Em meio ao crescimento da desconfiança, do ódio e da hostilidade entre as pessoas, e ao agravamento das contradições e confrontos entre grupos sociais, proliferam condutas imorais e crimes hediondos que causam repulsa.
Tornaram-se comuns os casos em que pais e filhos matam um ao outro, em que meros atritos emocionais se transformam em tiroteios sangrentos, e em que esfaqueamentos e assaltos acontecem abertamente em plena luz do dia.
Recentemente, no Japão, uma mulher na casa dos vinte anos enterrou viva o próprio filho recém-nascido, enquanto um jovem imaturo chocou a sociedade ao assassinar o pai de maneira brutal.
Na Alemanha, França, Itália e outros países ocidentais que se gabam de sua “civilização”, a violência escolar e doméstica é grave, e as ruas estão repletas de viciados em drogas e alcoólatras.
Há pouco tempo, no Canadá, em um edifício comercial, diferentes organizações criminosas travaram um tiroteio furioso, criando uma cena que lembrava uma batalha real e mergulhando as pessoas em extremo pavor e insegurança.
Esse é precisamente o resultado catastrófico provocado pela corrupção espiritual e moral do ser humano.
A corrupção espiritual e moral tornou-se, hoje, um tumor maligno incurável na sociedade capitalista.
A raiz do fato de a sociedade capitalista se transformar em um terreno fértil que aprofunda a corrupção espiritual e moral humana encontra-se, essencialmente, na base e na natureza anti-humanas desse sistema.
A sociedade capitalista está enraizada no individualismo extremo e no mamonismo.
O individualismo prega a absolutização dos próprios interesses e satisfações, e ensina que não se deve hesitar em sacrificar os outros para alcançá-los.
Em uma sociedade dominada por tal ideologia, a satisfação dos desejos pessoais é tida como a verdade, e garantir os interesses individuais é considerado o principal critério que define o valor das ações — um conceito que se cristalizou como ideia dominante na mente das pessoas.
Da lógica exclusivista de que “cada indivíduo existe por si mesmo” nasce a concepção misantrópica de que “o homem é o lobo do homem”, e, como resultado de todos os membros da sociedade serem moldados por tais ideias extremas, o domínio do forte sobre o fraco — a lei da selva — tornou-se o modo de vida natural e o costume geral da sociedade.
Um político ocidental afirmou abertamente: “A única moralidade que reconhecemos é alcançar nossos objetivos; para isso, não devemos hesitar em cometer quaisquer crimes ou enganar as pessoas.”
Essa confissão demonstra claramente, mais uma vez, a essência moralmente degenerada da sociedade capitalista.
A visão de mundo baseada na supremacia do dinheiro, amplamente difundida na sociedade capitalista, tornou-se outro veneno ideológico que aprofunda a corrupção moral do ser humano.
A sociedade onde o dinheiro é onipotente — aqui reside o caráter reacionário e antipopular que distingue o capitalismo das sociedades exploradoras anteriores.
Na sociedade capitalista, o dinheiro domina e decide tudo.
A política é orientada pelo poder do dinheiro, e a economia tem como único objetivo a busca do lucro.
Até mesmo a força de trabalho humana se degrada em mercadoria, e a dignidade e o valor do ser humano passam a ser determinados pelo dinheiro.
As pessoas são transformadas em escravas do dinheiro, em deformações espirituais incapazes de perceber a consciência moral e a lealdade mais elementares.
As relações entre as pessoas deixam de basear-se no amor, na afeição, na confiança e na solidariedade, passando a ser relações meramente materiais, monetárias.
Nessa sociedade dominada pela lógica inumana do poder do dinheiro — onde os ricos oprimem os pobres e os fracos são devorados pelos fortes —, o vínculo de sangue entre pais e filhos é brutalmente pisoteado, restando apenas a relação de herança de bens.
Até mesmo as relações entre marido e mulher são determinadas pelo cálculo de interesses, e basta um pequeno conflito de interesses para que ocorram tragédias em que um tenta matar o outro.
Na sociedade do dinheiro, basta possuir riqueza para que um criminoso seja absolvido com orgulho, qualquer ato maligno seja disfarçado de virtude e um aleijado espiritual ascenda a uma posição de poder.
Ao contrário, quem não tem dinheiro precisa servir como um animal e imitar comportamentos bestiais para poder sobreviver.
Certa vez, um livro intitulado "Como a pobreza se torna crime" ganhou popularidade nos países ocidentais.
Dizia-se que ele denunciava o caráter criminoso do sistema judicial ocidental, dominado pela “lei do dinheiro”, segundo a qual quem tem dinheiro é declarado inocente e quem não tem é condenado.
O autor mencionava o seguinte exemplo:
Um homem pobre, vagando pelas ruas, foi detido pela polícia.
Os policiais o acusaram de obstrução à função pública e de perturbação da ordem, encaminhando-o ao tribunal.
Somente nessa cidade, mais de 684.700 pessoas foram presas dessa forma.
