Na reunião, o primeiro-ministro da Rússia destacou a necessidade de estabelecer um modelo justo e sustentável de desenvolvimento energético que corresponda aos princípios de igualdade, responsabilidade mútua e cooperação técnica, ampliar a infraestrutura internacional de transporte e introduzir serviços modernos de tecnologia da informação para fortalecer o sistema de interconexão de transportes. Chamou também ao aumento da produção agrícola com vistas a contribuir para a estabilidade do mercado mundial de produtos agrícolas.
Todo o processo da reunião demonstrou que os Estados-membros da Organização de Cooperação de Shanghai estão intensificando seus movimentos para estabelecer uma ordem econômica internacional justa diante das sanções e arbitrariedades do Ocidente.
No ano passado, o volume total de exportações dos Estados-membros representou cerca de um quinto das exportações mundiais. Sua participação no produto interno bruto mundial corresponde a um terço. Neste ano, prevê-se que alcance 35%.
Atualmente, a organização é composta por dez Estados-membros, dois países observadores e quinze países parceiros de diálogo, possuindo uma ampla abrangência geográfica e grande potencial. Os Estados-membros estão unidos por lembranças históricas comuns e pelo respeito mútuo às culturas e tradições de cada um. Neste ano, também comemoraram em conjunto o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial e da fundação da ONU.
Na reunião, os chefes de governo dos Estados-membros aprovaram o plano de ação conjunta até 2035 para a implementação da estratégia de desenvolvimento da organização. Esse plano inclui a ampliação das relações econômico-comerciais, os intercâmbios culturais e humanitários, a economia digital, energia, indústria verde, ciência, educação, cultura, turismo, saúde e o desenvolvimento do esporte.
Para cumprir o plano conjunto da organização, é necessária uma infraestrutura financeira confiável e independente, e um grupo especializado criado sob a liderança da Rússia está empenhado em sua construção. A Organização de Cooperação de Shanghai já iniciou o processo de criação de seu próprio banco de desenvolvimento. Quando este for estabelecido, será formada uma base de sistema de pagamentos independente e serão introduzidos novos métodos de liquidação para moedas e ativos financeiros digitais.
A Rússia está promovendo ativamente vastos projetos de cooperação econômica com os Estados-membros, como a construção do gasoduto “Força da Sibéria”, a construção do gasoduto Rússia-Cazaquistão, a construção de uma grande usina hidrelétrica no Paquistão e a conexão ferroviária com o Irã. Até 2030, pretende ampliar o volume de carga na Rota do Mar do Ártico para 100 milhões de toneladas anuais, nível equivalente ao do Canal de Suez. Atualmente, o volume comercial entre a Rússia e os Estados-membros da organização alcança 409 bilhões de dólares por ano.
A proporção de utilização de moedas nacionais nas transações comerciais entre os Estados-membros também continua aumentando. A taxa de liquidação em moedas nacionais entre a Rússia e os Estados-membros supera 97%.
Mencionando esse fato, um comentarista político russo advertiu o Ocidente de que, se lançar uma guerra política contra países que representam um terço do produto interno bruto mundial, deverá estar preparado para enfrentar as consequências.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou em encontro com os membros do Conselho de Chefes de Governo da organização que a cooperação mútua através da Organização de Cooperação de Shanghai não se limitará somente à economia; embora esta seja a direção principal, ele está convencido de que, se ajudarem uns aos outros e cooperarem harmonicamente, será possível alcançar grandes resultados no desenvolvimento da cooperação multilateral entre os Estados-membros. Acrescentou que a organização promove de fato o fortalecimento da paz e da estabilidade no espaço euroasiático, e que elevar a autoridade e a influência da Organização de Cooperação de Shanghai — uma das maiores alianças regionais, não só no continente euroasiático mas também em escala mundial — é um objetivo comum de todos.
O papel de diversas organizações multilaterais de cooperação, como o BRICS, a União Econômica Euroasiática e a Organização de Cooperação de Shanghai, está crescendo cada vez mais, e o fato de seus Estados-membros expandirem a cooperação com base em suas próprias posições independentes nas questões internacionais constitui um forte golpe para as forças ocidentais que se empenham em preservar a ordem hegemônica existente.

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