quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Rússia reage às tentativas do Ocidente de distorcer a história

Recentemente, o alto representante para Assuntos Externos e Segurança da União Europeia, que participou da conferência do Instituto de Estudos de Segurança da Europa realizada em Bruxelas, Bélgica, manifestou dúvida sobre a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista. Afirmou que hoje em dia as pessoas não leem muitos livros nem lembram da história, e que justamente por isso acreditam que a União Soviética venceu a guerra contra a Alemanha nazista.

Quando essa declaração provocou grande polêmica diplomática e a opinião pública começou a ferver, ele não teve outra escolha senão tergiversar, dizendo que “respeita todos os sacrifícios feitos para pôr fim à Segunda Guerra Mundial”. Isso pode ser visto como um exemplo da histeria anti-Rússia que se alastra pelo mundo ocidental.

Há pouco tempo, na Terceira Comissão da Assembleia Geral da ONU, a resolução da Rússia sobre combater a glorificação do nazismo e o racismo moderno foi aprovada por maioria, e todos os votos contrários vieram de países ocidentais.

A Rússia está reagindo firmemente às tentativas vergonhosas do Ocidente de distorcer a história para negar a grandiosa vitória alcançada pela União Soviética na Segunda Guerra Mundial.

Recentemente, em uma coletiva de imprensa sobre a produção do documentário “Nuremberg”, o ministro das Relações Exteriores da Rússia mencionou o papel da União Soviética na criação do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg. Segundo ele, foi a União Soviética que, pela primeira vez, apresentou oficialmente, por meio de um memorando em novembro de 1941, a exigência de punir os criminosos de guerra nazistas. No ano seguinte, publicou uma declaração especial pedindo a todos os países que cooperassem na identificação, captura e julgamento dos criminosos de guerra nazistas.

Na época, os Estados Unidos e o Reino Unido reagiram de maneira hesitante. Isso porque temiam que viessem à tona os bastidores de como, após o Tratado de Versalhes — quando deveriam conter a Alemanha — acabaram colaborando com Hitler.

Somente em outubro de 1943 foi alcançado um acordo entre os países para cooperarem na questão de levar os criminosos de guerra a julgamento. Como resultado, foi criado o Tribunal Militar Internacional de Nuremberg.

A União Soviética, porém, não esperou até que o tribunal fosse estabelecido. Já em 1942 havia criado uma Comissão Estatal Especial para investigar os crimes dos criminosos de guerra nazistas e realizou julgamentos em várias regiões, incluindo Krasnodar e Kharkov. As experiências adquiridas nesse processo foram amplamente utilizadas nos julgamentos de Nuremberg.

Foi exatamente nesse tribunal que os princípios de punição por crimes de guerra, agressão, crimes contra a humanidade e genocídio foram oficializados internacionalmente, sendo incorporados em inúmeros documentos conjuntos adotados pela ONU e outras organizações internacionais. Assim foram elaborados documentos internacionais fundamentais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A esse respeito, o ministro das Relações Exteriores da Rússia afirmou que os crimes contra a humanidade não prescrevem e que o princípio do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg — o de nunca permitir o renascimento do nazismo — enfrenta hoje um desafio sério.

Por sua vez, o diretor do Serviço de Inteligência Externa da Rússia declarou que jamais se pode permitir que se duvide do papel crucial desempenhado pela União Soviética na aniquilação da Alemanha nazista. Criticou severamente os países ocidentais que denigrem o heroísmo dos soldados e oficiais do Exército Vermelho que derrotaram as forças fascistas.

Nesse contexto, realizou-se em São Petersburgo a cerimônia de início da construção do quebra-gelo nuclear “Stalingrado”.

Participando por videoconferência, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Batalha de Stalingrado não apenas determinou o resultado da Grande Guerra Patriótica, mas também o desfecho da Segunda Guerra Mundial; por isso o quebra-gelo nuclear recebeu o glorioso nome de Stalingrado, como demonstração de respeito à indomável coragem dos defensores e cidadãos de Stalingrado. Ele expressou confiança de que o novo quebra-gelo nuclear “Stalingrado” honrará plenamente seu nome glorioso.

Anteriormente, em setembro, durante um encontro com os líderes das bancadas parlamentares russas, ele ressaltou que não se deve esquecer o papel direto de Stalin na vitória da Grande Guerra Patriótica.

O presidente da Duma Estatal também declarou que Stalingrado está registrado na história como símbolo da indomável vontade e coragem do povo soviético, e afirmou que dar o nome da cidade heroica ao novo quebra-gelo nuclear reforça mais uma vez a necessidade de proteger e preservar a história russa contra aqueles que tentam distorcê-la.

A posição do governo russo de defender firmemente sua história gloriosa — incluindo o papel decisivo da União Soviética na derrota do fascismo — conta com o apoio não apenas do povo russo, mas também de amplos setores da comunidade internacional.

Ho Yong Min

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