domingo, 14 de dezembro de 2025

"Dombey e Filho", romance de Dickens

Conhecimentos gerais internacionais

Entre os patrimônios da literatura mundial encontra-se também o romance "Dombey e Filho", que critica a corrupção e o caráter antipopular da sociedade exploradora e das classes exploradoras.

Esse romance foi criado em 1848 pelo escritor inglês Dickens. Como seu pai foi preso por não conseguir pagar dívidas, ele não pôde concluir o ensino primário. Trabalhou em uma fábrica de graxa para sapatos e, mais tarde, dedicou-se à atividade literária como jornalista.

Com base nas experiências adquiridas na vida jornalística, começou a escrever romances e, a partir de 1839, tornou-se escritor profissional. As décadas de 1840 e 1850 foram o período em que a criação literária de Dickens atingiu a maturidade. Foi justamente nessa fase que ele publicou o romance de grande fôlego "Dombey e Filho", obra representativa que retrata com veracidade os vícios e a hipocrisia da sociedade burguesa inglesa do século XIX.

O romance mostra o caráter frio e implacável do capitalista Dombey, obcecado apenas pelo dinheiro, e as consequências que disso decorrem. Dombey é o proprietário da grande empresa comercial “Dombey and Son”, situada numa avenida central de Londres.

Imbuído do mamonismo, Dombey acredita que, possuindo dinheiro, pode realizar qualquer desejo. Porém, ao contrário de suas expectativas, sua família se destrói e sua empresa entra em falência. Após dar à luz um filho, sua esposa morre de complicações pós-parto, e o filho destinado a herdar seus negócios adoece continuamente até morrer. A segunda esposa, incapaz de suportar a arrogância e a frieza do marido, foge. A filha, não aguentando os maus-tratos do pai, abandona o lar. Perdendo toda a família e tornando-se um solitário, ele recebe o golpe decisivo da falência da empresa, e até mesmo o outrora tão arrogante e implacável Dombey acaba por sucumbir.

O protagonista Dombey é um tipo representativo da burguesia inglesa de meados do século XIX. Por meio de descrições analíticas de sua visão de vida, de suas relações humanas e de suas palavras e atitudes frias e arrogantes, o romance revela de forma artística as características de Dombey enquanto capitalista e satiriza de maneira mordaz a desumanidade e a crueldade da burguesia que vive segundo o egoísmo extremo e o mamonismo.

Os numerosos personagens retratados na obra e as relações humanas entre eles entrelaçam-se para esclarecer como o fetichismo do dinheiro, que só reconhece o valor do dinheiro e determina todas as relações a partir dele, deforma Dombey e o conduz à ruína moral.

Embora o romance, ao denunciar e criticar os males sociais do capitalismo, não chegue a abordar as contradições do próprio sistema que estão em sua raiz, limitando-se sobretudo a uma crítica de caráter moral ao protagonista, ele reflete de forma ampla e realista o panorama histórico da Inglaterra do século XIX, retrata de maneira vívida a decadência da sociedade capitalista e eleva o nível das técnicas narrativas, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da literatura do realismo crítico.

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