Analistas políticos avaliam que a principal razão para essa situação está na política externa egoísta dos Estados Unidos, que prioriza apenas seus próprios interesses, sem considerar minimamente a insegurança da Europa ou seus interesses econômicos.
A instabilidade da Europa é um resultado inevitável de sua submissão cega aos Estados Unidos. Seguindo a liderança estadunidense, a Europa impulsionou a expansão da OTAN para o leste, comprimindo constantemente o espaço estratégico de segurança da Rússia, o que acabou provocando a crise na Ucrânia. Após o início do conflito, a Europa se lançou em um amplo apoio militar e econômico à Ucrânia, além de sanções severas contra a Rússia.
Agora que a vitória da Rússia está se tornando evidente, a Europa está tomada pela insegurança diante das consequências irreversíveis de suas próprias ações.
Nesse cenário, os Estados Unidos, deixando a Europa de lado, estão tentando "resolver" a questão da Ucrânia por meio de negociações diretas com a Rússia. Trata-se de uma tentativa desesperada de minimizar sua derrota estratégica e os danos inevitáveis, mas essa manobra colocou a Europa, que sempre seguiu cegamente os Estados Unidos, em uma situação embaraçosa.
Mergulhada na narrativa estadunidense sobre a "ameaça russa", a Europa não pôde deixar de ficar perplexa diante da reviravolta inesperada de seu "mestre".
Países-chave da Europa, como o Reino Unido e a França, estão realizando sucessivas reuniões de emergência entre líderes e ministros da Defesa, além de promover encontros especiais de cúpula e buscar formar uma "aliança" entre países com interesses semelhantes. No entanto, até agora, não há resultados concretos.
A única convergência de opiniões alcançada até o momento é a necessidade de continuar o apoio militar à Ucrânia e fortalecer a autonomia da Europa na área de defesa.
Os ministros da Defesa de cinco países, incluindo França, Reino Unido e Alemanha, concordaram em acelerar o plano de cooperação na indústria militar com a Ucrânia. Além disso, a União Europeia anunciou a aprovação do chamado "Plano de Rearmamento Europeu", que inclui um plano de gastos militares no valor de 800 bilhões de euros e um plano de empréstimos de 150 bilhões de euros para ativos militares estratégicos.
A França chegou a declarar que "o futuro da Europa não deve ser decidido por Washington ou Moscou" e propôs fornecer um "guarda-chuva nuclear" aos seus aliados europeus.
No entanto, essas tentativas carecem de viabilidade e não conseguem dissipar as preocupações e a insegurança dos países europeus. O ceticismo prevalece, pois, enquanto os Estados Unidos mantiverem seu domínio militar sobre a Europa, a ampliação da indústria de defesa europeia ou a criação de uma defesa independente permanecerão difíceis.
Analistas apontam que sempre que surgiu um plano de criação de uma força militar independente na Europa, os Estados Unidos intervieram para bloqueá-lo e pressionaram os países europeus a nem sequer cogitar essa ideia. Embora seja inegável que a Europa esteja despertando para essa realidade, continua perdida e sem uma direção clara.
Atualmente, há um consenso crescente entre os países europeus de que o escudo protetor dos Estados Unidos está em declínio e não é mais eficaz.
No entanto, após tanto tempo acostumados à submissão, os europeus ainda vacilam, incapazes de formular uma solução concreta para superar essa dependência.
Na área econômica, a Europa também se encontra em uma situação lamentável diante dos Estados Unidos.
Recentemente, Washington anunciou a imposição de uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio importados da União Europeia, bem como sobre produtos específicos que contêm esses metais.
Em resposta, a União Europeia ameaçou impor uma tarifa retaliatória de 50% sobre o uísque estadunidense. Como contramedida, os Estados Unidos advertiram que poderiam impor uma tarifa de 200% sobre todos os vinhos, champanhes e outras bebidas alcoólicas importadas dos países membros da União Europeia.
A União Europeia afirma que não cederá à pressão dos Estados Unidos, mas não é difícil prever que essa situação pode desestabilizar o ambiente de investimento e consumo, prejudicando a gestão empresarial e levando a uma recessão econômica em toda a Europa.
Desde o início da crise na Ucrânia, a Europa perdeu o fornecimento de energia russa a preços acessíveis e passou a depender do gás caro dos Estados Unidos, sofrendo enormes prejuízos. Agora, a implacável guerra tarifária imposta por Washington representa mais um golpe devastador.
A difícil situação enfrentada pela Europa é resultado direto de sua própria submissão aos Estados Unidos, não havendo a quem culpar.
Recentemente, dezenas de milhares de italianos realizaram uma grande manifestação no centro de Roma, apelando por uma maior unidade dentro da União Europeia. Os manifestantes exigiram que os líderes europeus reforcem a independência estratégica da UE em defesa e economia, argumentando que a Europa deve se adaptar às mudanças na política de supremacia dos Estados Unidos. A opinião pública europeia rejeita a subserviência a Washington e exige uma defesa independente e um desenvolvimento econômico autônomo.
O mundo caminha rumo à multipolarização, e países que se recusam a se submeter aos Estados Unidos seguem firmemente seu próprio caminho de desenvolvimento. Essa realidade oferece uma importante lição para a Europa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário