do chefe de regimento O Jung Hup.

Naquele mesmo dia, ele havia dirigido o regimento durante o assalto a um quartel inimigo, mas foi mortalmente ferido pelo disparo inimigo vindo de um reduto subterrâneo. Nos últimos momentos de sua vida, pediu aos seus companheiros que dissessem ao General o quanto lamentava morrer sem antes cumprir plenamente sua ordem.

O General ordenou de imediato dominar o reduto dos inimigos e exterminá-los, sem deixar nenhum vivo.

Com uma represália implacável, os combatentes do Exército Revolucionário Popular da Coreia os arrasaram e obtiveram uma grande vitória na batalha.

Mas nem isso podia aliviar a grande dor que a perda de um querido companheiro causava ao General.

Enquanto caminhava atrás de um grupo de combatentes carregando os restos de O, ele chorou em silêncio, inconsolável.

Sentiu uma dor dilacerante ao pensar que deveriam enterrar em terra estrangeira e sob ventania aquele companheiro revolucionário valente, ativo e ilimitadamente fiel a ele.

Escolheram um local tranquilo e ensolarado, onde enterraram o morto com toda devoção e realizaram as exéquias.

Em seu discurso, o General exaltou as façanhas realizadas por O pela árdua e sagrada causa revolucionária e conclamou a todos a cumprir a qualquer custo essa causa inconclusa.

Suas palavras entristeceram profundamente todos os combatentes, que começaram a cantar a canção fúnebre da guerrilha.

  1. Um do Exército Revolucionário caiu
    sob a árvore agarrando o peito
    O sangue que corre pelo peito
    umedecendo a verde planície

  2. Deixou para trás seus pais e irmãos
    na longínqua terra natal
    Sucumbiu com ressentimento
    durante a árdua luta antijaponesa
    debaixo de uma árvore solitária

  3. Corvo que voas no céu, não chores diante do cadáver
    Embora ele esteja morto, seu espírito revolucionário
    permanece vivo

A melodia emocionante ressou gravemente no meio da floresta.

Mesmo depois de terminado o funeral, os combatentes permaneceram imóveis pela grande tristeza que os dominava.

O General os encorajou a se armarem de coragem e superarem a dor.

Ouvindo-o, os combatentes tomaram a firme decisão de lutar com abnegação até a vitória da revolução, fiéis ao legado dos seus companheiros caídos.

Enquanto fundavam o Estado

Ode de valor perpétuo

A manhã da libertação despontava e o país inteiro fervilhava de emoção e euforia.

A felicidade do povo coreano, que começava uma nova vida como dono da pátria restaurada, era incomparável, e em seu íntimo sentia um profundo sentimento de veneração e gratidão a Kim Il Sung.

Por todo o país ecoavam sem cessar vivas ao General Kim Il Sung, eminente Líder do povo coreano.

Com todas as suas aclamações, versos e cartas dirigidos a ele, não conseguiam expressar plenamente o que sentiam.

Exigiam com urgência uma ode de fidelidade que cantasse plenamente a benevolência de seu Líder e a transmitisse de geração em geração.

Pessoas de diferentes sexos, idades e setores enviaram cartas expressando esse desejo, bem como a letra e a música de canções que exprimiam seu sentimento de lealdade.

A honrosa tarefa de compor uma ode ao General transformou-se em uma obra de massas, algo sem precedentes na história.

Num dia de maio de 1946, Kim Chaek visitou a Heroína Antijaponesa Kim Jong Suk para lhe contar aquela situação urgente e que os habitantes de uma localidade onde estivera um funcionário encarregado de propaganda e agitação lhe haviam solicitado compor uma canção que exaltasse Kim Il Sung.

É urgente resolver o problema da composição da ode revolucionária, enfatizou.

Kim Jong Suk apoiou sua decisão e recomendou que a compusesse devidamente.

Depois de responder que impulsionaria a tarefa com firmeza, ela explicou o seguinte:

Um dia, ela contou a Kim Il Sung sobre a composição da ode, mas este lhe perguntou por que agia daquela maneira e disse que lia seus pensamentos e podia ajudá-la melhor do que ninguém naquele momento.

Kim Jong Suk disse que, desde que lutavam no monte, queriam compor uma canção sobre ele, mas não puderam realizá-la porque ele rejeitava isso terminantemente, e que isso lhe causava grande dor.

Se esperarmos sua autorização, não poderemos compor a canção mesmo que passem dez ou cem anos, afirmou, encorajando-o a compô-la sem pensar demais.

Suas palavras o motivaram a pedir a um jovem poeta que escrevesse a letra, tarefa na qual o artista dedicou todos os seus esforços.

Mais tarde, Kim Jong Suk leu o rascunho da canção através de Kim Chaek. Disse que, ao aperfeiçoá-lo, se tornaria uma excelente letra. Além disso, fez uma minuciosa observação sobre o conteúdo e recomendou enviar ao poeta uma coletânea de cerca de cem peças revolucionárias, entre elas obras criadas pessoalmente por Kim Il Sung.

Quando a letra estava sendo aperfeiçoada, o poeta quis receber diretamente a orientação de Kim Jong Suk.

Ela aceitou com prazer e lhe contou anedotas da luta antijaponesa para ajudá-lo em sua criação, dizendo que as sagradas marcas do General, que dedicara sua vida unicamente à independência do país e à felicidade do povo, estavam gravadas em todos os recantos do país, impressas também nas abruptas elevações do Paektu e nas margens dos rios Amnok e Tuman, assim como no paraíso florescente recém-libertado; que confiávamos firmemente que chegaria sem falta o dia em que cantaríamos ao General, que amou infinitamente a pátria e o povo enfrentando o vento frio nas planícies da Manchúria e passando longas noites em claro junto à fogueira no acampamento, e que seu nome distinto sempre resplandeceria na alma do povo.

Suas palavras eram precisamente aquilo que o artista buscava com tanta ansiedade em suas vigílias. Ele exclamou e as transcreveu fielmente na letra da canção.

Kim Jong Suk a revisou diversas vezes.

O compositor também aperfeiçoou a música em curto espaço de tempo.

Enfim nasceu a ode revolucionária como peça monumental.

Entretanto, como Kim Il Sung a proibia resolutamente, passaram-se vários dias sem poder ensaiá-la.

No fim de junho de 1946, quando Kim Il Sung saía da sala onde presidira uma reunião importante, Kim Chaek lhe apresentou um grupo de artistas que o aguardavam na sala ao lado e o convidou a ouvir uma peça recém-produzida por eles.

Assim puderam contar com a presença do General no ensaio da canção.

Quando ele se sentou ao lado de outros quadros, ressoaram as imponentes melodias da Canção do General Kim Il Sung.

  1. O monte Jangbaek viu derramar-se sangue viril.
    O rio Amnok também o viu fluir.
    Hoje, na diadema da Coreia, está o sangue vertido para vê-la livre.

Ah, seu nome é nosso Sol de amor, General!
Ah, General Kim Il Sung, seu nome é luz!

  1. Digam, nevascas da Manchúria em combate;
    digam, longas noites de frio, pela selva sem fim.
    Quem foi o invicto guerrilheiro sem igual?
    Quem foi o ardente patriota mais audaz?

Ah, seu nome é nosso Sol de amor, General!
Ah, General Kim Il Sung, seu nome é luz!

Todos os participantes da audição sentiram o coração palpitar pela grande emoção que os dominava.

Os quadros, criadores e artistas dirigiram o olhar a Kim Il Sung, esperando que ele dissesse algo.

Após um momento de silêncio, disse que a canção era boa, que tinha melodias enérgicas e vigorosas, mas que proibia terminantemente sua divulgação.

Contudo, a partir do dia seguinte, a peça se difundiu por todas as partes do país, produzindo ilimitada emoção e júbilo em milhares e milhares de corações.

Na terra natal após vinte anos

Depois de saudar pela primeira vez o povo coreano após seu retorno triunfal, desde a tribuna do comício de boas-vindas dos cidadãos de Pyongyang em 14 de outubro de 1945, Kim Il Sung visitou Mangyongdae, sua saudosa terra natal.

Os aldeões que o esperavam ansiosamente o receberam com exclamações.

Sua avó e outros familiares saíram ao seu encontro sem sequer ter tempo de calçar-se e derramaram lágrimas de emoção em seu peito.

O General saudou sua avó dizendo que ela deveria ter sofrido muito nesses longos anos.

Enxugando as lágrimas com a saia, a avó lhe disse com voz rouca:

Vejo você e se vão as amarguras de toda a minha vida... Mas por que você veio sozinho, sem a companhia de seus pais? Há algum problema em vir com eles?

Sem saber como responder, o General percorreu com o olhar o interior da casa, como se buscasse algo que o fizesse recordar seus queridos pais.

Talvez para aliviar sua dor, o avô tomou-lhe as mãos e mudou de assunto:

Quão boa é a libertação do país! Seus pais também a celebrarão debaixo da terra.

Com um largo sorriso no rosto, a avó o olhou com satisfação.

Logo a casa se encheu de visitantes, que por sua vez a inundaram de alegria e risos.

Em uma recepção calorosa, Kim Il Sung encheu as taças de licor para o avô e outros anciãos da aldeia. Quando a tia recebeu uma dessas taças, desejou que a mãe Kang Pan Sok também estivesse com eles naquele encontro significativo e disse que não sabia beber e, em seu lugar, ia cantar uma canção.

Era a canção de ninar que os pais de Kim Il Sung costumavam cantar para fazê-lo adormecer.

Dorme, dorme, meu bebê
Agora dormes profundamente, meu bebê
Trarás harmonia à família e serás leal aos pais
Dorme, meu amado, tão valioso quanto um tesouro

Essas melodias que Kang Pan Sok entoava com o veemente anseio de que o filho se formasse como herói da nação produziram uma profunda emoção entre os aldeões.

Entre a conversa interminável com o General, a quem esperavam durante vinte anos, e as canções e danças alegres que animavam todo o ambiente, a noite ia avançando em Mangyongdae.

Uma instrução por telefone

Na primavera de 1946, o grande Líder estava jantando quando, pelo rádio, ouviu cantar uma mulher.

Ele a escutou com atenção e, quando terminou a refeição, levantou-se para telefonar a um funcionário e perguntar quem era a cantora.

Este respondeu respeitosamente que era professora de uma escola.

Muito contente, ele disse:

Que boa é a canção que essa jovem canta! Essa é a canção de que precisamos. Que saudável é seu conteúdo! Reflete fielmente o que sente o nosso povo mobilizado para construir uma nova Coreia. Ela tem uma voz excelente, alegre e jovial... Diga aos funcionários que transmitam pelo rádio muitas canções dos novatos como ela.

Graças a sua esmerada solicitude, a arte de massas floresceu como um jardim primaveril e embelezou o novo alicerce da cultura nacional.

Canções para o Ano-Novo

Em dezembro de 1949, o menino Kim Jong Il pensava muito em como alegrar o pai Kim Il Sung para o Ano-Novo que celebravam pela primeira vez após o falecimento da mãe Kim Jong Suk.

Ocorreu-lhe a ideia de mostrar-lhe suas canções e danças favoritas e, para a noite do último dia do ano, convidou todos os seus colegas e educadoras do jardim de infância à sua residência ao pé do monte Haebang. Foram também seus familiares e as mães das crianças. Todos estavam animados ao ver as decorações de Ano-Novo feitas por Kim Jong Il.

Depois de algum tempo, o grande Líder chegou à casa acompanhado de alguns funcionários e as crianças que o esperavam acorreram como um só para saudá-lo.

Após aceitar com agrado suas saudações, o grande Líder lhes disse que se sentissem como em sua casa e se divertissem cantando, e as crianças saltaram de alegria.

O encontro recreativo começou com a canção Vamos fazer a chamada, segundo o programa elaborado por Kim Jong Il.

Criado o ambiente ameno, ele se levantou para anunciar o começo da cerimônia de celebração do novo ano de 1950, e os demais também se levantaram, endireitaram a postura e cantaram a Canção do General Kim Il Sung.

A peça seguinte que cantaram, após o aviso de Kim Jong Il, foi a canção revolucionária Cantemos, meu amiguinho.

Cada vez que concluía um número — um solo, um dueto de dança ou uma conversa cômica — Kim Il Sung ficava muito satisfeito e aplaudia antes de todos.

Vendo-o tão contente, Kim Jong Il cantou com mais afinco e sua irmãzinha também dançou com graça.

Era uma reunião realmente agradável e feliz.

Vendo o grande Líder passar momentos tão gratos até a noite bem avançada, rindo com as crianças e esquecendo todas as preocupações, Kim Jong Il enxugou às escondidas as lágrimas de felicidade.

Fazer feliz o grande Líder era seu veemente desejo e o objetivo da cerimônia de Ano-Novo.

Canções da vitória em plena guerra

A arte coreana continua viva

No outono de 1950, os integrantes do Conjunto Artístico do Exército Popular da Coreia, que acompanharam as unidades militares em seu avanço até a linha do rio Raktong para estimulá-las com suas atividades artísticas, iniciaram a viagem rumo ao norte com o começo da retirada estratégica temporária.

Após uma marcha árdua e duras provas, chegaram a Unbong, na província de Jagang.

Permaneceram ali alguns dias e finalmente receberam a emocionante notícia de que o marechal Kim Il Sung os chamava.

Foi ao entardecer quando chegaram ao destino, onde o marechal saiu ao encontro deles, lhes deu boas-vindas e tomou as mãos de cada um deles.

Ao observar seus uniformes impregnados de cheiro de queimado, elogiou-os por terem realizado uma viagem perigosa. Vendo as lágrimas que corriam pelas suas faces, induziu-os a iniciar a apresentação.

O pano do palco ergueu-se enquanto se despertava uma onda de emoções, arrancando estrondosos aplausos do público desde o primeiro número, que foi o coro da Canção do General Kim Il Sung.

