Será verdade?
Há pouco tempo, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia expôs a conduta da imprensa dos Estados Unidos e dos países ocidentais. Ela criticou o fato de o jornal estadunidense “The Wall Street Journal” possuir materiais concretos sobre atos de corrupção de Yermak, ex-chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, e, mesmo assim, não os tornar públicos.
Ao mencionar que o jornal italiano “Corriere della Sera” também se recusou, desse mesmo modo, a divulgar as declarações do ministro das Relações Exteriores da Rússia que comprovavam a natureza neonazista da Ucrânia, ela qualificou os meios de comunicação de massa ocidentais como um verdadeiro grupo criminoso organizado de alcance mundial.
Isso demonstra, na prática, que a chamada “imparcialidade” e “objetividade” da imprensa, tão alardeadas pelo Ocidente, não passam de conceitos de fachada, convenientes para dominar o campo da informação, abusar de padrões duplos e realizar seus próprios interesses.
São inúmeros os exemplos que mostram como, nos países ocidentais, se utilizam da imprensa para alcançar objetivos políticos e interesseiros.
Em 2021, quando uma epidemia maligna se espalhava pelo mundo, os meios de comunicação de um país europeu divulgaram ruidosamente que a Rússia estaria utilizando a vacina “Sputnik V” para ampliar sua influência política na África e na América Latina, que tal conduta estaria bloqueando a entrada das vacinas chinesas no mercado externo e que, dentro da Rússia, estaria ocorrendo escassez de vacinas. Essa propaganda foi uma invenção engenhosa de políticos ocidentais com o objetivo de semear desconfiança em relação à ajuda russa, deteriorar as relações entre a Rússia e a China, lançar confusão no interior da Rússia e, ao mesmo tempo, desviar a atenção da sociedade dos diversos problemas internos agravados pela pandemia.
A imprensa dos países ocidentais, quando lhe convém, faz grande alarde sobre “imparcialidade” e “objetividade”, e, quando não convém, simplesmente não as exibe.
Em 2014, ocorreu na Ucrânia uma terrível tragédia em que elementos neonazistas queimaram vivos mais de 50 civis em determinada região. Se um fato desse tipo tivesse ocorrido em um país que lhes fosse desagradável, os círculos políticos e midiáticos ocidentais certamente teriam feito um grande escândalo.
No entanto, à época, os políticos e a imprensa do Ocidente não demonstraram qualquer reação.
Atualmente, a imprensa ocidental também noticia com critérios duplos as atrocidades de Israel na Faixa de Gaza. Embora cerca de 670 instituições educacionais, incluindo escolas, tenham sido destruídas em Gaza, e aproximadamente 13.500 estudantes, mais de 830 professores, 190 acadêmicos e quase 300 jornalistas tenham sido mortos pelas forças israelenses, a cobertura da imprensa ocidental descreve essas mortes como danos inevitáveis de uma guerra moderna, inclinando-se a defender a inocência de Israel.
A realidade dos ataques indiscriminados e das atrocidades de Israel contra civis inocentes está sendo em grande parte encoberta pela postura tendenciosa da imprensa ocidental.
Mais grave ainda é o fato de que a imprensa ocidental não hesita em forjar materiais inexistentes ou deturpar os fatos, chegando inclusive a interferir nos assuntos internos de outros países.
Difundindo informações falsas cuidadosamente fabricadas e ampliando de maneira obstinada alegações infundadas, ela estimula a hostilidade contra países que não se submetem docilmente às exigências do Ocidente.
Chega ao ponto de chamar de “insurgentes” terroristas que capturaram e assassinaram reféns em cidades, hospitais e escolas de determinados países, questionando as políticas antiterroristas de seus governos e até dando lições, dizendo que devem agir desta ou daquela maneira.
Nos últimos anos, inclusive a emissora britânica BBC foi alvo de críticas por ter realizado uma série de manipulações políticas, como a chamada “migração forçada”, em reportagens sobre um país asiático. A emissora fabricou esses conteúdos utilizando métodos de “denúncia anônima” e “retórica falsa” e, posteriormente, reuniu forças externas antigovernamentais e, emprestando-lhes a voz, travou uma guerra de opinião pública para criar pretextos destinados à imposição de sanções contra empresas desse país.
As mídias dos Estados Unidos e da Europa se apresentam como “combatentes da justiça” que, munidos de “imparcialidade” e “objetividade”, revelam a verdade e criticam o poder que exerce privilégios. No entanto, isso não passa de uma completa farsa.
A cobertura de padrão duplo e contradória da imprensa ocidental sobre os acontecimentos que se desenrolam em diversas partes do mundo demonstra isso de forma clara.

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