sábado, 15 de março de 2025

As consequências dos crimes contra a humanidade: danos radioativos que perduram por séculos

Marcando os 71 anos desde que os Estados Unidos realizaram testes com bombas de hidrogênio no Atol de Bikini, recentemente o enviado especial do presidente das Ilhas Marshall fez uma coletiva de imprensa, alertando que os efeitos da poluição ambiental causada por materiais radioativos ainda continuam afetando a região. Ele apelou pela ajuda da comunidade internacional, destacando que essa assistência é indispensável.

Nas Ilhas Marshall, há muitos casos de moradores que adoecem ou dão à luz crianças com graves problemas de saúde, e algumas áreas ficaram tão contaminadas que a população teve que ser deslocada. Em uma cerimônia realizada em março do ano passado, em memória das vítimas que perderam a vida devido aos testes nucleares, o presidente das Ilhas Marshall condenou os testes nucleares realizados pelos Estados Unidos no arquipélago, destacando os enormes impactos negativos e as violações dos direitos humanos que esses testes causaram. Ele expressou preocupação com os problemas contínuos, como a migração forçada, problemas de saúde e contaminação do solo, que ainda persistem até hoje. O presidente também revelou que os Estados Unidos haviam levado solo contaminado com radiação de Nevada, um local de testes nucleares, e enterrado-o em um recife de corais nas Ilhas Marshall. Ele questionou: "Será que há mais testes secretos ou ações que ainda não conhecemos?"

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos escolheram o Atol de Bikini, nas Ilhas Marshall, e seus arredores como um campo de testes nucleares, forçando os nativos a deixar a região. Entre 1946 e 1958, os EUA realizaram impressionantes 67 testes nucleares. Em particular, em março de 1954, foi realizado um teste de bomba de hidrogênio no Atol de Bikini, cujo poder era mais de 1.000 vezes maior que a bomba atômica lançada sobre Hiroshima, causando danos radioativos a centenas de pessoas e cobrindo mais de 700 barcos pesqueiros com "cinzas da morte".

Como resultado das explosões nucleares, várias ilhas das Ilhas Marshall desapareceram, e dezenas de ilhéus que sofreram com a radiação morreram de câncer em um curto período de tempo.

De acordo com um relatório divulgado em janeiro de 2004, devido aos efeitos dos testes nucleares, até aquele momento, cerca de 840 moradores perderam a vida e cerca de 7.000 nativos foram forçados a deixar suas terras, com a maioria sofrendo de diversas doenças.

Uma investigação do jornal estadunidense "Los Angeles Times" revelou que, além dos testes nucleares, os Estados Unidos também realizaram testes com armas biológicas nas Ilhas Marshall. Além disso, mais de 130 toneladas de solo contaminado com material radioativo foram transportadas do local de testes de Nevada e enterradas nas Ilhas Marshall. Os "caixões" contendo os resíduos radioativos, devido às mudanças climáticas, já começaram a apresentar rachaduras e quebras, aumentando os riscos a cada dia.

Em julho de 2019, um grupo de pesquisa da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, divulgou dados mostrando que os níveis de radiação em algumas ilhas das Ilhas Marshall são muito mais elevados do que os encontrados nas áreas afetadas pelos acidentes nucleares de Chernobyl e Fukushima. A contaminação por isótopos radioativos de longa vida pode perdurar por séculos, o que demonstra que, apesar de mais de 60 anos terem se passado desde o último teste nuclear, a situação continua grave.

A tragédia das Ilhas Marshall é uma evidência concreta dos efeitos devastadores dos crimes nucleares cometidos pelos Estados Unidos, que impactaram a sobrevivência e o desenvolvimento da humanidade.

No entanto, os Estados Unidos, apesar de serem os responsáveis pelos crimes, continuam evitando a responsabilidade pelos horríveis efeitos das suas ações. Especialistas afirmam que "do ponto de vista do direito internacional, moral, econômico e técnico, os Estados Unidos têm a obrigação de assumir a responsabilidade pelos efeitos dos testes nucleares". Eles defendem que os Estados Unidos reconheçam sua responsabilidade e ofereçam compensações.

O governo das Ilhas Marshall também solicitou várias vezes compensações e apoio dos Estados Unidos.

No entanto, os Estados Unidos mantiveram uma atitude indiferente em relação aos danos massivos causados ao ecossistema e aos moradores das Ilhas Marshall. Chegaram a fazer a absurda afirmação de que, "já que o local de armazenamento está nas Ilhas Marshall, o governo local deve ser responsável por ele."

Em 1988, a Corte Internacional de Justiça determinou que os Estados Unidos deveriam pagar 2,3 bilhões de dólares aos habitantes das Ilhas Marshall, mas o Congresso e os tribunais dos EUA rejeitaram essa decisão. De acordo com documentos divulgados pelo jornal "Los Angeles Times", os Estados Unidos pagaram apenas 4 milhões de dólares.

Em 2013, o governo das Ilhas Marshall, com o apoio de todos os países membros do "Fórum das Ilhas do Pacífico", formalizou um pedido de compensação pelos testes nucleares aos Estados Unidos, mas o governo dos EUA continuou ignorando a solicitação.

A atitude arrogante dos Estados Unidos não para por aí. No dia 19 de fevereiro, a Força Aérea dos EUA realizou um teste com o míssil balístico intercontinental Minuteman-3, visando o Atol Kwajalein nas Ilhas Marshall. Os Estados Unidos realizaram mais de 300 testes semelhantes no passado. Isso demonstra que, longe de refletir sobre seus erros, os Estados Unidos continuam tratando as Ilhas Marshall como um campo de testes de armas, sem qualquer respeito pela soberania da região.

As Ilhas Marshall continuam denunciando ao mundo os crimes nucleares hediondos cometidos pelos Estados Unidos.

Jang Chol

Rodong Sinmun

Nenhum comentário:

Postar um comentário