Era uma apresentação bastante modesta, mas cada vez que concluía uma peça o marechal a parabenizava com aplausos antes de todos e, com sua voz sonora, dizia a um quadro do conjunto artístico que estava sentado a seu lado que as obras eram excelentes e dignas de elogio e que a arte coreana seguia viva.

Terminada a apresentação, ele se reuniu com os quadros diretivos do conjunto, valorizou altamente o sucesso alcançado e apontou que aquilo refletia fielmente o indobrável espírito do exército e do povo.

Também lhes transmitiu uma nova ordem.

Estimulados por seus elogios e orientação, os integrantes do conjunto artístico fizeram o juramento de fidelidade e realizaram apresentações dia e noite para as unidades militares que passaram ao contra-ataque.

Anuncia o triunfo na guerra

No fim de abril de 1951, durante sua inspeção à região de Wonsan, o marechal Kim Il Sung visitou uma unidade militar na comuna Ryongpho.

Numa casa camponesa baixa ao pé da montanha, chamou oficiais e combatentes exemplares da unidade. Também ouviu relatos sobre os combates que tinham travado e deu valiosas instruções.

De repente, um chefe de companhia de exploração levantou-se e pediu ao marechal que cantasse uma canção.

Rindo às gargalhadas, ele aceitou o pedido e começou a cantar.

Já passaram dois meses e estamos em março

Quando do sul tropical retorna a andorinha

A primavera volta a esta terra

Arirang, arirang, arariyo

Arirang, vamos quanto antes ao sul tropical

Com sua canção Sul tropical, o marechal anunciava a todo o povo o triunfo na guerra.

Canta “Nostalgia”

No final de junho de 1951, alguns heróis da República e outros combatentes exemplares que lutavam heroicamente na linha de frente foram chamados ao Comando Supremo pelo Marechal.

Com um largo sorriso, ele os cumprimentou antes que pudessem fazê-lo, tomou-lhes as mãos afetuosamente e lhes deu tapinhas nos ombros, dizendo:

– Enfim chegaram os camaradas heróis. Devem ter enfrentado muitas dificuldades fazendo tão longa viagem.

Sentou-se com eles, perguntou pela saúde de seus companheiros de armas e indagou de onde eram suas terras natais, assim como sobre seus pais e irmãos.

Depois de perguntar se não tinham dificuldades, chamou cada um para presenteá-los com a metralhadora na qual estavam gravados seus nomes e o lema Aniquilem os invasores ianques.

Também os convidou para um jantar.

Vendo-os comer e beber com alegria, pediu-lhes que recitassem as canções que tinham cantado na trente.

A primeira peça cantada em coro foi a Canção do General Kim Il Sung.

Depois, cada um se levantou e cantou, até que, ao final, o marechal disse sorrindo que agora era a sua vez e que cantaria uma peça entoada durante a Luta Revolucionária Antijaponesa, e cantou Nostalgia.

Quando saí da minha terra natal

minha mãe me despediu no portão.

Oh, ainda ressoa aquele adeus dela.

O local encheu-se de aplausos atronadores.

Ouvindo-o cantar, todos os combatentes reafirmaram o juramento de lutar pela pátria e pelo povo.

Uma canção de guerra é salva

Um dia de junho de 1951, o marechal Kim Il Sung instruiu alguns criadores sobre a composição de canções do tempo de guerra.

Os escritores e artistas devem ter uma visão detalhada e profunda do elevado patriotismo de nosso povo, representando as ideias, os sentimentos e a vida das pessoas realmente existentes, e não enchendo suas obras de slogans abstratos e monótonos. Apenas assim o patriotismo descrito em suas obras será concreto e autêntico, como é na realidade.

Com seu ensinamento gravado profundamente, os criadores do Conjunto Artístico do Exército Popular foram aos cenários de combate nas proximidades da altitude 1211, onde tiveram experiências peculiares entre a vida e a morte, o que os ajudou a criar excelentes canções de guerra, como Matar o inimigo.

O título desta provocou polêmica entre alguns, que diziam não corresponder ao conteúdo. O conjunto decidiu mudá-lo para Ao combate decisivo, e este título foi aprovado por todos.

Infelizmente, alguns dias depois, essa peça, considerada excelente por muitos, foi duramente censurada.

Durante seu ensaio, um alto responsável da União de Músicos da Coreia a criticou, perguntando por que haviam composto uma canção tão patética e alegando que destacar a morte do camarada que tapara com o corpo a boca da casamata inimiga não fazia mais que entristecer os soldados.

Isso deixou seus compositores desconcertados, que passaram meses sem saber o que fazer e com o ânimo abatido.

Um dia, um quadro chamou alguns funcionários e criadores do conjunto e perguntou o que tinham feito com a canção e, ao saber por seu diretor que fora desaprovada, mostrou-lhes algumas cartas enviadas da frente.

Segundo ele, os soldados a cantavam muito quando iam ao combate e no próprio campo de batalha, e pediam que transmitisse seu agradecimento aos compositores.

Com isso reacendeu-se a esperança de revivê-la, mas a atitude daquele que a desaprovara continuava soberba e fria.

Sendo uma peça desacreditada, o conjunto não podia tratá-la superficialmente.

De fato, não foi divulgada pelo sistema organizacional. Alguns propagandistas de unidades militares que tinham passado pelo conjunto copiaram a partitura da nova canção. Mais tarde, ela passou de mão em mão até se espalhar rapidamente pelas unidades da frente.

Estimulados por essa notícia, o conjunto conseguiu interpretá-la em coro e orquestra.

A canção foi incluída no programa de uma apresentação realizada à noite, num dia de fevereiro de 1952, no Teatro Subterrâneo Moranbong, que contou com a presença de Kim Il Sung.

Não esqueçamos os soldados caídos naquela altitude de combate furioso.

Vamos, camaradas, matar o inimigo, vingar os amigos caídos.

Gritando bem alto,

avante para explodir as fortalezas inimigas,

vamos, camaradas, ao combate decisivo.

Finalizado o espetáculo, ele destacou aos funcionários que o acompanhavam a excelente atuação do conjunto, ajustada às características do exército, e teve em alta estima o coro Ao combate decisivo, peça que escutava pela primeira vez, mas cuja letra e música eram muito boas.

A emoção revolucionária é um sentimento nobre capaz de transformar nossa tristeza em coragem e vontade inquebrantável diante do doloroso sacrifício ou provação, e de nos estimular a erguer-nos com ousadia na luta pela justiça.

Para valorar corretamente essa canção, era necessário colocar no centro do debate a essência da emoção revolucionária, mas, por culpa de um homem que, sem razão, lhe atribuía qualificativos como pesar e melancolia, ninguém se atrevia a expressar sua opinião.

Somente o marechal analisou tudo com agudeza e fez reviver a canção que estava condenada ao sepultamento eterno.

Graças a ele, a peça ressoou alto por todo o front.

Festa primaveril em plena guerra

Em 15 de abril de 1952, celebrou-se pela segunda vez durante a guerra o aniversário do marechal Kim Il Sung.

Nesse dia significativo, a banda militar do Exército Popular partiu para o Comando Supremo para realizar uma apresentação.

Ao ser informado de sua chegada, o marechal saiu ao encontro de seus integrantes e lhes deu as boas-vindas.

Conduziu-os a um aposento e os convidou para uma refeição.

Brindar por sua boa saúde por ocasião da significativa festa de abril era dever dos soldados, mas, ao contrário, foi ele quem serviu o licor na taça de cada um e os convidou a comer sem cerimônia, colocando os pratos perto deles.

Também lhes perguntou a idade, o local de nascimento e sobre seus pais e irmãos. 

Chamou um funcionário para sentar-se a seu lado e assistir à apresentação.

Finalmente começou a apresentação.

Uma mulher cantou a Canção do General Kim Il Sung acompanhada de acordeão.

O marechal a ouviu pensativo, talvez evocando aqueles dias de combates sangrentos contra os japoneses nas florestas do monte Paektu.

Cada vez que uma peça terminava, ele aplaudia antes de todos e os parabenizava por sua excelente canção e interpretação musical.

Quando a apresentação terminou e todos voltaram aos seus lugares, o marechal lhes disse que a vitória na guerra se aproximava e falou sobre a situação militar e política daquele momento.

Mudando de tema, perguntou que instrumentos tocavam, chamou-os de tesouros e pediu-lhes que estudassem muito, guardando no coração o orgulho e a honra de serem artistas de uniforme e músicos ao serviço do povo.

Lhes deu minuciosas instruções para fortalecer suas atividades artísticas destinadas a estimular os combatentes da frente.

Terminadas suas palavras, todos os artistas se levantaram e, desejando-lhe saúde, cantaram a Canção do General Kim Il Sung.

O marechal tomou-lhes as mãos afetuosamente e lhes agradeceu pela visita e pelos momentos agradáveis.

Os artistas que ali foram para felicitá-lo por seu aniversário se tornaram objeto de seu carinho e sentiram um nó na garganta.

O marechal saiu para se despedir deles e acenou até que o veículo que os transportava desapareceu de vista.

A noite já estava avançada, pois a meia-noite havia passado.

Soe o órgão na comuna Jangsan

No fim de junho de 1952, o marechal visitou a comuna Jangsan, condado de Ryongchon, província de Pyongan Norte.

Naquele dia, na aldeia ocorria uma reunião dos membros do Partido para avaliar o transplante das mudas de arroz e o êxito no deservamento.

À sua chegada à aldeia, o marechal dirigiu-se ao local da reunião. Abrindo silenciosamente a porta, entrou, ocupou um assento na parte traseira e ouviu atentamente o informe e as intervenções, sem que ninguém percebesse sua presença.

Somente na hora do intervalo se deram conta de sua participação. Vendo-os surpresos, o marechal levantou-se e os convidou a tomar ar do lado de fora. O secretário e outros membros da célula do Partido o acompanharam e ele percorreu o pátio com as mãos entrelaçadas atrás das costas.

Nesse momento, ouviu-se o som suave de um órgão, seguido da alegre canção de algumas mulheres.

Nos cumes do monte Paektu as cegonhas batem as asas.

Na terra libertada ouve-se o canto dos pássaros.

Oh!, a terra dada pelo General vamos cultivar dançando com alegre coração.

Elas a cantavam durante o intervalo na sala de propaganda ao lado do local da reunião.

O marechal a ouviu com grande atenção e, detendo-se, perguntou em voz baixa se quem tocava o órgão era uma professora. Quando lhe disseram que era uma camponesa, comentou emocionado que ela era integrante do círculo artístico.

A peça expõe a inteligência e a vontade do heroico povo coreano.

Da sala de propaganda também ecoou a Canção da defesa da pátria, que logo se tornou um coro.

Concluídas as canções, o marechal sugeriu continuar a reunião. Presidida por ele, esta terminou já tarde da noite.

Desde então, passaram-se 14 anos. Um dia de agosto de 1966, o marechal voltou à comuna Jangsan e recordou sua primeira visita ali durante a guerra.

Aos funcionários que o acompanhavam perguntou se os membros do Partido ainda cantavam bem e se ainda viviam a então chefe da sala de propaganda e a mulher que tocava o órgão. Um deles respondeu que os membros do Partido ainda cantavam bem, mas que as duas mulheres mencionadas haviam morrido de doença.

Com semblante triste, o marechal deu alguns passos pelo pátio e disse aos acompanhantes:

Os membros do Partido daqui eram muito boa gente. Terminadas as reuniões, tocavam o órgão e cantavam canções.

Desde então se passaram muitos anos, mas os moradores de Jangsan seguem transmitindo essas anedotas como lendas.

Canção da construção composta no tempo de guerra

Foi num dia primaveril, quando a vitória na guerra se aproximava.

O Teatro Subterrâneo Moranbong foi palco de uma apresentação comemorativa do Primeiro de Maio. Foram apresentadas várias peças revolucionárias e do tempo de guerra. Em certo momento, a apresentadora anunciou, causando surpresa no público:

– Agora lhes apresentaremos o coro Canção da construção.

O pano subiu e começou a canção vigorosa e alegre.

O público parecia ver diante dos olhos a majestosa reconstrução após o triunfo na guerra.

Após elogiar a bem-sucedida apresentação, o marechal falou aos funcionários sobre a produção artística e literária.

Então, um elemento empenhado em restaurar o ultrapassado e temeroso de se opor abertamente à Canção da construção, criticou seu texto, classificando-o como uma sucessão de ogiyongs.

O marechal respondeu categoricamente:

A peça não é nada má. Ela nasceu na hora certa. A arte deve sempre cantar com antecedência o desejo e a aspiração do povo.

Esta é uma canção muito boa que infunde fé na vitória ao nosso povo.

Ele voltou a valorizar seu caráter otimista e seus traços nacionais.

Posteriormente, a canção ressoou com força na Coreia que derrotou o imperialismo.

Criar e construir cantando

A celebração do Ano-Novo torna-se tradição

O Ano-Novo de 1958 foi celebrado pelas crianças da capital no cinema Taedongmun.

A cerimônia, que contou com a presença do grande Líder camarada Kim Il Sung, começou às sete da noite em meio a estrondosos vivas.

Primeiro ressoaram clarins, e, por detrás de um pequeno pano de fundo, surgiram no palco um grupo de crianças fantasiadas de coelhos e galos, que dançaram graciosamente diante do grande Líder.

Vendo-as se divertirem, ele disse que o cinema era muito estreito para elas e perguntou se gostariam de ter um novo palácio. À resposta afirmativa, ele disse a um dos acompanhantes que, quando combatiam no monte, havia enorme escassez, mas agora podiam dar tudo às crianças, e propôs construir-lhes um magnífico palácio.

As crianças bateram palmas e saltaram de tanta alegria.

Em tom alegre, o grande Líder disse que se sentia mais feliz entre os membros da União de Crianças e que, no futuro, desejava celebrar com eles os atos do Ano-Novo.

Acompanhamento musical das canções fazia estremecer todo o recinto, e a dança dos escolares chegou ao clímax.

Sem tirar os olhos delas, o Líder disse:

Em nosso país, as crianças são reis. Vamos construir um novo palácio para nossos preciosos botões. Vamos construir para elas o maior e mais alto no lugar mais apropriado.