Ao mesmo tempo, descobriu-se que um banco da mesma cidade havia ajudado uma organização criminosa de tráfico de drogas a lavar dinheiro e ocultar grandes somas em contas anônimas.
No entanto, nenhum dos administradores do banco foi processado, multado ou sequer recebeu qualquer punição criminal.
Sobre isso, o autor escreveu:
“Até mesmo o governo teme entrar em processos judiciais contra as grandes empresas e desiste de apresentá-las ao tribunal. Ao se concentrar em obter o maior valor possível em indenizações, o que resta são apenas os pobres e os fracos. Aumentam os casos em que as autoridades buscam pequenos delitos cometidos por pessoas de baixa renda ou imigrantes sem capacidade de defesa legal, para melhorar seus índices de desempenho e cobrar multas. A população carcerária também cresce.”
Na sociedade capitalista, ricos e pobres, todos ficam presos à lei da supremacia do dinheiro — acreditando que tudo pode ser resolvido com dinheiro — e, em busca dele, vendem completamente sua humanidade.
Até mesmo a imprensa ocidental lamenta:
“A moral das pessoas transformou-se em mercadoria. O mamonismo levou ao colapso da moral.”
Um sociólogo europeu afirmou:
“A febre do ouro, na sua forma mais agressiva e impiedosa, destrói o Estado, a sociedade e a família, provocando rapidamente fenômenos negativos e transformando em criminosas todas as esferas da vida humana — desde a administração estatal até as relações familiares.”
Isso pode ser considerado uma avaliação precisa das consequências catastróficas provocadas pela ideologia da supremacia do dinheiro.
O agravamento contínuo da corrupção moral do ser humano na sociedade capitalista é um resultado inevitável da estrutura deformada desse sistema reacionário.
Na sociedade capitalista, não existe igualdade entre os membros da sociedade.
As pessoas estão divididas em classes antagônicas, e entre essas classes existem contradições e confrontos inconciliáveis.
Uma minoria privilegiada monopoliza o poder estatal e os meios de produção, exercendo autoridade absoluta, enquanto as massas trabalhadoras não possuem qualquer direito, sendo alvo de opressão e exploração, transformadas em vítimas.
Nesse sistema, marcado pela polarização entre as classes dominante e dominada, entre os exploradores e os explorados, entre os ricos e as massas trabalhadoras empobrecidas e sem direitos, predominam a desigualdade e o antagonismo.
Em tais condições, jamais podem se formar relações de cooperação e lealdade entre as pessoas, nem existir verdadeira moralidade ou ética.
As contradições de classe e a desigualdade social destroem os princípios éticos sadios e são a fonte da corrupção moral.
Hoje, na sociedade capitalista, a degeneração moral e espiritual do ser humano é ainda mais fomentada pela classe dominante reacionária.
Os capitalistas, ao verem seus mercados se estreitarem e suas margens de lucro diminuírem, recorrem a estimular artificialmente as demandas desumanas para ampliar as vendas.
Na medida em que se produzem em massa meios que entorpecem o corpo e o espírito humanos, cresce incessantemente o número de viciados em drogas e álcool, de indivíduos corrompidos que buscam prazeres pervertidos; e inúmeros outros se afundam moral e fisicamente, lançando-se sem hesitação no abismo do crime.
A classe dominante, para paralisar a consciência de resistência das massas trabalhadoras e fazer com que as pessoas se submetam ao sistema de exploração capitalista, difunde de forma frenética ideias, culturas e estilos de vida reacionários e degenerados.
Os governantes reacionários, para manter sua posição privilegiada cada vez mais ameaçada e preservar o sistema de poder que ruía, concentram-se exclusivamente em transformar ideologicamente as pessoas e convertê-las em força de trabalho necessária para a acumulação de capital.
Eles mobilizam todos os meios de comunicação sob seu controle para difundir amplamente na sociedade correntes de pensamento reacionárias e modismos degenerados, turvando a mente das pessoas e tornando-as ainda mais ignorantes e submissas.
Filmes, músicas, danças e romances contendo violência, erotismo e decadência são massivamente promovidos, corrompendo moral e espiritualmente o povo.
Na atual realidade, a vida política se torna extremamente reacionária, a vida material se distorce a cada dia, o que aprofunda a corrupção moral do ser humano e empobrece ainda mais a vida cultural e espiritual — esse é o quadro sombrio da sociedade capitalista em todo o mundo hoje.
“A vida atingiu um ponto insuportável. Não se trata apenas do aspecto material. A vida espiritual também é desesperadora. Pergunto: por que temos que viver e morrer assim?”
Este é o grito desesperado das massas trabalhadoras diante da realidade desumana da sociedade capitalista, que, à medida que a crise político-econômica se aprofunda, empurra o ser humano cada vez mais para o abismo da degeneração moral e espiritual.
Uma sociedade que pisa sobre o ser humano está destinada a ser rejeitada pelo povo.
O colapso da sociedade capitalista, que destrói física e espiritualmente os seres humanos e reduz à ruína a moralidade humana, é uma lei histórica inevitável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário