sábado, 15 de março de 2025

A doutrina da "América primeiro", que prioriza os interesses exclusivos dos EUA, promoverá ativamente a multipolarização do mundo inteiro

O anseio secular da humanidade de viver em um mundo justo, pacífico, estável e próspero se depara com uma onda levantada pela "doutrina da América primeiro" da atual administração estadunidense.

O ressurgimento da administração de Trump e sua filosofia política dão mais ímpeto ao círculo vicioso de caos, desconfiança, conflito e contradições inauditas, que são o produto do declínio inevitável do imperialismo estadunidense e da exagerada política externa das administrações passadas dos EUA, na tentativa de retardá-lo, mesmo que por um momento.

À primeira vista, essa doutrina cristaliza o atributo geral das relações internacionais, que se centra nos interesses do próprio país, mas, com o tempo, revela sua particularidade brutal, agressiva e saqueadora.

A humanidade progressista, que aspira à paz e à justiça internacional, lança um olhar sério sobre a cristalização hipócrita do imperialismo estadunidense que insiste nessa concepção.

Hoje em dia, essa teoria é condenada e rejeitada por diferentes partes do mundo.

Em sua essência, é a continuidade ampla do imperialismo e da hegemonia que os EUA perseguem desde o seu nascimento, consistindo no chauvinismo extremado e na mentalidade no estilo ianque, segundo a qual, para satisfazer sua ganância, não hesitam em pisotear a soberania e os direitos de subsistência e desenvolvimento de outros países e nações.

Ao levar em conta a característica ideal da "demonstração de forças" e da "paz baseada nas forças", isso não tem nenhuma relação com a aspiração de vários países e nações do mundo de manter, fomentar e desenvolver sua superioridade.

A atuação da atual administração estadunidense sob esta doutrina deixa claro seu caráter agressivo.

A atual administração iniciou seu segundo período de governo com a prática da política de discriminação extrema, cujo objetivo é a deportação de "imigrantes ilegais", por um lado, e por outro, com a retirada da Organização Mundial da Saúde, do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, do Conselho de Direitos Humanos da ONU e de outras organizações e acordos internacionais, além de demonstrar a vontade de anexar o território intangível de um Estado soberano.

Após assumir o cargo, acelera ainda mais sua política externa de caráter agressivo e hegemônico que consiste nesta teoria.

Tira proveito econômico exclusivo praticando a política tarifária contra países vizinhos, aliados e rivais, suspendeu totalmente a "ajuda externa" a outros países, tirando até mesmo a máscara enganosa de "humanitarismo", e insiste na proposta de "receber a Faixa de Gaza e desenvolver um local de recreação", causando consternação no mundo.

São o resultado inevitável dessa doutrina a "humilhação" e o "desprezo" que os países europeus, o Japão, a República da Coreia e outros aliados, que se uniram à estratégia dos EUA de dominar o mundo unipolar, vêm sofrendo, gabando-se das "relações de aliança" de quase 80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial.

Até os políticos e meios de comunicação dos países ocidentais fiéis aos EUA dizem que a política de chantagem da atual administração estadunidense insinua a chegada de uma nova era em que a lei da selva predomina, e sua doutrina não é o isolacionismo, mas o intervencionismo disfarçado.

E os meios de comunicação e especialistas conservadores dos EUA insistem na necessidade de adicionar clareza e qualidade concreta a essa teoria para que ela contribua ativamente para a ampliação do papel exterior dos EUA como "líder internacional".

Tais comentários são apenas alguns exemplos parciais que mostram que a comunidade internacional analisou a essência da "América primeiro" de forma detalhada e chegou a uma conclusão correta sobre ela.

A doutrina estadunidense ensina à sociedade internacional e à época atual que é preciso ser mais forte para se defender, e a autoconfiança e o autofortalecimento constituem uma verdade e um meio poderoso que levam a história adiante.

Nosso Estado, convertido no primeiro baluarte anti-imperialista e anti-EUA, cultiva suas próprias forças, empunhando a bandeira da independência e segurando com mais firmeza a espada nuclear da justiça, com o objetivo de pôr fim à agressão e ao saque abomináveis do império do mal e escrever uma nova página na história mundial que aspira à independência e à multipolarização.

A tragédia de alguns países, onde, por falta de forças militares, a dignidade e os interesses estatais são violados sem que se faça nada diante da ameaça brutal e do chantagem dos EUA, nos obriga a enfrentar essas forças com as mesmas.

A história sempre está ao lado da justiça, e ela e a consciência são fatores fundamentais que permitiram que a história das relações internacionais não se desviasse do caminho correto de seu desenvolvimento, superando as dificuldades e tempestades de toda índole.

A consciência da humanidade, que aspira à época da independência e a uma nova era multipolarizada, não tolerará por mais tempo o cinismo anacrônico dos EUA, que, imersos na teoria hegemônica de que todas as coisas devem servir apenas aos EUA, impõem aos outros países a "ordem internacional baseada nas regras", desprezando sem hesitação as leis e organizações internacionais para satisfazer seus interesses chauvinistas.

As forças do mal, contaminadas pela ideia insana de destruir a paz e a segurança do mundo e ameaçar a subsistência da humanidade, serão duramente sentenciadas pela história, e a destruição da doutrina hegemônica no estilo ianque se adiantará, somente quando a humanidade progressista, unida com a justiça, cultivar suas forças e as manifestar plenamente.

Quanto mais a atual administração estadunidense recorre a tal doutrina, mais acelerará a multipolarização do mundo e, a longo prazo, a destruição total dos EUA e do imperialismo.

Kim Myong Chol, comentarista de assuntos internacionais

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