De 26 a 31 de julho de 1909, na Espanha, eclodiu uma ampla luta das massas trabalhadoras contra as políticas antipopulares do governo.
O gatilho direto da revolta foi o decreto emitido pelo governo em 10 de julho de 1909, que provocou a ira das massas trabalhadoras. Esse decreto determinava o envio de reservistas e pessoal que haviam cumprido o serviço militar para o Marrocos, localizado no noroeste da África.
No século XX, os conflitos e confrontos entre países ocidentais para a ocupação do Marrocos se intensificaram. Nesse contexto, em 1904, a França assinou um acordo com a Grã-Bretanha sobre o Marrocos e chegou a um consenso com a Espanha para dividir e administrar o território marroquino. Por outro lado, as contradições entre a França e a Alemanha em torno do Marrocos se agravaram, criando repetidas ameaças de guerra. Esse período é conhecido como a Crise Marroquina.
Em 1909, a assinatura de um acordo entre Alemanha e monopólios franceses para preservar a “igualdade econômica” no Marrocos fez com que a crise entre as partes se aliviasse temporariamente. Nesse contexto, a Espanha planejava enviar reservistas e pessoal para ocupar uma vasta região do norte do Marrocos.
No entanto, os reservistas protestaram contra as manobras do governo, que pretendia torná-los vítimas da disputa colonial. Em 26 de julho de 1909, eclodiu a primeira luta na Catalunha, onde 20 mil reservistas realizaram uma greve geral relacionada ao decreto de mobilização militar. A greve se espalhou rapidamente para vários centros industriais, incluindo Barcelona, e envolveu confrontos armados. Inicialmente concentrada na oposição à mobilização militar, a luta gradualmente assumiu um caráter antigovernamental.
O governo conservador da época enviou o exército e a polícia para reprimir os protestos, e o estado de emergência foi declarado na Catalunha. Esse sangrento conflito durou quase uma semana.
Em 31 de julho de 1909, a luta foi finalmente reprimida.
O episódio conhecido como “Semana Sangrenta” tornou-se um marco que evidenciou o crescente despertar das massas populares espanholas contra a agressão do capital e a submissão colonial.
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