Naquele dia, as crianças escolares cantartam em voz alta seu empenho de todo o ano para adquirir ricos conhecimentos, nobres virtudes e boa saúde, e sua determinação para o novo ano.

Concluído o ato, o grande Líder elogiou seu estilo inovador e a variedade de seus números e disse que hoje sentia um grande alívio.

Desde então, ele participou a cada fim de ano dos festejos das crianças escolares da capital, e estes significam o fim de um ano e o começo de outro.

Enaltece um solista

Numa noite de fevereiro de 1958, o Teatro de Arte Nacional foi palco de uma apresentação conjunta de música e dança para dar boas-vindas ao primeiro-ministro chinês Zhou Enlai, à qual este compareceu em companhia de Kim Il Sung.

Durante a apresentação, o hóspede reconheceu com alegria um solista tenor vestido com um fraque preto e disse ao Líder coreano que conhecia aquele cantor, que impressionara profundamente os chineses desempenhando o papel de príncipe numa ópera que artistas coreanos encenaram na China. Referia-se à ópera "Rato de soja e rato de feijão vermelho".

Kim Il Sung também conhecia aquele ator e cantor do referido teatro.

Vendo-o cantar com satisfação, disse ao visitante que ele era o ator principal no círculo da música vocal da Coreia, fazia quase todos os papéis protagonistas das óperas e, com seus méritos como solista, tornara-se muito popular depois da libertação do país.

Naquele dia também cantou excelentemente, sem faltar à apreciação do Líder. Depois de cantar a canção coreana Pochonbo, terra gloriosa, cantou uma canção chinesa.

O visitante chinês o escutou atentamente e, sem ocultar a alegria, disse ao seu acompanhante coreano que o canto era muito impressionante, que ele tinha uma pronúncia correta e sentimentos ricos.

O Líder coreano concordou com suas palavras e, quando o cantor terminou a canção, foi o primeiro a aplaudi-lo.

Foram seguidos pelos visitantes chineses e por todo o auditório.

Anos depois, realizou-se uma apresentação artística dedicada a se despedir dos soldados do Corpo de Voluntários do Povo Chinês que regressavam à pátria em sua segunda etapa, após terem participado da guerra coreana sob a bandeira de resistir aos ianques, ajudar a Coreia e defender a pátria e a própria casa. Naquele dia o tenor cantou primeiro uma peça folclórica coreana e depois a mesma canção chinesa que havia cantado anteriormente.

Kim Il Sung contou aos representantes do corpo chinês que, durante a guerra, ele havia ido frequentemente à frente para representações artísticas de estímulo, que em 1951 atuou na China e que, em fevereiro passado, quando Zhou Enlai visitou a Coreia, havia proporcionado grande alegria aos hóspedes chineses precisamente com aquela canção.

Um membro da chefia do corpo disse com admiração ao Líder coreano que ele cantava a canção chinesa tão bem quanto os próprios chineses e que ouvi-lo aumentava a confiança dos chineses em Mao Zedong.

Kim Il Sung demonstrou grande satisfação pelo fato de que o cantor coreano alegrava os visitantes cantando com verossimilhança a canção que louva o presidente chinês.

Enaltecido pelo grande Líder em diversas ocasiões, o tenor foi aclamado em todas as partes do país.

Canção da fé num automóvel

Em abril de 1958, Kim Il Sung visitou a então Siderúrgica de Kangson para convocar seus operários a uma nova inovação e partiu dela ao entardecer.

O carro que o levava avançou em grande velocidade rumo a Pyongyang, a capital.

Passou bastante tempo, mas ele seguia pensativo, talvez pelo grande impacto que teve em Kangson.

Finalmente, ele perguntou a um funcionário se não se cansava pelo trabalho, e este respondeu que, embora trabalhasse muito, não se cansava porque o grande Líder confiava nele e lhe dava instruções minuciosas.

O Líder disse que isso não era verdade, que ao ver naquele dia o trabalho dos companheiros da siderúrgica lembrou-se de quando lutava no monte e que, sitiados pelos japoneses em pleno inverno, os guerrilheiros tiveram que pernoitar ao relento sem poder armar a tenda nem acender uma fogueira.

Continuou dizendo que, em comparação com isso, o que sofriam agora não era nenhuma dificuldade, que os funcionários atuais não haviam passado por grandes provas e ficavam indecisos diante da menor dificuldade, que isso ocorria especialmente entre os intelectuais que não haviam passado pela prova, que quando lutavam no monte os intelectuais também combateram bem e que os de hoje deviam aprender com seu exemplo.

Evo­cando os difíceis dias da Luta Revolucionária Antijaponesa, ficou olhando por um bom tempo para além da janela e começou a cantar:

A bandeira vermelha, a das massas populares
Cobre os restos do soldado
Antes que estes endureçam
Seu sangue tinge de vermelho a bandeira

Embora cantasse em voz baixa, comoveu profundamente o funcionário que o acompanhava.

Naquele tempo, a situação era muito tensa devido às campanhas do imperialismo estadunidense e seus seguidores e suas manobras para a provocação de uma nova guerra, às manobras contrarrevolucionárias dos revisionistas e aos desafios abertos dos elementos antipartidistas e contrarrevolucionários.

Em meio a essas duras provas, o grande Líder destroçou todas as ofensivas do inimigo e conduziu a revolução coreana ao triunfo cantando em alta voz a Canção da bandeira vermelha, que diz: Covarde, vá se quiser, mas nós defenderemos a bandeira vermelha.

Prediz a abundante colheita no trigal

Em junho de 1958, o grande Líder visitou uma fazenda na província de Hwanghae Sul.

Em apoio ao seu ensinamento de estabelecer o sistema de irrigação nos campos secos, os camponeses construíram valas para que a água corresse em abundância por todas as plantações.

À sua chegada à aldeia, percorreu parcelas de trigo e milho e propôs aos acompanhantes irem a outra parcela.

Chegaram a uma que igualmente prometia boa colheita. Ali os camponeses passavam o tempo de descanso dançando.

Contemplando o extenso trigal, o grande Líder disse: Que alegria! Poucas vezes em minha vida fiquei tão alegre percorrendo o campo.

Entrou no trigal, com o solo molhado pela água, e acariciando as espigas roliças acrescentou:

— As plantas cresceram tanto que não vejo bem as casas da aldeia em frente... esta é precisamente uma grande vitória que alcançamos com a irrigação dos campos secos.

Nesse momento, ouviu-se o canto alegre de alguns jovens que descansavam no vale atrás da aldeia.

Ongheya

Excelente é o cultivo em nossos campos secos, ongheya
Magnífico é o cultivo de trigo e cevada, ongheya
Magnífico é o de milho, ongheya
A colheita será abundante graças ao Líder, ongheya

Depois de escutar a canção até o fim, o grande Líder riu às gargalhadas e recomendou aos acompanhantes impulsionar de modo mais ativo a obra de irrigação nos terrenos secos.

