Hoje, enquanto o mundo ocidental vagueia diante de um futuro sombrio, prolifera uma cultura ideológica reacionária que instiga discórdia, confronto, hostilidade e ódio entre as pessoas; e a reação e o empobrecimento no domínio da vida política e cultural aceleram-se.
Sobre a raiz da crise que assola o capitalismo, um meio de comunicação europeu avaliou o seguinte:
“A febre pelo dinheiro, na sua forma mais belicosa e descarada, está conduzindo à criminalização de todos os âmbitos da vida e da atividade humanas, desde a administração do Estado até as relações familiares.”
O capitalismo é uma sociedade em que tudo é decidido e dominado pelo dinheiro.
A visão decadente de que o dinheiro é onipotente — de que nada se pode fazer sem ele e de que, possuindo-o, tudo se resolve — penetrou, sem obstáculos, desde o modo de atuação dos partidos políticos e o modo de sobrevivência dos capitalistas até o campo da consciência e da vida das pessoas. É exatamente isso que se tornou a causa que faz crescer sem limite a atual crise do capitalismo.
O efeito mais pernicioso da adoração ao dinheiro é ter transformado o ser humano em escravo dele.
Na sociedade capitalista, a relação entre o ser humano e o dinheiro inverteu-se completamente. O dinheiro deixou de ser um meio a serviço da vida humana e passou a degradar o ser humano a escravo.
Como a classe capitalista, para satisfazer sua ilimitada cobiça por riqueza material, empunhou o dinheiro como instrumento de domínio e de exploração, o destino das pessoas passou a ser manipulado por ele.
Na sociedade capitalista, apenas aqueles que têm dinheiro conseguem tomar o poder estatal e exercer influência sobre a sociedade, ao passo que os que não o têm caem numa condição miserável em que nada podem usufruir e apenas sofrem exploração. As capacidades físicas e espirituais do ser humano são compradas e vendidas como mercadoria, e a personalidade, a dignidade e o valor das pessoas são pesados pela medida do dinheiro.
Um sociólogo de um certo país capitalista mencionou: “O indivíduo de caráter mercadológico não se importa com a família nem com o impacto que causa na sociedade; preocupa-se apenas com como pode ter um golpe de sorte.”
Na sociedade capitalista, dominada pelo mamonismo, o dinheiro controla todas as atividades humanas, e o objetivo da vida reduz-se unicamente a ganhar dinheiro.
A lógica de vida segundo a qual “para desfrutar da fortuna, não hesite diante de nada” e “aquele que conquista riqueza e poder por quaisquer meios é o sábio” gera toda sorte de atos desumanos e imorais na disputa pela riqueza.
Sem exceção, todos se lançam desesperadamente a ganhar dinheiro, e, por ele, não escolhem meios nem métodos.
Os capitalistas que acumulam fortunas de bilhões, para se apossarem de mais lucro e riqueza, agem como feras enlouquecidas, enquanto os pobres, entregando até sua dignidade, personalidade e até mesmo o próprio corpo ao ganho de dinheiro, acabam por vender tudo o que há de humano.
Na sociedade capitalista, a situação dos pobres que sofrem uma vida de escravos, pior que a dos animais, por alguns trocados, é miserável.
Torna-se comum no mundo capitalista de hoje o fato trágico de pessoas transformarem-se em “animais-humanos”, servindo como criados de animais de estimação de famílias ricas ou vivendo com feras em zoológicos, tornando-se espetáculo para os transeuntes; e, para escapar da fome e da pobreza, venderem até seus órgãos.
Por outro lado, os magnatas, mesmo possuindo fortunas de bilhões, não se satisfazem e aumentam a intensidade da exploração.
O objetivo deles não é satisfazer as necessidades vitais das pessoas. É acumular ainda mais dinheiro e obter lucros ainda maiores.
Imbuídos da noção extrema de que o dinheiro é vida, prazer e poder, tornam-se feras ensandecidas para sugar até a última gota de sangue dos trabalhadores.
A adoração ao dinheiro transforma o ser humano em um bruto desprovido de elevada ética e moral, e converte toda a sociedade em um terreno fértil para crimes e males sociais.
O amor e o afeto são sentimentos belos do ser humano, e a cooperação e a ajuda mútua são modos de existência próprios do ser social. Por isso, relações ético-morais nobres, em que as pessoas se prezam e cuidam umas das outras, devem tornar-se fundamento da sociedade humana.
O que diferencia o ser humano das feras é precisamente a ética e a moral.
Na sociedade capitalista, por dinheiro, as pessoas pisoteiam sem piedade tudo o que é humano, como o amor e o afeto. Em tal sociedade, as relações humanas inevitavelmente degeneram em relações de hostilidade e ódio. Enganos, traições e agressões entre as pessoas ocorrem diariamente, e todo tipo de imoralidade, violência, assassinato e roubo domina a sociedade. Até entre pais e filhos, irmãos e casais, travam-se brigas sangrentas por alguns trocados, chegando até mesmo ao ponto de cometer assassinatos sem hesitação.
Há alguns anos, no Japão, ocorreu um caso em que uma mulher assassinou brutalmente o marido. Diz-se que o motivo por trás desse crime horrendo foi simplesmente o fato de o marido não conseguir ganhar dinheiro.
E não é só isso. Há casos em que irmãos, exaltados por causa de questões de dinheiro, acabam tentando se matar mutuamente; e relatos frequentes de crimes chocantes, como o de sequestrar a bolsa e o cartão bancário de um morador da mesma aldeia e enterrá-lo vivo em uma montanha. E tais fatos não se limitam a esse país.
Hoje, no mundo ocidental, crimes e males sociais como assassinato, roubo e fraude cometidos por dinheiro tornaram-se uma tendência. No setor da saúde, proliferam práticas médicas criminosas que visam o bolso dos pacientes, e nas escolas os crimes violentos entre estudantes se sucedem sem cessar.
O florescimento de “corretores de suicídio”, que visam pessoas que perderam a esperança no futuro e se debatem em extrema dor e desespero, é também uma imoralidade que só pode ser encontrada em uma sociedade dominada pelo mamonismo.
Até mesmo jovens e crianças se lançam sem hesitação ao mundo do crime. Um responsável da polícia de um país ocidental confessou que 80% dos suspeitos de roubo e furto têm entre 9 e 17 anos.
Os crimes que aumentam dia após dia na sociedade capitalista são consequências trágicas do domínio do poder do dinheiro.
Um intelectual europeu já lamentou: “A espada mata o corpo, e o dinheiro mata o espírito”, “O ouro matou mais pessoas do que qualquer lâmina de metal.”
A realidade atual da sociedade capitalista mostra que o dinheiro se tornou uma arma terrível que não apenas extermina o espírito e o corpo humano, mas também arrasta a própria sociedade para a destruição.
Diante dessa realidade miserável, até mesmo apologistas burgueses deploram a situação como uma doença incurável.
É natural que a sociedade capitalista desumana, onde o homem caiu à condição de escravo do dinheiro, tenha degenerado em um deserto de ética humana e em um viveiro de corrupção e depravação.
E é precisamente o fato de transformar as pessoas em seres que nada conhecem além do dinheiro, destruindo tudo o que é humano, que constitui o fundamento pelo qual o capitalismo, o sistema mais reacionário e antipopular da história, está destinado a perecer.
O mamonismo é o valor absoluto da classe capitalista, e por isso a crise do capitalismo só se aprofundará ainda mais.

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