Hoje, o mundo avança incansavelmente rumo à verdadeira democracia e à multipolarização. A crescente força dos países independentes anti-imperialistas, juntamente com a conscientização de muitos países e povos, leva à rejeição firme da coerção e arbitrariedade ocidentais mascaradas sob a bandeira da "democracia".
Organizações multilaterais como o BRICS, a Organização de Cooperação de Xangai, a União Econômica Euroasiática e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos expandem sua influência internacional. Muitas economias emergentes e países em desenvolvimento fortalecem sua posição na política internacional e no crescimento econômico global, impulsionando a democratização das relações internacionais e a transição para um mundo multipolar.
Os países africanos, antes vítimas da política hegemonista do Ocidente e da imposição forçada da chamada "democracia", começam a despertar. Em resposta, países como Níger, Mali, Burkina Faso, Chade, Senegal e Costa do Marfim expulsam tropas dos Estados Unidos e do Ocidente de seus territórios, reafirmando sua soberania.
Dentro do próprio Ocidente, surgem vozes de preocupação e inquietação diante da mudança na correlação global de forças e da transformação da ordem internacional, reconhecendo que seu modelo de "democracia" está se desestabilizando.
Em fevereiro deste ano, durante a Conferência de Segurança de Munique, foi apresentado um relatório afirmando que a ordem multipolar já começou a se estabelecer no mundo. O documento destacou que os países membros do BRICS representam cerca de 40% do comércio global e da produção e exportação de petróleo. Além disso, ressaltou que essa multipolarização não se limita apenas à redistribuição material, mas também promove ativamente a diversidade ideológica, incluindo no campo da democracia.
Tradicionalmente dominada pelos Estados Unidos e pela Europa, a Conferência de Segurança de Munique divulgou essa avaliação oficial, que coincide com o consenso internacional de que a "democracia" unilateral e hegemônica do Ocidente está em grave crise.
No início dos anos 1990, um pseudoteórico político dos Estados Unidos alegou que o fim da Guerra Fria representava a vitória do capitalismo sobre o socialismo e que, politicamente, a "democracia liberal" e, economicamente, o princípio da economia de mercado seriam o destino final da humanidade. Essa foi a chamada teoria do "fim da história".
No entanto, hoje, muitos veículos da imprensa reconhecem que essa teoria, outrora considerada uma verdade no Ocidente, revelou-se completamente falsa e afirmam que a transição para um mundo multipolar é uma realidade inevitável.
A decadência da democracia ocidental diante das tendências avassaladoras da nova era é uma consequência inevitável do desenvolvimento histórico. Desde sua concepção, a chamada democracia ocidental nunca foi voltada para as amplas massas populares, mas sim um artifício criado e aperfeiçoado para servir aos interesses da minoria exploradora. É precisamente essa sua natureza enganosa que a torna alvo do repúdio dos tempos.
Em qualquer sociedade civilizada, a política que as pessoas exigem e apoiam é a política democrática. Democracia significa, em essência, o governo do povo, onde a vontade das massas é plenamente refletida. A democracia é fruto da longa luta da humanidade pela autodeterminação e seu critério fundamental reside na aspiração e nos interesses das massas populares. Somente quando esses interesses são plenamente incorporados ao sistema político de um país e realizados por seu próprio povo pode-se falar de uma verdadeira democracia.
No entanto, no sistema capitalista, onde as massas trabalhadoras são excluídas da participação política e da administração estatal, a democracia não passa de uma ilusão.
A "democracia" fabricada pelos governantes capitalistas, deturpando e apropriando-se das legítimas aspirações da humanidade, nada mais é do que um disfarce para embelezar seu regime antipopular. Não tem qualquer vínculo ou semelhança com a verdadeira democracia, sendo, na realidade, um ultraje e uma afronta às exigências de independência e aos direitos democráticos da humanidade.
A "democracia liberal" alardeada pelos Estados Unidos e pelo Ocidente nada mais é do que a democracia burguesa levada ao extremo em sua falsidade, corrupção e reacionarismo. Originada entre os séculos XVII e XVIII como base teórica da democracia burguesa, ela proclamou os ideais de liberdade e igualdade individual para derrubar o sistema feudal e o absolutismo, mas sempre teve como objetivo primordial atender aos interesses da burguesia.
No sistema capitalista estabelecido sob a democracia burguesa, a igualdade entre as pessoas jamais existiu. Os interesses da classe exploradora, como os grandes capitalistas, foram sempre priorizados, enquanto a imensa maioria dos trabalhadores foi submetida à exploração, opressão, desemprego e miséria. Com o tempo, essa democracia burguesa fraudulenta e antipopular evoluiu de maneira ainda mais sofisticada e perversa, transformando-se na chamada democracia ocidental.
Nos Estados Unidos, representantes do capital monopolista despejam quantias astronômicas para se tornarem políticos e assumirem altos cargos na administração. Eleições, atividades legislativas, o Congresso e até mesmo o governo são meros palcos de disputas entre facções da elite privilegiada, enquanto as demandas democráticas do povo são tratadas como simples "ruído".
