O grande Dirigente camarada Kim Jong Il ensinou:
“O pensamento burguês reacionário, por mais que seja enfeitado com palavras hipócritas, não pode ocultar a sua essência reacionária.” (Obras Selecionadas de Kim Jong Il, volume 17, edição ampliada, página 132)
Atualmente, os imperialistas alardeiam a sua superioridade científico-técnica e, por meio do comércio, apegam-se ainda mais à subordinação econômica e à exploração dos países em desenvolvimento. Uma das políticas comerciais imperialistas representativas que racionalizam isso é precisamente o livre-comércio.
O conteúdo fundamental do “livre-comércio”, em poucas palavras, é que, se duas partes que produzem mercadorias diferentes trocarem livremente os seus produtos, ambas obterão benefícios. Em outras palavras, sustenta que, independentemente do nível e da escala das condições de produção, qualquer um que participe do comércio obterá maiores ganhos.
Como as condições naturais e geográficas, o ambiente, as formas de vida econômica e as preferências das pessoas são diferentes, e como há diferenças no nível de desenvolvimento das forças produtivas e da ciência e tecnologia, surgem diferenças tanto na quantidade quanto na qualidade e na composição final dos produtos produzidos.
Por isso, entre os países, aquilo que o outro necessita e que não pode ser produzido internamente, ou é produzido em pouca quantidade, passa a ser obtido por meio do comércio. Assim surge o comércio exterior e, por meio dele, os países promovem, até certo ponto, o desenvolvimento econômico.
Entretanto, a teoria burguesa do “custo de oportunidade” introduz conceitos econômicos enganadores para distorcer a inevitabilidade do surgimento do comércio e ocultar a natureza exploradora e predatória do lucro obtido a partir da troca desigual.
A teoria burguesa do “custo de oportunidade” explica a inevitabilidade e o processo do comércio por meio do conceito de “custo de oportunidade”, utilizando a noção de vantagem relativa na produção de mercadorias.
Na teoria burguesa do “custo de oportunidade”, o custo de oportunidade é definido como o “custo” determinado pelo valor de outra coisa que inevitavelmente se deixa de obter ao se obter algo. Em outras palavras, ao abandonar a produção de outro bem para produzir uma mercadoria específica, o “custo” é definido pelo valor do bem abandonado.
Suponhamos, de fato, que os produtores A e B trabalhem ambos 8 horas por dia produzindo arroz e carne. Digamos que o produtor A, dedicando-se apenas à produção de carne por 8 horas, possa produzir 24 kg de carne, e, concentrando-se apenas na produção de arroz, possa produzir 48 kg de arroz. Suponhamos também que o produtor B, em 8 horas, possa produzir 8 kg de carne ou 32 kg de arroz.
Independentemente do produtor, quando se produz apenas um tipo de produto, deixa-se de produzir, nessa mesma medida, o outro produto. O produtor A, ao produzir 24 kg de carne, precisa renunciar à produção de 48 kg de arroz; inversamente, o produtor B, ao produzir 32 kg de arroz, precisa renunciar à produção de 8 kg de carne.
Em consequência, para o produtor A, o “custo de oportunidade” de 1 kg de carne é 2 kg de arroz, e, inversamente, o “custo de oportunidade” de 1 kg de arroz é 0,5 kg de carne. Da mesma forma, para o produtor B, o custo de oportunidade de 1 kg de carne é 4 kg de arroz, e o custo de oportunidade de 1 kg de arroz é 0,25 kg de carne.
Assim, mesmo tratando-se da produção do mesmo produto, devido às diferenças nas condições e no ambiente de produção dos produtores, o “custo de oportunidade” desse produto torna-se diferente.
O produtor que possui um “custo de oportunidade” menor do que os outros na produção de um determinado produto ocupa uma vantagem relativa nessa produção e, por isso, deve especializar-se nela e participar do comércio com base nisso. Essa é precisamente a teoria burguesa do “custo de oportunidade”.
De acordo com isso, o produtor A possui vantagem relativa na produção de carne em comparação com o produtor B, enquanto o produtor B possui vantagem relativa na produção de arroz em comparação com o produtor A. Portanto, o produtor A deveria especializar-se na produção de carne e o produtor B deveria especializar-se na produção de arroz.
A teoria burguesa do “custo de oportunidade” prega que, se duas partes com diferentes capacidades e bases produtivas se especializarem cada uma em sua produção e realizarem trocas comerciais com os produtos produzidos, o volume total da produção aumentará, alcançando-se assim o desenvolvimento econômico e a prosperidade.
O objetivo disso é fortalecer ainda mais a exploração e a espoliação. Por meio disso, busca-se intensificar a exploração dos países em desenvolvimento.
Em termos gerais, quando as partes envolvidas em uma transação comercial realizam trocas equivalentes com base no valor, pode haver benefícios mútuos para elas. Esse é um princípio econômico elementar.
Entretanto, a teoria burguesa do custo de oportunidade, ao levantar a anticientífica teoria da “vantagem relativa”, racionaliza o sistema internacional de divisão do trabalho, de caráter parcial, que constitui a base econômica da troca desigual.
Segundo essa teoria, os países em desenvolvimento não têm alternativa senão ocupar vantagens relativas principalmente nos setores primários ou nos setores tradicionais, nos quais o nível tecnológico da produção é baixo.
De fato, suponhamos que existam um país capitalista “A” e um país em desenvolvimento “B”, e que ambos produzam arroz e automóveis. Admitamos que o país produtor “A” produza, por ano, 50 mil toneladas de arroz ou 70 mil automóveis, enquanto o país produtor “B” produza 30 mil toneladas de arroz ou 20 mil automóveis. Nesse caso, o “custo de oportunidade” de cada produto em ambos os países é o seguinte:
Produção de cada bem e custo de oportunidade nos dois países
Produção de 10 mil toneladas de arroz
País produtor “A”: 7/5 mil automóveis
País produtor “B”: 2/3 mil automóveis
Produção de 10 mil automóveis
País produtor “A”: 5/7 mil toneladas de arroz
País produtor “B”: 3/2 mil toneladas de arroz
Como se vê na tabela, o “custo de oportunidade” para produzir 10 mil toneladas de arroz é, no país produtor “A”, 7/5 mil automóveis (14 mil automóveis), enquanto no país produtor “B” é 2/3 mil automóveis (cerca de 6,7 mil automóveis). Além disso, para produzir 10 mil automóveis, o país produtor “A” incorre em um “custo de oportunidade” de 5/7 mil toneladas de arroz (cerca de 7,1 mil toneladas), enquanto o país produtor “B” incorre em um “custo de oportunidade” de 3/2 mil toneladas de arroz (15 mil toneladas).
Como o país capitalista “A” possui um custo de oportunidade relativamente menor na produção de automóveis do que o país em desenvolvimento “B” (0,71 < 1,5), ele ocupa uma vantagem relativa nessa produção. Por sua vez, o país em desenvolvimento “B” possui um custo de oportunidade relativamente menor na produção de arroz do que o país capitalista “A” (1,4 > 0,67), ocupando assim vantagem relativa nessa produção. Portanto, segundo a teoria do custo de oportunidade, o país capitalista “A” deve especializar-se exclusivamente na produção de automóveis, e o país em desenvolvimento “B” deve especializar-se exclusivamente na produção de arroz, e ambos devem participar do comércio internacional com base nisso.
Se seguirmos integralmente a teoria burguesa do “custo de oportunidade”, os países imperialistas desenvolvem a economia tendo como eixo as indústrias intensivas em tecnologia e em conhecimento, bem como os setores terciários, nos quais ocupam “vantagens relativas”, e realizam com isso as transações comerciais; ao contrário, os países em desenvolvimento, por ocuparem “vantagens relativas” nos setores primários e nos ramos industriais tradicionais, devem desenvolver apenas esses setores e entrar no comércio com base neles.
Os países imperialistas ocupam sempre uma posição vantajosa em todo o processo de produção e de transações comerciais em relação aos países em desenvolvimento e obtêm lucros por meio da troca desigual no comércio exterior. Em contrapartida, nos países em desenvolvimento, a construção econômica é levada adiante com uma estrutura econômica deformada e unilateral, tornando inevitáveis, nesse processo, graves problemas ambientais juntamente com problemas de pobreza social. Assim, em escala mundial, a disparidade entre os países imperialistas e os países em desenvolvimento torna-se cada vez mais acentuada.
Isso mostra claramente que a teoria econômica burguesa serve, de forma sistemática, como um instrumento teórico para racionalizar as manobras dos imperialistas destinadas a manter intacta a velha e injusta ordem econômica internacional e, por meio dela, intensificar ainda mais a exploração e a pilhagem.
A reação da teoria burguesa do “custo de oportunidade” manifesta-se, em segundo lugar, no fato de partir de uma intenção astuta de bloquear o avanço dos países em desenvolvimento que buscam alcançar a autossustentação econômica e avançar pelo caminho de uma nova sociedade, mantendo-os presos à submissão econômica.
A autossustentação econômica é uma questão premente para os países em desenvolvimento que puseram fim à dominação colonial dos imperialistas e conquistaram a independência. Isso porque somente construindo uma economia democrática autossuficiente nesses países é possível consolidar ainda mais a independência nacional conquistada com sangue.
Entre os países em desenvolvimento, não são poucos aqueles que já dispõem de bases econômicas e de níveis de desenvolvimento das forças produtivas consideráveis.
Segundo a teoria burguesa, nesses países deveriam ser desenvolvidos apenas os setores cujo “custo de oportunidade” é relativamente menor, que são, em geral, os setores primários — como a agricultura deformada e unilateral e a indústria extrativa — mantidos no passado pelos imperialistas para intensificar a exploração e a pilhagem. Apenas com isso, não é possível consolidar a independência política, fortalecer a capacidade de defesa nacional independente, nem resolver as contradições democráticas internas entre os países.
A questão da autossustentação econômica torna-se ainda mais importante nas condições atuais, em que se intensificam a persistente agressão militar e a contínua subjugação econômica dos imperialistas, e em que as crises da economia capitalista exercem uma influência grave sobre o desenvolvimento da economia mundial.
No entanto, a teoria burguesa do “custo de oportunidade” proclama a superioridade do “livre comércio" e incita os países em desenvolvimento a abandonarem a autossustentação econômica, a abrirem e liberalizarem suas economias e a lançarem-se na divisão internacional do trabalho. Essa teoria alardeia que qualquer país deve especializar-se apenas na produção de determinados produtos e, com base neles, participar do comércio interno e externo para poder desenvolver a economia.
Isso demonstra que os países capitalistas procuram fazer com que os países em desenvolvimento que avançam pelo caminho da independência abandonem a consciência de classe, tornem impossível o estabelecimento de bases para a autossustentação econômica e sejam arrastados para o comércio internacional desigual, a fim de transformá-los em seus eternos apêndices econômicos.
Devemos reconhecer com precisão a essência reacionária da teoria econômica burguesa, que racionaliza as manobras dos imperialistas de dominação econômica mundial e se presta integralmente à sua realização, e, apoiando-nos firmemente na teoria econômica do Juche, impulsionar com vigor a construção de uma potência econômica.

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