Meses depois, a Reunião Plenária do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia, realizada em setembro do mesmo ano, aprovou a resolução de estabelecer o sistema de irrigação dos campos secos como obra de todo o povo e lançou o lema: Todas as forças para ampliar a um milhão de hectares a superfície irrigada.

Rica colheita no cultivo e na arte

Na ocasião do ano novo de 1961, o grande Líder teve a iniciativa de organizar o Festival Nacional de Grupos Artísticos Rurais.

Ele se ocupou dessa atividade desde seus inícios e recomendou realizar a apresentação conjunta com o método de organizar cada apresentação com dois grupos e apresentar maior número de membros dos grupos para que pudessem compartilhar experiências.

Num dia de março, viu a apresentação conjunta ao final do festival e chamou os integrantes de seu comitê preparatório.

Ao recebê-los, estimou altamente seus esforços, convidou-os a sentar e, em tom de grande satisfação, disse:

A apresentação foi excelente. Nossos camponeses não apenas cultivam bem a terra, mas também são bons nas atividades dos grupos artísticos. Em nosso país, obtemos rica colheita tanto no cultivo quanto na arte. Sinto-me muito satisfeito pelos formidáveis êxitos alcançados no Festival Nacional de Grupos Artísticos Rurais e felicito cordialmente todos seus membros que participaram do festival. Contaram-me que, no processo de preparação do festival, o número de integrantes desses grupos alcançou centenas de milhares, o que é muito louvável. Também constitui uma base sólida para desenvolver mais rapidamente a arte de massas no campo. A arte se desenvolve a grande velocidade somente se estiver enraizada nas massas e apoiada em sua inteligência. Se a arte de nosso país se desenvolve com tanta celeridade, é porque se nutre das massas comuns.

Pouco depois, disse muito contente que não seria mau que todo o povo fosse membro de grupos artísticos e afirmou que todos os êxitos alcançados na promoção da arte de massas camponesa constituíam frutos brilhantes da acertada direção do Partido e sua justa orientação de fazer das atividades artísticas uma tarefa das massas e parte da vida cotidiana.

Igualmente, deu a tarefa de seguir promovendo a arte de massas no campo.

Graças ao seu grande projeto e atenção, essa atividade ganhou ainda mais vigor no campo socialista.

Uma peça simples torna-se coro

No início de março de 1961, o grande Líder reuniu-se com participantes do Festival Nacional da Arte Rural.

Sugeriu fomentar mais a arte de massas e restaurar em grande medida a música nacional, e disse:

Sinau, uma melodia antiga, executada em concerto para instrumentos nacionais, esteve magnífica. Ao ouvi-la, parecia-me escutar um canto triunfal e meu ânimo se redobrou. Não sei quando e quem a compôs, mas considero-a uma boa peça militar que reflete excelentemente o sentimento patriótico. Creio que, cantando esta canção, nossos antepassados demonstraram sua inteligência e valor nos combates contra os agressores.

Um mês depois, enquanto dirigia no terreno os trabalhos da província de Hamgyong Sul, qualificou de excelente a peça Sinau conversando com os moradores da região onde ela era muito cantada. Referiu-se ao conteúdo revolucionário que ela devia levar e deu a tarefa de arranjá-la e apresentá-la em cena.

Numa apresentação conjunta da cidade de Pyongyang, realizada em março de 1962, na presença do grande Líder, os artistas cantaram em coro essa peça, cujo novo título era Pela revolução.

Aniquilemos os inimigos invasores,
Os sagazes combatentes da guerrilha,
Aniquilarão todos os invasores

Com a bandeira vermelha tremulando
Herdamos o espírito revolucionário dos combatentes

A peça, outrora apresentada acompanhada de uma flauta de bambu, transformou-se num coro e sacudiu todo o teatro.

Terminada a canção, estrondosos aplausos ressoaram.

O grande Líder a classificou como excelente e observou que não se pode afirmar conclusivamente que os instrumentos nacionais não servem para marchas, que é preferível tocar com eles a canção Pela revolução do que com instrumentos ocidentais, que ao ouvi-la se anima como quando se corre a cavalo e se sente o vigor de aniquilar o inimigo, e que ela pertence ao grupo das canções revolucionárias.

Referindo-se ao critério equivocado de algumas pessoas de que instrumentos ocidentais são modernos, mas os nacionais são clássicos, enfatizou a tarefa de seguir melhorando os instrumentos nacionais, estabelecer o Juche na música e subordinar os instrumentos ocidentais à canção coreana. Igualmente, recomendou energicamente rejeitar resolutamente o restauracionismo na música nacional e criar peças como Pela revolução, que se ajustem aos sentimentos do povo, sejam aceitas amplamente e impulsionem nossa revolução.

O fim da voz de falsete

Em março de 1962, no Teatro Moranbong, realizou-se uma apresentação conjunta na presença do grande Líder.

Foram apresentadas grande variedade de peças, e o pano caiu às 22 horas.

Terminada a apresentação, o grande Líder chamou à sala de espera os funcionários e criadores, disse-lhes que o rumo que o conjunto da música coreana seguia era correto e avaliou cada uma das obras particulares da função.

Por fim, assinalou que a música coreana deve adequar-se aos sentimentos dos coreanos e, para isso, é preciso desenvolvê-la tendo como fundo as melodias nacionais que o povo pode compreender.

Afirmou que o gênero phansori não agradava ao povo, sobretudo à juventude, e acrescentou:

— Devemos tomar como elemento principal a melodia coreana e não incorrer no restauracionismo.

Naquele tempo, alguns ainda determinavam a voz de falsete como tradicional e adequada às melodias nacionais.

Ciente da situação, o grande Líder desferiu um golpe severo contra a tendência restauracionista que impedia o desenvolvimento da música coreana.

Também ensinou concretamente as maneiras de modernizar a música nacional e, para tal, modificar instrumentos nacionais que combinavam com a voz de falsete.

Essa medida pôs fim à voz de falsete, resquício da música coreana.

A Canção do Exército Popular da Coreia renasce

Depois da libertação da Coreia, cantava-se a Marcha do Exército Popular.

Percebendo seus defeitos, o grande Líder mandou recompô-la.

Num dia de abril de 1966, chamou alguns compositores e funcionários do setor e lhes disse que a Marcha do Exército Popular que se cantava não estava bem composta e que era preciso compor bem outra nova canção do Exército Popular.

Continuou dizendo que o canto militar devia levar o ímpeto revolucionário e grande vigor, de maneira que quem o cantasse tivesse o crescente desejo de seguir avançando, e que o canto devia ser literalmente como as canções revolucionárias.

Pouco depois, disse-lhes que escutassem juntos algumas peças que estavam sendo produzidas desde o ano anterior segundo seus ensinamentos.

Ouviram quatro peças, escolhidas por serem as melhores.

O grande Líder pediu para tocar novamente duas delas e, depois de escutá-las, disse que não estavam bem feitas e acrescentou seriamente:

A música da marcha do Exército Popular deve ser diferente da das peças para a apresentação. As que acabamos de ouvir parecem peças para apresentação e, na minha opinião, serão difíceis de cantar.

Deu a instrução de que os criadores se inspirassem convivendo com os militares durante vários meses.

