O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que o ataque ucraniano ao oleoduto "Druzhba" é classificado como ato terrorista, condenando-o como um completo ato de assalto destinado a destruir a base estratégica de um Estado e frustrar seus planos estratégicos.
Não é a primeira vez que as forças ucranianas atacam instalações energéticas russas.
No dia 22 de março deste ano, houve dois ataques com drones a uma estação de fornecimento de gás em Shvedunovka, na região de Belgorod. Dois dias depois, realizaram um ataque surpresa a uma estação de bombeamento de petróleo ligada à rede de oleodutos de Kaspiysk, na região de Kuban. Em 9 de abril, oito drones atacaram a sala de compressão na fronteira de Krasnodar, responsável pelo funcionamento do gasoduto "TurkStream".
Recentemente, as forças ucranianas têm se concentrado em ataques sistemáticos a instalações energéticas russas. De acordo com os dados, durante cerca de vinte dias de agosto, várias instalações energéticas na Rússia foram atacadas e destruídas repetidamente.
Especialistas afirmam que os ataques das forças ucranianas paralisaram temporariamente um sexto da capacidade de refino de petróleo da Rússia, provocando uma elevação acentuada nos preços da gasolina.
O objetivo persistente das forças ucranianas em atacar as instalações energéticas russas é criar escassez de combustível na Rússia e enfraquecer sua capacidade operacional militar.
No entanto, o objetivo do ataque ao oleoduto "Druzhba" é um pouco diferente. Esse oleoduto existe desde a época soviética e se estende a vários países europeus.
Na cooperação entre a Rússia e a Hungria, a questão energética ocupa a posição principal.
De acordo com dados de 2019, a Rússia atendia cerca de 60% da demanda de petróleo e 50% da demanda de gás natural da Hungria. Vários países europeus, incluindo a Chéquia e a Eslováquia, importaram petróleo russo.
Após a eclosão da crise na Ucrânia, a questão das sanções europeias contra a Rússia no setor energético gerou intensos debates entre os países europeus, devido ao grande impacto econômico que teriam caso suspendessem a importação de petróleo russo. Surgiu até a proposta de aplicar sanções apenas ao petróleo russo importado por via marítima, sem afetar o petróleo transportado por oleoduto.
Após um período de hesitação, a União Europeia apresentou a proposta de suspender oficialmente as importações de energia russa. Alemanha e Polônia lideraram a recusa em adquirir petróleo russo, apoiando a medida. Essa postura favorecia a Ucrânia, que buscava confronto com a Rússia.
No entanto, nem a União Europeia nem a Ucrânia conseguiram impedir o fornecimento de petróleo russo à Hungria, Eslováquia e Chéquia pelo ramal sul do oleoduto "Druzhba", pois esses países se opuseram veementemente à medida.
A Ucrânia, ambicionando ocupar cidades fronteiriças russas com o apoio das potências ocidentais, passou a planejar a destruição do oleoduto "Druzhba".
Em maio de 2023, uma agência de notícias estrangeira revelou a situação. A União Europeia, em várias ocasiões, incluiu nos pacotes de sanções a proibição de comprar petróleo russo pelo ramal sul do oleoduto "Druzhba", mas essas medidas fracassaram devido à forte oposição da Hungria e da Eslováquia.
Em 6 de maio, a Comissão Europeia anunciou novamente um plano abrangente para eliminar a dependência da energia russa até 2027. O plano estabelece etapas para interromper a importação de gás, petróleo e combustíveis nucleares russos pelos 27 Estados-membros. De acordo com o plano, a União Europeia deixará imediatamente de firmar novos contratos de fornecimento de gás russo e encerrará os contratos de curto prazo com a Rússia até o final de 2025.
Em resposta, Hungria e Eslováquia reagiram novamente com forte oposição.
O ministro das Relações Exteriores e do Comércio da Hungria afirmou que o plano poderia colocar em risco a segurança energética do país. O primeiro-ministro da Eslováquia criticou a proposta da Comissão Europeia, declarando que, no momento atual, o plano é inaceitável, e expressou preocupação de que interromper a importação de gás, petróleo e combustíveis nucleares russos seria um "ato de suicídio econômico", acrescentando que isso criaria uma "nova Cortina de Ferro" entre o Ocidente e a Rússia.
Essa postura da Hungria e da Eslováquia irritou ainda mais a Ucrânia, que passou a realizar ataques concentrados contra o oleoduto "Druzhba". O objetivo era cortar a linha vital econômica da Hungria e da Eslováquia e forçar esses países a se alinharem firmemente ao bloco anti-Rússia.
No entanto, essas ações da Ucrânia acabaram intensificando apenas os conflitos entre os países envolvidos.
O ministro das Relações Exteriores e do Comércio da Hungria declarou que o ataque ucraniano ao oleoduto "Druzhba" constitui "uma agressão à soberania da Hungria" e que o país não toleraria tal ação sem consequências.
O primeiro-ministro da Eslováquia afirmou publicamente que deseja normalizar as relações com a Rússia e expressou a intenção de ampliar a importação de gás russo através do gasoduto "TurkStream".
A tentativa da Ucrânia de fortalecer as forças anti-Rússia por meio da destruição do oleoduto "Druzhba" acabou se tornando um fator que exacerba ainda mais as contradições internas dentro da União Europeia.
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