Abraham Lincoln, eleito como o 16º presidente dos Estados Unidos na década de 1860 com a promessa de abolir a escravidão, certa vez falou sobre "um governo do povo, pelo povo e para o povo". No entanto, essa máscara hipócrita foi arrancada há muito tempo. Hoje, a realidade da democracia estadunidense é amplamente criticada como "um governo do 1%, pelo 1% e para o 1%", ou até mesmo "um governo do 0,1%, pelo 0,1% e para o 0,1%".
Portanto, é natural que a "democracia" ocidental, que ignora e suprime os direitos e interesses das amplas massas populares, seja rejeitada por elas.
O livro "Uma Sátira da Democracia: Fenômenos Ilógicos na Política dos EUA", escrito por estudiosos estadunidenses, afirma: "Atualmente, os cidadãos dos Estados Unidos já não acreditam que seu governo trabalha pelo interesse da população. A maioria das pessoas considera que o sistema político estadunidense é controlado por um pequeno grupo de interesses poderosos e que, com frequência, coloca os interesses da elite acima do bem-estar da população."
Nos últimos anos, diversas pesquisas de opinião dentro e fora dos Estados Unidos revelaram conclusões semelhantes, incluindo a de que "72% dos estadunidenses acreditam que os Estados Unidos deixaram de ser um 'modelo' a ser seguido por outros países" e que "o país que era exemplo da democracia ocidental agora está em processo de extinção".
A "democracia liberal" é uma ferramenta político-ideológica utilizada pelos Estados Unidos e pelo Ocidente para concretizar suas ambições hegemônicas, o que constitui mais um motivo pelo qual ela está fadada a ser rejeitada pelo curso da história.
Os Estados Unidos e o Ocidente usam essa "democracia" como um instrumento ideológico para remodelar todos os países à sua imagem e estabelecer uma ordem mundial centrada no Ocidente. Trata-se de um meio para expandir seu sistema reacionário e antipopular por todo o planeta, impondo uma ordem ocidentalizada para satisfazer suas aspirações dominadoras.
A intensificação da propaganda ocidental sobre "democracia" teve início após a Segunda Guerra Mundial, com o advento da Guerra Fria contra o campo socialista. Na época, à medida que o fascismo era erradicado e crescia o desejo da humanidade por paz, justiça e progresso, surgiram fortes ondas de luta de libertação nacional e revoluções democráticas. Assim, diversos países democrátiso e socialistas emergiram pelo mundo. Alarmados com essa expansão do campo progressista, os Estados Unidos e as potências capitalistas exploraram a aspiração global pela democracia para disfarçar seu regime reacionário sob o rótulo de "democracia" e usá-lo como contraponto à democracia socialista. O resultado foi a criação da democracia ocidental, uma forma de dominação ideológica que, sob a fachada de democracia, promovia o culto ao dinheiro e o individualismo extremo, minando as bases ideológicas do campo progressista.
Após o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos e o Ocidente, embriagados com sua suposta "vitória", intensificaram sua agenda de dominação global sob o pretexto de expandir a "democracia". No século XXI, criaram o conceito de "comunidade democrática" e o utilizaram como plataforma para fomentar mudanças de regime e instigar revoluções políticas e culturais em outros países. O pretexto da "exportação da democracia" foi usado para mergulhar o Oriente Médio em guerras devastadoras e orquestrar "revoluções coloridas", causando enormes crises sociais e políticas em vários países.
Diante da crescente resistência e condenação global, era inevitável que essa estratégia de imposição da "democracia" pelo poder coercitivo dos Estados Unidos fracassasse. Isso ocorre porque a suposta "democracia" estadunidense, fundamentada na ambição hegemônica de um mundo unipolar, é incompatível com o direito das nações e dos povos a um desenvolvimento independente, baseado em sua própria história, cultura e sistema político.
Muitos países tomaram medidas decisivas para expulsar e dissolver organizações não governamentais ocidentais que promoviam a "expansão democrática" em seus países. Mesmo em países onde essa "democracia" supostamente havia sido implantada com sucesso, governos pró-EUA desmoronaram em sequência. A democracia ocidental está em um processo de decadência irreversível.
Desorientados, os Estados Unidos transformaram o pretexto da "expansão da democracia" em um discurso de "defesa da democracia", dividindo artificialmente o mundo em dois campos hostis e fomentando confrontos e antagonismos.
Eles têm provocado conflitos geopolíticos e confrontações em diversas regiões do mundo, ameaçando gravemente a paz e a estabilidade globais. No entanto, muitos países rejeitam firmemente essa estratégia, priorizando sua soberania e seus interesses nacionais, enquanto trilham seu próprio caminho de desenvolvimento.
Usar a bandeira da "democracia" para semear discórdia entre nações e povos, instigar conflitos e confrontos, significa apenas destruir a paz e o progresso democrático da humanidade. Hoje, essa realidade antidemocrática não pode mais ser imposta nem encontrar aceitação em lugar algum.
Os Estados Unidos e as potências ocidentais, na tentativa de preservar sua ordem hegemônica em colapso, continuam promovendo sua retórica de "defesa da democracia" e se agarram desesperadamente a sua política de confronto. No entanto, a poderosa corrente da era atual, que avança rumo à verdadeira democracia e à multipolaridade, já decretou o fim de seu domínio.
Jang Chol
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