O grande Dirigente camarada Kim Jong Il sugeriu formar uma equipe de criação com escritores do Conjunto Artístico do Exército Popular da Coreia e destiná-los a uma unidade militar perto da altitude 1211, fazendo o serviço militar como soldados.

Como resultado, criaram-se vários cantos militares e, no início de setembro de 1967, gravaram três deles e os entregaram ao grande Líder.

Ele os escutou duas vezes seguidas e, quanto a um deles, disse que o estribilho estava bem feito, mas a música da parte inicial era complicada e seria difícil de cantar por seus compassos divergentes.

Aos funcionários que estavam constrangidos, ele animou dizendo que com um pouco mais de esforço poderiam compor uma excelente peça e sugeriu divulgar essa canção numa unidade militar para corrigi-la segundo as opiniões dos soldados.

Assim fizeram e aperfeiçoaram a canção, que estreou numa apresentação realizada no Grande Teatro de Pyongyang sob a presença do grande Líder.

Herdeiro da brilhante tradição da luta antijaponesa
O destacamento glorioso se temperou como aço
Como soldados vermelhos do Marechal Kim Il Sung
Defendemos nossa pátria socialista
Avante, Exército Popular da Coreia, combatendo um contra cem
Aniquilemos todos os agressores imperialistas

Terminada a apresentação, o grande Líder chamou os quadros diretivos do Conjunto Artístico do Exército Popular e, esboçando um largo sorriso, disse-lhes que a peça corrigida estava relativamente bem feita e que a divulgassem por todo o exército para ouvir as opiniões sobre ela.

E acrescentou:

Cantam-na os soldados? Se todos eles dizem que gostam, está bem. Vamos aprová-la quando todos a cantarem e disserem que gostam.

Posteriormente, o coletivo de criação a divulgou amplamente e a aperfeiçoou de acordo com as opiniões das massas militares.

Em junho de 1969, a Canção do Exército Popular da Coreia foi oficialmente aprovada.

Pede que o coro volte a cantar a peça

Na Primeira Sessão da IV Legislatura da Assembleia Popular Suprema da RPDC, realizada em 16 de dezembro de 1967, o grande Líder apresentou o Programa Político do Governo da República Materializemos mais cabalmente o espírito revolucionário de soberania, independência e autodefesa em todas as esferas da atividade do Estado.

Os criadores sentiram o impulso irresistível de refletir o programa em uma canção e decidiram compor a Canção do Programa Político de Dez Pontos, imitando a Canção do Programa de Dez Pontos da Associação para a Restauração da Pátria, obra clássica de valor imperecível composta pelo grande Líder durante a Luta Revolucionária Antijaponesa.

Um dia, ele ouviu a Canção do Programa Político de Dez Pontos, apresentada pela orquestra nacional e pelo coro, e fez várias correções em sua letra.

Por exemplo, no terceiro verso da segunda estrofe, ele mudou “base da revolução” para “base socialista”, de modo a refletir corretamente a realidade da Coreia, onde triunfou o regime socialista.

Com a letra corrigida por ele, os criadores e artistas aceleraram o treinamento com ânimo redobrado.

Em maio do ano seguinte, os participantes da Segunda Conferência Nacional dos Pioneiros do Movimento da Brigada Chollima assistiram, com o grande Líder, a uma apresentação conjunta de música e dança.

Um de seus números era a Canção do Programa Político de Dez Pontos.

O primeiro ponto é consolidar a independência

Fazendo brilhar mais a Ideia Juche do nosso Partido

Materializemos a linha de soberania, independência e autodefesa 

Reforçando a economia e a capacidade de defesa nacional

Em seu ponto culminante, o grande Líder disse, extremamente satisfeito:

— É muito boa a Canção do Programa Político de Dez Pontos. Vamos ouvi-la mais uma vez. Não custa trabalho cantá-la, todos podem cantá-la e, cantando-a, conhecerão o programa. Canções como esta também são fáceis de divulgar.

O diretor, que já estava se retirando, ouviu pelas palavras de um funcionário o ensinamento do grande Líder e voltou ao palco. O pano, que já estava descendo, voltou a subir, e no local a peça ressoou novamente.

Quando o coro terminou, o grande Líder foi o primeiro a aplaudi-lo. Na sala de espera, disse o quanto era bom cantar assim a síntese do programa.

A peça, altamente valorizada por ele, coroou o poema musical e coreográfico Nossa gloriosa pátria, em saudação ao vigésimo aniversário da fundação da República Popular Democrática da Coreia.

Mas os artistas decidiram cantá-la apenas até a quinta estrofe, argumentando que cantar todas poderia cansar o público.

No final de agosto de 1968, foi realizado seu ensaio.

A canção, entoada em voz alta após o prelúdio da orquestra, chegou até a quinta estrofe, repetiu mais uma vez o refrão e finalizou.

Terminada a apresentação, o grande Líder ensinou aos funcionários e criadores que, no caso desta canção, se deve cantar até o fim — os dez pontos do programa.

Desde então, os artistas treinaram a canção até a décima estrofe. Em setembro do mesmo ano, o grande Líder assistiu, no Grande Teatro de Pyongyang, ao coro e dança Canção do Programa Político de Dez Pontos, em que se cantavam todas as estrofes; classificou-o como excelente e, satisfeito, subiu ao palco com um cesto de flores para incentivar os artistas e tirar uma foto com eles.

Ecos da felicidade e da fidelidade

Ode imortal

Em 1972, o grande Líder completava sessenta anos. Por ocasião do Ano-Novo, uma cantora recebeu duas tarefas honrosas por parte do grande Dirigente camarada Kim Jong Il.

Uma era entregar-lhe um cesto de flores e outra, cantar-lhe um solo da recém-criada ode imortal Desejamos boa saúde e longa vida ao Líder.

No primeiro dia do ano, quando o Líder entrou na sala de banquete, esta foi sacudida por aplausos estrondosos.

A cantora lhe entregou o cesto de flores e fez uma profunda reverência, refletindo o sentimento unânime de todo o povo coreano. Apertando sua mão, ele disse:

— Obrigado, obrigado. Fizemos um balanço satisfatório da arte do ano passado e gostaria que neste novo ano cantassem mais boas canções.

E colocou em sua mão uma taça.

Logo começou uma apresentação.

A cantora sentiu o coração bater com força. A peça a ser cantada era a ode imortal criada sob a direção pessoal de Kim Jong Il, que selecionou sua semente e a dirigiu por mais de um ano até que se aperfeiçoasse como obra-prima.

Chegou a sua vez de cantar.

Ela saudou cordialmente o grande Líder e começou a cantar.

Para portar-nos esta felicidade nossa
Nosso Líder consagra sua vida inteira
Graças a seu amor paternal e em seu abraço
Esta felicidade floresce hoje em dia

As lágrimas de emoção brotaram dos olhos da cantora.

Todos os participantes no banquete estavam profundamente comovidos.

O solo transformou-se em coro.

O seguiremos até o fim do céu e da terra
O enalteceremos até que se consumam o sol e a lua
Transmitindo eternamente a solicitude do Líder
Seremos fiéis invariavelmente
Dirigindo-nos ao grande Líder paternal
O povo lhe deseja boa saúde e longa vida

Embora a canção tivesse terminado, os soluços continuaram.

Com voz rouca, o grande Líder disse várias vezes ao público para não chorar, mas foi em vão.

A partir desse dia, a ode, fruto da veneração e do desejo de todo o povo, ressoou pelo mundo.

Recita com altissonância

Foi em junho de 1983 quando Govind Narain Srivastava, secretário do Instituto da Ideia Juche para a região da Ásia e ilustre doutor em ciências políticas da Índia, voltou a visitar a Coreia.

O grande Líder o convidou, junto de sua esposa e seus dois filhos, para que ele, que estivera gravemente enfermo, recuperasse sua condição ideal.

Um dia, ofereceu-lhe um almoço em sua homenagem.

Enquanto comiam, Govind lhe disse que todos os indianos que se haviam se encontrado com ele passaram a ter consciência ideológica independente.

Kim Il Sung lhe disse:

É muito importante que todos possuam uma consciência ideológica independente. Há uma peça muito cantada pelos guerrilheiros durante a Luta Revolucionária Antijaponesa que diz:

Quando alguém adota um nome como homem
Nasce com o direito à liberdade como todos
Sem esse direito estou morto embora vivo
Tiro minha vida, mas não posso privar-me da liberdade

Ele ficou arrebatado por ela e saboreou seu profundo significado.

Era um clamor de angústia de quem geme sob a opressão, um grito dilacerante de quem luta pela liberdade e independência.

Govind percebeu que ela respondia à pergunta de como foi encontrada a grande verdade da Ideia Juche.

O grande Líder assinalou:

Se um ser humano, desde que nasce, está privado da liberdade, da independência e da criatividade, e se submete a outro, perde o valor enquanto tal. Então ele acaba sendo, finalmente, como o cavalo, o boi e outros animais.

E o filósofo indiano assentiu apaixonadamente às suas palavras, gravando no coração o profundo sentido da Ideia Juche.

Admiração de um estrangeiro

Numa noite de junho de 1985, o grande Líder assistiu a uma apresentação conjunta do festival artístico nacional das crianças de jardins de infância no Grande Teatro de Hamhung, em companhia de um hóspede estrangeiro.

A apresentação começou com o coro Todos nós, flores em botão, o saudamos e agora no palco desenrolava-se o conto infantil Arrependimento do coelho.

Ele vai buscar comida, mas como não sabe quanta comida precisará para a viagem, pergunta ao ouriço, ao esquilo e à tartaruga. Estes lhe dão respostas diferentes, o que o deixa ainda mais confuso.

Aparece então a cabra que, ao conhecer a preocupação do coelho, coloca os quatro animais em uma fila para uma corrida. O coelho regressa primeiro do destino, seguido pelo esquilo, pelo ouriço e, por último, pela tartaruga.

Concluída a corrida, a cabra diz ao coelho:

— Vê? Cada qual caminha a uma velocidade diferente e, portanto, deve preparar o alimento de acordo com esse ritmo.

Ao final do conto, o grande Líder desenhou um sorriso significativo e aplaudiu com entusiasmo.

O hóspede estrangeiro disse que a obra era magnífica, que refletia a grande Ideia Juche do Presidente Kim Il Sung, que essa ideia demanda resolver todos os problemas de acordo com a situação real e com a própria cabeça, e que a peça interpreta muito bem, artisticamente, essa excelente ideia.

Após essa peça, seguiu-se uma série de cantos e danças de crianças alegres e graciosas.

Cativado por sua atuação, o estrangeiro disse ao grande Líder que ela se devia à sua acertada direção e aos benefícios do regime socialista. Com um amplo sorriso, o grande Líder lhe agradeceu. Ao final da apresentação, disse aos acompanhantes que, por ter assistido a uma apresentação de crianças em um teatro formidável, rejuvenesceu dez anos — em vez de 74 anos, parecia ter 64.

Cativado por seu sorriso radiante como o sol, o hóspede expressou sua admiração repetidas vezes.

Volta a cantá-la aos 66 anos

Em setembro de 1991, o grande Líder visitou o local histórico da revolução em Phophyong.

Visitava-o 17 anos após sua primeira visita e mostrou grande satisfação porque ele havia se transformado em um excelente centro de educação das tradições revolucionárias.

Caminhando em direção a um monumento, lembrou que passara pelo embarcadouro de Phophyong para ir a Pyongyang e que, em 3 de fevereiro de 1925, atravessara novamente o rio Amnok para ir a Badaogou, na China. Diante do monumento, ouviu atentamente as explicações da conferencista e, mesmo depois de terminarem, permaneceu pensativo e permaneceu ali por bastante tempo.

Finalmente, disse aos acompanhantes e aos funcionários do museu:

— Se vocês também sabem cantar a Canção do rio Amnok, que eu cantei ao atravessá-lo, vamos cantá-la todos juntos.

E cantou:

Atravessei o rio Amnok
Em 1º de março de 1919.
Cada ano esse dia retorna,
Mas eu voltarei
Com meu propósito cumprido.

Cantando aquela canção cuja autoria era desconhecida, ele conquistou a libertação da pátria, travando inúmeras batalhas sangrentas, e hoje, passados 66 anos, voltava a cantar a mesma canção.

Digam-me, Amnok e terra pátria,
Quando poderei voltar a vê-los?
Tenho um desejo de toda a vida
E voltarei com meu país resgatado.

A canção ecoou pelas águas diáfanas do rio Amnok e pelas matas cerradas da pátria. O difícil caminho da luta comum com os comunistas da China fazia com que ele tocasse essa canção no órgão.

Encontra uma canção com grande esforço

Enquanto se dedicava às atividades revolucionárias na escola secundária de Yuwen, em Jilin, Kim Il Sung aprendeu a canção chinesa Suwu e a cantou frequentemente quando lutava contra o imperialismo japonês.

Suwu expressa claramente as ideias e sentimentos patrióticos do povo chinês.

Tamanha foi sua impressão, a ponto de influenciar os chineses e convocá-los à luta antijaponesa por meio dessa peça, que, após a libertação do país, ele fez muitos esforços para conseguir sua letra.

E, já octogenário, conseguiu obter o texto escrito em chinês e, tão emocionado, cantou-o na presença de alguns funcionários.

Em suas memórias No Transcurso do Século, descreve:

A grande alegria que me tomou fez com que eu me esquecesse de que já era um octogenário, e me pus a cantá-la.

Era uma canção simples, mas encerrava uma longa história relacionada com sua juventude e sua luta revolucionária, e por isso a cantou com tamanha alegria e emoção.

Autores: Ho Sun Bok e Ri Sun Yong

Redação: An Chol Gang

Tradução do coreano para o espanhol: Kim Chol Su

Tradução do espanhol para o português: Lenan Menezes da Cunha

Edições em Línguas Estrangeiras
RPDC
Novembro de 2025

250880365256-D

Correio eletrônico: flph@star-co.net.kp

http://www.korean-books.com.kp

Nenhum comentário:

Postar um comentário